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Balmiro Assane Namatcembe

Periodização literária

(Licenciatura em ensino de português)

Instituto superior de ciências e educação a distância

Nampula

2019
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Balmiro Assane Namatcembe

Periodização literária

(Licenciatura em ensino de português)

Trabalho de carácter avaliativo do curso de


licenciatura em ensino de português, da cadeira de
introdução aos estudos literários, leccionada por
tutor: Miquelina Zita.

Instituto superior de ciências e educação a distância

Nampula

2019
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Índice
Introdução.................................................................................................................................... 3

Periodização literária ................................................................................................................... 4

Fenómeno de periodização literária ............................................................................................ 4

Divisão dos períodos literários .................................................................................................... 4

Nomeação dos períodos literários ............................................................................................... 4

Conceituação da periodização literária ....................................................................................... 5

Principais períodos da literatura .................................................................................................. 5

Classicismo.................................................................................................................................. 5

Renascimento .............................................................................................................................. 6

Barroco ........................................................................................................................................ 6

Romantismo ................................................................................................................................ 6

Realismo ...................................................................................................................................... 7

Simbolismo.................................................................................................................................. 7

Modernismo ................................................................................................................................ 7

Conclusão .................................................................................................................................... 8

Bibliografia.................................................................................................................................. 9
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Introdução

O presente trabalho tem como a periodização literária, com este tema temos como objectivo
geral, ilustrar o panorama da periodização literária e temos como objectivos específicos os
seguintes:

✓ Discutir o conceito periodização literária;


✓ Explicar o fenómeno da periodização como acontece na literatura;
✓ Abordar os períodos literários;
✓ Apontar características essências dos períodos literários.

A hermenêutica de livros ou qualquer informação torna-se necessária no momento em que há


distanciamento cultural e temporal entre o escritor e o leitor, dai que para que a linguagem das
obras seja acessível a nossa percepção é necessário que sejam desvendados os mistérios
estilísticos da era em que a obra foi escrita e o estilo particular do autor. Nesta investigação está
patente esta tentativa de abordar este problema no sentido de discutir esta temática de modo a
resolver duma maneira essencial.

Para a elaboração deste presente trabalho foi necessário o uso do método hermenêutico baseado
na recolha de dados em obras que abordam o problema suficientemente, e estas serão
referenciadas na bibliografia final. A estrutura deste nobre trabalho é a seguinte: introdução,
desenvolvimento, conclusão e bibliografia.
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Periodização literária

Periodizar a história da literatura é um conceito moderno. Os antigos, embora interessados na


colecção e interpretação dos fatos literários, nunca pensaram em organizar panoramas históricos
das suas literaturas.
Marcus Fabius Quintilianus (c. 35-95 da nossa era) não foi professor de
Literatura, e sim de Língua e Retórica, conservador como são em geral os
professores, mas dum conservantismo diferente, doloroso. Romano austero de
estirpe espanhola, Quintiliano observou com tristeza no coração a decadência
estilística e moral entre os profissionais da sua arte; talvez fosse ele o primeiro
da ilustre série de grandes espanhóis, até a geração de 1898, obsidiados, todos
eles, pelo espectro da decadência (Carpeaux, 2008, p. 142)

A literatura procura forçosamente compor o devir temporal histórico os seus marcos. Neste
âmbito os historiadores e os estudiosos do fenómeno literário, movidos por autênticas exigências
críticas, ou, algumas vezes, por razões meramente didácticas, tenham procurado estabelecer
determinadas divisões da literatura. Um determinado período (milénio, século, década, etc.) é
iniciado e terminado por eclosão ou a morte de movimentos artísticos, de estruturas literárias, de
ideias estéticas, etc.

Fenómeno de periodização literária

Divisão dos períodos literários

A divisão de períodos literários carece de autonomia pelo facto de que não esta ligada
estreitamente ao tempo mas sim aos acontecimentos.
“Tão inconsistente como a divisão em séculos da história literária, revela-se a fixação dos
períodos literários segundo acontecimentos políticos ou sociais: literatura do reinado de Luís
XIV´, literatura elisabetana´ ou vitoriana, etc”. (Martins, 2006).
Esta falta de paralelismo entre a história literária à história geral deve-se a pretensão de dar
nomenclaturas a períodos através dos eventos política ou social. Este fenómeno durou muitos
anos e que ainda persiste, isto porque radicalmente existe uma concepção viciada dos fenómenos
literário: estes são entendido como uma espécie de fenómenos dos factores políticos e sociais.
Nomeação dos períodos literários

A atitude nominalista é uma atitude céptica que reduz a história literária a um acervo não
significativo, desconhecendo um aspecto essencial da actividade literária: a existência de
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estruturas genéricas que, sob múltiplos pontos de vista, possibilitam a obra individualizada.
(Martins, 2006).
Dentro deste discurso fica claro de que a cronologia do tempo não se importa com os eventos,
mas sim importa-se com a contagem de segundos, minutos, horas etc. Portanto isto é o que torna
de vez enquanto a história da literatura difícil.

Conceituação da periodização literária

É necessário escolher critérios literários para fundamentar e definir os períodos literários,


evitando a intromissão perturbadora de esquemas e classificações da política, da sociologia, da
religião, etc. O ponto de partida terá de ser a própria realidade histórica da literatura, as
doutrinas, as experiências e as obras literárias, para não se tombar, precisamente, no
nominalismo ou no metafisicismo.
De acordo com Wallek e Warren (2003) “O período literário como uma secção de tempo
dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão,
diversificação, integração e desaparecimento podem ser seguidos por nós”.
Esta definição apresenta o período literário como uma categoria histórica ou como uma idéia
reguladora, excluindo quer a tendência nominalista, quer a tendência metafísica, pois os
caracteres distintivos de cada período estão enraizados na própria realidade literária e são
indissociáveis de um determinado processo histórico.

Principais períodos da literatura

Classicismo

O termo classicismo, refere-se a um movimento cultural baseado nos modelos da antiguidade


clássica e que impôs em diferentes momentos históricos: Renascimento, século XVII e, em sua
versão conhecida como neoclassicismo, entre o final do século XVIII e começo do XIX. Como
traços peculiares a essa atitude estética devem ser apontados a importância conferida aos mestres
gregos e romanos, o sentido das proporções, a harmonia entre as partes e o todo, a busca do
equilíbrio e o desejo de imitar a natureza (mimese).

Embora os poemas de Homero pautavam princípios das concepções literarias clássicas, foram os
filósofos Platão e Aristóteles e os trágicos Sófocles, Ésquilo e Eurípides que estabeleceram as
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normas e princípios literários fundamentais que reapareceriam ao longo da história nas diversas
versões do classicismo. Este encontrou em Platão um caminho para a idealização da realidade,
enquanto Aristóteles, em sua Poética, estabeleceu os princípios da mimese ou imitação da
natureza.

Renascimento

Designa-se com este nome o movimento filosófico, literário e artístico que começou nos últimos
anos do séc. XVIII, floresceu nos primeiros anos do séc. XIX e constituiu a marca característica
desse século. (Abbagnano, 2007, p. 817)
O homem voltou a ser o centro do mundo, ao contrário da visão teocêntrica propagada na Idade
Média. Desenvolveu-se o individualismo e o espírito crítico, surgiram múltiplas iniciativas e
experiências que deram grande impulso ao panorama cultural. Estudaram-se, na arte, os modelos
clássicos, graças em boa parte à recuperação do tratado de Vitrúvio, que tinha espírito científico,
e buscou-se uma beleza perfeita, baseada na harmonia, na razão e na perspectiva, ideias que
encontraram seu primeiro grande expoente em Leonardo da Vinci.
Barroco

Barroco é o estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII,
inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América,
antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente.

Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos


compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora
interpretando-a diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento das temáticas
enfatizava qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o
tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior
dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma
tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual.

Romantismo

Conforme referenciado por Bobbio, Mateucci & pasquino (1998) “O romantismo foi um
movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século
XVIII na Europa que durou por grande parte do século XIX”. Caracterizou-se como uma visão
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de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a


consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma
de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada
no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o
drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi
marcado pela objectividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado
pelo lirismo, pela subjectividade, pela emoção e pelo eu.

Realismo

Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam


retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e
idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada:
a do quotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da
impotência do homem comum diante dos poderosos. Uma característica comum ao Realismo é o
seu forte poder de crítica, adoptando uma objectividade que faltou ao romantismo.

Simbolismo

Os temas são místicos, espirituais. Abusa-se da sinestesia, sensação produzida pela


interpenetração de órgãos sensoriais: "cheiro doce" ou "grito vermelho", das aliterações
(repetição de letras ou sílabas numa mesma oração: "Na messe que estremece") e das
assonâncias, repetição fónica das vogais: repetição da vogal "e" no mesmo exemplo de
aliteração, tornando os textos poéticos simbolistas profundamente musicais.

Modernismo

O Modernismo é uma escola literária que surgiu no início do século XX, após o pré-
modernismo, em um momento conturbado. Esse movimento literário representa a ruptura com
padrões e a inovação. Surge em oposição às restrições da literatura realista. Caracteriza-se pela
introdução de novos elementos estilísticos e por uma radicalização da estrutura narrativa não
linear, com o emprego de linhas temporais desconexas, por exemplo.
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Conclusão

Depois duma abordagem do tema, chega-se a constatar que os períodos literários não são
períodos históricos, de modo que um homem contemporâneo pode ser clássico devido ao seu
modo literário, portanto um período literário não é determinado pelo tempo, mas sim pelo estilo
literário. Na mesma ordem de ideia chega-se a notar que para uma boa hermenêutica da arte,
obras e mais manifestações artísticas, é necessário primeiramente situar o estilo literário de
acordo com a periodização literária e só depois é que se pode penetrar no campo da linguagem
para depois chegar ao campo psicológico como advogava Schleiermacher. Com ignorância deste
nobre princípio fenomenológico o impacto é má percepção literária e sua posterior má
interpretação.
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Bibliografia

Carpeaux, O. M. (2008). História da literatura ocidental. (3ª ed. Vol, I). Brasília: senado federal.

Martins, C. L. (2006). A periodização literária. Faculdades integradas simonsen, Rio de Janeiro,


Brasil.

Wellek, R & Warren, A. (2003). Teoria da literatura e metodologia dos estudos literários. São
Paulo: Martins fontes.

Bobbio, N., Matteuci, N. & Pasquino, G. (1998). Dicionário de política. (11ª ed.). Brasília:
Universidade de Brasília.

Abbagnano, N. (2007). Dicionário de filosofia. (1ª ed.). São Paulo: Martins fontes.

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