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Jesus – O promotor da liberdade

Texto: João 4:1-10


Tema: A liberdade religiosa
Propósito: Mostrar para os irmãos, que a Pessoa de Cristo, promove liberdade.
Tese: A liberdade religiosa exige prudência
Pergunta: Por que a liberdade religiosa exige prudência?
Proposição: Em função da resistência à mensagem e por causa do separatismo que a
religião proporciona

Destaque à liberdade religiosa

Apesar da liberdade religiosa não ser mencionada na Bíblia, existem elementos que
promovem isso. A liberdade religiosa foi uma ideia dos filósofos iluministas que
reagiram à intolerância e ao fanatismo dos religiosos. A declaração universal dos direitos
humanos, diz o seguinte: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.”
Portanto, os cristãos devem ser os primeiros a compreenderem isso, para facilitar a
pregação do evangelho, uma vez que defender o direito do outro é também defender o
seu direito pregar e cultuar a Deus.

Introdução
Era por volta do ano 27 d.C, quando João Batista foi preso (Mc 6:17-20). Em função desse
ocorrido, os líderes religiosos soltaram rojões e fogos de artifícios para comemorar, uma
vez que a pregação do Batista ofuscava a importância deles. O problema é que os
fariseus não contavam com a ascensão meteórica de Jesus. O ódio deles se acentuou
ainda mais com a notícia de que Jesus fazia mais discípulos do que João.

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Durante o sermão, de vez em quando, repita o propósito ...

I. EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA À MENSAGEM


A) Jesus foi prudente ao Se retirar da Judéia (1-3)
1. Ele compreendeu o que estava acontecendo.
2. Ele percebeu que a Sua popularidade estava gerando tensão entre os
religiosos.
3. A situação começou a ficar instável e havia o risco de revolta mais grave.
4. O fato de fazer mais discípulos do que João, despertou a ira dos líderes.
5. E Jesus, mais do que ninguém, sabia que aquele ainda não era o momento
de ser morto.

B) O cristão precisa ser prudente e saber a hora de se retirar


1. Se um contato religioso acirrar os ânimos, é preciso cortar o quanto antes.
2. Nunca comece um contato pelas divergências.
3. Explore as convergências. Certamente há muita coisa em comum com o
outro.
4. Não inveje se as religiões “A” e “B” estão crescendo mais do que a sua.
5. Procure não se acomodar, mas avaliar o que a sua religião está deixando de
fazer.

C) Jesus evitou batizar pessoas


1. O Seus discípulos quem batizaram
2. Não o fez pessoalmente, para evitar ciúmes e conflitos
3. Isso poupou alguém de se vangloriar e exigir mais autoridade sobre os
demais
4. Um bom exemplo é o apostolado de Paulo. A igreja inicialmente o rejeitou
como Apóstolo por ele não ter convivido com Jesus.
5. Imagina se alguém tivesse sido batizado por Jesus? Quanta soberba e
desmerecimento sobre os que foram batizados por um outro Apóstolo!?

D) O adventista deve evitar a soberba


1. Por ser batizado na IASD não te dá o direito de ser superior ao outro
2. O fato de ter o “Dom Profético” não te dá o direito de humilhar ninguém e
comprar brigas desnecessárias.
3. Jesus é o exemplo de prudência e de respeito. Ele mais do que ninguém
conhece o fim desde o princípio.
4. Não procure conflitos. Você foi chamado para apaziguar.
5. O conhecimento revelado ao adventista é para deixa-lo mais humilde e
tolerante. Não queira se achar superior ao outro. Isso não é Liberdade
Religiosa e nem testemunho cristão.

II. POR CAUSA DO SEPARTISMO QUE A RELIGIÃO


PROPORCIONA
A) A presença de Jesus afugenta o separatismo (vv. 5-7)
1. Os judeus ortodoxos evitavam atravessar Samaria por causa do ódio.
2. Os samaritanos eram mestiços, resultantes do cativeiro assírio em 727 a.C.
Era um povo formado da mistura de judeus e gentios.
3. Jesus não estava amarrado a preconceitos. Ele decidiu passar por Samaria. E
a prova de que não estava amarrado a preconceitos, foi do Seu encontro com
uma mulher de moralidade questionável.
4. Ele solicitou água (v.7). Jesus sabia da cultura oriental. A água era tida como
um “dom de Deus”. Um viajante era capaz de desviar a rota para socorrer
alguém com água.
5. Mas tanto um judeu quanto um samaritano, se recusava a fazer qualquer
favor ao outro. Nem água seria compartilhada, tamanho era o ódio entre os
povos.
6. A mulher questionou o fato de Jesus ser judeu e estar solicitando água (v.8).
Jesus com toda a Sua isenção aproveita a oportunidade para o contato
espiritual.
7. E na conversa Ele quebra as barreiras preconceituosas que havia no coração
daquela mulher. E em nenhum momento ofendeu a fé e crença da mesma.
Porém, aproveita para dizer que os verdadeiros adoradores adoram a Deus
em Espírito e em verdade (23).
8. Ellen White comenta, que a “Religião não é limitar-se a formas e cerimônias
exteriores. A religião que vem de Deus é a única que leva a Ele. Para o
servirmos devidamente, é mister (necessário) nascermos do divino Espírito”
(DTN, 189).

Ilustração

Por volta do ano 2000, um jovem colportor, estudante de teologia, estava de porta em
porta, compartilhando literaturas para custear os seus estudos. Ele estava trabalhando
na região sul do Brasil, quando numa manhã, bateu à porta de um pequeno comércio.
O contato inicial com o proprietário foi o melhor possível. Prolongando a conversa,
ambos sorriam até o momento em que o assunto religião dominou a pauta. Os dois eram
cristãos, de igrejas diferentes, mas que não compreenderam a missão do Cristo. Ao
abrirem a Bíblia, um tentava convencer o outro de que a sua religião era a melhor. Em
determinado momento da conversa, o proprietário do estabelecimento, ao perceber
que havia perdido nos argumentos para aquele jovem, decidiu ofender o jovem
estudante chamando-o de cavalo. Isso mesmo! Aquele senhor, mencionou que todas as
pessoas que não faziam parte da sua religião eram animais. O jovem discordando, travou
um duelo de palavras sem ofender o senhor, mas foi surpreendido não somente com
palavrões, mas também com um inesperado soco no rosto. Sem reação e em respeito a
idade do homem, pois ele já tinha acima de 70 anos, aquele jovem estudante decidiu
sair do estabelecimento. Voltou cabisbaixo e muito envergonhado. A sorte é que
ninguém presenciou aquela horrível cena. O dia foi terrível para aquele estudante! Ele
simplesmente não conseguiu dar sequência no trabalho. Ficou questionando a Deus o
dia inteiro...
Quero dizer que, o jovem dessa história, sou eu. Não desisti da fé e nem da colportagem
devido a esse incidente. No entanto, o Senhor Deus me ensinou que discutir religião é
algo extremamente perigoso, pois tira a racionalidade das pessoas. Jesus sabia muito
bem disso, quando retirou-Se de Jerusalém em direção a Galileia. Ele viu o animo
acirrado das pessoas que o odiavam. (Célio Barcellos)

B) A tolerância de Jesus, promoveu liberdade


1. A isenção de Jesus e Sua tolerância, promoveram libertação àquela mulher.
2. Jesus utilizou a água como ponto de partida e durante a conversa a mulher
sentiu a necessidade da água da vida (v.15).
3. Aquela mulher ficou livre das amarras religiosas e do ódio causado pelo
preconceito e falta de liberdade.
4. Um tanto assustada, mas também surpresa com a capacidade de tamanha
inteligência espiritual daquele Estranho misterioso.
5. Ela se agarra àquela oportunidade e sai a convidar outros para ouvir de Jesus
(28-30).
6. Para aquela mulher, a liberdade que Jesus oferecia era muito melhor do que
o ódio e o jugo que ela aprendeu desde cedo.
7. Ellen White diz que: “Não faz parte da missão de Cristo obrigar os homens a
recebe-Lo”(DTN, 487.
8. E ela ainda diz que, o diabo e pessoas usadas por ele, forçam a consciência
humana num sentido de obrigação (Idem, 487).

C) O cristão deve ser tolerante


1. Apesar da liberdade religiosa não ser mencionada na Bíblia, mas ter sido um
ideal dos filósofos iluministas, o cristão, tem a obrigação de promove-la e
respeitá-la.
2. Essa história de Jesus e a Samaritana, bem como tantas outras, demonstram
para os cristãos a necessidade de pregar o evangelho, porém levando em
consideração o respeito às pessoas e suas crenças.
3. Não é papel do cristão brigar ou perseguir qualquer pessoa que pense ou
tenha uma fé diferente.
4. A história do pecado mostra a tolerância, a paciência e o respeito que Deus
tem para com o ser humano.
5. Você não é obrigado a participar de cerimônias que você não acredita. Mas
é seu dever respeitar o direito de quem crê.

Conclusão
Portanto, mesmo que na Bíblia não apareça o termo liberdade religiosa, o modelo de
vida de Jesus, deixa claro que a Sua tolerância e respeito para com o semelhante, são
exemplos contundentes para que os cristãos respeitem e promovam a liberdade
religiosa. Apesar de termos clara a mensagem do Grande Conflito, devemos aproveitar
o máximo de liberdade para nos achegarmos às pessoas. E mesmo que em algum
momento não exista a liberdade religiosa, devemos como Jesus, nos aproximar das
pessoas e com prudência, apresentarmos o Seu amor que transforma vidas e quebra
barreiras.

REFERÊNCIAS

1. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações. Tatuí,SP: Casa Publicadora


Brasileira, 22 Ed. 2007.
2. John Graz, Fé & Liberdade. Tatuí,SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.
3. Robert Jamieson, A.R. Fausset and David Brown, Commentary Critical and
Explanatory On The Whole Bible. Logos digital, 1871.
4. Warren W. Wiersbe, Comentário Bíblico Expositivo do Novo Tetamento. Santo
André,SP: Gerográfica editora, Vol. I, 2012.
5. William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã,
2ª. ed. 2014.

Célio Barcelos: pastor distrital da IASD Central de Pirassununga na APaC. Bacharel eem
teologia pelo SALT/FadBa, mestrado em teologia pelo Unasp-EC. Casado com Salomé
Barcellos e pai do Kairos e da Krícis. Apaixonado pela liberdade religiosa e escritor.

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