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UNIDADE II – PROCESSOS INCIDENTES

1. Exceções:

1.1. Conceito;
1.2. Exceções Dilatórias e Peremptórias
1.3. Espécies:

A) Suspeição;
B) Incompetência de juízo;
C) Litispendência;
D) Ilegitimidade de parte;
E) Coisa Julgada.

A) Exceções de Suspeição, Impedimento e Incompatibilidade:

- Distinções;

- Suspeição (hipóteses legais):

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a


processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado
por qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

VI- se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no


processo.

- Impedimento (hipóteses legais):

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do
Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como


testemunha;

III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou


de direito, sobre a questão;

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta


ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado
no feito.

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes
que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral
até o terceiro grau, inclusive.

- É possível a exceção de suspeição/impedimento do juiz durante o Inquérito


Policial?

- Procedimento:

Recusa em petição assinada pela parte ou por procurador com poderes especiais (razões,
prova documental e rol de testemunhas)

O juiz reconhece a suspeição O juiz não aceita a suspeição

1 - suspensão do processo; 1 – autuação da petição em apartado;


2 – juntada da petição de recusa com 2 – respostas do juiz em 3 dias (com
docs.; docs. e rol de testemunhas);
3 – declaração de suspeição. 3 – remessa, em 24h, dos autos ao
tribunal para julgamento.

Remessa dos autos ao substituto Reconhecida a relevância, Manifesta


legal citam-se as partes, marcam- improcedência –
se dia e hora para ouvida de rejeição sumária.
testemunhas. Julgamento.
- O que acontece com o ato praticado no processo em que houve declaração da
suspeição do julgador? Art. 564, I, CPP.

- Suspeição/impedimento de membro do MP: art. 104, CPP.

- Suspeição/impedimento de peritos, intérpretes e serventuários da justiça: art. 105,


CPP.

- Suspeição/impedimento dos jurados: art. 106, CPP.

- Suspeição/impedimento das autoridades policiais: art. 107, CPP.

- Qual o recurso cabível contra as decisões que julgam procedentes/improcedentes


as exceções de suspeição? Vide art. 581, III, CPP (ATENÇÃO!)

B) Exceção de Incompetência:

Oposição, verbalmente ou por


escrito, no prazo de defesa.

Aceitação da declinatória com


ouvida prévia do Ministério Público Recusa da declinatória.
(se o órgão não for o excipiente).

Continuidade do feito com registro


Remessa ao juízo competente e
da declinatória em termo caso tenha
continuidade do processo.
sido produzida oralmente.

- Possibilidade de declaração de incompetência ex officio: art. 109, CPP.

- Recurso cabível contra a decisão que declara a incompetência: art. 581, II, CPP (a
situação já não estaria abarcada pelo inciso III do mesmo dispositivo?).

- Qual o recurso cabível contra a decisão que declara a competência?


- O conflito de jurisdição (arts. 113 a 117, CPP):

 Crítica ao termo utilizado pelo Código (“conflito de jurisdição”);

 Conflitos: - positivo;
- negativo;
- controvérsia sobre unidade de juízo/ junção/separação de processos;

 Legitimados: - parte interessada;


- Ministério Público;
- Juízes e tribunais;

 Procedimento:

Representação – Juízes ou Tribunais


Requerimento – Parte interessada

Sendo NEGATIVO, os Juízes ou Tribunais poderão


suscitar o conflito nos próprios autos

TRIBUNAL COMPETENTE
(DISTRIBUIÇÃO)

Sendo POSITIVO, há possibilidade de suspensão


imediata do processo pelo Relator

Solicitação de informações (prazo marcado pelo


Relator) às autoridades conflitantes com remessa de
cópia do Requerimento/Representação

Ouvida do Procurador-Geral de Justiça

Decisão na primeira sessão, salvo se houver


necessidade de diligências

Cópias das decisões às autoridades em conflito


C) Exceção de Litispendência:

Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada,


será observado, no que lhes for aplicável, o disposto sobre a exceção de
incompetência do juízo.

§ 1o Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-lo


numa só petição ou articulado.

- Utiliza-se esta exceção para trancar um dos inquéritos policiais que têm como
objeto o mesmo fato criminoso? Como agir, nesse caso?

- Qual o recurso cabível contra a decisão que acolhe a exceção de litispendência? Art.
581, III, CPP.

- Qual o recurso cabível contra a decisão que não acolhe esta exceção?

- Qual o recurso cabível quando o juiz, de ofício, encerra um processo criminal por
entender presente a litispendência? Art. 593, II, CPP.

D) Exceção de Ilegitimidade de Parte:

- Aplicação do art. 110, CPP.

- Recursos: aplicação do que foi visto no item relativo à exceção de litispendência.

E) Exceção de Coisa Julgada:

- Aplicação do art. 110, CPP.

- Recursos: aplicação do que foi visto no item relativo à exceção de litispendência.

- Problema importante: sujeito ‘x’ falsifica moeda metálica e, posteriormente, faz uso
do objeto. Absolvido pelo crime de falsificação de moeda, poderá responder a novo
processo, dessa vez por uso da moeda objeto da contrafação/alteração?
2. Restituição de Coisas Apreendidas:

2.1. Objetos de apreensão:

 coisas que tiverem relação com o fato (art. 6º, II, CPP);
 coisas achadas (art. 240, §1º, b, CPP);
 coisas obtidas por meios criminosos (art. 240, § 1º, b, CPP);
 instrumentos de falsificação ou de contrafação (art. 240, § 1º, c, CPP);
 objetos falsificados ou contrafeitos (art. 240, § 1º, c, CPP);
 armas e munições (art. 240, § 1º, d, CPP);
 instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso (art.
240, § 1º, d, CPP);
 objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu (art. 240, § 1º, e,
CPP);
 cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja
suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do
fato (art. 240, § 1º, f, CPP).

2.2. Interesse ao processo (regra geral):

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas


não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.

2.3. Efeito da condenação – confisco em favor da União (art. 91, II, CPB):

 instrumentos do crime;
 produto do crime;
 bem ou valor que constitua proveito do crime.

- Ressalva-se o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

2.4. Hipóteses de devolução das coisas apreendidas:

1) Até o trânsito em julgado – quando não interessarem mais ao processo,


sendo lícitas;
2) Após o trânsito em julgado – quando não forem objeto de possível
confisco e em favor do lesado ou terceiro de boa-fé.
2.5. Procedimento:

Não há dúvida do Requerente

Manifestação do MP

Delegado Juiz

TERMO NOS AUTOS


(não há incidente em
apartado)

Dúvida sobre o direito do Reclamante


(Réu, vítima ou terceiro)

Requerimento autuado em apartado

Provas em 5 dias

Ouvida do Ministério Público

DECISÃO DO JUIZ CRIMINAL


Coisa apreendida em poder de terceiro de boa-fé

Petição do Requerente

Provas em 5 dias

3º de boa-fé
(alegações e provas em 5 dias)

Razões Finais de ambos os envolvidos em 2 dias

Ouvida do Ministério Público

DECISÃO DO JUIZ CRIMINAL

- Pontos Importantes:

1) O que fazer caso a dúvida persista?

2) E se o bem for deteriorável?

3) Que medida processual pode ser adotada caso a devolução do bem seja
injustamente negada?

3. Incidente de Falsidade:

3.1. Considerações iniciais (falsidade documental – material e ideológica);


3.2. Finalidade do incidente;
3.3. Legitimados Ativos no conflito:

 Juiz, de ofício (art. 147, CPP);


 Partes, pessoalmente (arts. 145 e 146, CPP);
 Procurador com poderes especiais (art. 146, CPP).
Petição de argüição da falsidade documental
(autuação em apartado ou não)

Ouvida da parte contrária


(48h)

Produção de provas por ambas as partes


(3 dias)

Autos conclusos
(possibilidade de diligências do juízo)

DECISÃO JUDICIAL

- Qual a via recursal para se atacar a decisão judicial sobre incidente de falsidade?
Art. 581, XVIII, CPP.

4. Incidente de Insanidade Mental:

4.1. Considerações iniciais (finalidade/momentos para sua realização).


4.2. Legitimados à instauração do incidente:

 Juiz, de ofício;
 Partes;
 Ministério Público;
 Curador;
 Ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado;
 Autoridade policial (representação – durante a fase de I.P.).
4.3. Procedimento:

Instauração do Incidente
(Portaria – Juiz)

Autuação em apartado e
nomeação de curador ao acusado

Suspensão do Processo e apresentação


de quesitos a serem levados aos Peritos

Possibilidade de realização de diligências


URGENTES no processo

Realização da perícia e entrega do laudo


(45 dias)

Possibilidade de entrega do processo aos


peritos pelo Juiz (desde que não haja
prejuízo)

Imputável ao tempo da Inimputável ao tempo da Imputável ao tempo da


infração e do exame infração infração mas não do
exame

Curso processual com a Suspensão processual –


Curso processual normal
presença de curador art. 152, CPP.

- Pontos Importantes:

1) Qual a via recursal para se atacar a decisão judicial sobre incidente de


insanidade?
2) Tem validade a juntada de laudo pericial obtido em incidente de outro
processo?
3) Cabe instauração de incidente de insanidade mental durante a fase recursal?
5. Medidas Assecuratórias:

5.1. Conceito;

5.2. Características (provisoriedade e instrumentalidade);

5.3. Do Sequestro de Bens Móveis e Imóveis:

A) Objeto:

BENS IMÓVEIS AQUISIÇÃO COM OS PROVENTOS DA INFRAÇÃO

BENS MÓVEIS QUANDO NÃO CABÍVEL BUSCA E APREENSÃO

B) Legitimados e Momentos de Realização (Art. 127, CPP):

Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do


ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá
ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de
oferecida a denúncia ou queixa.

C) Pressupostos (Art. 126, CPP):

Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios


veementes da proveniência ilícita dos bens.

D) Procedimento:

Portaria, Requerimento, Representação


(DECRETAÇÃO DO SEQUESTRO – autuação em apartado)

Expedição de mandado
(inscrição no Registro Imobiliário)

Possível a oposição de Embargos de Terceiro Meros Embargos (acusado ou terceiro de boa-fé)


(Art. 129, CPP) (Art. 130, CPP)

Trânsito em julgado da sentença condenatória

AVALIAÇÃO E VENDA DOS BENS EM LEILÃO PÚBLICO


Levantamento do Sequestro (art. 131, CPP)

3) Quando extinta
1) Decretado em
2) Quando o terceiro de estiver a punibilidade
investigação criminal,
boa-fé oferecer garantia do Réu ou na hipótese
desde que não intentada
plena para assegurar do mesmo ser
a ação penal no prazo
eventual indenização. absolvido, por sentença
máximo de 60 dias
transitada em julgado.

- Pontos Importantes:

1) Comissão Parlamentar de Inquérito pode determinar o sequestro dos bens


adquiridos com os proventos da infração?
2) Qual o Recurso cabível para atacar a decisão que decreta ou nega a decretação
do seqüestro?
3) Quais as diferenças entre os terceiros de boa-fé dos arts. 129 e 130, I, CPP?

5.4. Da Hipoteca Legal:

A) Objeto:

BENS IMÓVEIS INTEGRANTES DO PATRIMÔNIO DO ACUSADO


(ORIGEM LÍCITA)

B) Legitimados, Momentos de Realização e Pressupostos:

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser


requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja
certeza da infração e indícios suficientes da autoria.

Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas


nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o
ofendido for pobre e o requerer.
C) Procedimento:

Requerimento de Especialização de Hipoteca


(estimativa do valor da indenização e designação/estima do imóvel/imóveis)

Petição devidamente instruída, inclusive com documentos comprobatórios do domínio

JUIZ – por meio de avaliador judicial ou perito


(arbitramento do valor da responsabilidade e avaliação do imóvel/imóveis)

Manifestação das partes em 2 dias

Possibilidade de correção do arbitramento do valor da responsabilidade


(caso excessivo ou deficiente)

Autorização da hipoteca do imóvel/imóveis apenas necessários à garantia da


responsabilidade (inscrição no Registro Imobiliário)

Possibilidade de se requerer novo Oferecendo o Réu caução suficiente, pode


arbitramento o juiz deixar de inscrever a hipoteca

5.5. Do Arresto de Bens Móveis e Imóveis:

A) Objeto:

BENS MEDIDA PREPARATÓRIA PARA A HIPOTECA LEGAL


IMÓVEIS

BENS INTEGRANTES DO PATRIMÔNIO DO ACUSADO


MÓVEIS (Caso o responsável não possua bens imóveis ou seu valor seja insuficiente)
B) Legitimados, Momentos de Realização e Pressupostos:

- Mesmas hipóteses da hipoteca legal.

C) Procedimento:

Requerimento do Interessado Legitimado


(autuação em apartado)

Coisas infungíveis e facilmente deterioráveis –


avaliação e venda em leilão, depositando-se o
valor apurado

Decretação do Arresto

Depósito e administração dos


bens sujeitos ao regime do
CPC.

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