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Luiz Alberto Machado
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Paulo Galvão Júnior
Considerações iniciais
Este artigo tem como objetivo principal realizar uma breve análise da trajetória das
quatro revoluções tecnológicas ou quatro revoluções industriais, cuja síntese pode ser
vista no Quadro 1 mais adiante.
De acordo com Klaus Schwab (2016, p. 15), “A palavra ‘revolução’ denota mudança
abrupta e radical. Em nossa história, as revoluções têm ocorrido quando novas
tecnologias e novas formas de perceber o mundo desencadeiam uma alteração profunda
nas estruturas sociais e nos sistemas econômicos”.
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Economista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, mestre em Criatividade e
Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal). Sócio-diretor da empresa SAM - Souza Aranha
Machado Consultoria e Produções Artísticas. E-mail: lasam.machado@gmail.com
2
Economista, graduado em Ciências Econômicas pela UFPB, com especialização em Gestão em Recursos
Humanos pela FATEC Internacional. Professor do Curso de Graduação em Ciências Contábeis e em
Administração nas disciplinas de Economia e de Economia Brasileira no IESP Faculdades. E-mail:
paulogalvaojunior@gmail.com
funcionamento de seu cérebro. Segundo o site SOCIENTÍFICA3, “o cérebro mantém o
intelecto humano, talvez precisemos saber não apenas o estado atual de todos os 86
bilhões de neurônios e suas 100 trilhões de interconexões, não apenas as forças variadas
com as quais estão conectados e não apenas a estados de mais de 1.000 proteínas que
existem em cada ponto de conexão, mas como o momento-a-momento, a atividade do
cérebro contribui para a integridade do sistema”.
Não tão citada, mas de importância tão grande ou até maior do que essas duas, para a
primeira revolução tecnológica é a disseminação da divisão do trabalho, aspecto que
não escapou à arguta visão do economista escocês Adam Smith, que a ela dedicou os
capítulos iniciais de sua célebre obra intitulada A Riqueza das Nações, publicada em
1776. Smith sustentava que a riqueza de uma nação depende da produtividade do
trabalho e da proporção de trabalhadores que se empregam de maneira produtiva:
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Artigo intitulado “O cérebro vazio” no site Sociedade Científica e disponível em:
http://socientifica.com.br/2017/06/o-cerebro-vazio/. Acesso em: 11 de setembro de 2018.
A revolução da eletricidade
O ferro é substituído pelo aço como matéria prima da indústria de base. E o vapor é
substituído pela eletricidade como fonte de energia para a indústria. A energia elétrica
foi essencial na Segunda Revolução Industrial e, nesse sentido, destacamos a lâmpada
elétrica incandescente de 1879 do inventor, cientista e empresário americano Thomas
Edison, autor de uma afirmação muito reproduzida: “Minhas invenções são um por
cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração”.
A revolução do computador
Klaus Schwab (2016, p. 16) afirma que: “Ela costuma ser chamada de revolução digital
ou do computador, pois foi impulsionada pelo desenvolvimento dos semicondutores, da
computação em mainframe (década de 1960), da computação pessoal (décadas de 1970
e 1980) e da internet (década de 1990)”. Observamos que o primeiro controlador lógico
programável (CLP) em 1969.
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Em A estrutura das revoluções científicas, Thomas Kuhn afirma: “paradigmas são as realizações
científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções
modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência” (1998, p. 13).
que se tornou a segunda maior potência econômica mundial de 1992 até 2009, passando
pelos chamados Tigres Asiáticos na década de 1980 (Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan
e Hong Kong), chegando à China, atualmente, a segunda economia do mundo desde
2010 e, mais recentemente, à Índia.
Por fim, a Quarta Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0, “um termo
cunhado em 2011 na feira de Hannover para descrever como isso irá revolucionar a
organização das cadeias globais de valor” (SCHWAB, 2016, p. 16) e que se propaga nas
primeiras décadas do século XXI. Embora estejamos em seu início e precisando ainda
compreendê-la em toda a sua extensão, já não nos restam dúvidas a respeito da
velocidade e amplitude desse novo paradigma.
Como é natural quando ocorre uma mudança tecnológica dessa magnitude, existe certa
resistência por parte de algumas pessoas mais céticas, que procuram minimizar a
importância das alterações em curso, afirmando que não passa de exagero compará-las
com as revoluções tecnológicas anteriores ou revoluções industriais passadas. Klaus
Schwab, no entanto, está convicto da ocorrência da Quarta Revolução Industrial e
apresenta três razões para justificar seu ponto de vista: a velocidade; a amplitude e
profundidade; e o impacto sistêmico.
De acordo com a atual chanceler da Alemanha desde 2005, Angela Merkel5 (2017), “A
Indústria 4.0 é a transformação abrangente de toda a esfera de produção industrial por
meio da fusão da tecnologia digital e de Internet com a indústria convencional”.
Nos países desenvolvidos como também nos países emergentes, entre as dez profissões
menos propensas à automação na Quarta Revolução Industrial, destacadas por ordem
decrescente de probabilidade por Klaus Schwab (2016, p. 45) são: 1) Assistentes sociais
de abuso de substâncias e saúde mental; 2) Coreógrafos; 3) Médicos e cirurgiões; 4)
Psicólogos; 5) Gerentes de recursos humanos; 6) Analistas de sistemas de computador;
7) Antropólogos e arqueólogos; 8) Engenheiros marinhos e arquitetos navais; 9)
Gerentes de Vendas; e 10) Diretores.
Desde o final do século XVIII até os dias atuais já ocorreram quatro grandes revoluções
industriais: a revolução a vapor, a revolução elétrica, a revolução do computador e a
Indústria 4.0.
O quadro 1 permite uma visão sintetizada das principais características das revoluções
tecnológicas ou revoluções industriais desde o século XVIII até o século XXI.
Quadro 1
Características tecnológicas das revoluções industriais
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Trecho citado no artigo intitulado Indústria 4.0 – A indústria conectada ao mundo virtual: conceitos
e desafios. Disponível em: http://www.studioestrategia.com.br/industria-4-0-conceitos-e-desafios/.
Acesso em: 11 de setembro de 2018.
Segunda Iniciou no século XIX e avançou • Energia elétrica;
Revolução a primeira metade do século XX. • Petróleo;
Industrial Ocorreu entre as décadas de 1860 • Sistema de produção taylorista-fordista-
divisão do trabalho manual e intelectual;
e 1900.
• Automação e produção em massa;
• Linha de montagem móvel.
Terceira Iniciou na segunda metade do • Surgimento da informática e avanço das
Revolução século XX e avançou até o final comunicações;
Industrial deste século. Ocorreu entre as • Surge a sociedade do conhecimento;
• Sistema de produção flexível;
décadas de 1960 e 1990.
• Tecnologia da informação (TI);
• Computação.
Quarta Iniciou na primeira década do • Internet mais ubíqua e móvel, sensores
Revolução século XXI, na década de 2000. menores e mais poderosos;
Industrial • Fusão das tecnologias e a interação
entre domínios físicos, digitais e
biológicos;
• Sistemas e máquinas inteligentes
conectados possibilitando um modelo de
produção de personalização em massa;
• Robótica avançada.
Fonte: AIRES; MOREIRA; FREIRE (2017), com base em Aires, Freire e Souza (2016) e Schwab (2016).
Nas últimas reuniões anuais do FEM, em Davos, na Suíça, tem sido enfatizado o papel
da Quarta Revolução Industrial na resolução de graves problemas da humanidade como
a miséria, a desigualdade social, o aquecimento global, o terrorismo e os conflitos
internacionais.
Vale a pena ressaltar a robótica avançada nos dias atuais. A palavra robô é de origem
tcheca. Podemos encontrar robôs de aplicação operacional e industrial como também
robôs dotados de inteligência artificial. Recentemente, cientistas japoneses lançaram o
primeiro robô humanoide do mundo com habilidade real de uma apresentadora de
telejornal.
Os robôs já fazem parte da vida de muitos seres humanos e de muitas fábricas em países
desenvolvidos como Japão e países emergentes como China. De acordo com a
Federação Internacional de Robôs (IFR, em inglês), a China é o país com mais robôs no
mundo, com 87.000 robôs em 2016. O Japão encontra-se em terceiro lugar com 38.586
robôs no ano de 2016. O Brasil tem 1.207 robôs industriais. Hoje é quase unânime que
os robôs representam muito para a humanidade, porque eles podem protegê-la e ajudá-la
na busca de uma melhor qualidade de vida.
Considerações finais
Para Klaus Schwab, estamos agora na próxima fase da nova tecnologia, a Quarta
Revolução Industrial. É preciso estarmos atentos aos seus impactos na economia e no
mercado de trabalho. A automação, a robotização e a impressão em 3D nas empresas
poderão acabar com 7 milhões de empregos formais no mundo até 2020.
IFR. Executive Summary World Robotics 2017 Industrial Robots. Disponível em:
https://ifr.org/downloads/press/Executive_Summary_WR_2017_Industrial_Robots.pdf.
Acesso em: 06 de setembro de 2018.
INDÚSTRIA 4.0 (por David Kupfer). Disponível em
https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2016/09/23/industria-4-0-por-david-
kupfer/. Acesso em: 04 de setembro de 2018.