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Aula 03
Sumário
Considerações Iniciais ............................................................................... 3
4-Bibliografia ......................................................................................... 51
Gabaritos ............................................................................................ 75
Comentários ........................................................................................ 76
Considerações Iniciais
Grande abraço,
Igor Maciel
profigormaciel@gmail.com
@ProfIgorMaciel
De acordo com o artigo 1º da referida Lei, caberá Ação Civil Pública para
discutir as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados
ao meio ambiente, ao consumidor a patrimônio artístico ou histórico, à ordem
econômica ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
I - ao meio-ambiente;
II - ao consumidor;
III - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica;
VI - à ordem urbanística.
VII - à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados.
1.1.3 - FGTS
(RE 643978 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 17/09/2015, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 24-09-2015 PUBLIC 25-09-2015)
É que tendo a coisa julgada coletiva eficácia erga omnes, permitir o controle
de constitucionalidade em sede de Ação Civil Pública seria usurpar a competência
do Supremo Tribunal Federal na análise de constitucionalidade de leis com
eficácia para todos.
Tal discussão seria feita como causa de pedir da Ação Civil Pública, razão
pela qual a discussão sobre a constitucionalidade da norma faria parte da
fundamentação da decisão, não de seu dispositivo.
Neste sentido:
a alguns aspectos da Lei nº 8024/1990, que somente ao Supremo Tribunal Federal caberia
decretar". 5. Não se trata de hipótese suscetível de confronto com o precedente da Corte
na Reclamação nº 434-1 - SP, onde se fazia inequívoco que o objetivo da ação civil pública
era declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 7.844/1992, do Estado de São Paulo. 6. No
caso concreto, diferentemente, a ação objetiva relação jurídica decorrente de contrato
expressamente identificado, a qual estaria sendo alcançada por norma legal subseqüente,
cuja aplicação levaria a ferir direito subjetivo dos substituídos. 7. Na ação civil pública,
ora em julgamento, dá-se controle de constitucionalidade da Lei nº 8024/1990,
por via difusa. Mesmo admitindo que a decisão em exame afasta a incidência de
Lei que seria aplicável à hipótese concreta, por ferir direito adquirido e ato jurídico
perfeito, certo está que o acórdão respectivo não fica imune ao controle do
Supremo Tribunal Federal, desde logo, à vista do art. 102, III, letra b, da Lei Maior,
eis que decisão definitiva de Corte local terá reconhecido a inconstitucionalidade
de lei federal, ao dirimir determinado conflito de interesses. Manifesta-se, dessa
maneira, a convivência dos dois sistemas de controle de constitucionalidade: a
mesma lei federal ou estadual poderá ter declarada sua invalidade, quer, em
abstrato, na via concentrada, originariamente, pelo STF (CF, art. 102, I, a), quer
na via difusa, incidenter tantum, ao ensejo do desate de controvérsia, na defesa
de direitos subjetivos de partes interessadas, afastando-se sua incidência no caso
concreto em julgamento. 8. Nas ações coletivas, não se nega, à evidência,
também, a possibilidade da declaração de inconstitucionalidade, incidenter
tantum, de lei ou ato normativo federal ou local. 9. A eficácia erga omnes da
decisão, na ação civil pública, ut art. 16, da Lei nº 7347/1997, não subtrai o
julgado do controle das instâncias superiores, inclusive do STF. No caso concreto,
por exemplo, já se interpôs recurso extraordinário, relativamente ao qual, em situações
graves, é viável emprestar-se, ademais, efeito suspensivo. 10. Em reclamação, onde
sustentada a usurpação, pela Corte local, de competência do Supremo Tribunal Federal, não
cabe, em tese, discutir em torno da eficácia da sentença na ação civil pública (Lei nº
7347/1985, art. 16), o que poderá, entretanto, constituir, eventualmente, tema do recurso
extraordinário. 11. Reclamação julgada improcedente, cassando-se a liminar
(Rcl 600, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 03/09/1997, DJ
05-12-2003 PP-00019 EMENT VOL-02135-01 PP-00006)
1.2 – Cabimento
De acordo com a parte final do artigo 1º, da Lei 7.347/85, cabe Ação Civil
Pública também para o ressarcimento de dano moral coletivo causados pelo Réu.
Fredie Didier (2016, pg. 328) aponta que diversas correntes doutrinárias
questionaram a aplicação de tal dispositivo, haja vista a impossibilidade de aferir
a lesão à honra, à imagem ou à dor da coletividade.
consumidor. Fredie Didier (2016, pg. 331) ressalta, contudo, que a prova
produzida deve apontar que o dano ultrapassa os limites do tolerável e atinge,
efetivamente, os valores coletivos:
Ressalte-se que o artigo 3º, da Lei 7.347/85 determina ser possível que a
ação civil pública tenha por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento
da obrigação de fazer ou não fazer:
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer.
1. Cuidam os autos de Ação Civil Pública proposta com o fito de obter responsabilização por
danos ambientais causados pela supressão de vegetação nativa e edificação irregular em
Área de Preservação Permanente. O juiz de primeiro grau e o Tribunal de Justiça de Minas
Gerais consideraram provado o dano ambiental e condenaram o réu a repará-lo; porém,
julgaram improcedente o pedido indenizatório pelo dano ecológico pretérito e residual.
2. A jurisprudência do STJ está firmada no sentido da viabilidade, no âmbito da Lei
7.347/85 e da Lei 6.938/81, de cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e
de indenizar (REsp 1.145.083/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
4.9.2012; REsp 1.178.294/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
DJe 10.9.2010; AgRg nos EDcl no Ag 1.156.486/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima,
Primeira Turma, DJe 27.4.2011; REsp 1.120.117/AC, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda
Turma, DJe 19.11.2009; REsp 1.090.968/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe
3.8.2010; REsp 605.323/MG, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori
Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 17.10.2005; REsp 625.249/PR, Rel. Ministro Luiz Fux,
Primeira Turma, DJ 31.8.2006, entre outros).
3. Recurso Especial parcialmente provido para reconhecer a possibilidade de cumulação de
indenização pecuniária com as obrigações de fazer e não fazer voltadas à recomposição in
natura do bem lesado, devolvendo-se os autos ao Tribunal de origem para que fixe, in casu,
o quantum debeatur reparatório do dano já reconhecido no acórdão recorrido.
(REsp 1328753/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
28/05/2013, DJe 03/02/2015)
Além disso, de acordo com o artigo 4º, da Lei 7.347/85, poderá ser ajuizada
ação cautelar para os fins previstos na norma, objetivando, inclusive, evitar dano
ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Para Fredie Didier (2016, pg. 351), este dispositivo, embora mencione
“tutela cautelar”, refere-se a uma tutela inibitória, que é satisfativa e visa
exatamente obter providência judicial que impeça a prática de ato ilícito e,
naturalmente, a ocorrência de um dano.
Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida,
quando cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito
público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.
Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento
cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que
providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em
virtude de vedação legal.
§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua
liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à
competência originária de tribunal.
§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação
civil pública.
§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto
da ação.
§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente
do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou
previdenciários. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
Por outro lado, o parágrafo 2º, do artigo 1º, da Lei 8.437/92, excepciona
da própria regra as liminares deferidas em ação popular e ação civil pública.
Nesse tipo de ação, será possível a concessão de medida liminar, sem que
seja considerada burla à regra de competência prevista na Constituição Federal.
Já quanto às demais hipóteses de vedações, estas se aplicam integralmente à
Ação Civil Pública, apenas sendo cabível a medida liminar acaso inexista vedação
legal para tanto.
Por outro lado, Leonardo Cunha afirma que (2016, pg. 301):
1.3 – Competência
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Súmula 183 – STJ – CANCELADA - Compete ao Juiz Estadual, nas Comarcas que não sejam
sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União
figure no processo.
1.4 – Legitimidade
De acordo com o artigo 5º, da Lei 7.347/85, poderão propor a ação principal
e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste
artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
bem jurídico a ser protegido.
(ADI 3943, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 07/05/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 05-08-2015 PUBLIC 06-08-2015)
Ocorre que, segundo aponta Didier (2016, pg. 203) a Defensoria Pública
não possui legitimidade para LIQUIDAR e EXECUTAR os direitos individuais
decorrentes da sentença coletiva em relação aos jurisdicionados NÃO
necessitados.
(REsp 1449416/SC, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 15/03/2016, DJe 29/03/2016)
1.4.2 - Associação
Para que a Associação possa manejar a Ação Civil Pública, faz-se necessário
que tenha sido constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil e inclua
entre suas finalidades institucionais a defesa do patrimônio público ou social, ao
meio ambiente, ao consumidor ou outros direitos coletivos lato sensu.
Fredie Didier (2016, pg. 197) defende que a consequência desta situação
não pode ser necessariamente a extinção do processo sem resolução do mérito
e defende que deve ser aproveitado o processo coletivo com a substituição
(sucessão) da parte que se reputa inadequada para a condução da demanda.
Neste sentido:
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos
que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para
as providências cabíveis.
A conexão é fato jurídico processual que normalmente produz o efeito jurídico de determinar
a modificação da competência, de modo a que um único juízo tenha competência para
processar e julgar todas as causas conexas. A reunião das causas em um mesmo juízo é o
efeito jurídico mais tradicional da conexão.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente,
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Súmula 489 STJ - Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as
ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
Não obstante possam produzir o mesmo efeito jurídico, conexão e litispendência são fatos
distintos: conexão pressupõe a existência de duas ou mais causas diferentes; litispendência
pressupõe a pendência de duas ou mais causas iguais. A observação é importante,
principalmente para que se evite a repropositura de demanda que já fora julgada.
CDC
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Assim, comum o manejo de diversas ações que digam com o mesmo objeto,
mas propostas por partes diferentes. Exemplo: uma ação civil pública proposta
pelo Ministério Público, uma ação popular proposta por um cidadão e um Mandado
de Segurança coletivo proposto por uma associação: todas as demandas com o
mesmo objeto.
Por outro lado, o artigo 104, do CDC, estabelece que a ação coletiva não
induz litispendência para as ações individuais, eis que nestas busca-se o direito
individual e não o direito coletivo lato sensu, gerando situações jurídicas ativas
distintas e não podendo ser consideradas idênticas demandas.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não
induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão
os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Todavia, de acordo com o artigo 104, do CDC, tais litigantes não serão
beneficiados pela decisão coletiva se não requererem a suspensão do seu
1
CDC. Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: II - ultra partes, mas
limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior,
quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
Contudo, o artigo 6º, inciso VIII, do CDC estabelece ser direito básico do
consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova:
Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive,
evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Artigo com redação dada pela
Lei nº 13.004, de 24/6/2014, publicada no DOU de 25/6/2014, em vigor após decorridos
60 dias de sua publicação oficial)
Segundo Didier, tanto a tutela cautelar como a tutela satisfativa podem ser
requeridas de forma provisória, sendo certo que possível também o pedido de
tutela inibitória, em sede de ação civil pública.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal
a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em
decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo
de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da
decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.
A tutela definitiva é aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate
acerca do objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a
ampla defesa. É predisposta a produzir resultados imutáveis, cristalizados pela coisa
julgada.
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável
à parte.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal
a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em
decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo
de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da
decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.
Deferida uma tutela provisória por um juízo de primeira instância, cabe, normalmente, um
agravo de instrumento (CPC, art. 1.015, I), no qual poderá ser requerido o efeito
suspensivo, com fundamento na urgência ou na evidência (CPC, art. 995, parágrafo único),
cabendo ao relator examinar tal requerimento (CPC, art. 932, II; art. 1.019, I). (CUNHA,
2016, pg. 321).
Novo CPC:
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
terceiros.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes , exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento
valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista
no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes , apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas
e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e
direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados
que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de
indenização a título individual.
§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei nº
7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos
pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas,
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à
liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Quanto à Ação Civil Pública, o artigo 16, da Lei 7.347/85 reforça a regra:
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
2
Constituição Federal. Art. 5. XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Art. 8. III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
De acordo com o artigo 509, do Código de Processo Civil, dois são os tipos
de liquidação de sentença: a liquidação por arbitramento e a liquidação pelo
procedimento comum. Tais hipóteses são também aquelas previstas para as
sentenças individuais, razão pela qual discutir-se-á apenas a aplicação destas aos
processos coletivos.
Tal liquidação quando feita nos próprios autos pelo legitimado coletivo não
se distingue do processo individual, eis que apenas irá se buscar a identificação
do quanto é devido.
A liquidação de tais julgados, portanto, irá apurar (DIDIER, 2016, pg. 430):
Tal sentença poderá ser executada por qualquer vítima ou por seus
sucessores ou ainda por qualquer legitimado coletivo:
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
Neste sentido:
3.3 – Competência
Artigo 98.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
1.2. A sentença genérica proferida na ação civil coletiva ajuizada pela Apadeco, que
condenou o Banestado ao pagamento dos chamados expurgos inflacionários sobre
cadernetas de poupança, dispôs que seus efeitos alcançariam todos os poupadores
da instituição financeira do Estado do Paraná. Por isso descabe a alteração do seu alcance
em sede de liquidação/execução individual, sob pena de vulneração da coisa julgada.
Assim, não se aplica ao caso a limitação contida no art. 2º-A, caput, da Lei n. 9.494/97.
2. Ressalva de fundamentação do Ministro Teori Albino Zavascki.
3. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.
(REsp 1243887/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em
19/10/2011, DJe 12/12/2011)
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida
ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes
de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na
hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela
integralidade das dívidas.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens lesados.
Art. 1º O Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), criado pela Lei nº 7.347, de 24 de
julho de 1985, tem por finalidade a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico,
por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.
Art. 3º O FDD será gerido pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante da estrutura organizacional do Ministério da
Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos seguintes membros:
I - um representante da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, que o
presidirá; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 7.738, de 28/5/2012)
II - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal; (Inciso
retificado no DOU de 11/11/1994)
III - um representante do Ministério da Cultura;
IV - um representante do Ministério da Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
V - um representante do Ministério da Fazenda;
VI - um representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE;
VII - um representante do Ministério Público Federal;
VIII - três representantes de entidades civis que atendam aos pressupostos dos incisos I e
II, do art. 5º, da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 1º Cada representante de que trata este artigo terá um suplente, que o substituirá nos
seus afastamentos e impedimentos legais.
§ 2º É vedada a remuneração, a qualquer título, pela participação no CFDD, sendo a
atividade considerada serviço público relevante.
Art. 11. O CFDD, mediante entendimento a ser mantido com o Poder Judiciário e os
Ministérios Públicos Federal e Estaduais, será informado sobre a propositura de toda ação
civil pública, a existência de depósito judicial, de sua natureza, e do trânsito em julgado da
decisão.
Art. 11. O CFDD, mediante entendimento a ser mantido com o Poder Judiciário e os
Ministérios Públicos Federal e Estaduais, será informado sobre a propositura de toda ação
civil pública, a existência de depósito judicial, de sua natureza, e do trânsito em julgado da
decisão.
4-Bibliografia
DIDIER JR, Fredier, BRAGA, Paula Sarno e OLIVEIRA, Rafael Alexandria de.
CURSO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – VOLUME 2. 11ª. Edição.
Salvador: Editora JusPodivm, 2016.
DIDIER JR, Fredie e ZANETI JR, Zaneti. Curso de direito processual civil:
processo coletivo. 10ª edição. Salvador: Juspodivm, 2016.
GRINOVER, Ada Pellegrini. A tutela dos interesses difusos. São Paulo: Editora
Max Limonad, 1984.
GRINOVER, Ada Pellegrini in WATANABE, Kazuo et. al. 8ª Ed. Código brasileiro
de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. Rio
de Janeiro: Forense, 2005.
5-Resumo da Aula
I - ao meio-ambiente;
II - ao consumidor;
VI - à ordem urbanística.
2. O Ministério Público não tem legitimidade para aforar ação civil pública para
o fim de impugnar a cobrança e pleitear a restituição de imposto - no caso
o IPTU - pago indevidamente.
3. O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor ação judicial que
vise a defesa de direitos individuais homogêneos tendo em vista o relevante
interesse social na causa.
10. A Defensoria Pública é parte legítima para propor a Ação Civil Pública.
11. Para que a Associação possa manejar a Ação Civil Pública, faz-se
necessário que tenha sido constituída há pelo menos um ano, nos termos
18. Em Ação Civil Pública será cabível tanto a tutela cautelar como a
satisfativa requerida de forma provisória. Além disso, possível também o
pedido de tutela inibitória, inexistindo maiores diferenças em relação à
tutela provisória dos processos individuais.
22. Tal liquidação quando feita nos próprios autos pelo legitimado coletivo
não se distingue do processo individual, eis que apenas irá se buscar a
identificação do quanto é devido.
6 – Questões Objetivas
c) inconstitucionalidade.
Assinale a alternativa correta, de acordo com a lei que disciplina a ação civil
pública (Lei n.º 7.347/1985).
O rol completo dos legitimados para propor ação civil pública previsto na Lei
Federal n° 7.347/85 é composto por:
O Ministério Público ajuizou ação civil pública contra empresa que, sem
autorização do órgão competente, lançava efluentes líquidos ao meio
ambiente. Requereu, em sede de liminar, sem oitiva da ré, a cessação da
prática lesiva. Não requereu a imposição de multa para o caso de
descumprimento. De acordo com a Lei no 7.347/1985, convencido da
existência dos requisitos para concessão de liminar, o juiz deverá
a) deferir a liminar, sem oitiva da ré, porém sem imposição de multa para o
caso de descumprimento, diante da ausência de pedido nesse sentido.
d) Será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos e contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional, desde que
os benificiários possam ser individualmente determinados;
e) Tem legitimidade para propor a ação civil pública a associação que esteja
constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil ou que tenha
incluído, dentre as suas finalidades, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico.
A Lei n.º 7.347/85 disciplina as ações civis públicas. Sobre tal texto legal, é
correto afirmar que
De acordo com a Lei n.º 7.347/1985, que disciplina a ação civil pública, é
correto afirmar que
e) a Defensoria Pública não tem legitimidade para propor ação civil pública.
judicial ali engendrado, sendo que tal autorização pode ser dada por ato
individual ou em assembleia geral.
II. Nas causas de interesses coletivos, a sentença fará coisa julgada erga
omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência
de provas.
a) I e III.
b) III, IV e V.
c) IV e V.
d) II e V.
e) I, II e III.
II. A sentença coletiva nas ações que versam sobre direitos difusos ou
coletivos deve ser genérica, enquanto que a sentença que tratar de
direitos individuais homogêneos deve especificar o quantum indenizatório
para cada vítima.
e) pode ser liquidada e executada pela vítima mas não por seus sucessores,
dado o caráter personalíssimo da decisão.
Gabaritos
1 E 16 D
2 A 17 C
3 FALSO 18 A
==1299e5==
4 FF 19 FF
5 A 20 A
6 A 21 B
7 B 22 A
8 E 23 FFF
9 C 24 C
10 E
11 C
12 V
13 D
14 C
15 FF
Comentários
Comentários
Isto porque conforme a Súmula 489 do STJ: Súmula 489 - Reconhecida a continência,
devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça
estadual.
A alternativa A está falsa, uma vez que não se trata de atuação facultativa do MP, mas
de determinação legal, tal qual previsão do artigo 5º, parágrafo 3º, da LACP:
A alternativa B está falsa, uma vez que o juiz poderá conferir o efeito suspensivo ao
recurso, conforme dispõe o art. 14 da LACP:
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável
à parte.
A alternativa C está falsa, eis que contrária ao parágrafo único do artigo 1º, da LACP:
Parágrafo Único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados.
Já a alternativa D está falsa, eis que a ação civil pública NÃO TEM por objeto a declaração
da existência ou inexistência de relação jurídica e tampouco a obrigação de dar. Somente
tem por objeto, conforme dispõe o artigo 3°:
Artigo 3º. A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer.
Comentários
Alternativa Correta, letra A, conforme decidido pelo Colendo STF nos autos da ADI 3943:
(ADI 3943, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 07/05/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 05-08-2015 PUBLIC 06-08-2015)
Comentários
Item Falso, eis que a legitimação não é EXCLUSIVA da DPE, e sim CONCORRENTE e
DISJUNTIVA onde um legitimado não exclui o outro.
Comentários
O Item I está falso, eis que vários são os legitimados para propor Ação Civil pública,
inexistindo atribuição exclusiva ao MP, conforme artigo 129 da CF:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e
a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos;
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo
não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição
e na lei.
O Item II está falso, eis que a Ação Popular apenas será cabível nos termos previstos na
Constituição Federal (onde não se inclui a defesa do consumidor):
CF, Artigo 5º. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
Comentários
Art. 12. § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar
grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do
Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da
liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras,
no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
A alternativa B está falsa, eis que poderá ser objeto da ACP também o pedido de
obrigação de fazer e não fazer (artigo 3º, LACP).
A alternativa D está falsa, uma vez que a Súmula 183 do STJ fora cancelada:
STJ – Súmula 183 - CANCELADA. Compete ao Juiz Estadual, nas Comarcas que não sejam
sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União
figure no processo.
Neste sentido:
Comentários
Comentários
A alternativa correta é a letra b, eis que, conforme dispõe o artigo 11, da LACP, o juiz
determinará a aplicação de multa diária, independente do requerimento do Autor:
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Além disso, o artigo 12, da LACP, em seu parágrafo 2º, estabelece que:
Por fim, as letras C e E estão falsas, uma vez que o artigo 12, da LACP estabelece ser
facultativa a justificação prévia.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.
Comentários
Assim, o candidato deveria marca a letra E, eis que a legitimidade para firmar Termo
de Ajustamento de Conduta é dada apenas aos órgãos públicos:
Artigo 5º. § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso
de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia
de título executivo extrajudicial.
Comentários
Alternativa correta, letra C, nos termos do artigo 1º, inciso V, da Lei 7.347/85:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº
12.529, de 2011).
V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
A alternativa A está falsa, eis que o interessado poderá REQUERER e não REQUISITAR
(artigo 8º, LACP);
A alternativa B está falsa, eis que cabe ao próprio CSMP designar outro órgão do MP para
ajuizar a ação.
A alternativa D está falsa, eis que a ACP não é cabível em causas que envolvam FGTS e
previdenciárias, nos termos do artigo 1º, parágrafo 1º, da LACP:
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados.
Já a alternativa E está falsa, uma vez que os requisitos para a associação ajuizar ACP
são concomitantes e não alternativos.
Comentários
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
A alternativa A está falsa, uma vez que qualquer pessoa poderá provocar o MP e o
servidor público DEVERÁ (artigo 6º).
A alternativa B está falsa, uma vez que a atuação dos juízes deve ser no exercício de
suas funções (artigo 7º).
A alternativa C está falsa, uma vez que necessário o esgotamento de todas as diligências
para a promoção do arquivamento (artigo 9º).
A alternativa D está falsa, uma vez que o prazo para fornecimento de informações é de
15 dias e não de 20 (artigo 8º).
Comentários
A alternativa E está falsa, por contraria o artigo 5º, inciso II, da LACP.
Comentários
De fato o STF entendeu ser necessária a autorização expressa para as Ações Ordinárias
propostas por associações. Contudo, em caso de Mandado de Segurança, desnecessária tal
autorização.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ASSOCIAÇÃO. NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
DOS ASSOCIADOS. ART. 5º, XXI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante do ponto de vista jurídico.
(RE 573232 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 15/05/2008, DJe-
102 DIVULG 05-06-2008 PUBLIC 06-06-2008 EMENT VOL-02322-05 PP-00906 RDECTRAB
v. 18, n. 203, 2011, p. 52-58 )
Sumula 629 - STF A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.
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A questão toda representa os efeitos da coisa julgada em ação coletiva previstos no artigo
103 do CDC:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes , exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento
valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista
no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes , apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas
e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Comentários
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes , exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento
valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81 (Interesses
Difusos)
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por
insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista
no inciso II do parágrafo único do art. 81 (Interesses Coletivos)
III - erga omnes , apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas
e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81 (Interesses
individuais homogêneos).
Comentários
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
Neste sentido:
Comentários
Alternativa correta, letra D, em razão do disposto no artigo 98, parágrafo 2º, do CDC:
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei
nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
A alternativa A está falsa, uma vez que nos termos do artigo 98, do CDC, poderá ser
executada também por por outro legitimado.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
Neste sentido:
Comentários
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da
qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
A letra A está falsa, uma vez que inexiste tal exceção no Eca ou no Estatuto do Idoso. Em
verdade, em qualquer caso, a multa será devida após o trânsito em julgado, nos termos do
artigo 12, da LACP, em seu parágrafo 2º, estabelece que:
A letra B está falsa, uma vez que desnecessário o pedido expresso do autor para
cominação de multa, nos termos do artigo 11 da LACP:
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Já a letra D está falsa, uma vez que é perfeitamente possível executar decisões que
determine a implantação de política pública pela administração pública, independente da
alegação de reserva do possível, certo que esta tese não pode servir para inviabilizar a
efetivação de direitos fundamentais.
Comentários
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
A alternativa C está falsa, uma vez que o prazo previsto no artigo 100 do CDC é de um
ano:
A alternativa D está falsa, uma vez que a coisa julgada poderá operar-se para aqueles
que não integraram a ação, desde que ao demanda seja julgada procedente (artigo 103,
III, CDC).
A alternativa E está falsa, uma vez que a sentença pode ser executada pela vítima ou
seus sucessores, nos termos do artigo 97, do CDC.
Comentários
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
O item “b” está falso, por contrariar o artigo 98, parágrafo 2º, do CDC:
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela
Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Comentários
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens lesados.
A alternativa B está falsa, uma vez que a competência para processar e julgar ação
popular e ACP contra presidente da república é do juiz de 1º grau.
A alternativa C está falsa, uma vez que contraria o parágrafo único do artigo 2º, da Lei
7.347/85:
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
A alternativa D está falsa, uma vez que nem toda demanda envolvendo o direito
ambiental será de competência da justiça federal.
A alternativa E está falsa, eis que na sentença que reconheça a obrigação de pagar, a
Fazenda Pública será intimada não para opor embargos, mas para IMPUGNAR a execução:
CPC, Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial,
por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
Comentários
Isto porque conforme visto em nossa aula, a liquidação da sentença é a fase do processo
que define com segurança o valor da prestação (quantum debeatur) e ainda individualiza o
objeto da prestação (quid debeatur) nas decisões proferidas de forma ilíquidas.
Quanto às obrigações de fazer e não fazer, não há necessidade de liquidação, haja vista
que o artigo 11, da Lei 7.347/85 é cristalino:
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta
for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento. Portanto, os prejuízos
individuais terão preferência no pagamento aos prejuízos coletivos.
Comentários
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no
interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos
individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
A alternativa C está falsa, eis que o valor da condenação não será revertido ao ente público
e sim ao fundo gerido pelo Conselho Federal, conforme o disposto no art. 13 da lei 7347/85:
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão
Já a alternativa D está falsa, uma vez que caberá a execução a um dos demais legitimados,
nos termos do artigo 15 da LACP:
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem
que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Comentários
O item está Falso, conforme o artigo 91, do CDC. A liquidação e execução poderá ser feita
pelos legitimados do artigo 82 inclusive na qualidade de substitutos processuais.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no
interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos
individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
CDC, Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei
n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes
do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Comentários
Todas as alternativas procuram interpretar o disposto no artigo 98, parágrafo 2º, do CDC:
Art. 98.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
7 - Considerações Finais
Espero que vocês tenham gostado! Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos
canais do curso e nos seguintes contatos:
profigormaciel@gmail.com
@ProfIgorMaciel
Grande abraço!
Igor Maciel