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Penhor

Noção

O penhor ė a garantia real que confere ao credor o direito à satisfação do seu credito e juros,
se os houver, com preferência sobre os demais credores, pelo valor de certa coisa móvel,
créditos ou outros direitos não susceptíveis de hipoteca pertencentes ao credor ou a terceiro.

Penhor constitui uma garantia real de uma divida, que se constitui pela entrega ao credor,
pelo devedor ou por um terceiro, de uma coisa móvel que fica a garantir o cumprimento da
obrigação. O penhor implica, em princípio, a entrega da coisa art.º699 do Código Civil,
embora esta possa ser dispensada por não convir as partes. O credor pignoratício não pode
usar a coisa empenhada, mas pode fazer seus respectivos frutos. O credor adquire o direito de
se fazer pagar, com preferência sobre os outros credores, pelo valor da coisa móvel, ou pelo
valor de créditos ou outros direitos não susceptíveis de hipoteca pertencentes ao devedor ou
do terceiro art.º 666 n°1 do Código Civil. Vencida a obrigação, o credor pode requerer
judicialmente o pagamento pelo produto da venda da coisa empenhada, se as partes assim
tiverem convencionado, o credor pode também fazer-se pagar pela adjudicação da coisa da
coisa pelo valor que o tribunal fixar. As regras aplicáveis ao penhor de coisas são extensivas,
parte compatível, as regras aplicáveis ao penhor de direitos que tenham objecto coisas móveis
e que sejam transmissíveis. O titular do direito empenhado deve entregar ao credor os
documentos comprovativos do direito, a menos que tenha algum interesse legítimo na sua
convenção.

Breve referência histórica

O penhor ė, no direito romano, uma garantia real. Denominado pignus vocábulo que deriva
de punho, terá sido criado pela jurisprudência romana para afastar os inconvenientes da
fudicia cum creditore e caracterizava-se pela transferência da detenção de uma coisa ao
credor, que se obrigava a conserva-la e a restituí-la após a satisfação do seu credito.

Ordinariamente, eram concedida são credor faculdades mais amplas, através dos seguintes
pactos: pela lex commissaria, ia-se em proprietário da coisa empenhada se o devedor não
cumprisse a obrigação; e pelo pactum de distrahendo pignore(ou pactum de vendendo), podia
vendê-la, pagando-se com o preço e restituindo o excedente (superfluum) ao garante.
Todavia, porque o pacto comissária favorecia práticas usuárias (em regra, o valor da coisa
empenhada era superior à obrigação garantida e, portanto, o credor enriquecia-se à custa do
garante).

Características do penhor

Nos ternos do artigo 666, N°1 do CC, ʺO penhor confere ao credor o direito a satisfação do
crédito bem como dos juros se os houver, com preferência sobre os demais credores, pelo
valor da certa coisa móvel, ou pelo valor do credito ou outros direitos não suceptiveis de
hipoteca pertencentes ao devedor ou ao terceiro. O penhor constitui assim uma garantia real
dado que atribui uma preferência sobre bens determinados, cuja a especificidade consiste em
ter por objecto os bens não susceptíveis de hipoteca. No caso de penhor de créditos, dado que
estes não pode, ser objecto de direitos reais o penhor a sua natureza sendo uma garantia de
outro tipo apesar da sua natureza real o penhor ė considerado uma garantia acessória do
credito pelo que a sua constituição manutenção e extinção ficam dependente da constituição
manutenção e extinção do credito garantido. O penhor pode porem, ser constituído em
relação a uma obrigação futura ou condicional (666 n°3), caso em que o autor do penhor
transmite a posse da coisa a outrem na expectativa de que este venha a ser constituído como
seu credor ao contrario da hipoteca o penhor resulta sempre de um contrato (contrato do
penhor ) o qual deve ser celebrado quer pelo devedor quer por terceiro(666 n°1 in fine) no
caso de alguém ser obrigado ou autorizado por lei a prestar caução e o fizer por meio de
deposito de dinheiro títulos de credito pedras ou metais preciosos esse deposito é havido
como penhor (666 n°2 e 623 n°1).

Modalidades de penhor: o penhor com ou sem desapossamento

O penhor pode ser constituído com ou sem desapossamento. No seu enquadramento


tradicional, o penhor é realizado com desapossamento, exigindo-se a entrada da coisa o de
documento que atribua a exclusiva disponibilidade dela ao credor ou ao terceiro (669 n°1)
podendo essa entrega consistir na simples atribuição da composse ao credor, se essa
atribuição privar o devedor da possibilidade dele dispor materialmente da coisa (669 n°2).
Essencial é assim que o credor seja privado da disponibilidade material da coisa, o que
desempenha uma função de publicidade visando se com ela assegurar que os terceiros
possam ter conhecimento da existência do penhor, o que terão que suportar o exercício do
direito do credor pignoratício caso a coisa seja objecto de alienação essa especialidade de
penhor implicar a subtracção da posse da coisa ou seu titular leva aqui este desempenhe uma
função económica especifica como garantia, sendo especialmente utilizado em bens de que o
devedor não carece para fins comercias ou industrias e que pode dispensar por um certo
período como bens de luxo, jóias e matais preciosos.

Constituição

O penhor só produz efeitos com a entrega da coisa empenhada ou de documento que confira a
sua exclusiva disponibilidade.

A entrega (traditio) publicita o penhor e, por isso, imprime a necessária protecção de


terceiros. No entanto, porque priva o autor do penhor da possibilidade de dispor
materialmente da coisa, a entrega pode, em certos casos, consistir na simples atribuição da
composse ao credor.

Quando ao penhor de direitos, a sua constituição esta sujeita à forma e publicidade exigidas
para a transferência desses direitos. E se o direito estiver sujeito a registo, só produz efeito a
partido registo.

Objecto

O penhor pode incidir sobre coisas móveis, créditos ou outros direitos não susceptíveis de
hipoteca, pertencentes ao devedor ou a terceiro.

Portanto, não pode incidir sobre coisas móveis registáveis, ou seja, susceptíveis de hipoteca e,
porque a coisa móvel deve ser certa, também as universalidades de facto não podem ser dadas
em penhor.

Do mesmo modo, só podem ser empenhadas direitos que tenham por objecto bens móveis.

Regime jurídico

Como no direito romano, o penhor é um direito real acessório e indivisível: está ao serviço de
um direito de credito ʺ que dita o interesse e sentido da operação e, por isso extingue-se ʺ
caso desapareça a obrigação garantida, se a obrigação garantida se extinguir parcialmente ou
se fraccionar, o penhor manter-se -a sobre a totalidade da coisa.

O credor pignoratício ė detentor e não possuir da coisa empenhada, embora possa recorrer às
acções possessórias para a defesa do seu direito, mesmo contra o proprietário.
Quanto aos credor pignoratício ė obrigada a guardar e administrar a coisa empenha como um
proprietário diligente; a não usa-la sem o consentimento do autor do penhor, salvo se o uso
for indispensável à sua conservação; e a restitui-la depois de obrigação garantida se extinguir.
Da obrigação de administração resulta o dever de perceber os frutos que devem ser
destinados, sucessivamente ao pagamento das despesas, dos juros e, finalmente, do capital.

Vencida a obrigação, o credor pignoratício tem o direito de se pagar pelo produto da venda da
coisa empenhada, que pode ser feita extrajudicialmente, se assim tiver sido convencionado. A
coisa empenhada pode também ser adjudicada ao credor, mas pelo valor que o tribunal fixar;
não se permite, portanto, que o credor a faça sua, mesmo que haja convenção que afaste a
possibilidade da venda ou adjudicação da coisa empenhada; o penhor ė uma garantia real que
incide sobre uma coisa e, por tanto, seria descaracteriza-lo se a sua venda pudesse ser
afastada. Se o penhor dor constituído por terceiro, a sua execução determina a sub-rogação
deste nos direitos do credor.

Extinção

O penhor extingue-se por diversas coisas, algumas comuns a extinção da hipoteca. Merece
todavia destaque a restituição da coisa empenhada ou do documento que confira a sua
exclusiva disponibilidade: se a sua entrega ė necessária, também basta sua restituição para
que a garantia fique despojada da sua eficácia.

Natureza jurídica

A natureza jurídica do penhor esta longe de ser pacífica. Há quem entenda que se trata de
uma figura processual; de um direito de crédito; e de um direito misto; e dum direito real
complexo.

Esta é doutrina que podemos considerar dominante, embora defendida por quem tem dos
direitos reais diferentes entendimentos.

Também entendemos que o penhor ė um direito de natureza real que revela na faculdade de o
credor fazer vender a coisa (quer continue a pertencer ao garante quer que a sua propriedade
tenha sido transferida para terceiro) e de se fazer pagar pelo preço com preferência aos
restantes credores sem garantia. Podem-se-à ver aqui a sequela e a prevalência, características
dos direitos reais.
Há, no entanto, um obstáculo: podendo o incidir sobre direitos e tendo os direitos reais por
objecto coisas corpóreas, questiona-se a natureza jurídica desse tipo de penhor.

Assim, Menezes CORDEIRO recusa a sua natureza de direito real e de penhor porque ʺa
semelhança económica que apresenta com o penhor em sentindo próprio justifica que se fale
de penhor de créditos.

Ė uma posição aceitável em obediência ao princípio da coisificação.

Por outro lado penhor uma garantia de desemboca num direito de preferência (sobre o
produto da alienação da coisa empenhada), ao passo que a consignação (tal como a remota
anti-crese, sua predecessora histórica) se traduz numa via satisfatitava privilegiada do
credito.

Penhor ė essencialmente um direito real de garantia, consubstanciado na preferência do


credor pignoratício, em regra sobre uma parcela determinada da garantia patrimonial; a
consignação ė, por seu turno, um modo especial de satisfação de credito, em que o tratamento
preferencial do credor ė conatural ao funcionamento da garantia.

Note-se, entretanto, que a palavra penhor ė usada, quer na linguagem corrente, quer no
vocabulário técnico dos juristas, num tríplice sentindo. Penhor ė o direito de preferência
conferido ao credor, tal como o art. 666 do C.C. o descreve; mas penhor ė também a coisa
(móvel) dada como garantia (loja de penhores, leilão de penhores, venda judicial do penhor,
etc); e penhor se chama ainda ao contrato que serve ao direito especial de garantia conferido
ao credor.

Distinção entre penhor e a hipoteca

A distinção entre penhor e a hipoteca (com uma importância incomparavelmente superior na


área d direito civil) procede da diversidade do seu objecto.

A hipoteca incide normalmente sobre coisas imóveis ou equiparadas, ao passo que o penhor
tem por via de regra como objecto as coisas móveis.

Relativamente aos direitos (coisa essencialmente incorpóreas) que podem ser objecto de uma
e outra garantia o art.º 666 C.C faz a delimitação do penhor por exclusão de parte: podem ser
objecto de penhores todos os direitos (penhoráveis) não susceptíveis de hipoteca.
Mas este critério de demarcação pratica vale também, de acordo com o espírito da lei, para as
próprias coisas (corpóreas).

Assim se tem entendido, com razão, que os automóveis, os barcos e as aeronaves não podem
ser dados em penhor.

Tem-se de igual modo entendido, com base no texto e no espírito do art. 666 (…pelo valor da
certa coisa móvel…) que a coisa objecto do penhor necessita de ser certa, não podendo
Consequentemente constituído objecto dessa garantia as universidades como
estabelecimentos comercial, cuja constituição concreta se encontra em permanente
modificação.

Note-se também que o penhor constituído sobre determinada coisa (acções, direito de crédito,
etc.) não abrange as suas pertenças ou coisas acessórias, salvo estipulação em contrário, como
resulta da disposição geral contida no n2 art.º 210.

Da própria noção legal do penhor se traduz uma das características importantes dele (comum
alias à hipoteca), que ė da sua indivisibilidade na dupla vertente em que esta se subdivide.

Por um lado, a coisa móvel empenhada garante cumprimento da obrigação ate a sua integral
satisfação. Mesmo que a obrigação seja parcialmente satisfeita, o penhor contínua, na sua
totalidade, a assegurar o cumprimento da parte restante da prestação devida.

Por outro lado, se abranger varias coisas móveis, o penhor incide por inteiro sobre cada uma
delas, mesmo que algumas pereçam ou venham a conhecer outro dono.

Penhor das coisas

Em compensação há uma formalidade externa que desde cedo caracterizou a constituição do


penhor, que é a entrega da coisa empenhada).

Para destacar a importância fundamental do requisito da entrega da coisa na constituição da


garantia, o incluía automaticamente na noção dela, ao prescrever o seguinte: o devedor pode
assegurar o cumprimento da sua obrigação, entregando ao credor…algum objecto móvel,
para que lhe sirva de segurança. Ė o que se chama penhor. E, ano contente com esta inclusão
significativa da entrega da res no conceito da garantia pignoratícia, o art.º 858 do Código
Civil, que o contrato de penhor só pode produzir efeitos entre as partes, pela entrega da
coisa empenhada.
Quanto aos móveis, porem, sobre o que incida o penhor, o único meio de assegurar um
mínimo de publicidade à existência da garantia e garantir alguma consistência prática ao
direito do credor reside no desapossamento da coisa empenhada, imposto não autor do
penhor. A partir, no entanto, de certa época, começou a sentir-se e a salientar-se a
necessidade de, em certos sectores especiais, abrir mão do requisito de entrega da coisa

Legitimidade de empenhar art.º 667 C.C

Só tem legitimidade para dar bens em penhor quem os puder alienar. É aplicável ao penhor
constituído por terceiro o disposto no art.º 717.

Constituição do penhor art.º 669 C.C

O penhor só produz os seus efeitos pela entrega da coisa empenhada, ou de documento que
confira a exclusiva disponibilidade dela, ao credor ou a terceiro.

A entrega pode consistir na simples atribuição da composse ao credor se essa atribuição


provar o autor do penhor da possibilidade de dispor materialmente da coisa.

Direitos do credor pignoratício art.º 670 C.C

Mediante ao penhor, o credor pignoratício adquire o direito: da defesa de posse, ainda que
seja contra o próprio dono;

De ser indemnizado das benfeitorias necessárias e uteis e de levantar estas ultimas, nos
termos do art°. 1273.

De exigir a substituição ou o reforço do penhor ou o cumprimento imediato da obrigação, se


a coisa empenhada parecer ou se tornar insuficiente para segurança da divida, nos termos
fixados para garantia hipotecaria.

Por outro lado, da atribuição especial, se faz o credor pignoratício, do direito de usar das
acções possessórias, depreende-se claramente que a lei (fiel à sua concepção matriz da posse
não considera como possuir.

Por outro lado, à semelhança do que faz em relação a todos os casos análogos, não deixa por
isso de atribuir ao credor pignoratício os instrumentos jurídicos essências a defesa da sua
detenção, contra o próprio dono da coisa empenhada.

Quando a acção do de reivindicação ė que o credor pignoratício só poderá usar dela em


relação aos frutos da coisa empenhada, se estes lhe pertencem.

O segundo dos direitos destacados, estreitamente relacionado ainda com o direito de retenção
do credor pignoratício, refere-se ao regime jurídico das benfeitorias por ele realizados.
Se o dono da coisa empenhada, uma vez extinto o crédito pignoratício, for forçado a exigir a
entrega da coisa, porque o credor não entrega sem a indeminização pelas benfeitorias
realizadas, poderá hoje haver lugar à aplicação do disposto no art.º 929 n1 e 2 do código do
processo civil.

O terceiro direito conferido ao credor pignoratício refere-se a hipótese de a coisa empenhada


ter perecido ou se ter tornado insuficiente para segurança da divida.

Deveres do credor pignoratício art.º 671 C.C

O credor pignoratício é obrigado, a guardar e administrar como um proprietário diligente a


coisa empenhada, respondendo pela existência e conservação, a não usar dela sem
consentimento do autor do penhor, excepto se uso for indispensável a conservação da coisa.

Restituir a coisa, extinta a obrigação a que que serve de garantia.

O primeiro e principal dos deveres ao credor pignoratício ė de guardar e administrar a coisa


como um proprietário diligente. E por isso ele responde, quer pela existência quer pela
conservação da coisa empenhada.

O segundo dever do credor pignoratício ė o de não usar a coisa, sem consentimento do autor
do penhor, salvo se o uso for indispensável à conservação da coisa.

O terceiro e o ultimo dever imposto ao credor ė, logicamente, o de restituir a coisa, logo que a
obrigação se extinga.

Se a obrigação (principal) se extinguir, mas a divida de juros persistir, o penhor manter-se-á,


por duas razoes: primeiro, porque a garantia cobre os juros, depois, porque o princípio da
indivisibilidade do penhor se estende, como vimos, não só à divida de capital, as também à
obrigação de juros.

Frutos de coisa empenhada art.°672 C.C

Os frutos da coisa empenhada serão emcotrados nas despesas feitas com elas e nos juros
vencidos, devendo o excesso, na falta de convecção em contrario, ser abatido na capital que
for devido, havendo lugar a restituição de frutos, não se consideram estes, salvo convenção
em contrario, abrangidos pelo penhor.

Uso da coisa empenhada art. 673 C.C

Se o credor usar da coisa empenhada contra o disposto na alínea b) do artigo 671°, pi


proceder de forma que a coisa corra risco de perder-se ou deteriorar-se tem o autor do penhor
o direito de exigir que ele preste caução idónea ou que a coisa seja depositada em poder de
terceiro.

Venda antecipada art. 674 C.C

Sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore tem o
credor, bem como autor do penhor a faculdade de proceder a venda antecipada da coisa,
mediante previa autorização judicial,

sobre o produto da venda fica o credor com os direitos que lhe cabiam em relação a coisa
vendida, podendo o tribunal, no entanto, ordenar que o preço seja depositado

o autor do penhor tem a faculdade de impedir a venda antecipada da coisa, oferecendo outra
garantia real idónea.

Sucede por vezes que a coisa (especialmente quando se trata de conservas de produtos
alimentícios) ameaça repentinamente deteriorar-se ou corre risco serio de desvalorizar-se
(tratando-se por exemplo, de acções sujeitas a cotação na bolsa), de tal modo que quer, o
credo pignoratício, por uma razão, quer o autor do penhor, por outra, tem interesse em vende-
la com a maior urgência possível.

Como a venda não ė, porem, determinada pela falta de cumprimento da obrigação, mas pela
necessidade de preservar o valor da garantia, o preço da alienação não ė naturalmente
entregue ao credor pignoratício, para satisfação do credito.

O preço poderá ficar nas mãos do credor, não para pagamento do crédito, mas como penhor,
podendo o tribunal ordenar mesmo, se houver razoes para tal, o depósito da quantia recebida.
Nesse caso, o depósito, apenas determinado pelo maior perigo de o dinheiro desaparecer nas
mãos do credor, não tira à quantia depositada a natureza de penhor que ela continua a
revestir.

Execução do penhor art.º. 675 C.C

Vencida a obrigação, adquire o credor o direito de se pagar pelo produto venda judicial da
coisa empenhada, podendo a venda ser feita extrajudialmete, se as partes assim o tiverem
convencionado.

É licito aos interesses convencionar que a coisa empenhada seja adjudicada ao credor ao
credor pelo valor que o tribunal fixar

Cessão da garantia art. 676 C.C

O direito de penhor pode ser transmitido independemente da cessão do credito, sendo


aplicável neste caso, com as necessárias adaptações, o disposto sobre a transmissões da
hipoteca.
A entrega da coisa empenhada ao cessionário é aplicável o disposto no n.°2 do artigo 582.

Extinção do penhor art°677 C.C

O penhor extingue-se pela restituição da coisa empenhada, ou do documento a que se refere o


n°1 do artigo 669, e ainda pelas mesmas causas por que cessa o direito de hipoteca, com
excepecao da indicada na alínea b) do artigo 730.

empenhada, ara não privar o devedor do seu uso, ate de algum modo no interesse do próprio
credor.

Quanto à transmissão

Reside na possibilidade de transmissão do penhor (garantia) independentemente da


transmissão do crédito garantindo.

O credor pignoratício pode, sem perda da sua qualidade de credor (como quem diz do seu
direito de credito) ceder a terceiro (credor do mesmo devedor) o seu direito de penhor.

A fim de acautelar, porem, os legítimos interesses do autor do penhor.

Desta aplicação resulta o seguinte:

a) Só ė transmissível o penhor que não for inseparável da pessoa do devedor;


b) A transmissão do penhor, independentemente da cessão do credito garantido, só ė
possível a favor de outro credor do mesmo devedor;
c) Se o penhor tiver sido constituído por terceiro, não pode a transmissão autónoma ou
isolada ser efectuada sem o consentimento do autor;
d) O penhor cedido só pode garantir o novo crédito por ele coberto nos limites do crédito
originariamente garantido;
e) Se o penhor recair sobre varias coisas só pode ser transmitido na totalidade e o favor
da mesma pessoa.

Relativamente a extinção do penhor, vigoram as causas relacionadas com sua


acessoriedade, e ainda uma outra especialmente ligada ao modo específico da sua
constituição.

Sabe se, com efeito, que a constituição do penhor para necessária tutela das expectativas
de terceiros, ė por via de regra essencial, nos ternos do art 669, a entrega ao credor ou ao
terceiro da coisa ou do documento que confira a exclusiva disponibilidade dela.
Consequentemente, a restituição da coisa ou do documento determina a extinção da
garantia, sem necessidade alegar nem de provar que esse foi a intenção das partes.

As restantes causas de extinção (do penhor) refere-se o art 677, mediante simples
remissão para as causas instintivas da hipoteca (mencionadas no art 730), com a acepção
da indicada na alínea B) deste artigo.

A primeira das causas genéticas de extinção abrangidas por semelhantes remição ė a que
marca em cheio o carácter acessório do penhor.

O direito de penhor cessa com a extinção da obrigação aqui serve de garantia, que a
extinção resulte do meio normal que ė o cumprimento, quer provenha de qualquer dos
outros meios anómalos previstos e regulados nos art 837. E seguintes, quer nasça mesmo
de outras formas de destruição da obrigação (como a declaração de nulidade, a anulação,
a resolução, a revogação ou a denúncia de onde nasceu a obrigação).

E de igual a renúncia vale como causa extintiva autónoma do penhor.

Como negocio jurídico unilateral que ė, deferente da remissão (art 863, n1), a renúncia
não necessita de aceitação do devedor, nem do autor do penhor.

Os aspectos do regime do penhor compreendidos na remissão em bloco feita no artigo


678 são os referidos nos art 692, 694 a 699, 701 e 702.

Trata-se de disposições que ou já foram analisadas ou serão desenvolvidamente

examinadas no estudo subsequente da hipoteca.

Penhor de direitos

Se verifica que o regime do penhor de coisas, analisado na subsecção antecedente, ė


subsidiariamente aplicável ao penhor de direitos. Note-se, porém que as normas
especialmente ditadas neste subsecção para penhor de direito não abrangem directamente
os títulos de crédito.

Por outro lado, também importa saber que o penhor só ė admitido em relação aos direitos
que tenham por objecto coisas moveis e que, além disso, susceptíveis de transmissão.
Não pode constituir objecto de penhor o direito a uma prestação de facto (quer se trate de
prestação negativa, quer de prestação positiva), nem o direito a um quinhão hereditário do
qual façam parte bens imóveis.

A primeira ė que transporta para a constituição do penhor (de direitos) as mesmas


exigências que a lei formulou, para transmissão de direito empenhado, regime que bem se
compreende pelo facto de o penhor envolver sempre uma alienação virtual (potencial
possível) do objecto empenhado.

A segunda ė a que torna a eficácia do penhor de créditos (vulgaríssimo na pratica)


dependente da notificação ou da aceitação do devedor, que ė, como adiante se vera, a

Personagem fundamental, ou um dos personagens centrais pelo menos, do fenómeno do


penhor desses direitos.

Objecto art.º 680 C.C

Só é admitido o penhor de direitos quando estes tenham por objecto coisas moveis sejam
susceptíveis de transmissão.

Forma e publicidade art.º 681 C.C

A constituição do penhor de direitos esta sujeita a forma e publicidade exigidas para


transmissão dos direitos empenhados.

Se porem, tiver objecto um credito, o penhor só produz efeitos desde que seja notificado o
respectivo devedor, ou desde que este o aceite, salvo tratando-se de penhor sujeito a
registo, pois neste caso produz os seus efeitos a partir do registo.

A ineficácia do penhor por falta de notificação ou registo não impede a aplicação, com as
necessárias correções, do disposto no n°2 do artigo 583°.

Entrega de documentos art.º 682 C.C

O titular do direito empenhado deve entregar ao credor pignoratício os documentos


comprovativos desse direito que estiverem na sua posse e em cuja conservação não tenha
interesse legitimo.

Conservação de direito empenhado art.º 683 C.C

O credor pignoratício é obrigado a praticar os actos indispensáveis a conservação, as


relações entre o obrigado e o credor pignoratício estão sujeitas as disposições aplicáveis,
na cessão de créditos, as relações entre o devedor e o cessionário.
Relações entre o obrigado e credor pignoratício art.º 684 C.C

Dado em penhor um direito por virtude da qual se possa exigir uma prestação, as relações
entre o obrigado e o credor pignoratício estão sujeitas as disposições aplicáveis, na cessão
de créditos, as relações entre o devedor e cessionário.

Cobrança de créditos empenhados art.º 685 C.C

O credor pignoratício deve cobrar o crédito empenhado logo que este se torne exigível,
passando o penhor a incidir sobre a coisa prestada em satisfação de desse crédito.

Se, porem, o crédito tiver objecto a prestação de dinheiro ou de outra coisa fungível, o
devedor não pode faze-la senão aos dois credores conjuntamente, na falta de acordo entre
os interessados, tem o obrigado a faculdade de usar da consignação de depósito.

Se o mesmo credito for objecto de vários penhores, só o credor cujo direito de prefira aos
demais tem legitimidade para cobrar o credito empenhado, mas os outros têm a faculdade
de compelir o devedor a satisfazer a prestação ao credor preferente.

O titular do credito empenhado só pode receber a respectiva prestação com consentimento


do credor pignoratício, extinguindo-se neste caso o penhor.
Conclusao
Bibliografia

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