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ADRIANA C. LOPES
ADRIANA FACINA
DANIEL N. SILVA
(ORGS. )
EM
PINGO
D’ÁGUA
SOBREVIVÊNCIA,
CULTURA E LINGUAGEM
Entre dicotomias que fundamentam o
pensamento moderno liberal, encon-
tramos o binarismo vida/morte. Uma
polaridade que parece uma simples autoa-
firmação da realidade, mas que esconde
uma divisão assimétrica entre os dois
termos. Uma hierarquia violenta, que se
desdobra em tantas outras. Enquanto vida
é percebida como a origem, a morte é
temida, sinônimo de cinzas e de finitude
humana. Trata-se de certa lógica vitalista
que concebe o sujeito a partir de uma
matéria orgânica que triunfa sobre a morte.
No entanto, se pensássemos que não só
existem diversas maneiras de morrer e de
viver, mas, para além deste esquema,
deixássemos transbordar distintas formas
de se pensar, de se experimentar e de se
fazer ‘o viver e o morrer’? Se trouxéssemos
os rastros de histórias, de memória, de
culturas, de narrativas, de corpos e de
escritas que colocam em xeque o próprio
maniqueísmo de tal divisão? Derrida, em
Sobreviver/Diário de Borda, argumenta que
há um intervalo entre essas polaridades,
que continua, persiste, luta, dura e está
além do viver e do morrer: a sobrevivência.
ADRIANA C. LOPES
NÓ ADRIANA FACINA
DANIEL N. SILVA
(ORGS. )
EM
PINGO
D’ÁGUA
SOBREVIVÊNCIA,
CULTURA E LINGUAGEM
O labirinto e o caos:
narrativas proibidas e sobrevivências
num subgênero do funk carioca
DENNIS NOVAES • CARLOS PALOMBINI
Tá tudo vigiado,
O sistema tá sorrindo.
Quer pegar o bonde?
Cai pra dentro do labirinto!
[ MC ORELHA, “SISTEMA”, ABR. 2010 ]
Semântica e pragmática
100
Utilizamos itálicos, de preferência a aspas, para termos e expressões nativos. Para uma
definição de “o crime”, ver Facina e Palombini (2017, p. 349).
287
de modo crítico resulta em proibidão ou consciente? Se a vida do crime exalta
seu poder de compra, temos proibidão ou ostentação? Efetivamente, a
montagem constitui tanto uma técnica de produção musical quanto uma
estética; proibidão e consciente são manifestações de consciências diversas
(ou da mesma consciência) que se exprimem em contextos diferentes
(ou no mesmo contexto), em registros distintos; grifes são elementos de
identidade que, nos anos 1990, afixaram o pertencimento a este ou àquele
grupo (amigo ou alemão, Lado A ou Lado B, Comando Vermelho ou Terceiro
Comando), e a ostentação de armas, de grifes e de mulheres foi caracterís-
tica do proibidão em seu fastígio101. Temas, técnicas, disposições e pontos
de vista articulam-se de formas complexas no decorrer da história do funk
carioca para definir o que seja um proibidão, um consciente, uma putaria,
uma montagem, um melody, um ostentação, um gospel, um comédia, um
neurótico ou um pop-funk.
Embora fundamentada na semântica nativa, tal concepção não corres-
ponde necessariamente à pragmática: MCs, DJs, compositores, empresários
e funkeiros empregarão ou não o termo de acordo com estratégias de legi-
timação, quer almejem valer-se do cacife do movimento — de seu capital
subcultural, diria Sarah Thornton (1995) — quer prefiram dissociar-se deste
perante interlocutores potencialmente hostis. Assim, os termos neurótico
e consciente adquirirão valor de eufemismos, e o subgênero não deixará de
sujeitar-se ao clássico antagonismo segundo o qual haveria um proibidão do
mal, apologético, e um proibidão do bem, cronístico ou moralizante, e este só
não seria consciente por insipiência da sociedade102. A expressão rap de contexto
manifesta a ligação da música com a localidade (o contexto, no sentido literal)
e as narrativas da facção (o contexto, por extensão), e seria portanto a mais
denotativa, não carregasse consigo as conotações de rap bom, de contexto. Ela
foi utilizada sobretudo por volta dos anos 1998 e 1999, mas caiu em desuso
no decênio subsequente.
101
Localizamos esse apogeu entre a Chacina do Pan, em 2007, e a ocupação militar dos
Complexos da Penha e do Alemão, em 2010. Nesse período, o Baile da Chatuba tornou-se
uma plataforma de lançamentos, e o Complexo da Penha, um celeiro de artistas: os MCs
Smith e Max, o DJ Byano, os compositores Praga e Cláudio da Maragogi etc.
102
Sobre o uso nativo do termo “sociedade” na terceira pessoa do singular, ver Novaes (2016).
288
A produção musical e a performance podem contribuir para aproximar ou
afastar o rap das esferas do proibidão ou do consciente. “Falcão do morro”,
do MC Dido, na voz do autor, em produção do DJ Mortadela (2010), é um
proibidão, mas nas vozes dos MCs Dido e Marcelly, em produção dos DJs
Dennis e Victor Jr (2011), torna-se um consciente. “Amigo da antiga”, do
MC Andrezinho Shock, na voz do MC Tikão, em produção do DJ Kbelinho
(2009), é um proibidão, mas “Tempos de moleque”, a mesma música na voz
do autor em produção do DJ Gilberto (2010), torna-se um consciente. “Vida
na cadeia”, com Mr. Catra, em produção dos DJs Ratinho e Grandmaster
Raphael (1998), é um consciente, mas, ao vivo, no CD “O Fiel” (1999),
torna-se um proibidão. Contribuem para os reenquadramentos alterações
na letra e diferenças de produção musical, de performance vocal e de perso-
nalidade artística dos intérpretes. A criminalização será o selo de qualidade
disruptiva conferido pelo Estado a uma estética musical.
Vozes
289
Quem me conhece, sabe. O que eu cantei não foi proibidão. O que
eu cantei foi o que eu vivi. O que eu cantei foi o que eu presenciei. O
que eu cantei foi o que um dia eu sofri (Cordeiro e Palombini, 2015).
290
a consciência de uma pessoa que acaba de tirar a vida de outra a
troco de nada. Bandido, polícia ou cidadão comum, somos todos
seres humanos que deveríamos preservar nossas vidas como Deus
nos ensinou. Nessa guerra não existe lado certo porque a guerra já
é um erro.
103
Sobre os antecedentes dessa matéria, ver Araújo (2015), Fantti (2015) e Torres (2015).
291
Ao estrear “Faixa de Gaza 2” na Roda de Funk de São Gonçalo, no Recanto
do Caranguejo, na madrugada de sexta-feira, 13 de novembro de 2015, ele
exclama: “Tá ligado no meu ritmo: canto proibidão mesmo, o que muitos
chamam de proibidão, que pra mim é liberdade de expressão: esse bagulho de
apologia ao crime não existe!” Presente ao evento, Mascote ratifica: “Orelha,
continua nessa de proibidão!”
Intérprete consumado das composições de Cláudio da Maragogi e Praga,
o MC Smith se expressa nos seguintes termos durante entrevista a nós conce-
dida em sua residência, na Penha, dia 9 de fevereiro de 2015:
104
Smith fala no pretérito imperfeito porque a cena do proibidão esmoreceu desde a
ocupação militar dos Complexos da Penha e do Alemão, em novembro de 2010, e o próprio
MC distanciou-se do subgênero após sua prisão, em 15 de dezembro daquele ano.
105
O MC Galo foi detido numa blitz no Leblon em 14 de dezembro, mas Smith refere-se a
outro inquérito, em função do qual os MCs Frank, Tikão, Max e ele mesmo foram presos na
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010, enquanto o MC Dido apresentou-se no dia seguinte
(Palombini, 2013).
292
ou “A.D.A.” ou “Terceiro Comando” ou o que seja, não pode. Mas
o filme “Tropa de elite”, o livro “Tropa de elite”, onde eles falam
que torturam mesmo, que matam mesmo, é coisa normal, e não
“apologia”. É uma grande hipocrisia. As pessoas só fazem home-
nagem ao traficante porque é ele quem promove o baile. No dia
em que o governo começar a promover o baile, a dar oportunidade
de trabalho para essa rapaziada (acabamos de falar sobre quantos
empregos o funk gera), quem sabe essas pessoas não farão uma
homenagem ao governador, ao invés de ao traficante? Pode mudar.
Verdade/veracidade
293
ou nas arquibancadas não constituem evento esportivo senão à guisa de
complementos de uma narrativa radiofônica que só é acessória perante o
testemunho visível dos atos (cf. Schaeffer, apud Pierret, 1969, p. 92). Em
outras palavras, se nem a linguagem nem a reportagem podem ser o que
transmitem (um absurdo ontológico), muito menos a arte. Elas o podem
significar, reconstituir, sugerir, relatar, representar, apresentar, elucidar,
ocultar, calar, mistificar, falsificar. E se a arte tem o dom de dar forma a arte-
fatos mais reais que a realidade mesma, é justamente por abdicar do estatuto
da realidade.
Complicações adicionais advêm do fato de alguns cantores estabele-
cerem distinções tácitas ou explícitas entre a persona artística do MC e o
indivíduo que a encarna. A esse respeito, assim se exprime Wallace Ferreira
da Motta, o MC Smith, na entrevista citada:
294
não o suficiente para me mostrar que posso conseguir muito mais.
Sempre acho que posso querer algo mais, mas esse meu jeito
acomodado de ser não deixa. O Orelha está entre uma personagem
e a realidade do Gustavo. E o Gustavo é isso, o que vivo todo o dia. O
Orelha talvez não seja (Lopes e Palombini, 2013, p. 13-4).
Narrar o caos
295
Na guerra somos igualmente vulneráveis, na guerra não existe
justiça, nem direito, não existe lado certo, não existem escrúpulos,
na guerra afloram todos os sentimentos, principalmente o medo,
que por sua vez é o pai de todos os erros, a guerra só é suportável
quando nos apegamos à fé, fé muitas vezes compartilhada entre
inimigos, inimigos que se parecem, inimigos da mesma cor, da
mesma classe social, inimigos que creem nas mesmas coisas,
inimigos que lutam por algo que desconhecem, que buscam um
alvo que não tem forma, não tem rosto, inimigos que nem sequer
acreditam na causa que defendem. O fogo consome ambos os lados,
propagando um ódio bilateral. Numa sociedade movida pelo caos
surgem hinos que são entoados por milhões de pessoas que se reco-
nhecem na crônica do dia a dia: a crônica do caos.
Não existe violência mais cruel que a miséria, e tudo isso é reflexo
de uma política malconduzida. Diante dessa negligência admi-
te-se uma grande possibilidade de crimes, e em contrapartida uma
polícia que é treinada para ser violenta e letal, mal remunerada e de
fuzil na mão, pronta pra abater qualquer um que infrinja a lei que ela
própria não respeita ou sequer conhece, numa democracia em que
não se tem liberdade para fazer escolhas, onde as drogas lícitas são
as que mais destroem famílias (alcoolismo), onde os tabus estão
acima das prioridades, e as autoridades, acima das leis.
O medo de que essa realidade seja exposta faz com que se imponha
o silêncio. Por outro lado, a guerra nos deixa uma importante lição:
A paz só é negociada diante do caos (Batista, 2013, p. 11-2).
Narrar o caos, os seres engendrados por ele, nele, requer do artista deslo-
camentos constantes entre sentidos que, em seu conjunto, não propõem
juízo monolítico de valor. O eu lírico pode advertir um amigo sobre os
perigos da vida no crime (“Amigo da antiga”), anunciar a batalha com uma
facção rival ou com a polícia (“Gil do Andaraí ao vivo na Nova Holanda”),
lamentar a morte de amigos (“MC Cidinho a cappella ao vivo na Nossa Roda
de Funk”), descrever um assalto a banco (“Missão extraordinária”, “Terror
dos bacanas”), ansiar pela liberdade (“Vida na cadeia”) etc. A potência da
realidade artística, já o dissemos, reside justamente em não ser o real e muito
menos ter intenção de sê-lo.
Relacionamos o texto de Praga com as reflexões de Veena Das e Deborah
Poole sobre o Estado em suas margens, não para refletir sobre o ente
296
monolítico apresentado pela teoria política moderna, mas para conceber um
conjunto de práticas disciplinares e coercitivas constituintes desta coisa à
qual denominamos Estado. Dizer margem não é dizer que o Estado seja fraco
ou esteja ausente ali. Este redimensionamento contextual pode clarificar o
sentido de suas atuações (Das e Poole, 2004). A polícia de Praga é a mesma
dos moradores. Ela não permite separações nítidas entre legalidade e ilegali-
dade. A leniência do sistema judiciário com os crimes de policiais e o enfoque
dado pela mídia corporativa às mortes de jovens favelados mostram que a
corrupção e a letalidade da polícia são políticas de Estado106 com sentido
bem definido: exterminar ou encarcerar em massa jovens pretos, pobres e
favelados a fim de dar prosseguimento ao processo de penalização da miséria
exposto por Loïc Wacquant107. O rap “Sistema (Querô108 de São Gonçalo)”,
do MC Orelha, formula essa realidade em termos poético-musicais.
Aí!
106
Aproximamo-nos da noção de Estado ampliado, de Gramsci (cf. Thwaites Rey, 2007), para
situar a mídia corporativa na sociedade civil no papel de difusora dos valores da classe diri-
gente e fornecedora do conteúdo ético do Estado.
107
“A ‘mão invisível’ do mercado de trabalho precarizado conseguiu seu complemento insti-
tucional no ‘punho de ferro’ do Estado, que tem sido empregado para controlar desordens
geradas pela difusão da insegurança social” (Wacquant, 2008, p. 93-4).
108
Morro do Querosene.
297
TH já deu o papo: traz logo os pentes de cem,
Deixa eles passar do trilho que nós vai ver quem é quem.
Quem pode acabar com a guerra não quer que a guerra acabe,
Enquanto isso nós trafica à vontade.
Tá tudo vigiado, o sistema tá sorrindo:
Quer pegar o bonde? Cai pra dentro do labirinto!
298
A maioria das minhas músicas, elas são verídicas. São coisas que
acontecem mesmo. Por exemplo: “Uma hora da manhã, o bonde
todo se apronta, Desce pelas vielas no estilo tipo Colômbia, Quando
eu tava subindo não deu para acreditar: tiro pá caramba no estilo
de Bagdá”. Eu estava subindo pra curtir o baile e policiais estavam
entrando na favela. E ao mesmo tempo que os policiais subiam, os
caras desciam lá de cima. Então rolou um confronto armado: tiro
pra lá e tiro pra cá. Eu fiquei naquele meio, e o motorista: “Caraca,
cara!” Eu falei: “Maluco, tá tipo Bagdá, mané!”
299
vítima, e chegaram à Vila Cruzeiro para constatar um faturamento
de 240 mil reais, livre de impostos e livres de processo criminal,
pois o depoimento da vítima certamente apontaria os bandidos do
Dendê como principais suspeitos.
300
Sobrevivência e revivência, seguir a viver e retornar dos mortos; seguir
a viver vai além tanto de viver quanto de morrer, suplementando
cada um com uma irrupção e certo alívio, parando a vida e a morte,
terminando-as numa parada definitiva, a parada que dá fim a algo e a
parada que condena com uma sentença, uma declaração, uma palavra
falada ou uma palavra que segue a falar (Derrida, 1979, p. 108).
Perguntas frequentes
Do mesmo modo que Pascal Ory (2004) em seu livro sobre fascismo,
concluímos este trabalho com um conjunto de perguntas frequentes.
O proibidão é crime?
Não, o delito de apologia ao crime é inconstitucional.
301
Qual o motivo condutor do proibidão?
A ética.
302
Os artistas do proibidão gostariam que seu trabalho fosse reconhecido
pelo Estado?
Alguns, sim; outros, não.
O proibidão é político?
Eminentemente.
303
Qual a função do proibidão?
Manter acesas as chamas da revolta e da justiça.
O que Deus representa no proibidão?
O último recurso, diante do qual todos são iguais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
304
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VIDA NA CADEIA. Mr. Catra (intérprete). O Fiel (CD), 1999. Disponível em <http://goo.
gl/mnFJY1>, acesso em 30 jul. 2016.
307
Nas palavras do próprio filósofo: “o sobre-
viver transborda, ao mesmo tempo, o viver
e o morrer, suplementado-os, um e outro,
como um sobressalto e um certo alívio
temporário, parando a morte e a vida ao
mesmo tempo”. Assim, pensando além de
qualquer posição dicotômica, a sobrevi-
vência é um termo-chave que nos permite
ampliar nossos espaços de fala e de escuta,
bem como trazer à tona reflexões sobre as
estratégias, as frestas e as fraturas que os
sujeitos subalternizados encontram para
persistir e desenhar a suas próprias histó-
rias, memórias e trajetórias.
ISBN 978856567981-7
9 78 8 5 6 5 6 7 9 8 17