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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTE - ICHCA


HISTÓRIA LICENCIATURA

Marcelo Ferreira Dias

Relatório: Documentário “Arquitetura da Destruição”

Trabalho acadêmico apresentado à


disciplina História contemporânea II,
ministrada pela Profa. Ana Paula
Palamartchuk, como instrumento
avaliativo deste sexto período do curso de
História Licenciatura.

Maceió
2019
O documentário trata nitidamente de como os nazistas utilizavam a questão da
arte como instrumento político e como reflexo dos ideais. Hitler com novos valores,
defendia a nova Alemanha e para isso, dizimou toda a moral e toda noção de
dignidade. Defendendo um Reich alemão com membros apenas da “raça pura
ariana. Para os nazistas, o novo grande homem deveria ser ariano, saudável e belo.
Foi promovido um renascimento cultural a na Alemanha. A volta a ideais
clássicos, formas perfeitas e à escultura no estilo grego ocorreu sob o governo de
Hitler. Mas esses mesmos nazistas combateram uma arte nova e original que
estava surgindo naquela época, como expressionistas, cubistas, entre outros tipos
de arte moderna. Gênios notórios foram considerados “degenerados”. Os nazistas,
profissionais em propaganda, compararam os personagens “degenerados” com
fotos de “pessoas degeneradas”, ou seja, de doentes mentais. Entende-se porque
os nazistas combateram esses artistas modernos: a maioria deles também usava a
arte como instrumento político, e tinham na sua maioria, tendências marxistas. O
combate ao marxismo também fica nítido quando é mostrado no filme que o objetivo
era formar um povo alemão unido (“ein Volk”), sem classes sociais. O conceito
marxista de “luta de classes” é completamente abandonado, e percebe-se isso no
trecho em que o nazista diz que se você investir no trabalhador, com higiene e
cultura, ele não vai ter por que fazer uma revolução.

Todo o amor ao ideal ariano; todo o desprezo ao que não se encaixava nesse
perfil. Prova disso é a parte do filme que evidencia a bela arquitetura de um
manicômio alemão, enquanto um nazista fala que é um desperdício uma arquitetura
tão bela para uns doentes loucos que não tem capacidade de apreciar tamanha
beleza. A arte nazista é grandiosa, mas difícil de ser apreciada por um conhecedor
das práticas de terror, e dos valores macabros na Alemanha naquele período. A
grandiosidade dos nazistas é pequena. A arrasada Alemanha no pós primeira
guerra necessitava de um renascimento, mas não a cultura.

É nítido o motivo pelo qual esse Renascimento clássico que promoveu o


arquiteto e pintor frustrado Hitler não é louvado, em total contraste com o tão
Renascimento italiano. Os italianos não acabavam com todos aqueles que não se
encaixavam na estética clássica do belo, muito menos promoveram genocídios com
base em ideologias sem sentido. Os crimes que os nazistas cometeram contra a
humanidade nos fazem querer desprezar tudo o que envolve a Alemanha daquele
período.
Para Hitler a arte era o instrumento que o Estado mostraria sua supremacia, o
que mostra também a postura estética adotada para promover a “purificação” da
nação que ia das artes às ciências médicas.

Ao idealizar uma Alemanha, Hitler entrou num problema de homogeneização


enquanto perfeição e optou pela execução do diferente. A esperada elevação da arte
pura, tornou animais homens e mulheres, realizando assim uma das maiores
barbáries da história da humanidade.

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