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Aulas Legislação Penal Especial
Aulas Legislação Penal Especial
A lei 11.341/2006 Lei de Drogas é uma lei penal em branco de caráter heterogêneo, é
considerado em branco porque alguns artigos necessitam de complementação oriunda de
outras normas.
E Heterogênea porque esta complementação exigida não é oriunda de outras leis e sim de
outras normas, como neste caso, Portaria.
Conforme Portaria da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que traz um rol de
substâncias que são classificadas como Drogas.
Outra peculiaridade desta lei é que no artigo 25 considera esta lei não incriminadora, por
isso essa lei é considera Híbrida, pois contem tanto matéria penal como também contendo
conteúdo processual.
Possui matéria penal quando descreve os crimes nela inseridos, como por exemplo, o artigo
35 (Associação para o tráfico), possui também conteúdo processual quando estabelece o
rito a ser adotado a quem responde a ação Penal.
A competência para processar e julgar passou a ser do Juizado Especial Criminal (JECRIM),
em hipótese alguma se imporá prisão em flagrante.
As aplicações das sanções descritas no artigo 28 §3º Incisos II e II são aplicadas no prazo
máximo de 05 (cinco) meses.
O professor iniciou a aula fazendo alguns comentários sobre o artigo 28 da lei 11.343/2006
Lei de drogas. Nesta Lei foi diferenciado o Usuário e o traficante de drogas, onde no artigo
28 está descrito as seguintes ações: ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM DEPÓSITO,
TRANSPORTAR, TROUXER CONSIGO, PARA CONSUMO PESSOAL, tipificado o USUÁRIO.
Gerou muitas polêmicas sem até acreditado que houve uma descriminização, mas na
verdade houve um abrandamento da pena.
Este artigo desta Lei, apesar de opiniões ao contrário, já foi declarado pelo STF como Crime,
reconhecendo que o referido tipo é sim uma infração penal, ocorrendo, porém um
abrandamento de pena, já que não há cominação de pena privativa de liberdade para o
usuário.
No artigo 28 desta lei, o tipo penal exige para sua caracterização o “dolo específico do
consumo pessoal” o que não ocorre com as condutas descritas com o artigo 33 desta
mesma lei.
No artigo 28 §2º trás o legislador critérios para se aferir se a droga é ou não para consumo
pessoal. Deve-se levar em consideração a natureza e a quantidade da droga, o local onde o
agente foi capturado e também as circunstâncias pessoais do agente, como a conduta e os
antecedentes se salienta que todos os critérios têm o mesmo peso de valoração.
No §1º deste artigo, é considerado uma figura equiparada ao “Caput” do Artigo. E incrimina
a conduta de quem semeia, cultiva e colhe plantas em pequena quantidade para consumo
pessoal.
O Artigo 33 desta Lei é um Crime de Perigo Abstrato, ou seja, Presumido, pois o Legislador
presume que as condutas descritas neste artigo Poe em risco a integridade social, por isso o
bem jurídico protegido é a saúde pública. Essa presunção é Absoluta ou seja “jure et jure”.
O Artigo 33 não possui o Dolo Específico (o legislador não descreveu um fim específico,
como fez no artigo 28 desta mesma lei (para consumo pessoal), com isso tipificou este
artigo em usuário).
Qualquer outra finalidade que não seja o consumo pessoal caracteriza tráfico, inclusive a
distribuição gratuita. O dolo do trafico é genérico.
Crimes Permanentes:
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Caso o juiz entenda ao final do processo que a droga era realmente para consumo pessoal
do agente, deverá se julgar incompetente para aprecias a matéria e remeter os autos a
Junta Especial Criminal (JECRIM), atentando para o prazo prescricional elencado no Artigo
30 desta mesma lei.
Nos Incisos I, II e III traz o Legislador as figuras equiparadas ao tráfico elencados do artigo 33
§ 1º Lei de Drogas quem estiver incurso no § 1º também responde por tráfico de drogas.
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No §2º trás o Legislador um delito de Médio potencial Ofensivo, pois possui a pena mínima
de 1 ano e máxima 3 anos. NÃO É TRÁFICO!!
Pela pena mínima cominada cabe o chamado “sursis processual”, previsto no Art. 89 da Lei
9.099/95.
No §4º trás o Legislador uma Causa Especial de Diminuição de Pena e incide somente nos
Art. 33 CAPUT e § 1º. A incidência desta referida Causa de Diminuição exige 4 requisitos do
réu:
1 – Primariedade;
2 – BONS Antecedentes;
A Causa de Diminuição de Pena será de 1/6 a 2/3 da pena aplicada pelo juiz.
O artigo 35 desta lei é um Crime autônomo, pois sua caracterização não necessita a
presença da droga, basta que os agentes que estão associados apenas com a finalidade do
trafico.
O artigo 35 parágrafo único, trata-se de outra hipótese de associação, desta vez pune o
legislador a associação para financiamento ou seja, cuida-se de uma associação de
financiadores, ou seja aquelas pessoas que se associam visando “injetar” dinheiro ou
qualquer bem visando o fomento do Crime.
Como delito também autônomo como o caput, pode haver concurso material com o Crime
do artigo 36 desta mesma lei,
2ª – É uma flagrante exceção da Teoria Monista ou Unitária (art. 29 CP), pois quem financia
o tráfico deveria responder também pelo artigo 33, mas o legislador achou por bem em
desmembrar as condutas de financiar e custear e criar o artigo 36 desta mesma lei.
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