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Avaliação de Impactos Ambientais

Análise de Risco Ambiental


Risco Ambiental
Perguntas do tipo “o que aconteceria se…” são muitas vezes feitas ao se
analisar a viabilidade ambiental de um projeto.

As consequências do mau funcionamento do empreendimento podem ser


mais significativas do que os impactos decorrentes de seu funcionamento
normal.

Ex; oleoduto – só terá vazamento se romper

São situações que tipificam risco ambiental.

RISCO AMBIENTAL – Potencial de realização de consequências


adversas indesejadas para a saúde ou vida humana, para o ambiente ou
para bens materiais.
Tipos de Riscos Ambientais

Riscos
ambientais

1. Riscos 2. Riscos
Tecnológicos Naturais

1b. Crônicos
1a. Agudos 2a.
(médio ou longo 2b. Hidrológicos
(Imediatos) Atmosféricos
prazo)

2c. Geológicos 2d. Biológicos

Foco em AIA 2e. Siderais


Riscos Tecnológicos

São aqueles cuja origem está diretamente ligada à ação humana.

Incluem-se os riscos:

 de acidentes tecnológicos – explosão, vazamento etc;


 à saúde – humana ou dos ecossistemas.
Riscos Tecnológicos

Causados por diferentes ações antrópicas, como :

 utilização ou liberação de substâncias químicas,

 radiações ionizantes e

organismos geneticamente modificados.

Atividades de riscos ou perigosas


Riscos Tecnológicos

Tipos de riscos:

 Agudo – imediatos. Ex: vazamento de petróleo de um navio

 Crônico – médio ou longo prazo. Ex: pequenos vazamentos

Grandes Acidentes - Vazamentos em poços de petróleo, superpetroleiros,


rompimentos de dutos - 5% dos danos
Pequenos Acidentes - Vazamentos de óleo de motor de barcos e de carros – 95%
dos danos
Riscos Tecnológicos
Em AIA  riscos tecnológicos e agudos - mais visíveis

Lembrar:

• Riscos crônicos podem ser mais significativos


• Algumas ações humanas podem resultar em aumento dos riscos
naturais

Exemplo: desmatamento de uma encosta


pode aumentar o risco de deslizamentos.
Acidentes tecnológicos

Local – Cubatão, Brasil


Data – 25/02/1984
Evento - Vazamento de ~700.000 L de gasolina de um duto
seguido de incêndio.
Consequências – 93 mortos, 4 mil feridos
Acidentes tecnológicos

Local – Chernobil
Data – 26/04/1986
Evento - Vazamento radioatividade.
Consequências – 32 mortos, 135 mil evacuados – nuvem
radioativa atingiu toda a Europa.
Definições
PERIGO – situação ou condição que pode acarretar consequências
indesejáveis – característica instrinseca de uma susbstância, instalação
ou artefato.
Ex: substâncias corrosivas, líquidos inflamáveis.
Existem classificações internacionais de periculosidade

RISCO – possibilidade de materialização do perigo ou de um evento


indesejado ocorrer.

R = PxC

Onde: R = risco
P = probabilidade de ocorrência
C = magnitude das consequências
Avaliação de riscos

Atividade correlata a AIA  realizado em separado mas as duas se


envolvem em contextos separados, por comunidades profissionais e
disciplinares diferentes.

A avaliação de riscos é uma tentativa de estimar matematicamente as


probabilidades de um evento e a magnitude de suas consequências.

A avaliação de risco é a aplicação de um juízo de valor para discutir a


importância dos riscos e suas consequências sociais, econômicas e
ambientais.
Avaliação de riscos

Etapas:

Identificação
de perigos

Análise das consequências

Avaliação dos riscos

Gerenciamento dos riscos

Medidas preventivas
Medidas emergências
Identificação de riscos

Técnicas:

1. Análise histórica de acidentes - Consiste no levantamento de


acidentes ocorridos em instalações similares, utilizando-se a
consulta a bancos de dados de acidentes ou referências
bibliográficas específicas – utilidade limitada em EIA – não são para
o projeto em análise.

2. Inspeção de segurança – empreendimentos em operação.

3. Lista de verificação - Baseia-se na elaboração e aplicação de uma


sequência lógica de questões para a avaliação das condições de
segurança de uma instalação - aplica-se às etapas de elaboração de
projeto, de construção, de operação e durante as paradas para
manutenção.
Identificação de riscos

Técnicas:

4. Método “E se ...?” – identificação de eventos indesejados por dois ou


três especialistas experientes.

5. Análise preliminar de riscos - especifica para as etapas de


planejamento de projetos – procura a identificação precoce de
situações indesejadas – possibilita adequar o projeto antes que
recursos de grande monta tenham sido comprometidos.

Trata-se, portanto, de uma técnica de potencial emprego em EIA, pois


não exige o detalhamento da instalação industrial a ser analisada.
Identificação de riscos

5. Análise preliminar de riscos

Preparam-se planilhas nas quais, para cada perigo identificado, são


levantadas suas possíveis causas, efeitos potenciais e medidas básicas
de controle aplicáveis (preventivas ou corretivas).

Além da identificação, os perigos são também avaliados com relação à


frequência e grau de severidade de suas consequências.

• Pode ser uma etapa inicial – seguida por outras ferramentas de


análise
• Pode ser suficiente para o tomador de decisão e o público terem uma
visão hierárquica dos principais riscos.
Identificação de riscos
Identificação de riscos

Técnicas:

6. Estudos de riscos e operabilidade – Consiste no trabalho integrado


de uma equipe de especialistas - exame crítico sistemático a fim de
avaliar o potencial de riscos de determinado projeto – projeto
razoavelmente consolidado.

7. Análise de tipos e efeitos de falhas - Consiste na identificação de


falhas hipotéticas, anotadas em uma planilha, na qual cada falha é
relacionada com seus efeitos.
Identificação de riscos
Técnicas:

8. Análise de árvore de falhas - Técnica dedutiva que parte da


montagem de um diagrama com bifurcações sucessivas – por
exemplo, um sistema de alimentação de água pode falhar:

• por falta de água no reservatório ou;


• por falha no sistema de bombeamento;
• este, por sua vez, pode falhar em cada uma das bombas.

Permite análise quantitativa, atribuindo-se probabilidades a cada evento,


determinando-se a taxa de falha de cada componente do sistema.

Pode-se também determinar caminhos críticos, sequências de eventos


com maior probabilidade de levar ao evento indesejado.
Identificação de riscos

Técnica s:

9. Análise de árvore de eventos -.diagramas descrevem a sequência


de eventos necessária para que ocorra um acidente; cada
ramificação só permite duas possibilidades:
• Sucesso ou
• Falha

às quais se atribuem probabilidades que, somadas, sempre são iguais a


zero e um.

Parte-se da escolha de determinados eventos, que muitas vezes são


identificados por meio de outras técnicas de análise de risco.
Identificação de riscos

Técnica s:

10. Análise de causas e consequências -.utiliza-se da preparação de


diagramas de causas e consequências em uma sequência de
passos:
• identificação dos fatores que podem causar acidentes;
• preparação de uma ávore de eventos;
• detalhamento de um evento para determinação de suas causas
• básicas (árvore de falhas);
• determinação de medidas de redução de eventos acidentais.
Análise das consequências
Como risco é o produto da combinação entre probabilidade de
ocorrência e magnitude das consequências, é preciso estimar essa
magnitude.

Análise das consequências – simulação de acidentes que permite


estimar a extensão e magnitude das consequências – modelos.

Ela pode ser medida em termos de perdas econômicas ou ecológicas,


mas uma característica bastante usada para os riscos agudos é o
número esperado de mortes.

Para os riscos crônicos, a característica usada é o número de mortes


ou o número adicional de casos de câncer, para as substâncias
causadoras de tumores.

Em AIA – identificar os recursos ambientais e culturais potencialmente


afetados – receptores de risco.
Avaliação de riscos

A avaliação de riscos, como a avaliação da importância de


impactos, implica juízo de valor.

O conceito de risco aceitável vem sendo discutido há décadas.

Algumas pessoas são mais propensas a correr ou aceitar riscos,


enquanto outras mostram aversões a situações arriscadas.

Seria possível determinar uma média de aceitabilidade de risco?

Para o ambiente, a dificuldade é maior, pois muitas vezes trata-se


de riscos impostos e não voluntários, e a fonte de risco é a
atividade exercida por um terceiro e não pelo próprio individuo.
Gestão de Riscos

Proposição de medidas de prevenção de riscos e redução das


consequências.

Gestão de Risco – “aplicação sistemática de políticas, procedimentos e


práticas de gestão para as atividades de comunicação, consulta,
estabelecimento de contexto, e na identificação, análise, avaliação,
tratamento, monitoramento e análise crítica dos riscos” (Norma ISO
31.000)
Gestão de Riscos

Princípios
Percepção de Riscos

Como diferentes pessoas encaram e se comportam diante de situações


de risco – questão importante numa AIA.

Nas consultas públicas – muitas discussões são em torno da


possibilidade de “algo dar errado”.

Características da percepção de risco:

• Preferência intuitiva por raciocínio determinístico – a população tem


dificuldade de raciocinar em termos probabilísticos.

A percepção probabilística é muito influenciada:

(a) Pela experiência pessoal – quem já viveu um acidente tende a


considera-lo muito provável;

(b) Por uma tendência de evitar a chamada dissonância cognitiva -


Percepção de Riscos

(b) Por uma tendência de evitar a chamada dissonância cognitiva –


ignorar fatos e informações que contradizem suas percepções
pessoais;

(c) Pela disponibilidade da memória - eventos lembrados são os mais


prováveis.

• Maior importância atribuída as consequências possíveis de um evento


do que a probabilidade de ocorrência – o conceito social de risco não
é o mesmo que o conceito técnico.

• Distribuição social dos riscos e benefícios – a população atribui


grande importância a esta características – difícil aceitar projetos que
os beneficiários não são os mesmo que a população exposta a risco.
Percepção de Riscos

• Circunstâncias qualitativas do risco – familiaridade com a situação de


perigo, controle pessoal e experiência individual – interferem bastante
na percepção de riscos. Também a credibilidade da instituição em
situação de perigo.

A percepção do risco pode ser determinante na aceitação


ou não do projeto – devem ser necessariamente levadas
em consideração no processo de AIA.

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