Cavar o terreno

Coluna da Tininha
Muito me preocupa quando um aluno coloca muitos obstáculos na hora de cons-
truir. Visto que todos nós somos feitos com a mesma capacidade, creio que a mente
comanda o nosso Universo.
Tudo aquilo que desejamos deve ser como uma crença. Se você crê, as coisas acon-
tecem e você se realiza. Nada é impossível. Para isto é necessário não parar no tempo e
correr atrás das atualidades, dos novos conceitos e inovações. Você precisa desenvolver
todo o seu potencial criativo e promover sua autoestima. Sem conhecimento e vontade,
nada disto é possível.
Gosto muito de parábolas, que de forma indireta nos conduzem a conselhos prá-
ticos para o dia-a-dia. Uma destas parábolas é esta descrita abaixo, onde podemos
compreender que nada que desejamos é verdadeiramente impossível:
“Um velho vivia sozinho em Minnesota. Ele queria cavar seu jardim, mas era
um trabalho muito pesado. Seu único filho, que normalmen-
te o ajudava, estava na prisão. O velho então escreveu
a seguinte carta ao filho, reclamando de seu problema:
'Querido filho, estou triste porque, ao que parece,
não poderei plantar meu jardim este ano. Detesto não
fazê-lo porque sua mãe sempre adorava a época do
plantio depois do inverno. Mas eu estou velho demais
para cavar a terra.
Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema,
mas sei que você não pode me ajudar com o jardim, pois
está na prisão.
Com amor, seu pai.'
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:
'Pelo amor de Deus, papai, não escave o jardim! Foi lá que eu escon-
di os corpos!’
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma
dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram
e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar ne-
nhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma
carta para o filho contando o que aconte-
cera.
Esta foi a resposta:
‘Pode plantar seu jardim agora, papai.
Isso é o máximo que eu posso fazer no
momento’.”
Estratégia é tudo para a realização de
um desejo. Muitas vezes não alcançamos
o que queremos pelo simples fato de
não usarmos “a mente criativa”.
Assim, é importante repensar as
pequenas coisas que, muitas vezes,
nós mesmos colocamos como obs-
táculos em nossas vidas. Atingir
UM objetivo ou O objetivo de-
pende da maneira como você
pensa e age. Portanto acredi-
te em sua capacidade e faça
tudo acontecer.

Boa leitura,
Tininha Gomes.

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 Considerações protéticas para a reabilitação
estética: análise dos dentes ântero-superiores

Prosthetic considerations in aesthetic rehabilitation:

analysis of maxillary anterior teeth

Ana Cristina Rocha Gomes1

Resumo
Para construir harmonicamente um sorriso, é necessário seguir algumas orientações
necessárias à obtenção de uma forma estética coesiva nos trabalhos protéticos. Para al-
cançar o resultado estimado é necessário um correto planejamento personalizado para
cada paciente que, atualmente, vai desde fotografias iniciais, confecção de moldes, mo-
delos, planejamento virtual do sorriso, enceramento de diagnóstico e mock up. Muitos
erros na confecção de próteses se dão pela falta de uma orientação específica ou um
caminho ideal a ser seguido. Este artigo abordará, de forma sucinta, os aspectos mais
relevantes para a determinação de uma análise e planejamento ideais para a confecção
de um sorriso.
Descritores: Planejamento, prótese, estética.

Abstract
There are certain guidelines that must be followed in order to achieve a harmonic
smile through a cohesive aesthetic form in prosthetic work. To achieve the expected
result, proper and custom planning is required for each patient, what currently includes
initial photographs, casts, models, digital smile planning, diagnostic wax-up and mock
up . Many errors in the manufacture of prostheses occur due to the lack of specific
guidance or "an ideal way to proceed". This article will briefly approach the most rel-
evant aspects to determine an optimal analysis and planning for a harmonic smile.
Descriptors: Planning, prosthesis aesthetics.

1
CD, Técnica em Prótese Dentária.

E-mail do autor: tininhagomes2015@gmail.com

Recebido para publicação: 27/04/2015
Aprovado para publicação: 18/05/2015

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 Introdução
A morfologia dental tem uma analogia com a
morfologia facial e com os dentes já presentes na
boca do paciente. Quando se trabalha uma coroa
em cerâmica ou resina, é importante compreender
todas as características de forma, superfície e cor. A
íntima relação equilibrada entre as funções biológi-
cas, mecânicas e funcionais determinam a criação
de uma condição estética mais coerente. A estética
deve estar ligada à função. Criar dentes artificiais de
forma acurada conduz a um desafio de contorno,
ângulos, efeitos ópticos, proporção, inclinações,
etc. Desta forma, o ato de recriar um sorriso implica
em um treinamento refinado, baseado em alguns
princípios que são fundamentais para a obtenção
de dentes anteriores esteticamente agradáveis e
coesivos ao sorriso.
Forma geométrica
Dentes quadrados: Apresentam geralmente um
contorno incisal reto, ângulos mesiais são mais re-
tos e os distais levemente arredondados. Nos con-
tornos mesiais e distais as linhas de bordas mesiais
e distais estão paralelas ou com leve convexidade, a
linha cervical geralmente é rasa e as ameias incisais
são mais fechadas.
Quadrado
Figura 1 – Classificação geométrica dos dentes anteriores.
Textura
A análise da textura e da micro-textura é uma
ajuda válida para imitar a natureza e não correr o
risco de criar trabalhos com efeitos indesejáveis.
Alguns artifícios podem ser utilizados para ma-
pearmos a textura superficial natural do dente do
paciente: aplicação de pó de prata, grafite, obser-
vação de fotografias preto/branco.
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Dentes arredondados: Apresentam um contorno
incisal e um contorno das bordas proximais mais ar-
redondados. Os pontos de contatos ficam localiza-
dos mais próximos do ponto médio do contorno pro-
ximal. Ângulos mesiais e distais são mais arredonda-
dos, sendo os distais sempre mais redondos que os
seus mesiais. A linha cervical é bastante parabólica.
Dentes triangulares: O contorno incisal é reto ou
com discreta concavidade central, ângulos mesiais e
distais são agudos, contornos proximais em forma
de “V”, ou podemos dizer que apresentam bordas
divergentes entre si. A linha cervical é estreita.
Cor
Selecionar a cor de acordo com os dentes adja-
centes considerando a idade, padrões de mancha-
mentos e o desejo do paciente. Analisar todos os
critérios ideais para a confecção de próteses com
características miméticas e naturais: croma; matiz;
valor (brilho); translucidez e opacidade; relacionar
croma com valor; relacionar a translucidez com o
valor; analizar as características opalescentes no ter-
ço incisal; relacionar a opalescência com o valor e
com a translucidez (influência do fundo escuro da
boca e influência da dentina subjacente); determi-
nar um mapeamento colorido como uma ferramen-
ta de orientação para a realização da estratificação.
Triangular Arredondado
A superfície do esmalte se distingue por nume-
rosas irregularidades delgadas como sulcos, ranhu-
ras, estrias verticais e horizontais, concavidades,
fossas, depressões, cristas, protuberâncias, etc.
Para caracterizarmos bem um dente artificial, é
necessário o correto planejamento da textura do
paciente, considerando o dente a ser feito, o dente
adjacente, o dente homólogo e a idade.
 Dimensão e proporção

Gomes ACR.
Reproduzir dimensões ideais e similares aos den-
tes naturais e estabelecer as adequadas proporções
dos incisivos centrais, incisivos laterais e caninos é
uma tarefa importante e primordial para iniciarmos
o adequado planejamento estético.

Textura superficial

Figura 2 – Textura e microtextura de esmalte dos dentes

anteriores.

Dimensão e proporção

Largura

Incisivo central Largura = Altura x 0,8

Incisivo lateral Largura = Altura x 0,69
Canino Largura = Altura x 0,72

Largura Altura

Figura 3 – Regra de proporção para o cálculo de altura e largura dos dentes anteriores.

Margem e perfil incisal

Estabelecer uma adequada inclinação vestíbulo- bio inferior é de suma importância para os padrões
-lingual da margem incisal e criar um perfil incisal ideais do sorriso (sorriso leve, sorriso normal, sorriso
correto que esteja de acordo com a curvatura do lá- forçado).

Margem e perfil incisal

Figura 4 – Margem incisal (borda incisal deve ser paralela à linha do lábio inferior) e perfil incisal (vista cervico-incisal).

Áreas de contato e ângulos

interincisais
Restabelecer áreas de contato progressivamente
cada vez mais apicais desde o incisivo central até o
canino e recriar ângulos interincisais (ou ameias in-
cisais) progressivamente mais amplos desde o cen-
tral até o canino.

Figura 5 – Áreas de contato (mais apicais de incisivo central

ao canino) e ângulos interincisais (ou ameias, que se tornam
Áreas de contato e ângulos interincisais
maiores de central para o canino).

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 Inclinação axial
Restabelecer a inclinação axial de acordo com
o longo eixo do dente (inclinação mesio-distal) que
deve tornar-se mais distal na cervical (e mais mesial
na coroa) do incisivo central ao canino.
Forma e contorno
Estabelecer a forma de contorno com base nas
características de cada dente: incisivo central, incisi-
vo lateral e canino. Observar com precisão as carac-
terísticas das bordas, cristas e lobos, linhas verticais
e horizontais, borda incisal, colo, área de espelho,
etc.
Conclusão
Conhecer o que vai ser analisado em cada um
dos trabalhos orienta a sequência ideal de execução
baseada nos moldes da Odontologia Estética.
Bibliografias
1. Bruguera A, Kina S. Invisível: Restaurações estéticas
cerâmicas. Dental Press editora.1 ed. Maringá: 2007.
2. Hatjó J. Anteriores: A beleza natural dos dentes ante-
riores. Editora Santos. 1 ed. São Paulo: 2008.
3. Kano P. Desafiando a Natureza. Editora Santos. 1 ed.
São Paulo: 2012.
4. Madeira MC, Rizzolo RFC. Anatomia do dente. Editora
Sarvier. 7 ed. São Paulo: 2014
5. Magne P, Belser U. Restaurações sdesivas de porce-
lana na dentição anterior. Editora Quintessence. 1 ed. São
Paulo: 2003
6. Montagna F, Barbesi M. De la cera a la cerâmica.
Amolca. 1 ed. Colombia: 2008.

A correta análise de determinados constituíntes

ou padrões da morfologia dental e sua interrelação
com os demais dentes naturais cria um protocolo
de planejamento prático que serve de guia para os
trabalhos laboratoriais.
Como citar este artigo:
Gomes ACR. Considerações protéticas para a reabilitação
estética: análise dos dentes ântero-superiores. Prosthes. Lab. Sci.
2015, 4(15):176-180.

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