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ainda que se trate paradoxalmente de uma causa sui parasitária (Koch 2014:
153), por estar já presente desde a ação e reação.
O paradoxo de uma causa sui que já precisa estar presente em si
para que possa pôr-se, é dissolvido no conceito, que deve ser o mesmo que
a interação, mas sem a sua autocontradição. Dado que o ser em si e para si e o
ser-posto são idênticos no caso do conceito, não se pode falar mais de uma causa
sui parasitária. A causa sui que é o conceito dá a si seu ser em si e para si
enquanto ela se põe, a saber, enquanto se torna visível para o pensar puro
que, de resto, é ela mesma; e seu ser em si e para si nada mais é do que seu
pôr-se, portanto, seu tornar-se visível para o pensar que ela mesma é. O
conceito é a manifestação pura dei si, sua autotransparência pura; não
sobra nada de opaco, nenhum resquício de imediato não-mediato.
A operacionalidade absoluta é autotransparência. Cabe perguntar se isso
nos ajuda a compreender com que direito Hegel a apreende como o conceito e
com que direito ele atribui ao conceito os momentos estruturais da
universalidade, da particularidade e da singularidade. No que diz respeito à
estrutura, vale considerar o que a tradição entende por conceito
independentemente de Hegel. Os conceitos são representações universais, que se
apresentam em graus diferentes de universalidade e que constituem estruturas
diairéticas de árvores, nas quais eles estão subordinados e coordenados. Assim
se torna claro que à universalidade pertence essencialmente a particularidade.
Além disso, cada conceito numa estrutura de árvore é também um conceito
singular; mas, à primeira vista, essa singularidade parece ser externa ao conceito.
No entanto, Hegel está convencido de que a singularidade de um conceito
significa sua autonomia na estrutura de árvore.
Independentemente de Hegel, o conceito dá a conhecer uma relação
ulterior com a singularidade: nas terminações da estrutura, a passagem do
universal ao singular é uma exigência inadiável. Debaixo de um conceito
universal, estão não apenas conceitos particulares (espécies), mas, de outra
maneira, também aqueles singulares que constituem seu âmbito (sua esfera de
aplicação), que, porém, por sua vez, em geral não são mais conceitos, mas, por
exemplo, coisas no espaço e no tempo. Mas Hegel destaca e valoriza o fato de que
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também os singulares enquanto tais têm forma conceitual e não se contrapõem
ao conceito como algo alheio.