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Área 1, Aula 10
Alexei Machado Müller, Maria de Fátima Oliveira Saraiva & Kepler de Souza Oliveira Filho
Introdução
Prezado aluno, em nossa décima aula, da primeira
área, vamos estudar o sistema solar dando ênfase aos
corpos menores.
Bom estudo!
Objetivos da aula
Nesta aula, a última dos conteúdos da primeira
área, vamos tratar dos corpos menores do sistema solar, e
esperamos que ao final você esteja habilitado a:
• descrever e comparar as características
gerais de planetas anões, cometas,
asteroides do cinturão principal e asteroides
do cinturão de Kuiper;
• descrever a composição e estrutura de um
cometa, explicando como se forma e para
onde aponta a sua cauda;
• estabelecer a diferença entre meteoroide,
meteoro e meteorito;
• perceber de forma realista a possibilidade
de ocorrerem impactos desses objetos na
Terra, e os riscos que tais impactos podem
oferecer.
Asteroides
.
Figura 01.10.03: Imagem colorida de Ceres.Fonte: HST.
Figura 01.10.04: O asteroide Ida (à esquerda) e sua lua Dactyl (ponto branco
à direita).
Asteroides
transnetunianos
Figura 01.10.05: Gerrit Pieter Kuiper (1905-1973), astrônomo holandês.
São também conhecidos Descobriu duas luas de planetas de nosso sistema solar (Miranda, em Urano;
como objetos do Nereida, em Netuno).
Cinturão de Kuiper.
São corpos de
composição mista entre
O cinturão de Kuiper é uma região em forma de rosca,
rocha e gelo que centrada no Sol e alinhada com plano do sistema solar, com
habitam uma região em bordas entre 30 e 55 UA do Sol, portanto logo após a órbita de
forma de rosquinha Netuno. Os asteroides que povoam essa região são
centrada no Sol, com
bordas entre 30 e 55 UA.
compostos de uma mistura de gelo e rocha, e são mais
conhecidos como objetos do cinturão de Kuiper, ou objetos
transnetunianos.
Figura 01.10.08: Éris e seu satélite (Dyssnomia), fotografado pela primeira vez
por Michael E. Brown com telescópio de 10m do W.M. Keck Observatory.
Cometas
Área 1, Aula 10, p.7 Figura 01.10.12: Componentes de um cometa, núcleo, coma, cauda ionizada,
Müller, Saraiva & Kepler cauda de poeira, cauda de hidrogênio.
Normalmente podem ser observadas duas caudas,
uma cauda de gás e uma cauda de poeira. A cauda de
poeira é mais larga, curva e amarela porque brilha devido à
reflexão da luz solar na poeira. A poeira segue a órbita
kepleriana, isto é, quanto mais distante do Sol mais devagar
movem-se as partículas. A cauda de gás é reta e azul, pois
brilha devido à emissão do monóxido de carbono ionizado
(plasma), que fica em λ = 4.200 Å. O gás expelido do cometa é
ionizado pela radiação solar e segue as partículas ionizadas
expelidas pelo Sol, chamadas de vento solar. A cauda de
hidrogênio, somente visível em ondas de rádio, é a mais
extensa; por ser composta das partículas mais leves, é a mais
afetada pela pressão de radiação.
Algumas vezes é observada também uma anti-cauda,
isto é, uma cauda na direção do Sol. Essa cauda é um efeito
de perspectiva, causado por partículas grandes (0,1 a 1 mm
de diâmetro), ejetadas do núcleo, que não são arrastadas
pela pressão de radiação do Sol, permanecendo na órbita.
Figura 01.10.17: Cometa Hale-Bopp, janeiro 1997, foto foi tirada ao anoitecer,
em Porto Alegre. Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/comast/comast.htm.
Área 1, Aula 10, p.9 Figura 01.10.18: Jan Hendrik Oort (1900-1989). Astrofísico e astrônomo
Müller, Saraiva & Kepler holandês.
Figura 01.10.19: Nuvem de Oort.
Meteoros
Meteoros são pequenos asteroides (meteoroides) que
se chocam com a Terra. Ao penetrar na atmosfera da Terra
geram calor por atrito com a atmosfera, deixando um rastro
brilhante facilmente visível a olho nu, chamados de estrelas
Meteoros
cadentes. O termo vem do grego meteoron, que significa
Pequenos asteroides que fenômeno no céu. Existem aproximadamente 2.000
se chocam com a Terra. asteroides com diâmetro maior de 1 km, que se aproximam
da Terra, colidindo com uma taxa de aproximadamente 1 a
cada 1 milhão de anos. Dois a três novos são descobertos
por ano e suas órbitas são muitas vezes instáveis, devido a
interações gravitacionais com os vários corpos (planetas e
asteroides).
Meteoritos
Impactos na Terra
Área 1, Aula 10, p.13 Figura 01.10.27: Foto mostra a recuperação do maior pedaço do meteorito de
Müller, Saraiva & Kepler Sikhote-Alin, de 1.745 kg, sendo tirado de sua cratera por um caminhão. Mais
de 9.000 pedaços, compondo 28 toneladas foram recuperados.
Em 18 de janeiro de 2000, um meteoro explodiu sobre o
território de Yukon, no Canadá, gerando uma bola de fogo
brilhante detectada por satélites de defesa e também por
sismógrafos. A energia liberada foi da ordem de 2 a 3 kton TNT.
Denominado Tagish Lake, em referência ao local da queda,
foram recuperados alguns pedaços, 850 g, do meteoro que
deve ter tido 200 ton e 5 m de diâmetro.
Figura 01.10. 29: Concepção artística dos impactos que teriam ocorrido à
época extinção dos dinossauros.
Satélites
Orbitam os planetas e o
número de satélites de um
planeta está relacionado
à massa de cada planeta.
Anéis
Resumo
O sistema solar contém, além dos planetas e dos
planetas anões, um grande número de corpos menores,
entre os quais estão incluídos os satélites e anéis dos planetas,
os asteroides, os meteoroides e os cometas.
Como exceção dos satélites e dos anéis, que orbitam
os planetas, todos os demais corpos orbitam o Sol.
Os planetas anões são objetos que têm massa
suficiente para terem adquirido forma esférica, mas não
grande o suficiente para "limpar" as vizinhanças de sua órbita,
ou seja, não são significativamente maiores e mais massivos
do que os demais corpos que orbitam o Sol à mesma
distância em que se encontram. Até o momento, os planetas
anões do sistema solar são Éris, Plutão, Ceres, Haumea e
Makemake. Ceres é o maior objeto do cinturão de asteroides
principal; os outros quatro são objetos transnetunianos.
Os asteroides do cinturão principal são corpos
pequenos, rochosos ou metálicos, com órbitas quase
circulares e coplanares com a eclíptica, encontrados
principalmente no cinturão principal, entre as órbitas de
Marte e Júpiter.
Os asteroides transnetunianos, são corpos de
composição mista entre rocha e gelo, que habitam uma
região em forma de rosquinha centrada no Sol, com bordas
entre 30 e 55 UA, chamado cinturão de Kuiper. Os asteroides
transnetunianos são também conhecidos como objetos do
cinturão de Kuiper.
Os cometas são objetos compostos de materiais
voláteis congelados, que, ao contrário da maioria dos demais
corpos do sistema solar, têm órbitas altamente elípticas e não
confinadas ao plano da ecliptica. Eles também apresentam
poeira (silicatos) em sua composição, por isso são
considerados "bolas de gelo sujo". À medida que eles se
aproximam do Sol, parte do gelo derrete, formando uma
grande nuvem de gás e poeira ao redor do cometa,
chamada coma, com diâmetro da ordem de 100 mil km. A
parte sólida e gelada no interior é o núcleo e normalmente
tem 1 a 10 km de diâmetro. O calor e o vento solar
proveniente do Sol sopram o gás e a poeira da coma
formando a cauda. Essa cauda sempre aponta na direção
oposta à do Sol e pode estender-se até 1 UA de
comprimento. Acredita-se que os cometas são corpos
primitivos, presumivelmente sobras da formação do sistema
solar, que residem na "Nuvem e Oort", uma vasta nuvem
esférica circundando o sistema solar, com borda a
aproximadamente 50.000 UA do Sol.
Meteoroides são pequenos asteroides, em geral com
menos de 100 m de diâmetro. Meteoros são meteoroides
(mas podem ser também pedaços de cometa) que são
atraídos pela Terra e se incendeiam ao entrarem na
atmosfera, devido ao atrito com o ar - o rastro brilhante
popularmente conhecido como "estrela cadente". Se o
objeto não é completamente vaporizado na atmosfera, o
pedaço sobrevivente que atinge o solo é chamado
Área 1, Aula 10, p.19 meteorito.
Müller, Saraiva & Kepler
Existem três tipos de meteoritos: os rochosos (os mais
abundantes), os metálicos e os metálico-rochosos. Um tipo de
meteorito rochoso é o condrito carbonáceo, que representa o
tipo mais antigo de meteorito, com aproximadamente 4,5
bilhões de anos e parecem não ter sofrido qualquer alteração
desde a época de sua formação.
A cada dia a Terra é atingida por corpos
interplanetários, a maioria deles microscópicos, sem qualquer
risco para a Terra. No entanto, a cada 100 milhões de anos, em
média, acontece um impacto devastador, como o que atingiu
a Terra há 65 milhões de anos e que está associado à extinção
dos dinossauros.
Os satélites orbitam os planetas e o número de satélites
está relacionado à massa de cada planeta.
Os quatro planetas jovianos apresentam um sistema de
anéis, constituídos por bilhões de pequenas partículas
orbitando muito próximo de seu planeta. Nos quatro planetas,
os anéis estão dentro do limite de Roche e , devem ter se
formado pela quebra de um satélite ou a partir de material que
nunca se aglomerou para formar um satélite.
Questões de fixação
Agora que vimos o assunto previsto para a aula de hoje
resolva as questões de fixação e compreensão do conteúdo a
seguir, utilizando o fórum, comente e compare suas respostas
com os demais colegas.
Bom trabalho!
1. Que objetos se englobam como “corpos menores” do
sistema solar?
2. Onde se localizam e o que são:
a) o Cinturão de Kuiper?
b) o Cinturão de asteróides?
c) a Nuvem de Oort?
3. Por que os cometas são considerados ”bolas de gelo
sujo”?
4. De que é feita e para onde aponta a cauda de um
cometa?
5. Quais são as diferenças entre meteoroide, meteoro e
meteorito?
6. Segundo a definição de planeta anão, qual é o
critério que diferencia esses objetos de planetas? Qual o critério
que diferencia os planetas anões de asteroides?
Aqui se encerra a 1ª área. Lembre-se que em breve
ocorrerá a avaliação presencial. Boa prova!