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Maceió
2019
O documentário trata nitidamente de como os nazistas utilizavam a questão da
arte como instrumento político e como reflexo dos ideais. Hitler com novos valores,
defendia a nova Alemanha e para isso, dizimou toda a moral e toda noção de
dignidade. Defendendo um Reich alemão com membros apenas da “raça pura
ariana. Para os nazistas, o novo grande homem deveria ser ariano, saudável e belo.
Foi promovido um renascimento cultural a na Alemanha. A volta a ideais
clássicos, formas perfeitas e à escultura no estilo grego ocorreu sob o governo de
Hitler. Mas esses mesmos nazistas combateram uma arte nova e original que
estava surgindo naquela época, como expressionistas, cubistas, entre outros tipos
de arte moderna. Gênios notórios foram considerados “degenerados”. Os nazistas,
profissionais em propaganda, compararam os personagens “degenerados” com
fotos de “pessoas degeneradas”, ou seja, de doentes mentais. Entende-se porque
os nazistas combateram esses artistas modernos: a maioria deles também usava a
arte como instrumento político, e tinham na sua maioria, tendências marxistas. O
combate ao marxismo também fica nítido quando é mostrado no filme que o objetivo
era formar um povo alemão unido (“ein Volk”), sem classes sociais. O conceito
marxista de “luta de classes” é completamente abandonado, e percebe-se isso no
trecho em que o nazista diz que se você investir no trabalhador, com higiene e
cultura, ele não vai ter por que fazer uma revolução.
Todo o amor ao ideal ariano; todo o desprezo ao que não se encaixava nesse
perfil. Prova disso é a parte do filme que evidencia a bela arquitetura de um
manicômio alemão, enquanto um nazista fala que é um desperdício uma arquitetura
tão bela para uns doentes loucos que não tem capacidade de apreciar tamanha
beleza. A arte nazista é grandiosa, mas difícil de ser apreciada por um conhecedor
das práticas de terror, e dos valores macabros na Alemanha naquele período. A
grandiosidade dos nazistas é pequena. A arrasada Alemanha no pós primeira
guerra necessitava de um renascimento, mas não a cultura.