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AULA 01 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 14/02/2019

Professor: Mauro Antony

O professor frisou que ministrará aulas sobre Drogas, Torturas e Terrorismo.

Lei de Drogas 11.343/2006

Comentou que as elementares são os verbos (ações) relatados no Caput do artigo.

E as Circunstanciais estão fora do Caput.

Comentou as circunstanciais expressas em FRAÇÃO são as Causas de Aumento e as de


Diminuição das penas.
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AULA 02 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 21/02/2019

A lei 11.341/2006 Lei de Drogas é uma lei penal em branco de caráter heterogêneo, é
considerado em branco porque alguns artigos necessitam de complementação oriunda de
outras normas.

E Heterogênea porque esta complementação exigida não é oriunda de outras leis e sim de
outras normas, como neste caso, Portaria.

Conforme Portaria da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que traz um rol de
substâncias que são classificadas como Drogas.

A Lei de Drogas é considerada uma lei Penal EM BRANCO E HETEROGÊNEA, pois é


complementada pela Portaria 344 da ANVISA, ligada ao Ministério da Saúde, que determina
quais as substâncias que são consideradas Drogas.

Outra peculiaridade desta lei é que no artigo 25 considera esta lei não incriminadora, por
isso essa lei é considera Híbrida, pois contem tanto matéria penal como também contendo
conteúdo processual.

Possui matéria penal quando descreve os crimes nela inseridos, como por exemplo, o artigo
35 (Associação para o tráfico), possui também conteúdo processual quando estabelece o
rito a ser adotado a quem responde a ação Penal.

A competência para processar e julgar passou a ser do Juizado Especial Criminal (JECRIM),
em hipótese alguma se imporá prisão em flagrante.

As aplicações das sanções descritas no artigo 28 §3º Incisos II e II são aplicadas no prazo
máximo de 05 (cinco) meses.

A aplicação da sanção descrita no artigo 28 §1º Incisos I (advertência) é aplicada somente


uma vez em uma única audiência.

§ 4º deste artigo, no caso de reincidência da sanção aplicada no 3º Incisos II e II subirá para


10 (dez) meses.
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O professor iniciou a aula fazendo alguns comentários sobre o artigo 28 da lei 11.343/2006
Lei de drogas. Nesta Lei foi diferenciado o Usuário e o traficante de drogas, onde no artigo
28 está descrito as seguintes ações: ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM DEPÓSITO,
TRANSPORTAR, TROUXER CONSIGO, PARA CONSUMO PESSOAL, tipificado o USUÁRIO.

Gerou muitas polêmicas sem até acreditado que houve uma descriminização, mas na
verdade houve um abrandamento da pena.

Este artigo desta Lei, apesar de opiniões ao contrário, já foi declarado pelo STF como Crime,
reconhecendo que o referido tipo é sim uma infração penal, ocorrendo, porém um
abrandamento de pena, já que não há cominação de pena privativa de liberdade para o
usuário.

No artigo 28 desta lei, o tipo penal exige para sua caracterização o “dolo específico do
consumo pessoal” o que não ocorre com as condutas descritas com o artigo 33 desta
mesma lei.

No artigo 28 §2º trás o legislador critérios para se aferir se a droga é ou não para consumo
pessoal. Deve-se levar em consideração a natureza e a quantidade da droga, o local onde o
agente foi capturado e também as circunstâncias pessoais do agente, como a conduta e os
antecedentes se salienta que todos os critérios têm o mesmo peso de valoração.

No §1º deste artigo, é considerado uma figura equiparada ao “Caput” do Artigo. E incrimina
a conduta de quem semeia, cultiva e colhe plantas em pequena quantidade para consumo
pessoal.

A posse da droga para consumo pessoal é considerada infração de ínfimo potencial


ofensivo,
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AULA 03 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 07/03/2019

O Artigo 30 da Lei 11.343/2006, trás o legislador o prazo prescricional referente ao Crime


descrito no artigo 28 desta mesma lei. (posse da droga para consumo pessoal). Este prazo
prescricional se refere tanto da Prescrição da Pretensão Punitiva, assim como o prazo da
Prescrição da Pretensão Executória.

O Artigo 33 da Lei 11.343/2006 tipifica um Crime de ação múltipla ou de Conteúdo Variado.

O tipo Penal do artigo 33 é um delito de Ação Múltipla, de Conteúdo variado, também


chamado de Misto Alternativo, onde o Legislador descreve várias condutas, mas o Crime é
considerado Crime único. Porém a unidade de crimes só podem ser consideradas quando a
ação absorve a outra ou é a normal fase de preparação ou execução da fase seguinte. Se
não existir Nexo causal teremos delitos autônomos e consequentemente Concurso Material.

Exemplo: O agente IMPORTA, TRANSPORTA, EXPÕE A VENDA, GUARDA, uma determinada


carga de droga tipo LSD, como visto são várias ações sobre a mesma droga, fazendo com
isso um Nexo Causal (ligação). Então é considerado somente um Crime. Mas ao GUARDAR
esta droga, no local já existe outro tipo de droga, neste caso é outro Crime, pois a droga
anteriormente guardada não tem nenhum nexo causal (ligação) com a carga da droga de
LSD importado.

O Artigo 33 desta Lei é um Crime de Perigo Abstrato, ou seja, Presumido, pois o Legislador
presume que as condutas descritas neste artigo Poe em risco a integridade social, por isso o
bem jurídico protegido é a saúde pública. Essa presunção é Absoluta ou seja “jure et jure”.

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:

O Artigo 33 não possui o Dolo Específico (o legislador não descreveu um fim específico,
como fez no artigo 28 desta mesma lei (para consumo pessoal), com isso tipificou este
artigo em usuário).

Qualquer outra finalidade que não seja o consumo pessoal caracteriza tráfico, inclusive a
distribuição gratuita. O dolo do trafico é genérico.

Crimes Permanentes:
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Expor a venda, Ter em depósito, Transportar, Trazer consigo, Guarda.

Das condutas descritas no artigo 33, 18 (dezesseis) comportamentos são considerados


crimes comuns, apenas na modalidade de Prescrever e Ministrar o Crime é considerado
próprio.

A conduta de Prescrever somente o médico ou Dentista podem fazê-lo e na modalidade de


Ministrar, médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem.

Desclassificação para o Artigo 28 da Lei 11.343/2006:

Caso o juiz entenda ao final do processo que a droga era realmente para consumo pessoal
do agente, deverá se julgar incompetente para aprecias a matéria e remeter os autos a
Junta Especial Criminal (JECRIM), atentando para o prazo prescricional elencado no Artigo
30 desta mesma lei.

No § 1º do artigo 33 desta referida lei, trata-se de uma figura equiparada ao tráfico.

Nos Incisos I, II e III traz o Legislador as figuras equiparadas ao tráfico elencados do artigo 33
§ 1º Lei de Drogas quem estiver incurso no § 1º também responde por tráfico de drogas.
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AULA 4 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 14/03/2019

No §2º trás o Legislador um delito de Médio potencial Ofensivo, pois possui a pena mínima
de 1 ano e máxima 3 anos. NÃO É TRÁFICO!!

Pela pena mínima cominada cabe o chamado “sursis processual”, previsto no Art. 89 da Lei
9.099/95.

No §3º trás o Legislador um delito de Menor Potencial Ofensivo da competência do Juizado


Especial Criminal (JECRIM), e incrimina a conduta de quem oferece droga ativamente de
maneira eventual para pessoa de seu relacionamento para juntos consumirem. NÃO É
TRÁFICO!!

No §4º trás o Legislador uma Causa Especial de Diminuição de Pena e incide somente nos
Art. 33 CAPUT e § 1º. A incidência desta referida Causa de Diminuição exige 4 requisitos do
réu:

1 – Primariedade;

2 – BONS Antecedentes;

3- Não praticar Atividade Criminosa;

4 – Não integrar a Organização Criminosa (ORCRIM).

Os requisitos tem que concorrerem simultaneamente O Crime do Art. 33 CAPUT e § 1º,


quando incidir a Causa de Diminuição é conhecido como TRÁFICO PRIVILEGIADO.

A Causa de Diminuição de Pena será de 1/6 a 2/3 da pena aplicada pelo juiz.

Art. 34 – Incrimina a conduta de quem possui maquinário, aparelho ou qualquer produto


destinado à fabricação de droga. É um delito autônomo em relação ao Tráfico, não
necessitando da apreensão da droga para a caracterização. O Crime do artigo 34 também é
considerado TRÁFICO DE DROGA, a única diferença é que neste caso não há drogas, e sim
objetos que demonstram que serão usados para a fabricação.
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AULA 05 LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 21/03/2019

Art. 35 da Lei nº 11.343/2006 – Lei de Drogas

O Artigo 35 desta Lei é um “Tipo Aberto”, pois contém um elemento normativo


caracterizado pela expressão “Associarem-se”, é um Crime Plurisubjetivo, também chamado
de Crime de Concurso Necessário, onde a Lei exige obrigatoriamente a presença de no
mínimo duas pessoas.

O objeto jurídico protegido por esse Crime é a Paz Pública.

O artigo 35 desta lei é um Crime autônomo, pois sua caracterização não necessita a
presença da droga, basta que os agentes que estão associados apenas com a finalidade do
trafico.

Observação: Só configurará o Crime do Artigo 35 , quando a associação for Estável, Durador,


com habitualidade. Senão for caracterizado a estabilidade da associação, não há crime do
artigo 35, caput da Lei de Drogas.

O Crime do Artigo 35 é um Crime Permanente.

O artigo 35 parágrafo único, trata-se de outra hipótese de associação, desta vez pune o
legislador a associação para financiamento ou seja, cuida-se de uma associação de
financiadores, ou seja aquelas pessoas que se associam visando “injetar” dinheiro ou
qualquer bem visando o fomento do Crime.

Como delito também autônomo como o caput, pode haver concurso material com o Crime
do artigo 36 desta mesma lei,

Artigo 36 – Financiamento ou custeio da Trafico de Drogas para tentar solucionar qual a


natureza jurídica do Crime do artigo 36, surgirão 3 (três) correntes doutrinárias:

1ª – O Artigo 36 é um Crime Instantâneo, se consumando no momento do financiamento,


ou seja, na disponibilização dos recursos (Corrente Majoritária);

2ª – É uma flagrante exceção da Teoria Monista ou Unitária (art. 29 CP), pois quem financia
o tráfico deveria responder também pelo artigo 33, mas o legislador achou por bem em
desmembrar as condutas de financiar e custear e criar o artigo 36 desta mesma lei.
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3ª – O Crime do artigo 36 é um Crime habitual, ou seja, precisa de reiteração. Se o agente


financia esporadicamente o tráfico deverá responder como Partícipe do artigo 33,
aplicando-se a causa de aumento do artigo 40, inciso VII desta mesma lei.

O Artigo 37 incrimina a conduta do informante, trata-se de uma flagrante exceção a Teoria


Monista ou Unitária do Artigo 29 CP, pois quem passa informação para a associação
criminosa também está associado ao tráfico, contudo o legislador retira da associação e cria
o artigo 37, onde incide neste artigo aquele que tem participação de menos importância na
associação e colabora a com as mesma prestando informações Privilegiadas.

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