Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- Constatado nos autos que o réu fora patrocinado por Defensor constituído
que apresentou as teses que entendeu pertinentes nos momentos oportunos,
não há que se falar em ausência de defesa, até porque não restou
demonstrado o necessário prejuízo à parte, conforme preconiza o art. 563 do
CPP.
1
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
edema agudo de pulmão, quadro clínico este que não se comprovou ser
originário ou ter qualquer relação com o disparo preteritamente efetuado.
- Nos ditames do art. 13, §1º, do CP, deve o agente responder tão somente
pelos atos já praticados e a que deu causa.
ACÓRDÃO
RELATOR.
VOTO
2
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Contrarrazões às f. 476/486.
Preliminarmente
3
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
"(...) Foi dada a palavra à Defesa do réu, com início às 16:06min.m e término
às 16:15min., que sustentou as seguintes teses: em relação à vítima Marcelo
Augusto Alves Domingues Paixão, a negativa de autoria e, subsidiariamente,
o decote da qualificadora. No que diz respeito à vítima José Luís Teles
Magalhães, sustenta a tese de legítima defesa e subsidiariamente o decote
da qualificadora. (...) A defesa usou o direito da tréplica, tendo início às
16h22min., e término às 16h23min. (...)", f. 415
Mérito
4
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Passo à decisão.
5
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
"Não cabe a anulação, quando os jurados optam por uma das correntes de
interpretação da prova possíveis de surgir. Exemplo disso seria a anulação
do julgamento porque o Conselho de Sentença
6
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
considerou fútil o ciúme, motivo do crime. Ora, se existe prova de que o delito
foi, realmente, praticado por tal motivo, escolheram os jurados essa
qualificadora, por entenderem adequada ao caso concreto. Não é decisão
manifestamente contrária à prova, mas situa-se no campo da interpretação
da prova, o que é bem diferente. Consideramos que a cautela, na anulação
das decisões do júri, deve ser redobrada, para não transformar o tribunal
togado na real instância de julgamento dos crimes dolosos contra a vida." (in
Código de Processo Penal Comentado, 9ª edição, Editora RT, pág. 975)
7
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
"(...) Que populares disseram que era u tal de baiano. Que segundo
populares, o autor da morte teria sido um Senhor de boné, blusa azul, calça
jeans, com uma bolsa tira colo do lado. Que segundo populares este Senhor
tirou o boné, a blusa e a bolsa, passando a usar uma blusa vermelha, calça
jeans e tal pessoa era careca. Que viram essa pessoa entrando em um
ônibus, com destino a Contagem. Que via rádio, conseguiram abordar o
ônibus na divisa de Novo Retiro com Nova Contagem. Que dentro do ônibus
que tinha um cidadão com as características dadas pelas pessoas. Que a
pessoa que encontraram é o acusado presente; Que quando a viatura
interceptou o ônibus, o acusado presente trocou de assento e no assento em
que estava foi encontrado uma arma de fogo. Que o revólver era de calibre
38, com duas munições deflagradas e três intactas. (...) Que levaram o
mesmo ao local do crime e várias testemunhas o reconheceram. (...)', f. 200 -
Eric Ferreira de Almeida - policial - fase judicial
8
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
"(...) Que viu o acusado presente saindo da porta traseira do carro, fechando-
a. Que o acusado após ter saído olhou para frente e olhou para trás e tomou
a direção em sentido ao Sítio do Sindicato, ou seja, largando a BR e indo
para o mato. Que o depoente quando viu que o acusado estava a uma
distância considerável, foi até o carro. (...) Que quando estava tentando
socorrer as vítimas na porta do carro, o acusado voltou e passou a menos de
meio metro do depoente. Que quase esbarrou no depoente quando passou
correndo. Que o acusado virou a cara para o sentido contrário do carro disse:
'cruz credo, vou chamar a polícia também'. Que nesses dois momentos que
viu o acusado, o mesmo estava de camisa azul, portando uma bolsa preta e
calça Jeans claro e de boné. (...) Que passou a seguir o acusado e fez isso
por uns 800 metros, da porta da casa do depoente até a BR. Que no meio do
caminho o acusado trocou de roupa. (...) 'Que o acusado tirou o boné e jogou
no mato. Que em seguida tirou a bolsa que portava e jogou no mato. Que em
seguida desabotoou a camisa e também a jogou no mato. (...) Que seguiu o
acusado até a BR e o mesmo a atravessou. (...) Que vindo um ônibus que ia
para Contagem, o acusado o pegou. (...) Que mais ou menos dez minutos
depois a polícia chegou com o acusado no local do crime. (...) Que foi o
depoente quem reconheceu o acusado. (...)", f. 204/205 - Jorge Lindemberg
da Silva - testemunha - fase judicial
9
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
José Luis, tanto nas provas testemunhais quanto no laudo realizado no local
dos fatos.
O relatório médico de f. 305/306, por sua vez, relata que o réu fora
atendido no dia 19/03/2011 com parada cardiorrespiratória, tendo sido
realizado o procedimento de reanimação e tentativa de entubação da vítima,
o que não ocorreu em razão de "estenose de traquéia". Ao final, quando da
resposta do quesito formulado pelo juízo, os médicos concluíram pela
impossibilidade de se atestar a existência de nexo de causalidade entre o
disparo de arma de fogo e os motivos que levaram José Luiz à morte. Confira
-se:
10
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
11
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
12
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
13
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
nos autos a indicar que o disparo de arma de fogo fora a causa de sua morte.
Continua a doutrina:
14
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Conclusão:
Sem custas.
É como voto.
15