Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sobre A Transformação Da Política Na Era Da Comunicação de Massa PDF
Sobre A Transformação Da Política Na Era Da Comunicação de Massa PDF
gravemente sobre a condução do Estado, com conseqüências que ainda não podem ser
totalmente previstas, mas que, no mínimo, deveriam reconfigurar a política
contemporânea como um todo.
preciso decidir sobre que esfera deve ser satisfeita em primeiro lugar. Embora sem
nenhuma simpatia democrática, Maquiavel considera pragmaticamente que a instância
decisiva é a “universalità”, a população. A prioridade atribuída ao povo é naturalmente
decorrente do invencível realismo político de Maquiavel: a população de um Estado
pode ser decisivo para a obtenção do poder e é certamente importante para a sua
manutenção ou para a sua perda.
pensa mal e a quem o povo não quer bem é um príncipe em geral realmente vulnerável
às conjurações internas e às potências estrangeiras. “Concluo, portanto, que um príncipe
deve dar pouca importância à possibilidade de conjurações quando tem a benevolência
do povo, mas, quando o povo lhe é inimigo e lhe tem ódio, deve temer tudo e de todos”
(XIX p. 72).
expressões torna-se decisivo para a nossa existência social. Por outro lado, porque
reconhecemos que há um jogo social sendo jogado, tentamos descobrir o tempo todo o
que os outros realmente são e esperamos produzir opiniões adequadas sobre eles,
procuramos, em suma, estar no controle do processo interpretativo, controlar as suas
expressões, separando as autênticas das fingidas, para controlar as impressões que os
outros nos causam. Interagir, portanto, é atuar e assistir a atuações. Interpretação. No
duplo sentido da palavra, como representação do ator e como decifração da platéia.
A nossa atividade de apreciação das atuações dos outros supõe que os outros
atuem e que precisem atuar, como nós mesmos, mas supõe que possamos descobrir
quem são realmente as pessoas para além das suas atuações. Para obter essa informação
conclusiva, recorremos a recursos de decifração constituídos pela nossa própria
experiência de vida, mas que em geral são muito semelhantes àqueles empregados por
todos os outros. Desse modo, buscamos classificar os outros e as suas experiências em
tipos abstratos a partir das semelhanças que encontramos ou cremos encontrar entre o
novo e o velho e, portanto, deciframos o desconhecido a partir dos quadros formados
pelo já conhecido. Realizamos inferências a partir de um conjunto de leis que
acreditamos que a experiência nos autorizou a empregar. Ou simplesmente deixamos
que o desconhecido decifre-se para nós em seus próprios termos. Nada muito diferente
do que faz a instância da recepção da comunicação de massa, por exemplo, diante da
“expressão” política que se lhe apresenta.
O trabalho voltado para dirigir e controlar a impressão sobre o ator pode ser,
então, bastante extenso e consumir muita energia. Há uma despesa de interpretação
envolvida em toda interação social, cujo custo nem sempre é razoável assumir . Muitas
5
vezes o indivíduo pode estar trabalhando conforme as suas conveniências, para produzir
sobre si uma impressão diferente daquilo que ele realmente é, mas muito freqüente o
ator social tem que se esforçar muito para produzir a informação sobre o que ele
realmente é ou faz. A arte de ser o que se é pode representar uma despesa dramática tão
alta que o custo do parecer ser pesa sobre o que realmente se é. “E assim os indivíduos
se encontram muitas vezes em face do dilema expressão versus ação” (Goffman 1985:
39). De forma que o tempo e a energia que se gastariam para realizar bem uma tarefa
real precisa ser gasto para desempenhar bem o papel que se espera seja representado.
Por isso mesmo “algumas organizações resolvem esse dilema delegando oficialmente a
função dramática a um especialista, que gastará o tempo expressando o significado da
tarefa e não perderá tempo em desempenhá-la efetivamente” (ibi.).
É claro que a teoria do manejo social das impressões tal como formulada por
Goffman não é uma teoria completa da dramaturgia política. Isso não correspondia ao
seu projeto e a sua obra, tão rica em ilustrações, tem quase nenhum exemplo com
incidência direta no campo político. Por outro lado, é evidente que a compreensão do
manejo das impressões nas interações sociais, traduzida como uma teoria da
dramaturgia política, parece talhada de forma muito conveniente para uma teoria da
gestão da opinião e da imagem públicas através do espetáculo político. Como o teatro
social em geral, a dramaturgia política existe por necessidades de comunicação e como
imposição da interação social. Só alguma espécie de solipsismo político ou de autismo
civil, portanto, de desconexão patológica do corpo social, poderia dispensar a interação
e as necessidades de controle da informação e da comunicação sobre os sujeitos em
contato. O campo profissional da política, porque tem todo o conjunto da sociedade
como clientela e audiência, depende, talvez mais do que qualquer outro, de
comunicação, de conexão com toda a sociedade e, portanto, está todo o tempo
envolvido em processos de interação social. Como não há interação sem representação
de papéis, é um descomunal contra-senso imaginar uma sociedade com um grau zero de
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
teatralização do poder, pensar alguma forma social de onde fosse possível dispensar a
dramaturgia política e o manejo social das impressões políticas através das
representações na cena política dominante, não importante qual seja.
precedentes, também tem nos impedido de identificar certos aspectos da política que
permanecem estáveis enquanto outros mudam.
Uma teoria política cega diante da transformação na política não foi ainda capaz
de se beneficiar do esforço da especialidade interdisciplinar representada pelos estudos
de comunicação e política. Por outro lado, o campo da comunicação e política talvez
esteja maduro para superar uma perspectiva que nada vê a não ser mudanças para
alcançar um patamar de discussão e de análise onde se possa avaliar corretamente a
natureza e o alcance da transformação contemporânea da política.
Nesse sentido, em primeiro lugar temos que nos perguntar sobre as evidências da
idéia de transformação total da política. Essas evidências, como indiquei em outro lugar,
estão associadas ao fato de que hoje a esfera da comunicação controla praticamente todo
o provimento de informação e comunicação de interesse político e praticamente todo o
fluxo de mensagens da esfera política em direção à esfera civil, constituindo-se
fundamentalmente na única janela para a realidade política para a maioria dos cidadãos.
Em virtude disso, a esfera da comunicação é predominante na formação das imagens e
opiniões públicas políticas, que interferem diretamente nas eleições e no governo.
Se isso é verdade, por outro lado a transformação não parece incluir outros
aspectos importantes da vida política contemporânea, em pleno funcionamento como
espero ter demonstrado no artigo apresentado neste GT no ano passado, como as
negociações, as articulações, os acordos de bastidores, as pressões e compensações que
constituem uma parte importante do jogo político. Além do mais, instituições
importantes, não-comunicacionais, para a política democrática parecem continuar
existindo. É bem verdade que a esfera pública e as competições eleitorais
transformaram-se imensamente em virtude da comunicação, mas a existência mesma de
eleições e o funcionamento discursivo dos parlamentos são fatos que não se colocam
sob nenhuma dependência da comunicação de massa. É igualmente verdade que os
partidos e a representação política sofreram grandes transformações em função da
comunicação, mas em toda a parte continuam existindo partidos políticos e onde eles
não existem isso se explica muito mais em função de patologias políticas locais do que
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Pois bem, é a este conjunto como um todo - ou especificamente a alguma das suas
partes - que se refere o sistema de prática e habilitações da política aqui designado como
«mediático». O seu modus operandi se estabeleceu em estreita vinculação com o
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
A compreensão, que parece se tornar cada vez mais comum, é que a comunicação
mediática, particularmente a comunicação que se processa pelos jornais e pela televisão,
foi convertida num lugar privilegiado para a “palavra política”. Que desde as estratégias
eleitorais até a arte de governo, desde a atividade dos partidos até a arena política, tudo
isso se realiza em um referimento notável com os repertórios de conteúdos, os meios
técnicos e os meios institucionais da comunicação de massa. Em tempos de política
mediática, a comunicação de massa é decisiva para o ingresso no círculo da
representação política (ou, como se diz popularmente, “para se chegar ao poder”) e
muito importante para se continuar nele.
Dessa forma, eis que se exibe a característica primeira do novo sistema: o fato de
que os seus meios e instrumentos primordiais são sempre estabelecidos em relação aos
meios, linguagens, recursos e agentes da comunicação e da cultura de massa. Nesse
sistema, os atores do campo político, ao qual se agregam outros agentes com
competência persuasiva, orientam a sua ação para a intervenção comunicacional e
calculam o seu sucesso ou fracasso em função dos efeitos, mensuráveis, conseguidos
através da comunicação e da cultura mediáticas. A importância crescente dada às regras
da comunicação publicitária e mercadológica – recurso voltado para estratégias de
comunicação, que a política compartilha com o mercado – e às averiguações empíricas
resultantes das sondagens de opinião, o deslocamento ao centro da atividade política de
empreendimentos de produção e cultivo da imagem de instituições e agentes do campo,
o destaque concedido aos instrumentos voltados para a formação da opinião pública
prevalecente, são todos exemplos dos novos padrões de atividade valorizados pelo
campo político, para os quais ele se aparelha, isto é, são exemplos do novo conjunto de
habilidades requeridas na arena política, dos novos valores a partir dos quais se julga e
se recompensa o êxito.
Isso quer dizer que este sistema se produziu em substituição a algum outro que
não pode mais funcionar ou não pode mais funcionar do mesmo jeito que o fazia antes.
Defendo que os dois sistemas de práticas – o que caiu em desuso e o que ocupou o seu
lugar – destinavam-se a garantir a interação entre a esfera política e a esfera civil (o
público, a cidadania). Estou sugerindo, portanto, que toda atividade política funcione
com base em pelo menos dois conjuntos de programas de ação, de sistemas de práticas,
enfim. Um sistema de práticas cumpre as funções internas na esfera política enquanto
outro (ou outros) sistema satisfaz necessidades de interação entre o interior e o exterior
da esfera política. Em suma, sustento que há um conjunto de práticas políticas com
funções ad intra e enquanto há outro conjunto de práticas com funções ad extra; um
sistema imanente, para dentro, e um sistema para o exterior, para fora.
governo onde a esfera da decisão política depende de algum tipo de interação com a
esfera popular, o que, como vimos dos exemplos da antropologia e da histórica, parece
ser bastante disseminado, incluindo desde as sociedades de tradição à sociedade
contemporânea, do absolutismo aos regimes democráticos. As operações ad extra do
campo político, e o sistema de práticas, representações e valores que elas supõem, são
especializados na gestão das aparências, na produção e administração da visibilidade, na
geração de legitimidade e na administração dos fluxos de comunicação política
provenientes da esfera política e dirigidas à sociedade. Busca-se controlar aparências,
visibilidade, legitimação e comunicação porque são estes os meios de direção e controle
da opinião e da imagem que a população faz dos sujeitos, instituições e idéias do
universo político e, por conseqüência, são modos de direção e controle dos afetos, dos
imaginários e das disposições do público.
equipes. A política mediática, o novo modelo, caracteriza-se pelo fato de que nela “os
políticos tentam obter os cargos e conduzir a atividade política, quando exercem os
cargos, por meio da comunicação que alcança os cidadãos através dos meios de
comunicação de massa. Partidos e grupos de interesse, que antes eram os todo-
poderosos da política de massas, são freqüentemente deixados de lado enquanto
políticos independentes travam verdadeiras batalhas por discursos, coletivas,
propaganda e publicidade, oportunidades de sair em fotos e vários outros eventos de
«relações públicas»” (Zaller 1999).
Embora a tentação de “uma coisa depois da outra” seja muito forte diante de
organizações diagramáticas tão sugestivas quanto essa, a idéia de que um modelo
substituiu o outro não me parece verdadeira. É verdade que ao final do seu livro, Zaller
admite que “nem toda a política mudou na era da política mediática. Os líderes dos
partidos políticos são, na maior parte das vezes, mais senhores do que vítimas da
política mediática” (ibi.). Essa declaração obviamente não basta para dissipar a sensação
que se estabelece durante todo o artigo de que dois modelos competiram entre si e um
deles teria vencido.
Na minha perspectiva, não são modelos que se devam contrapor, mas sistemas de
habilidades, representações, valores etc. que trabalham complementarmente, embora a
sua convivência comporte graus importantes de conflito. As definições de Zaller na
verdade identificam diferentes classes de agentes e diferentes classes de habilidades e
conhecimento e os ordenam de maneira que, tendo uma classe assumido o predomínio
enquanto a outra teria perdido as suas funções, não nos restaria que o diagnóstico da
mudança por substituição. Uma análise detalhada do interior do campo político,
entretanto, talvez mostrasse que as funções atribuídas à velha política de partido podem
ter sofrido adaptações aos novos tempos, mas continuam cumprindo as suas funções de
regrar o jogo interno da política. Talvez mostrasse também que a política mediática que
se pratica à larga hoje em dia precisa em geral pressupor um conjunto de funções
políticas internas, apoiadas quase completamente nas engrenagens partidárias.
Além do mais, talvez a contraposição entre esses dois fenômenos - política através
dos partidos e política através dos meios de comunicação – não seja a mais adequada
para dar conta dos sistemas de práticas e habilidades ad intra e ad extra do mundo
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
político. Isso pelo fato de que os agentes partidários e o partido como instituição, como
acaba admitindo o próprio Zaller no final do seu livro, continuam de alguma forma
protagonizando a política mediática. De todo modo, o que certamente continua sendo a
mais séria objeção a essa contraposição é a idéia de substituição daquilo que, na minha
opinião, convive. E convive necessariamente.
Dessa forma, ousaria dizer que o próprio diagrama é que está equivocado. Não foi
a política de partido (mesmo considerando não ser essa a fórmula mais apropriada para
nos referirmos às práticas e recursos ad intra da política) o modelo substituído, mas a
forma anterior de política ad extra, pouco desenvolvida e muito dependente do jogo
político interno. Prefiro pensar que o que aconteceu foi que a política ad extra foi
redimensionada (penso que se possa plausivelmente dizer que foi de algum modo
“hipertrofiada”) e, de um certo modo, foi se tornando, pela sua importância crescente
numa sociedade centrada na comunicação de massa, cada vez menos dependente dos
sistemas voltados para o funcionamento interno do jogo político.
Há, além disso, habilidades políticas voltadas para a disputa discursiva. Uma das
características normativas da política democrática é a centralidade dada às esferas
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Por fim, há as formas de prática da política relacionadas ao que está fora da esfera
política, em sentido estrito, principalmente relacionadas à esfera civil, ao público. A
onipresença da cultura e comunicação de massa interfere em praticamente todos os
sistemas de prática da política, mas o centro efetivo das transformações é ocupado pelas
habilidades, práticas, representações etc. voltadas para se lidar com o público, a política
ad extra. Essas práticas, que garantem as funções ad extra da política, têm basicamente
dois papéis a cumprir: a) reagir à esfera civil produzindo uma configuração da política
tendo-se em consideração o efeito que isso provocaria no público e o horizonte de
expectativas que se crê nele identificar; b) agir sobre a esfera civil buscando construir a
opinião, a imagem e os afetos do público. No primeiro caso, as habilidades, agentes e
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Referências
APOSTOLIDÈS, J.-M. 1993 O rei-máquina: Espetáculo e política no tempo de Luís XIV. Rio de
Janeiro: José Olympio.
Barney, T. 2001 Celebrity, Spectacle, and the Conspiracy Culture of Election 2000. American
Behavioral Scientist, 44 (12): p. 2331-2337.
Barnhurst, K. G.; Steele, C. A. 1997 Image-Bite News: The Visual Coverage of Elections on U.S.
Television, 1968-1992. Harvard Journal of Press Politics, 2, p. 40-58.
Brants, K.; Neijens, P. 1998 The infotainment of politics. Political Communication, 15 (2), p.
149-164.
Bucy, E.; Newhagen, J. E. 1999 The micro- and macrodrama of politics on television: effects of
media format on candidate evaluations. Journal of Broadcasting & Electronic Media, 43 (2),
p.193-210.
Burke, P. 1994 A fabricação do rei. A construção da imagem pública de Luís XIV. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar.
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Callaghan, K.; Schnell, F. 2001 Assessing the democratic debate: how the news media frame elite
policy discourse. Political Communication, 18 (2), p. 183-212.
Canes-Wrone, B. 2001 A theory of presidents' public agenda setting. Journal of Theoretical Politics
(UK), 13 (2), p. 183-208.
Chondroleou, G. 2002 Studying the Media and Politics in Britain: a Tale of Two Literatures?. The
British Journal of Politics & International Relations, 4 (2), p. 359-373.
Dalton, R. J. et al 1998 A test of media-centered agenda setting: newspaper content and public
interests in a presidential election. Political Communication, 15 (4), p.463-481.
Daschmann, G. 2000 Vox pop and polls: the impact of poll results and voter statements in the media
on the perception of a climate of opinion. International Journal of Public Opinion Research, 12
(2):160-181.
Dearing, J. W.; Rogers, E. M. 1996 Agenda-Setting. Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 1996.
Druckman, J. N. 2003 The Power of Television Images: The First Kennedy-Nixon Debate Revisited.
The Journal of Politics, 65 (2), p. 559-571.
Esser, F.; Reinemann, C.; Fan, D. 2000 Spin Doctoring in British and German Election Campaigns:
How the Press is Being Confronted with a New Quality of Political PR. European Journal of
Communication, 15 (2) p. 209-239.
2001 Spin Doctors in the United States, Great Britain, and Germany: Metacommunication about
Media Manipulation. Harvard International Journal of Press Politics, 6 (1) p. 16-45.
Farrell, D.; Kolodny, R.; Medvic, S. 2001 Parties and Campaign Professionals in a Digital Age:
Political Consultants in the United States and Their Counterparts Overseas. Harvard
International Journal of Press Politics, 6 (4), p. 11-30.
Gamson, J. 1999 Taking the Talk Show Challenge: Television, Emotion, and Public Spheres.
Constellations, 6 (2) p. 190-205.
GAMSON, W. A. et al. 1992 Media images and the social construction of reality. Annu. Rev. Sociol.,
18, p. 373-393.
Herman, E.S.; Chomsky, N. 1988 Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass
Media. Pantheon Books: New York.
Hovind, M. B. 1999 The melodramatic imperative: television's model for presidential election
coverage. Kaid, L. L.; Bystrom, D. G. (Org.) The electronic election: perspectives on the 1996
campaign communication. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1999, p. 15-27.
Johnson, D. W. 2001 No Place for Amateurs: How Political Consultants Are Reshaping American
Democracy. New York: Routledge.
Just, M.; Crigler, A. 2000 Leadership Image-Building: After Clinton and Watergate. Political
Psychology, 21 (1), p. 179-198.
Kiousis, S.; Bantimaroudis, P.; Ban, H. 1999 Candidate image attributes: experiments on the
substantive dimension of second-level agenda setting. Communication Research, 26 (4), p.
414-428.
Lewis, J. 1999 The Opinion Poll as a Cultural Form. International Journal of Cultural Studies, 2 (2):
199-221.
Lilleker, D. G.; Negrine, R. 2002 Professionalization: Of What? Since When? By Whom?. Harvard
International Journal of Press Politics, 7 (4), p. 98-103.
Lopez-Escobar, E. et al.. 1998 Two levels of agenda setting among advertising and news in the 1995
Spanish elections. Political Communication, 15 (2), p. 225-238.
Lopez-Escobar, E.; Llamas, J. P.; McCombs, M. 1998 Agenda setting and community consensus: first
and second level effects. International Journal of Public Opinion Research, 10 (4), p. 335-348.
Machiavelli, N. 1983 Il principe e altre opere politiche. 5a. ed. Milano: Garzanti.
McCombs, M, et al. 1998 Candidate image in Spanish elections: second-level agenda-setting effects.
Journalism & Mass Communication Quarterly, 74 (4), p. 703-717.
McCombs, M.; Ghanem, S. I. 2001 The convergence of agenda setting and framing. In: Reese, S. D.;
Gandy Jr., O. H.; Grant, A. E. (Org.) Framing public life: perspectives on media and our
understanding of the social world. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 2001, p. 67-82.
Nakajima, N. 2001 Green advertising and green public relations as integration propaganda. Bulletin
of Science, Technology and Society, 21(5), p.334-348.
Newman, B. I. 1999 The mass marketing of politics: democracy in an age of manufactured images.
Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 1999.
Novotny, P. 2000 From Polis to Agora: The Marketing of Political Consultants. Harvard
International Journal of Press Politics, 5 (3), p. 12-26.
O'Loughlin, J.; Ward, M.D.; Lofdahl, C.L.; Cohen, J.S.; Brown, D.S.; Reilly, D.; Gleditsch, K.S.; Shin,
M.
1998 The Diffusion of Democracy, 1946-1994. Annals of the Association of American Geographers, 88
(4): p. 545-574.
Palmer, J. 2002 Smoke and mirrors: is that the way it is? Themes in political marketing. Media,
Culture & Society, 24 (3), p. 345-363.
Plasser, F. 2001 Parties' Diminishing Relevance for Campaign Professionals. Harvard International
Journal of Press Politics, 6 (4), p.44-59.
Roussel, V. 2002 Changing Definitions of Risk and Responsibility in French Political Scandals.
Journal of Law and Society, 29 (3), p. 461-486.
Sabato, L. J.; Stencel, M.; Lichter, S. R. 2001 Peep show: media and politics in an age of scandal.
Lanham, MD: Rowman and Littlefield Publishing Group.
Saul, J.M. 1999 Substitution, simple sentences, and sex scandals. Analysis, 59, p. 106-112.
Scammell, M. 1999 Political Marketing: Lessons for Political Science. Political Studies, 47 (4), p.
718-739.
Scheufele, D. A. 2000 Agenda-setting, priming, and framing revisited: another look at cognitive
effects of political communication. Mass Communication and Society, 3 (2/3), p. 297-316.
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Shea, D. M. 1999 All scandal politics is local: ethical lapses, the media, and congressional elections.
Harvard International Journal of Pres Politics 4 (2), p. 45-62.
Simon, A.; Xenos, M. 2000 Media framing and effective public deliberation. Political
Communication, 17 (4), p. 363-376.
Tedesco, J. C. 2001 Issue and strategy agenda-setting in the 2000 presidential primaries. American
Behavioral Scientist, 44 (12), p. 2048-2067.
Ware, A. 1988 The Breakdown of Democratic Party Organization, 1940-1980. Oxford, UK:
Clarendon.
Wilke, J. (org.) 1998 Propaganda in the 20th century: contributions to its history. Cresskill, NJ:
Hampton Press.
Zaller, J. 1999 A Theory of Media Politics: How the Interests of Politicians, Journalists, and Citizens
1 “Perché uno principe debbe avere dua paure: una dentro, per conto de’ sudditi; l’altra fuori, per conto de’ potentati
esterni” (XIX p. 70).
2 “O exercício do parecer não é reservado a regimes particulares. A ilusão política se encontra tanto nas instituições
republicanas romanas quanto no principado de tipo renascentista. A diferença reside apenas no fato de que a
república tende a associar o prestígio às instituições, a fazer partilhar as tarefas do ilusionismo, enquanto as
formas de governo mais autocráticas concentram a prática do parecer nas mãos das pessoas” (Vissing 1986:204).
3 “Et è prima da notare che, dove nelli altri principati si ha solo a contendere con l’ambizione de’ grandi et insolenza de’
populi, l’imperatori romani avevano una terza difficultà, di avere a sopportare la crudeltà e l’avarizia de’ soldati. La
qual cosa era sì difficile, che fu la cagione dela ruina di molti; sendo difficile satisfare a’ soldati et a’ populi; perché e’
populi amavono le quiete, e per questo amavono e’ principi modesti, e li soldati amavano el principe che fussi
d’animo militare, e che fussi insolente, crudele e rapace” (XIX p. 73).
4 “Quel principe che dà di sé questa opinione, è reputato assai; e contro a chi é reputato con difficultà si congiura; con
difficultà è assaltato, purché s’intenda che sia eccellente e reverito da’ sua” (XIX p. 70).
5 Como no caso da política, acrescento, onde um horizonte prévio de desconfiança com relação ao ator político,
considerado um dissimulado por excelência, torna o trabalho muito difícil aos que não precisariam fingir – porque
realmente o são – o que são obrigados a representar pois parecer é mais importante do que ser.