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confortaveis EM 13/08/2019

Fundamentos para projetar espaços públicos


confortáveis
 18:00 - 2 Outubro, 2013
por Constanza Cabezas
Traduzido por Eduardo Souza

Paisagem. Plano Estratégico de Intervenção na Travessia Urbana de Pliego. Murcia. E. Mínguez, 2009.
Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Ernst Neufert foi um arquiteto e professor de arquitetura alemão, membro da Bauhaus e


companheiro de Walter Gropius. Sem dúvida, seu trabalho mais conhecido tenha sido
criar um guia com as medidas padrão de Arquitetura, em seu livro "Arte de Projetar em
Arquitetura". Hoje em dia, vê-se cada vez mais necessário ampliar este guia, não
somente, às medidas mínimas considerando a ergonomia, mas agora também estamos
conscientes de que existem fatores acústicos, de iluminação, temperatura, entre outros,
que são imprescindíveis de considerar no momento de projetar. Por esta razão os
arquitetos Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián e María Vera
Moure criaram este guiachamado "Fundamentos para Projetar Espaços
Públicos Confortáveis. Indicador do conforto no espaço público", o qual queremos
compartilhar com vocês como uma ferramenta que auxilie tanto a estudantes, como
profissionais, para a criação de espaços de qualidade.
Se quiser aprender do que se trata o livro, leia a seguir.

1. Dentro da definição de espaço público urbano se englobam conceitos com


características muito distintas. Espaço de titularidade pública suscetível de ser utilizado
por uma coletividade indeterminada. Espaço de reunião, lugar de encontro onde
estabelecemos distintas formas de relação cidadã existindo liberdade de circulação e
ocupação, como o indica M. Delgado (1) espaço de visibilidade generalizada onde as
atividades dos usuários estejam submetidas à percepção dos demais. (Figura 1)

Espaço de visibilidade generalizada. Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou (Paris).
Rogers/ Piano, 1977. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera
Moure

2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO CONFORTO URBANO


2.1. Características do Entorno
Definir algumas condições de conforto aplicáveis a qualquer tipo de espaço público
urbano, a todas as atividades humanas suscetíveis de serem desenvolvidas nestes em
qualquer momento e localização geográfica, resulta uma tarefa sumamente complexa e,
em muitos casos, impossível dada a variedade de número de casos.
Entendemos o conforto como o conjunto de condições ideais que devem coincidir
simultaneamente em um espaço público para alcançar seu máximo aproveitamento ou
desfrute para uma atividade e um momento concreto.
O conforto no espaço público vem determinado por distintos fatores: condicionantes
térmicos, escala urbana, ocupação do espaço público, percepção de segurança,
condições acústicas, qualidade do ar, ergonomia, etc. Todos estes parâmetros estão
interconectados. A alteração de um deles repercute na qualidade dos demais.
Planejamos analisar os fatores que influenciam no Conforto Urbano e suas Estratégias
de Melhorias para garantir espaços públicos confortáveis. (Figura 2)

Espaço Público Confortável. Praça das Flores. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez,
Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Espaço Público Confortável. Praça das Flores. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez,
Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
2.2. Condicionantes
- Condições Térmicas: Dados climáticos, Materiais do Espaço Público
- Escala Urbana: Largura da Seção, Altura das Edificações
- Ocupação: Uso Previsto, Medições, Massa Crítica
- Paisagem: Atrativos do entorno
- Percepção de Segurança: Transparências e visibilidade, Ocupação
- Condições Acústicas: Decibéis dia/noite
- Qualidade do ar: T CO2 hab/ano
- Ergonomia: Qualidade do Desenho Urbano (Figura 3)

Esquema de Conforto em um mesmo Espaço Público. Superposição entre dia e noite. Imagem Cortesia de
Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE CONFORTO


3.1. Condicionantes Térmicas
São as condicionantes necessárias para atingir algumas condições térmicas ideais do
espaço urbano, atendendo a características bioclimáticas: orientação, temperatura,
radiação solar, época do ano, umidade, vento e a características ambientais: vegetação,
espelhos d'água, entre outros. (Figura 4)
Corte bioclimático. Praça Santa Lucia. Cartagena. E. Minguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique
Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Pesquisadores sobre o conforto térmico das cidades concluem que a qualidade, a


quantidade e forma do uso dos espaços públicos urbanos são determinados em grande
parte por suas condições climáticas. O usuário deve ter a possibilidade de encontrar
espaços adequados para a situação de inverno e verão, cada uma com suas respostas
próprias. A zona de conforto térmica, tanto no inverno como no verão, determina-se de
uma maneira objetiva utilizando diagramas climáticos (ASHRAE-KSU) e suas tabelas
de correções para adaptação a diferentes latitudes. "(...) A maior porcentagem de
indivíduos confortáveis no inverno se dá ante uma temperatura efetiva de 23°C,
enquanto que no verão corresponde a 25°C (...), medidas em ambientes em calma com
cerca de 50% de umidade relativa." (2)
Estas condições de conforto tem sido amplamente estudadas em diversos indicadores de
Sustentabilidade Ambiental (i). A Agência de Ecologia Urbana de Barcelona AEUV
(ii), em distintos documentos, tem fixado as condições necessárias para obter espaços
termicamente confortáveis. O indicador "Dotação de árvores segundo a projeção
vertical de sombra no solo" pretende alcançar um mínimo de 50% de horas úteis em
condições de conforto ao dia (6 horas) e o Indicador "Potencial de habitabilidade
térmica em espaços urbanos" indica o percentual de tempo em que uma pessoa se
encontra em condições críticas, tolerantes ou de conforto térmico em função das
características dos materiais, a configuração espacial e as condições do microclima. (3)
Mediante o uso de programas de informática (Envi-met, Townscope, Radthem…) é
possível analisar simultaneamente todos os fatores que influenciam no conforto de
determinado espaço público. Trabalhando com estes fatores podemos melhorar
o conforto térmico do espaço analisado. O Conforto Térmico dos Espaços
Públicos implica garantir sua exposição à radiação solar, condicionando zonas para cada
uma das estações com temperatura e umidades diferentes. Deverão ser projetados ditos
espaços com zonas de sombra no verão e áreas suficientemente protegidas no inverno.
(Figura 5)

Zona de Sombra. Praça de Balsa Vieja. Totana. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique
Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhorias:
Utilizar a vegetação como elemento gerador de microclimas, zonas de sombras e corta-
ventos em ambientes muito expostos. Mediante o Indicador "Dotação de árvores para
a melhoria do confortotérmico" podemos atingir tal melhora através da sombra
produzida pela vegetação, naturalizando e conseguindo que a vegetação se integre ao
longo de todo o espaço público.
Prancha 1. Indicador Dotação de árvores para a melhoria do conforto térmico. Plano Estratégico de
Intervenção da Travesia Urbana de Pliego, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez
Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Considerar para melhorar a insolação: a orientação e largura das ruas, a altura das
edificações e a tipologia das edificações. Conhecer os ventos locais para alcançar o bem
estar dos espaços externos urbanos e melhorar as condições do microclima local. A
presença de quadras, edifícios e elementos urbanos, diminui as correntes de ar, com
respeito ao entorno circundante, formando uma bolsa de ar que freia outras correntes do
entorno. Se as ruas são largas e com pouca altura de edificações, as correntes de vento
são diluídas. As praças e espaços abertos precisam ser ventilados no verão e protegidos
nos meses frios através de elementos de proteção, como a vegetação, por exemplo.
3.2. Escala Urbana
A relação entre a altura das edificações e a separação dos blocos tem sido motivo de
estudos, desde o início do Movimento Moderno, por sua incidência na insolação das
habitações, ainda que sem analisar suas importâncias no espaço público. Desde este
último ponto de vista, a AEUB (ii) propõe o indicador "Proporção da rua", onde a
relação h/d é de 0,5 a 1,2 para climas frios e de 0,8 a 1,5 em climas quentes ( sendo h a
altura da edificação e d a largura da seção). (4)
A proporção da rua também é determinante para a colocação da vegetação de porte
grande ou pequeno nas calçadas, praças, jardins e a criação de corredores verdes
urbanos. A forma e o tamanho dos espaços livres devem
guardar proporcionalidade com os níveis de assiduidades e atividades esperadas, sendo
que uma maior área não pressupõe uma maior qualidade como tem demonstrado a
experiência dos espaços entre blocos da cidade funcional. Se as atividades são
multiplicadas nos espaços livres, a vida é enriquecida entre eles, aumentando o número
de usuários e os retornos dos investimentos.
Estratégias de Melhoria:

Proporção de ruas. Fragmentação de espaços superdimensionados. Plano Estratégico de Intervenção na


Travesia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez,
Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Projetar espaços com a escala adequada para as atividades a realizar segundo as


prioridades de cada clima; levar em conta o tamanho das quadras para gerar mudanças
na cena urbana, fragmentar os espaços super dimensionados (Figura 6) utilizando
elementos temporários ou definitivos (arborização, bulevares, entre outros) de modo que
se possam adaptar às necessidades dos cidadãos. (Figuras 7 e 8)
Avda. Alfonso X. Murcia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María
Vera Moure
Campos Elíseos, París. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María
Vera Moure
3.3. Ocupação do Espaço Público
Este parâmetro depende diretamente da atividade que se vá realizar no espaço público.
É fundamental conseguir um equilíbrio na ocupação dos espaços públicos que nos
garantam o grau de segurança e diversidade necessárias para o conforto sem cair na
sobreexploração. Devemos criar o cenário ideal para o encontro, regulação, intercâmbio
e comuniação entre pessoas e atividades constituintes da essência das cidades. “Para
gerar uma diversidade exuberante nas ruas e distritos de uma cidade (…) deve haver
também uma concetração humana suficientemente densa, sejam quais forem os motivos
que os levem lá.” (5) (Figuras 9 e 10)
Avda. de la Libertad. Murcia. Dia. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí
Ciriquián, María Vera Moure
Avda. de La Libertad. Murcia. Noite. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez,
Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Ao definir os parâmetros de ocupação é importante distinguir entre diferentes tipos de
espaços. As atuações urbanas deverão reservar uma dotação mínima de 10 m² de espaço
de permanência por habitante (parques e jardins, ruas de pedestres, alamedas, praças e
calçadas com mais de 5 metros de largura) (6). No caso de áreas verdes, a OMS indica
um mínimo de 15 m²/habitante. Atualmente a ocupação do espaço público é uma das
armas sociais mais importantes, o que supõe uma condicionante a levar em conta na
hora de projetar uma cidade. (Figura 11)

Puerta del Sol. Madri. Concentração 15 M. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí
Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhoria:
Estabelecer um equilíbrio urbano entre espaços dedicados à funcionalidade e espaços de
permanência. Projetar atividades em planta baixa que fomentem a interação urbana
delimitando a longitudide das frentes edificadas. Potencializar o espaço de pedestres
frente ao espaço público (Figura 12)
Modelos de Controles de Ocupação no Espaço Público. Plano Estratégico de Intervenção na Travesia
Urbana de Pliego. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo
Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.4. Paisagem Urbana


Existem múltiplas formas de paisagem: comercial, histórica, arquitetônica, natural,
todas elas com grandes cargas subjetivas. O componente estético da paisagem é uma
ferramenta muito valiosa para gerar conforto. Paisagem urbana entendida desde uma
perspectiva puramente visual, como a ideia da percepção que temos do entorno e de
uma posição específica dentro da área urbana. (Figura 13)

Passeio na Orla de de La Manga del Mar Menor. Murcia. E. Mínguez, 2010. Imagem Cortesia de Enrique
Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Independentemente de seu atrativo podemos criar um ambiente confortável rompendo a
monotonia e criando interesse no passante através da existência de focos de
atração intermitentes e marcos ao longo da paisagem urbana (Figura 14).

Times Square, Nova York. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María
Vera Moure

Estes focos de atração não têm necessidades em ser esteticamente atrativos, "quando
tratamos com as cidades, lidamos com a vida em toda sua complexidade e intensidade.
E como é assim, há uma limitação estética no que se pode fazer com as cidades: uma
cidade não pode ser uma obra de arte" (5). Os marcos podem ser edifícios, lojas,
elementos culturais, grupos de edifícios 'singulares', mobiliários urbanos, fontes,
esculturas, ... Em todo caso, ainda que os focos de atração projetados sejam destaques,
é importante sua integração num tecido urbano homogêneo
Estratégias de Melhoria:
Fomentar a diversidade de usos em planta baixa, projetar frentes edificadas alinhadas às
vias com uma longitude máxima de 30/40 metros, brincando com a distribuição da
arborização como elemento paisagístico de grande interesse, utilizar pavimentos
atrativos, projetando com as cores. (Figura 15)
3.5. Percepção de Segurança
Para que um local esteja livre de ameaças deve existir coesão social e deve-se projetar a
cidade de modo a potencializar a visibilidade do espaço e sua transparência, utilizando
elementos arquitetônicos que fomentem a vigilância natural entre os citadinos (Figura
16). "O sentimento de segurança precisa levar em conta os entornos físicos e sociais
conjuntamente" (6)

Espaços seguros. Plano Estratégico de Intervenção na Travessia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez,
2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Também é necessário uma ocupação mista, para evitar espaços onde unicamente
funcionem usos terciários, já que quando esta atividade cessa, aparecem os espaços
desertos. Isso ocorre em zonas exclusivamente de escritórios ou comércios, (Bairro La
Défense em Paris, La City em Londres, entre muitos outros). Devemos conseguir a
diversidade suficiente para garantir fluxos variáveis ao longo de todo o dia.
Espaços seguros. Plano Estratégico de Intervenção na Travessia Urbana de Pliego. Murcia, E. Mínguez,
2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estratégias de Melhoria:
Utilizar elementos de proteção como a topografia, elementos vegetais ou construtivos.
Promover a diversidade para alcançar a massa crítica suficiente. Projetar traçados
urbanos que promovam a transparência garantindo a visibilidade natural. (Figura 17)
Plaza de Santa Lucia. Cartagena. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez
Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.6. Conforto Acústico


O ruído pelo tráfego de carros é um fenômeno tão típico de nosso entorno urbano
invadido por veículos motorizados que integrou-se plenamente à paisagem urbana.
(Figura 18)

Proteção acústica. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique
Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Em indicadores para Cidades Grandes e Médias, a AEUB(ii) estabelece que a


porcentagem de população precisa estar exposta a determinados níveis sonoros para
conseguir conforto acústico.
Prancha 2: Plano Estratégico de Pliego. Murcia. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez
Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Os valores do indicador são:


- As condições mínimas são: ao menos 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- As condições ideais são: ao menos 75% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído diurno: mais de 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído noturno: mais de 80% da população exposta a menos de 55 dbA.
Estratégias de Melhoria:
- Criar barreiras antirruídos com elementos vegetais dispostos em faixas. (Figura 19)

Elemento vegetal como barreira antirruído. Plan Estratégico de Intervención en la Travesía Urbana de
Pliego. E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María
Vera Moure

- Projetar estruturas urbanas em superquadras, o que permite liberar espaço público,


aumentando os espaços para pedestres.
- Adotar pavimentos de materiais absorventes, como o asfalto redutor de sons em vias
locais.
- Diminuir a velocidade a 30 km/h.
- Projetar levando em conta um urbanismo desenvolvido em três níveis, asim como a
conectividade da rede verde em altura.
3.7. Qualidade do Ar
A qualidade do ar em nossas cidades é uma das variáveis fisiológicas que afetam a
habitabilidade do espaço público. Não somente é um problema de conforto, mas de
saúde. A lei espanhola 34/2007, de 15 de novembro, de qualidade de ar e proteção da
atmosfera, fixa os valores máximos de cada um dos agentes contaminantes.
Mesmo assim a AEUB, em vários de seus documentos, lida com indicadores de controle
da qualidade do ar. "Indicador Emissão de gases de efeito estufa na atmosfera: Valor
Mínimo: <2 TCO2/hab ao ano. Valor Ideal: 0 TCO2/hab ao ano”
Estratégias de Melhoria:
Os dois pontos básicos para melhorar a qualidade do ar são o controle do número de
automóveis em circulação (aumentando as áreas para pedestres e ciclistas, dificultando
o estacionamento, etc...) e a implantação de arborização elegendo as espécies com mais
capacidade de absorção de CO2.
Prancha 3. Capacidade de absorção de CO2 de algumas espécies arbóreas. Imagem Cortesia de Enrique
Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

3.8. Aplicar a Ergonomia ao Desenho Urbano


A ergonomia será aplicada tanto no desenho do espaço urbano, como no projeto de cada
um dos elementos que o configuram (mobiliários, luminárias, pavimentos, entre outros),
levando em conta sua correta distribuição e quantidade. (Figura 20)
Ilhas de Vegetação. Plaza de la Balsa Vieja, Totana. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia de
Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure
Estratégias de Melhoria:

Sistema de faixas funcionais. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem Cortesia
de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Estudar o entorno e suas características (climatológicas, geográficas, de uso,


durabilidade,...) antes de selecionar os elementos que constituem o espaço público e
utilizar sistemas de ordenação contrastados, (sistema de faixas funcionais ou similar).
(Figuras 21 e 22)

Ordenação por faixas funcionais. Glorieta Juan Carlos I, Mula. Murcia, E. Mínguez, 2009. Imagem
Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

4 . CONCLUSÕES: FUNDAMENTOS DO CONFORTO NO ESPAÇO PÚBLICO


URBANO
Prancha 5. Matriz de Conforto. Como as estratégias influenciam na melhoria dos parâmetros de conforto?
Imagem Cortesia de Enrique Mínguez Martínez, Pablo Martí Ciriquián, María Vera Moure

Depois de contrastar as estratégias para melhorar e sua superposição na Matriz de


Conforto,podemos concluir quais são as chaves que contribuem para a melhora
do conforto no espaço público urbano.
- Dentro da definição de espaço público incluem-se distintas atividades, funções e tipos
de espaços. As condições de conforto são específicas para cada caso.
- Não existem condições únicas de conforto para cada espaço público, pois as condições
de confortomodificam-se de acordo com o momento e a atividade.
- Aplicando Indicadores Ambientais (implantação de árvores para a melhoria
do conforto térmico, potencial de habitabilidade térmica em espaços urbanos, proporção
da rua, etc…) podemos avaliar e melhorar o conforto do espaço público.
- Os parâmetros de conforto se mostram importantes segundo as características e a
implantação do espaço público.
- As estratégias de melhoria no projeto de espaços urbanos basear-se-ão em uma maior
transparência e diversidade de usos do espaço público, na incorporação de corpos de
vegetação e água para facilitar e aumentar a presença dos cidadãos em um ambiente urbano,
confortável e segura.
- A forma e o tamanho dos espaços livres deve guardar proporcionalidades com os níveis de
ocupação e com a atividade a desenvolver.
- A estratégia da vegetação é mais importante segundo a Matriz de Conforto, ainda assim
entendemos que para atingir um espaço público confortável é necessário conseguir valores
equilibrados entre os distintos parâmetros de conforto.
Notas:
(i) BREEAM Comunities, www.bream.org; LEED for Neighborhood Development,
www.usgbc.org; CASBEE for Urban Development, www.ibec.or.jp/CASBEE/
(ii) Agencia de Ecología Urbana de Barcelona. http://bcnecologia.net

Bibliografia:
1. DELGADO, Manuel. El espacio público como ideología. Barcelona: Libros de la
Catarata, 2011.
2. BEDOYA, Cesar; NEILA, F. Javier. Técnicas arquitectónicas y constructivas de
acondicionamiento ambiental. Madrid: Murilla-Leria, 1997.
3. RUEDA, Salvador (dir). Plan Especial de Indicadores de Sostenibilidad Ambiental
de la Actividad Urbanística de Sevilla. Sevilla: Agencia de Ecología Urbana de
Barcelona, 2007.
4. RUEDA, Salvador (dir). Sistema de indicadores y condicionantes para ciudades
grandes y medianas.Agencia de Ecología Urbana de Barcelona, 2010.
5. JACOBS, Jane. Muerte y vida de las grandes ciudades. Madrid: Capitán Swing
Libros, S.L., 2011.
6. RUEDA, Salvador (dir). Guía metodológica para los sistemas de auditoría,
certificación o acreditación de la calidad y sostenibilidad en el medio urbano. Madrid:
Centro de Publicaciones Secretaría General Técnica Ministerio de Fomento, 2012.

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