O artigo analisa como a violência contra os povos indígenas no Brasil é sistêmica e se baseia no racismo institucional. Discute como a concepção errônea de raça foi usada para justificar a subordinação e exploração dos indígenas ao longo da história, desde a colonização até as políticas do Estado brasileiro moderno. Apesar de reconhecerem os direitos dos indígenas em 1988, medidas atuais ameaçam reduzir esses direitos e marcam um retrocesso.
O artigo analisa como a violência contra os povos indígenas no Brasil é sistêmica e se baseia no racismo institucional. Discute como a concepção errônea de raça foi usada para justificar a subordinação e exploração dos indígenas ao longo da história, desde a colonização até as políticas do Estado brasileiro moderno. Apesar de reconhecerem os direitos dos indígenas em 1988, medidas atuais ameaçam reduzir esses direitos e marcam um retrocesso.
O artigo analisa como a violência contra os povos indígenas no Brasil é sistêmica e se baseia no racismo institucional. Discute como a concepção errônea de raça foi usada para justificar a subordinação e exploração dos indígenas ao longo da história, desde a colonização até as políticas do Estado brasileiro moderno. Apesar de reconhecerem os direitos dos indígenas em 1988, medidas atuais ameaçam reduzir esses direitos e marcam um retrocesso.
Análise sobre o texto “Colonialidade do poder e a violência contra os
povos indígenas” de Clovis Antonio Brighenti
O artigo Colonialidade do poder e a violência contra os povos
indígenas, publicado pela revista “PerCursos” no mês de setembro de 2015, traz a discussão que, apesar de ser um conteúdo de lutas por direitos que já percorre a muito tempo a história do nosso país, a violência praticada sobre os indígenas segue na contemporaneidade. O autor em seu texto atribui como necessária uma análise histórica e sistêmica, que dá a possibilidade do entendimento da subjetividade compreendida nesta violência. Assim, atribui o conceito da violência simbólica, que acontece pela legitimidade de um discurso do poder dominante baseado em imposições de natureza racistas. A fonte analisada diz que a exemplo deste exercício de poder simbólico encontramos a classificação externa de quem se enquadra como indígena mesmo que o conceito de raças humanas seja moldado por questões culturais e associado com autoidentificação,como praticado outrora, quando era justificado biologicamente.
O artigo de Brighenti como fonte histórica, apesar de conter apenas
dezoito páginas, traz um conteúdo com base e entendimento sobre o assunto, suas referências bibliográficas para a produção do texto são bem- conceituadas, que podem ser usadas como outras fontes históricas relevantes, como por exemplo a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o “desenvolvimento” versus os povos indígenas, do Conselho indigenista Missionário (CIMI), Relatório: Violência contra os povos indígenas no Brasil, de 2015, inclusive tendo outros textos do autor sobre o tema analisado. Analisando o conteúdo podemos ver que Brighenti evidencia que a violência sistêmica ocorre devido a inferiorização dos povos indígenas, que é um processo histórico, sendo legitimado pela omissão do Estado, sendo assim estabelecido um racismo institucional, e abordando o início da República, foi assim caracterizado pela utilização dos indígenas como mão de obra, pela formulação de conceitos para dar justificativas ao seu extermínio e pela ausência de políticas indigenistas. O texto caminha com propriedade até o período histórico da fundação do Serviço de Proteção aos Índios, o órgão que praticava, entre outras atrocidades, assassinatos, tortura, prostituição e trabalho escravo. O autor nos situa que após sua extinção foi criada a Fundação Nacional do Índio (Funai), cuja estrutura foi baseada em dinamizar a exploração de recursos em terras indígenas, com auxílio do Departamento Geral do Patrimônio Indígena. A inferiorização veio baseada na determinação de raça através de fatores biológicos, excluindo assim a categoria dos indígenas e determinando esse status subordinado permanente. Desde a associação colonial de cor de pele com raça e status social, o racismo está enraizado e é usado na justificativa do uso de poder e violência sistêmica.
A fonte histórica aqui analisada traz de forma elucidativa questões sobre
a violência sistêmica e as condições de omissão e abusos sobre os povos originários. O racismo sofrido por esse grupo vem da ideia errônea de que os indígenas correspondem a uma raça diferente do “homem branco”. Mas é inexistente qualquer evidência científica que respalde essa concepção racista, visto que as populações humanas são geneticamente abertas. Assim, vê-se que a separação em raças é puramente cultural e, portanto, não há sentido em criar uma hierarquia de superioridade entre essas.
O artigo de Beghenti nos apresenta profundidade e objetividade acerca
de um tema extremamente importante da nossa história, analisando a situação constitucional desse povo, percebe-se que a violência ocorre com amparo jurídico, sendo institucional, assim sendo praticada uma doutrina de superioridade para justificar a desumanização e ideias discriminatórias baseados em características físicas. Ainda que em 1988 esse povo tenha tido seus direitos reconhecidos pela constituição, atualmente existem medidas com o intuito de diminuir os direitos dos índios dentro das três esferas políticas, como a paralisação de demarcação das terras indígenas, o que marca um retrocesso gigante na história do país. Desta forma, pratica-se a colonialidade do poder, já que ainda que haja independência política, a relação colonial continua a ocorrer baseada na imposição de classificações raciais, sendo negados e destruídos os valores tradicionais desses povos.