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Materiais de Construção Mecânica II - 2ª Área

3. PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS


3.1 Propriedades mecânicas

Como classe, os cerâmicos são relativamente frágeis

Não apresentam deformação plástica em temperatura ambiente

Resistência à tração: embora varie bastante, desde 0,7 MPa até 7x103 MPa (whiskers de
Al2O3), poucos cerâmicos apresentam valores superiores a 170MPa.

Resistência à compressão: em geral, são cerca de 5 a 6 vezes superiores à resistência


à tração

Dureza: em geral, bastante elevada, devido as ligações iônicas e covalentes

Resistência ao impacto: em geral, baixa


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3.1 Propriedades mecânicas


Mecanismos de deformação dos materiais cerâmicos

Falta de plasticidade Ligações químicas iônicas e covalentes

Deformação ocorre por movimento de discordâncias em


METAIS determinados planos cristalinos
Ocorre em baixos valores de tensão – ligação metálica não-direcional

CRISTAIS COVALENTES

Ligação específica e direcional Com suficiente deformação, ocorre


Envolve a troca de cargas separação das ligações de pares de íons
elétricas entre pares de íons sem posterior restauração

Fragilidade tanto em
monocristais quanto em
policristais
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3.1 Propriedades mecânicas


Mecanismos de deformação dos materiais cerâmicos

CRISTAIS IÔNICOS

MONOCRISTAIS: Apresentam deformação sob a ação de cargas


compressivas

Ex.: NaCl – escorregamento do sistema de planos {110} – o escorregamento


envolve íons de cargas opostas e durante o processo, permanecem atraídos
pelas forças de Coulomb

POLICRISTAIS: FRÁGEIS – existem poucos sistemas de


escorregamento
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3.1 Propriedades mecânicas


Fatores que afetam a resistência mecânica de um cerâmico

FALHA Ocorre fundamentalmente a partir de defeitos da estrutura

Principais fontes de fratura:


- fendas superficiais originadas durante o acabamento
- poros
- inclusões
- grãos grandes gerados durante o processamento

Nos cerâmicos
POROS:
POROS 1)atuam como concentradores de tensão
não existem
processos
PROPAGAÇÃO DA TRINCA Valor crítico suficientemente
absorvedores de
energia
2) diminuem a área da seção transversal
na qual é aplicada a carga
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Fatores que afetam a resistência mecânica de um cerâmico

POROSIDADE

Efeito da porosidade em alumina


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Fatores que afetam a resistência mecânica de um cerâmico
TRINCAS PRESENTES:
PRESENTES
Em materiais muito densificados (poucos poros), as trincas
são relacionadas com o tamanho de grão

grão de menor tamanho – trincas ou fendas pequenas no


limite do grão

Maior RM

Outros fatores:
- Composição química - Temperatura
- Microestrutura - Meio
- Condições da superfície - Tipo de tensão e modo de aplicação
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RESISTÊNCIA TEÓRICA Tensão necessária para separar


um corpo em duas partes

Requer uma energia


de superfície γ


σt = E: módulo de elasticidade

ao γ: energia superficial

ao: distância interatômica


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Na prática, há um discrepância entre os valores de RM calculados e medidos:

TEORIA DE INGLIS: explicação da discrepância observada

defeito elíptico

presença de defeito

diminuição da RM

c σ: tensão aplicada
σ max = 2σ c: semi-eixo maior
ρ ρ: raio de curvatura
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TEORIA DE GRIFFITH:

- microdefeitos - concentradores de tensão

- tratamento termodinâmico para analisar propagação

- estudo em uma placa fina de espessura L

−πσ2c2L
UT = UE + US UT = +4cLγ
E
NO EQUILÍBRIO:

dU cπσ 2
=0 = 2γ
dc E

2 Eγ
A fratura ocorrerá
σc =

para uma tensão
crítica
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TENACIDADE À FRATURA

Os cerâmicos têm, intrinsecamente, baixa tenacidade

9 Ensaios de tenacidade: determinam KIC


Kc = 2 Eγ
Tenacidade à fratura

Modos de abertura da trinca:


- tração: I
- cisalhamento: II
- torção: III
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TENACIDADE À FRATURA
o defeito mais severo e sua
posição relativa ao esforço
aplicado controlam a RM

Tração Cisalhamento Torção

KIC = Yσ c a para tração K c = K IC


1 2 Eγ Equação básica da RM para materiais
σc =
Y a frágeis
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Maior
AUMENTO DA TENACIDADE
tenacidade
TENACIDADE depende:
- tamanho do defeito - energia de superfície
a e γ
Para aumentar γ:
9 Diminuir a porosidade, pois γ = γ o exp(-KP)
9 Diminuir tamanho de grão
9 Acrescentar uma 2ª fase
9 Microtrincamento

Ex.: adição de ZrO2 em uma matriz de Al2O3, KIC aumenta de 3 para 11


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COMPORTAMENTO TENSÃO - DEFORMAÇÃO

A avaliação da resistência mecânica de um cerâmico NÃO ocorre


através de tração por três motivos básicos:

9 É difícil preparar e testar amostras que tenham a geometria exigida


9 É difícil prender e testar materiais frágeis sem fraturá-los
9 As cerâmicas falham após uma deformação de aproximadamente 0,1%, o que
exige que as amostras sejam perfeitamente alinhadas, com o objetivo de evitar a
presença de tensões de dobramento ou flexão, as quais não são facilmente
calculadas

Portanto, prefere-se um ensaio de flexão


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ENSAIO DE FLEXÃO
Corpo-de-prova: barra A barra é flexionada até a ruptura
- seção circular
- seção retangular
M: momento fletor
máximo
Mc
σ= c: distância do centro do
I corpo até as fibras mais
externas
I: Momento de inércia da
seção reta

3 P( L − l )
σ= . Para ensaio em seção retangular
2 bd 2 com apoio em quatro pontos

Superfície superior: carga compressiva


Superfície inferior: carga trativa (máxima)
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FADIGA

⇒ forma de falha que ocorre em estruturas submetidas a


tensões dinâmicas e flutuantes
⇒ a falha geralmente ocorre após ciclos de tensões
repetidos em tensões inferiores a tensões estáticas suportáveis
⇒ componentes onde ocorrem: eixos, barras de ligação,
engrenagens
TRINCA NA FADIGA:
INÍCIO: em pontos de concentração de tensão canto
entalhe
nucleação inclusão
defeito
PROPAGAÇÃO: a trinca propaga-se na peça com tensões cíclicas
criam-se estrias ou ondulações
FRATURA: a seção torna-se pequena, não suporta a carga aplicada
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FADIGA MECÂNICA

Devido às ligações iônicas e covalentes há a ausência de


plasticidade durante o carregamento cíclico
fratura em cerâmicos por fadiga é rara

Estudo do crescimento estável de trincas por fadiga, aplicando-se


tensões compressão-compressão em alumina policristalina em
corpos-de-prova entalhados
Observou-se a propagação de microtrincas no
contorno de grão que levaram a ruptura final

O que se quer é obter cerâmicos mais tenazes para suportar


tensões cíclicas, por exemplo em rotores de turbinas
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FADIGA MECÂNICA

⇒ mecanismos que podem estar associados a trinca dominante:


- intrínsecos - extrínsecos

Desenho esquemático de mecanismos que podem ocorrer durante a propagação da trinca em


cerâmicos.
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FADIGA TÉRMICA

⇒ corpo sólido aquecido e resfriado

σ = a E ∆T

Distribuição da temperatura e tensão para uma


amostra submetida a fadiga térmica.
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FADIGA ESTÁTICA

em materiais cerâmicos

⇒ rompimento do material sob um estado de tensões constante, durante


um certo tempo em ambientes úmidos.

Visualização de um mecanismo alternativo para explicar a influência da umidade no crescimento


subcrítico de trincas.
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3.1 Propriedades mecânicas


CHOQUE TÉRMICO

em materiais cerâmicos

Variação brusca de temperatura choque térmico

Limita o uso dos cerâmicos em


aplicações energéticas

Tensão térmica
força motriz para a nucleação e
crescimento de trincas

degradação da resistência mecânica


ou fratura do material
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3.1 Propriedades mecânicas


CHOQUE TÉRMICO

Resistência ao dano por choque térmico

Indicam o dano causado

Avaliada através da medida dos efeitos do choque térmico


nas propriedades como a perda de resistência mecânica

Por. ex.: O grau de dano pode ser avaliado quando se compara a resistência
mecânica obtida após choque térmico único em uma temperatura definida,
com a resistência mecânica original do corpo cerâmico
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3.1 Propriedades mecânicas


CHOQUE TÉRMICO

Para evitar a propagação de trincas já existentes são desejáveis:

9alto módulo de elasticidade, diminuindo o nível de energia elástica


armazenada;
9baixa resistência mecânica, para que as tensões sejam aliviadas pela
formação de trincas;
9alto valor da razão de Poisson;
9maior número de trincas com pequeno comprimento.
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3.1 Propriedades mecânicas


CHOQUE TÉRMICO

Teoria de
Hasselman

Curva teórica de Hasselman, indicando a diferença


de temperatura mínima necessária para iniciar a
propagação da trinca e as regiões de instabilidade
e estabilidade.
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3.1 Propriedades mecânicas


CHOQUE TÉRMICO
Resistência mecânica em
Teoria de função da diferença de
Hasselman temperatura do choque
térmico.

Degradação da superfície de
uma material após ter sido
submetido a choque térmico
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3.1 Propriedades mecânicas


FLUÊNCIA
Deformação permanente que ocorre com os materiais ao
serem submetidos a tensão constante e temperatura elevada

Os cerâmicos embora dificilmente


movimentem discordâncias podem
desenvolver deformações plásticas por
difusão Quando tensão e temperatura
elevada estão associadas, átomos e
vazios da rede podem migrar mais
facilmente para locais mais
convenientes, energeticamente. Ao
mudarem de posição, deformam grãos,
por deslizamento, na direção do
esforço, de locais de maior tensão para
locais de menor tensão. O volume não Nos cerâmicos, a
muda e átomos e vazios da rede fluência ocorre, em geral,
mudam de posição. em temperaturas mais
elevadas quando
comparadas com metais
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3.2 Propriedades elétricas

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS MATERIAIS IÔNICOS

- resultado das contribuições eletrônica e iônica

- importância de cada contribuição pureza e temperatura

- modelo de bandas é válido, porém o n° de e- na banda de


condução é muito baixo portanto predomina a iônica

- difusão dos íons depende da presença de defeitos pontuais

- condutividade elétrica de sólidos iônicos ↑ temperatura


↑ abruptamente na
fusão
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3.2 Propriedades elétricas


CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS MATERIAIS IÔNICOS

Condutividade iônica: σi

σi = Ne2D/kT = (Ne2/kT) D0exp(-Q/kT)

N - n°de posições iônicas de um mesmo sinal por unidade de volume


e - carga do elétron
D - difusividade
k - constante de Boltzman
T - temperatura em K
Q - energia de ativação para a difusão
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3.2 Propriedades elétricas


CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS MATERIAIS COVALENTES

- estrutura em bandas de polímeros é típica dos isolantes


σ - 10-10 a 10-17 Ω-1m-1
- polímeros de alta pureza a condução é eletrônica
- condução iônica pode ser ativada pela presença de impurezas
restos de monômeros
catalisadores
aumento da temperatura
- aditivos condutores podem aumentar σ entre 1 e 50 Ω-1m-1 como
em borrachas de silicones
- exemplos de polímeros condutores: poliacetileno e polianilina
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3.2 Propriedades elétricas


CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS MATERIAIS COVALENTES

⇒ GRAFITA: comportamento elétrico diferenciado

- plano basal (0001) σ ≅ de condutores metálicos

- na direção c ⊥ (0001) σ é 105 vezes menor

- condução eletrônica origem na


mobilidade eletrônica da cada anel hexagonal de
átomos de C, ao longo de cada camada

- introdução de átomos estranhos entre as camadas


aumenta o número de transportadores de carga e a
condutividade elétrica
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3.3 Propriedades térmicas


CONDUTIVIDADE TÉRMICA
⇒ CERÂMICOS
ke << kf fônons são facilmente espalhados
pelos defeitos cristalinos, o
transporte de calor é menos
eficiente que nos metais

Alguns cristais não metálicos puros e de baixa densidade


apresentam em algumas faixas de temperatura k ≅ metais:

Diamante melhor condutor que Ag de Tamb a 30K


Safira condutor térmico entre 90 a 25K
Compostos cerâmicos:
(BeO, SiC, B4C) pesos atômicos semelhantes k relativamente alto
(UO2, ThO2) pesos atômicos diferentes k cerca de 10x menor
(menor interferência na propagação quando átomos com semelhantes pesos atômicos)
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3.3 Propriedades térmicas


CONDUTIVIDADE TÉRMICA ⇒ Íons em solução sólida
diminuem acentuadamente k
- composição; ⇒Fases amorfas são piores
• Efeito da microestrutura - condições de queima;
condutoras que cristalinas de
- quantidade e tipo de porosidade; igual composição química
- quantidade e tipo de fases;
⇒Poros diminuem a
- forma e orientação de grãos;
condutividade térmica de
cerâmicos

kP = k 1-P
1/k=v1/k1+v2/k2+... k= 1+2P(1-Q/2Q+1) 1 - 0,5P
ks 1-P(1-Q/2Q+1)
onde: kP = condutividade térmica do
K=v1k1+v2k2+... material com poros
k: condutividade térmica
v: volume da fase P = fração volumétrica de poros
Q: kc/kp
P: quantidade de poros
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3.4 Propriedades óticas


MATERIAIS NÃO-METÁLICOS

⇒ Cerâmicos e polímeros não apresentam e- livres (que absorvem fótons de luz) e podem ser
transparentes à luz visível
Fenômenos importantes: Refração, Transmissão, Reflexão e Absorção

REFRAÇÃO (n) E REFLEXÃO (R)


⇒ Velocidade de propagação da luz no sólido transparente (ν) é menor que no ar
feixe de luz muda de direção na interface ar/sólido
⇒ Índice de refração: n = c = (εµ)½ ε = permissividade elétrica do material
µ = permeabilidade magnética do material
ν (ε0µ0)½
Material Índice de refração
Índice de refração de alguns materiais cerâmicos
Vidro de sílica 1,458
R
Vidro pyrex 1,47
Quanto maior n do
Vidro óptico 1,65
material, maior R
“flint”
Al2O3 – α 1,76
MgO (periclásio) 1,74
Quartzo 1,55
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3.4 Propriedades óticas


MATERIAIS NÃO-METÁLICOS

REFRAÇÃO (n) E REFLEXÃO(R)


⇒ Cerâmicos cristalinos Cúbicos e vidros índices de
refração isotrópicos
Cristais não cúbicos índices de refração
maior em direções mais densas
⇒ Luz passa de um meio n1 para outro n2 Se um dos meios for o ar n1 = 1
parte da luz é refletida na interface dos meios R = n2 - n1 ½
n2+n1 R = n2 - 1 ½
n2+1
⇒ Como o n depende de λ da luz incidente, R também depende de λ

Variação das frações da luz


incidente que são
transmitida, absorvida e
refletida por um determinado
vidro em função do
comprimento de onda
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3.4 Propriedades óticas


MATERIAIS NÃO-METÁLICOS

ABSORÇÃO(A) E TRANSMISSÃO (T)


⇒ Maioria dos materiais transparentes são coloridos
a cor dos materiais transparentes é uma combinação dos comprimentos transmitidos
Comprimentos de onda absorvidos (nm) e cores complementares ⇒ Absorção de fótons por e- da banda de
valência promovendo-os à banda de condução
em não-metais também é possível, desde que os
e-- superem a banda proibida.
⇒ Energia associada com λ (E = hc/λ)
determina-se λ e E máximos e mínimos cedidos
aos e- pela luz visível

Conclusão: i) a luz pode ser absorvida por materiais com banda proibida λmin = 0,4 µm ∴ Emax = 3,1eV
menor que 1,8 eV (SEMICONDUTORES) estes materiais são λmax = 0,7µm ∴ Emin= 1,8eV
opacos ex.:Si, Ge, AsGa
ii) materiais com banda proibida entre 1,8 e 3,1 eV absorvem
apenas alguns comprimentos de ondas estes materiais são
coloridos ex.:GaP, CdS
iii) a luz visível não pode ser absorvida por este mecanismo em
materiais com banda proibida maior que 3,1 eV
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3.4 Propriedades óticas


MATERIAIS NÃO-METÁLICOS

ABSORÇÃO(A) E TRANSMISSÃO (T)


⇒ Impurezas podem contribuir para que alguns comprimentos de onda sejam absorvidos
Ex.: safira e rubi
⇒Cor dos vidros de sílica, cal, soda e chumbo pode ser
Safira: cristal puro de Al2O3, isolante, modificada pela adição de óxidos de elementos de
transparente transição
Rubi: safira onde uma pequena quantidade
Ex.: adição de 0,01 a 0,03% de CoO - coloração azulada
de íons Cr+3 substitui o Al+3, causa
adição de 0,2% de NiO - coloração púrpura
absorção na região de luz azul do espectro
visível. Cristal resultante: vermelho
adição de 1,0% de FeO - amarelo esverdeada

⇒Cor pode ser resultado do desvio da estequiometria


ou da presença de defeitos cristalinos
Ex.: cristais puros de NaCl, KBr e KCl são incolores se
forem recozidos em atmosfera de metais alcalinos ou
irradiados com raios X ou neutrôns
coloração: NaCl amarelo Criou-se defeitos:
KBr azul centro de cor
KCl magenta
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3.4 Propriedades óticas


MATERIAIS NÃO-METÁLICOS

ABSORÇÃO (A) E TRANSMISSÃO (T)


⇒R, A e T dependem do material, do caminho ótico, λ incidente

Alumina convencional (opaca) Alumina translúcida

porosidade: 3% porosidade: 0,3


Variação da transmitância com λ incidente para diversos materiais.

⇒ Defeitos no material espalham a luz e podem torná-lo


transparente, translúcido ou opaco
Ex.: monocristal de safira (Al2O3) transparente
policristal de safira sem poros translúcido
policristal de safira com 5% poros opaco Exemplo: lâmpada de sódio
(1000oC) com tubo de alumina
(100 lúmens/W convencional 15
lúmens/W)

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