Você está na página 1de 22

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
MBA em GERENCIAMENTO DE OBRAS

GESTÃO DA SEGURANÇA
DO TRABALHO

EMERSON DE ANDRADE MARQUES FERREIRA

Fevereiro - 2008

ACIDENTE DO TRABALHO
(Lei 8.213, de 24 de julho de 1991)

“Acidente de trabalho é o que ocorre no


exercício do trabalho ... provocando
lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou perda ou ainda a
redução permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho”.
(PIZA, 1997)

1
ACIDENTE DO TRABALHO
(Visão do controle de perdas)

“... Todas as ocorrências que interfiram


em solução de continuidade em
qualquer processo independente se dela
tenha-se resultado lesão corporal,
perda material, perda de tempo ou
mesmo esses três fatores conjuntos”.
(PIZA, 1997)

Mortalidade 99-2000

90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
ri c

vi c

ir a

t
nt

ic
s

ta
ns
ne

tai

ve
Mo

ca
Ag

de
S il

Co
Mi

Me

Su
t
Ma

Ou
od
Pr

1999 2000

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO / SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO /


DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO / NÚCLEO DE PLANEJAMENTO

2
Óbitos 99/2000

450,00
400,00
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00

nt

t
ur a

ta
u ra

e ic
ir a

is

ns
Mo
et a

ca
de

tv

Co
ul t

u lt

Su
dM
Ma

Ou
ri c

v ic
Ag

Sil

Pro

1999 2000
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO / SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO /
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO / NÚCLEO DE PLANEJAMENTO

Distribuição dos acidentes segundo a


ocorrência de morte X profissão

6,7%
13,3%

46,7% Pedreiro
Servente
Mestre de Obras
Outros

33,3%

Acidentes de trabalho na Construção Civil no Rio Grande do Sul 1996 a 1998 (COSTELLA, 1998)

3
Distribuição dos acidentes segundo a ocorrência de
morte X natureza do acidente

13,3% Queda com diferença de nível

20,0% 46,7% Prensagem ou


aprisionamento
Choque elétrico

Impacto sofrido
20,0%

Acidentes de trabalho na Construção Civil no Rio Grande do Sul 1996 a 1998 (COSTELLA, 1998)

Intervalo de hora de maior incidência de acidentes

Sem informação

21:01 às 24:00
horas
18:01 às 21:00
horas
15:01 às 18:00
horas
12:01 às 15:00
horas
09:01 às 12:00
horas
06:01 às 09:00
horas
03:01 às 06:00
horas
00:00 às 03:00
horas

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%


Freqüência
Dados estatísticos da Indústria da Construção, 1995 à 1998 (FUNDACENTRO)

4
Distribuição dos acidentes segundo a duração do
tratamento (dias)

1-7

8-15

16-30

31-60

61-120

Mais de 120

Não informado

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

Acidentes de trabalho na construção civil no Rio Grande do Sul, 1996 a 1998 ( COSTELLA - 1998)

Distribuição dos acidentes segundo a


natureza e a profissão

Impacto sofrido

Queda com diferença de nível

Impacto contra

Esforços excessivos ou inadequados

Prensagem ou aprisionamento

Queda em mesmo nível

0 10 20 30 40
(%)
Carpinteiro Pedreiro Servente

Acidentes de trabalho na Construção Civil no Rio Grande do Sul 1996 a 1998 (COSTELLA, 1998)

5
Distribuição dos acidentes segundo o agente da lesão para
impacto sofrido X profissão

Pedras, brita ou areia

Concreto, cimento ou
peça de concreto

Tijolo ou similares

Forma de madeira ou
metálica

Peça metálica ou
vergalhão

Ferramentas sem
força motriz

Madeira (peça solta)

0% 5% 10% 15% 20% 25%


Servente Pedreiro Carpinteiro

Acidentes de trabalho na Construção Civil no Rio Grande do Sul 1996 a 1998 (COSTELLA, 1998)

Distribuição dos acidentes segundo o agente da lesão para queda


com diferença de nível X profissão

Forma de madeira ou
metálica

Telhado

Vão livre

Escada

Andaime ou similar

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Servente Pedreiro Carpinteiro

Acidentes de trabalho na construção civil no Rio Grande do Sul, 1996 a 1998 ( COSTELLA - 1998)

6
Distribuição dos itens que representam grave e iminente risco

0%
17%

20%
63%

Áreas de vivência
Proteção contra quedas de altura
Elevadores
Instalações elétricas, máquinas e equipamentos
Contribuições para a revisão da NR-18: condições e meio ambiente de trabalho na construção civil (2000)

Resultados da aplicação da Lista de Verificação:


Adequação dos canteiros à NR-18

Elevador de cargas

Posto do Guincheiro

Plataforma do elevador

Torre do elevador

5,1% 5,2% 5,3% 5,4% 5,5% 5,6% 5,7% 5,8% 5,9% 6,0%

Contribuições para a revisão da NR-18: condições e meio ambiente de trabalho na construção civil (2000)

7
Instalações elétricas, máquinas e
equipamentos

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%

Armações de aço

Serra circular

Instalações elétricas

Máquinas e equipamentos

Elementos Complementares

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%

Sinalização de segurança

Proteção contra incêndio

Tapumes e galerias

Ordem e limpeza

EPI's

Armazenamento e estocagem de materiais

Contribuições para a revisão da NR-18: condições e meio ambiente de trabalho na construção civil (2000)

Proteção contra quedas de altura

0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0%

proteção periférica

Aberturas no piso

Andaimes fachadeiros

Poço do elevador

Andaimes simplesmente apoiados

Corrimãos das escadas permanentes

Escadas de mão

Plataforma de proteção

Andaimes suspensos

Contribuições para a revisão da NR-18: condições e meio ambiente de trabalho na construção civil (2000)

8
Áreas de Vivência

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%

Água potável (postos de trabalho)

Instalações sanitárias

Vestiário

Alojamentos

Área de lazer

Local para refeições

Contribuições para a revisão da NR-18: condições e meio ambiente de trabalho na construção civil (2000)

Andaimes suspensos

Elevador de passageiros

Máq., equip. e ferramentas

Ordem e limpeza

Refeitório

Vestiário

Posto do guincheiro

Proteção contra incêndio

Armações de aço

Torre do elevador

Plataforma do elevador Salvador


Sinalização de segurança Brasil
Aberturas do piso

Prot. contra queda (per. pav.)


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Notas
Avaliação do grau de atendimento da NR18
pelas obras em Salvador

9
10
11
12
13
Mão Esquerda Mão Direita

1 Amputação
2 Conjuntivite
3 Contusão
4 Corpo Estranho
5 Dermatite
6 Distensão
7 Entorse
8 Ferim. Corto-Contuso

Acidentes d e trabalho na construção civil no Rio Grande do Sul, 1996 a 1998 ( COSTELLA - 1998)

Acidentes d e trabalho na construção civil no Rio Grande do Sul, 1996 a 1998 ( COSTELLA - 1998)

14
OHSAS 18001 Requisitos do Sistema de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho
• Requisitos Gerais
• Política de Segurança e Saúde no Trabalho
• Planejamento
• Identificação de Perigos e Avaliação e Controle de Riscos
• Requisitos Legais e Outros
• Objetivos
• Programa de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho
• Implementação e Operação
• Estrutura e Responsabilidade
• Treinamento, Conscientização e Competência
• Consulta e Comunicação
• Documentação
• Controle de Documentos e de Dados
• Controle Operacional
• Preparação e Atendimento a Emergências
• Verificação e Ação Corretiva
• Monitoramento e Medição
• Acidentes, Incidentes, Não-
Não-conformidades e Ações Corretivas e Preventivas
• Registros e Gestão de Registros
• Auditoria
• Análise Crítica pela Administração

OHSAS 18001 Requisitos do Sistema de Gestão da


Segurança e Saúde no Trabalho

Acidentes, Incidentes, Não-


Não-conformidades e Ações Corretivas e Preventivas

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para definir


definir
responsabilidade e autoridade para:

a) Tratar e investigar: ACIDENTES


INCIDENTES
NÃO CONFORMIDADES

b) Adotar medidas para reduzir quaisquer consequências oriundas de


acidentes, incidentes ou não-
não-conformidades

c) Iniciar e concluir ações corretivas e preventivas

d) Confirmar a eficácia das ações corretivas e preventivas adotadas

15
Causas Básicas

Fatores de Trabalho

O funcionário/contratado executa algumas etapas,


ou mesmo toda a tarefa de maneira insegura, em
Falta de procedimentos ou padrões de trabalho razão da inexistência ou inadequação de
procedimentos/padrões para a tarefa como um
todo, ou parte dela.

O funcionário/contratado executa algumas etapas,


ou mesmo toda a tarefa de maneira insegura, em
Comunicação inadequada dos procedimentos ou
razão de não ter sido devidamente comunicado de
padrões de trabalho estabelecidos
como deveria realizá-la, ou seja, não entendeu
qual seria o comportamento esperado.

O funcionário/contratado executa algumas etapas,


ou mesmo toda a tarefa de maneira insegura, em
razão de não existir (ou estar disponível) na obra
Falta de equipamento ou ferramenta adequada
o equipamento ou ferramenta adequada, de estar
com manutenção deficiente ou, ainda, de ter
falhas de projeto.

Fatores Pessoais

O funcionário/contratado executa algumas etapas, ou


Falta de conhecimento ou habilidade mesmo toda a tarefa de maneira insegura, em razão
de não estar capacitado a realizá-la.

O funcionário/contratado executa algumas etapas, ou


mesmo toda a tarefa de maneira insegura, apesar de
A maneira correta leva mais tempo ou requer maior saber como realizá-la corretamente, por uma decisão
esforço estritamente pessoal, assumindo o risco de ocorrer
um acidente, com a intenção de ganhar tempo e/ou
poupar esforço (Lei do menor esforço).

O funcionário/contratado executa algumas etapas, ou


mesmo toda a tarefa de maneira insegura, em razão
Atalho ao procedimento padrão é apreciado ou
do comportamento do seu supervisor imediato, que
encorajado
consciente ou inconscientemente, aprecia ou
encoraja seu comportamento inseguro.

O funcionário/contratado executa algumas etapas da


tarefa de maneira insegura, pois julga que aqueles
A percepção da pessoa é que executar a tarefa determinados passos não são importantes e não
corretamente não faz diferença oferecem riscos, em razão de ter deixado de fazê-los,
por uma ou mais vezes, sem que nada tivesse
acontecido.

16
INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE

Controle N°° ____


Tipo de acidente Tratamento médico Envolvido
Morte/lesão permanente Restrição funcional Primeiros socorros Funcionário Terceiro
Lesão com afastamento Danos a propriedade Contratado
Nome do envolvido / Função Nome da empresa envolvida

Local de trabalho Local do acidente

Data / hora Parte do corpo afetada

Atividade de rotina? Sim Não Relacionado à função? Sim Não

Dia normal de trabalho? Sim Não Horário de expediente? Sim Não

Nomes de outras pessoas envolvidas / Funções

Descreva detalhadamente o acidente

Descreva o potencial de perdas que ocorreram / poderiam ter ocorrido

Informações anexas Foto Croquis Boletim de ocorrência Outros

Descreva detalhadamente porque o acidente ocorreu


(Pergunte “Por que?” no mínimo cinco vezes)

Determinação da causa básica

A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA


UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

• Eliminar os riscos
• Avaliar os riscos
• Combater os riscos na origem
• Adaptar o trabalho ao homem
• Atender aos estado de evolução da técnica
• Organizar o trabalho
• Estabelecer prioridade da proteção coletiva face à
individual
• Informar e formar

17
A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA
UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Eliminar os riscos

– PROJETO:
• Previsão do risco e sua eliminação definitiva através de
soluções adequadas de concepção

– SEGURANÇA INTRÍNSECA:
• Seleção de produtos, equipamentos e materiais em que
estejam excluídos os riscos

– MÉTODOS E PROCESSOS DE TRABALHO:


• Organização do trabalho que resulte a ausência de riscos

A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA


UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Avaliar os riscos
(Identificados e que não puderam ser evitados)

– CARACTERIZAÇÃO:
• Origem, natureza e conseqüências nocivas

– ABORDAGENS PREVENTIVAS NO PLANEJAMENTO:


• Prioridades de intervenção
• Necessidades de informação e formação
• Medidas técnicas e organizacionais
• Controle periódico das condições de trabalho
• Grau de exposição dos trabalhadores aos riscos
• Necessidades da vigilância da saúde dos trabalhadores

18
A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA
UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Combater os riscos na origem

– Eliminar a propagação do risco


– Reduzir o nível de risco
– Evitar a potencialização de outros riscos
– Reduzir a necessidade de recursos
– Reduzir a necessidade de processos de controle

A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA


UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Adaptar o trabalho ao homem

Intervir ao nível dos componentes materiais do trabalho:

• Ferramentas
• Equipamentos
• Métodos
• Processos
• Espaços de trabalho

19
A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA
UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Atender ao estado de evolução da técnica

 Escolher componentes isentos de perigo ou menos perigosos


no processo de produção

 Escolha de equipamentos de proteção:


• mais adequados face ao risco
• mais adequados ao trabalho
• mais adaptados ao homem

A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA


UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Organizar o trabalho

– Isolar / Afastar a fonte de risco

– Eliminar / Reduzir o tempo de exposição ao risco

– Reduzir o número de trabalhadores expostos ao risco

– Eliminar a sobreposição de tarefas incompatíveis


(no espaço e no tempo)

– Integrar as diversas medidas de proteção

20
A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA
UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Estabelecer prioridade da proteção


coletiva face à individual

– PROTEÇÃO COLETIVA:
• Estabilidade dos seus elementos
• Resistência dos materiais
• Permanência no espaço e no tempo

– PROTEÇÃO INDIVIDUAL:
• Adequação do equipamento ao homem
• Adequação do equipamento ao risco
• Adequação do equipamento ao trabalho

A NOVA ABORDAGEM DE PREVENÇÃO NA


UNIÃO EUROPEIA (IDICT, 1999)

Informar e Formar

• Permitir um conhecimento mais profundo dos componentes do


processo produtivo que possibilite a identificação dos riscos
associados;
• Integrar o conhecimento da forma de prevenir esses riscos;
• Apresentar a informação de forma adequada e acessível aos
utilizadores;
• Prevenir os riscos associados ao gesto profissional e garantir a
eficácia da implementação das demais medidas de prevenção;
• Criar competências necessárias;
• Ajustar atitudes corretas;
• Interiorizar comportamentos adequados.

21
Melhoria Contínua

Processo de aprimoramento
permanente, visando o melhor
desempenho do Sistema de Gestão
da Segurança e Saúde no trabalho

22

Você também pode gostar