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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Direito – Ciência Política e Teoria Geral do Estado

São Paulo, 26 de agosto de 2019

Prof. Dr. Luiz Guilherme Arcaro Conci

Alice Chamani Machado; Ana Clara Alves dos Santos Costa; Beatriz Tadim Carvalho;
Julia Andrade Suguimoto; Karina Nunes Rodrigues; Manuela Francisca da Silva Pires

Titulo de chernobyl

No período de transição da Idade Média para a Idade Moderna, o papel da


propriedade teve certa influência. Diante do processo de centralização e hegemonia do
capital por parte da aristocracia, surgem propriedades agrárias aristocráticas, que
impedem o livre mercado no campo e uma movimentação da mão-de-obra, atendo-se as
condições sociais de sua existência, ou seja, as relações de produção rural na terra
permanecem feudais nessa transição.
Via-se o regime absolutista como uma nova ferramenta de reafirmação e
manutenção do poder feudal nesse momento de desenvolvimento da economia mercantil,
tal processo gerou mudanças na estrutura do Estado aristocrático e na propriedade
feudal. No contexto de crescimento das relações comerciais, as terras rurais passaram a
obter cada vez menos requisitos para sua apropriação, ao mesmo tempo em que a
soberania se torna mais “absoluta”. Perdem-se as concepções de vassalagem, e aos
poucos a propriedade perde seus vínculos e encargos, e passa a ser utilizada como
registro de ganhos econômicos para a classe aristocrática que perde poder politico na
época.
Com a constituição dos Estados absolutos, ocorre a ascensão da burguesia
mercantil, voltada para as manufaturas pré-industriais, deixando de lado a agricultura, e,
por conseguinte, as propriedades rurais. Na Idade das Trevas a concepção de
propriedade estava vinculada à ideia de propriedade “hierarquizada” como
complemento da soberania subdividida, mas com o resgate do Direito romano (produto
dos primórdios da Idade Moderna) mais a frente delimitam-se novamente as noções de
propriedade, como esta sendo privada, absoluta e incondicional.
Com a consolidação dos Estados Nacionais surgiram os exércitos do Estado, e
com a mentalidade de guerra, a terra passa a ter outro significado, o de monopólio
natural, que proporciona rendimentos a partir da conquista territorial e a expansão de
fronteiras.
O mercantilismo era a doutrina dominante na época dos Estados absolutos. Por
conta dessa política econômica foi necessário criar um mercado unificado, uma vez que
havia um incentivo das exportações para aumentar o poder de um Estado perante outro.
Logo, havia uma preocupação para que o número de exportações fosse maior que o
número de importações, pois assim a balança comercial deste país seria favorável. Essa
política econômica era uma representação da classe feudal dominante que se adaptou ao
mercado unificado.

Esse sistema era uma teoria de intervenção do Estado absolutista no


funcionamento da economia e seu objetivo era gerar uma economia forte para que o país
pudesse ter uma política externa voltada para a conquista de novos territórios ampliando
este Estado. O mercado unificado era importante para as monarquias absolutistas para
que estas conseguissem vender seus produtos, sempre com o objetivo de ter uma
balança comercial favorável, assim esse país teria uma maior força econômica e poderia
ter uma política externa exploratória e conquistadora, podendo ampliar seus territórios.

A luta entre nobres e monarcas, marcada pela supressão de privilégios do


primeiro e exaltação do segundo, sempre foi decisiva para a permanência ou não do
Estado Absolutista, exemplificando isso temos a venda de cargos realizada pelos
monarcas como forma de impedir que somente nobres ocupassem os cargos e, assim,
formasse uma rede de clientela capaz de pôr abaixo o sistema por meio de tropas.

A partir do momento que os nobres reconquistam suas terras e se propagam pela


Europa com novas ideias burguesas, o absolutismo entra em crise, fato que comprova o
quanto classe e Absolutismo se interligam, afinal é a classe que, em sua forma
dominante, vai definir os limites dele. Portanto, a influência da classe sobre o
Absolutismo está na sua permanência e periodização, tendo em vista que, dependendo
da classe dominante, esse sistema pode ter sucesso (monarcas) ou fracasso (nobreza).

As profundas transformações econômicas e financeiras durante o estado


absolutista vez com que surgisse a necessidade (no intuito de controlar os conflitos pela
propriedade) de uma estrutura uniforme de teoria e processos jurídicos, o que levou
futuramente a codificação das leis e conceitos jurídicos. Essa modernização jurídica
reforçou a dominação da classe feudal tradicional.Houve a manifestação de três grandes
fenômenos jurídicos: o direito canônico, o romano e o feudal. O direito canônico é um
direito religioso que se baseia nos preceitos divinos, sendo suas regras retiradas da
Bíblia. Ao longo de muito tempo devido a ausência de uma legislação estatal foi o único
direito escrito. Já os costumes se estabeleceram de forma espontânea como um direito, e
dentro dessa fonte jurídica da época, está o Direito feudal. Porém Esses direitos
consuetudinários, assim como o direito canônico, não foram suficientes para reduzir os
conflitos de classes, fazendo ressurgir o direito romano. Não somente por causa da sua
bem definida noção de propriedade absoluta, mas também pela sua tradição de equidade,
dos métodos de prova e no destaque dado para à magistratura profissional.

Isso fez com que o direito romano fosse amplamente aceito e utilizados por
alguns países até hoje.

BIBLIOGRAFIA:

ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. 1ª ed. Editora Unesp. São Paulo,
2016. Págs 15 a 62.

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