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Cap10f PDF
Cap10f PDF
10.1 INTRODUÇÃO
Seja o conversor Forward convencional mostrado na Fig. 10.1.
Tr D2 Lo
+
D3 Co Ro Vo
+ N3 N1 N2 -
Vi Ld
-
D
D1 S1
C R
Tr D3 Lo
+
D4 Co Ro Vo
+ -
Vi S2 D2 L
- + d
C3 -
S1 D1
Fig. 10.2 – Conversor Forward com grampeamento ativo.
Com o decorrer do tempo, percebeu-se que agrupando-se
capacitores de valores adequados C1 e C2 em paralelo com S1 e S2
respectivamente, e com um valor adequado da indutância de dispersão, o
circuito poderia beneficiar-se de comutação suave do tipo ZVS dos
interruptores S1 e S2. A versão final do circuito assim descrito está
representada na Fig. 10.3. A indutância Lr, daqui em diante denominada
indutância de comutação ou indutância ressonante, inclui a indutância de
dispersão em série com uma indutância externa, adicionada quando
necessária.
D3 D4
i Lr S2 D2
Lr Lm
a b +
C3 - VC3
+ iLm S1 D1
Vi
-
10.4 EQUACIONAMENTO
10.4.1 Tensão Sobre o Capacitor de Grampeamento C3
Como pode ser observado na Fig. 10.13, a tensão vab, igual à tensão
na indutância magnetizante, deve ter valor médio igual a zero, que é
calculado como mostrado na equação (10.1).
⎡D Ts ( 1− D) Ts ⎤
1 ⎢
Vab med = ∫ Vi dt + ∫ (Vi − VC3 ) dt ⎥ = 0 (10.1)
Ts ⎢ ⎥
⎢⎣ 0 0 ⎥⎦
Vi D Ts = − ( Vi − VC3 ) (1 − D) Ts (10.2)
VC3 1
VC3 = = (10.3)
Vi 1− D
t
(Vi − VC3 )
Vo
(Vi)
i Lr t
(I′o)
∆ t1 t
∆ t2
∆ t3
i Lm
(I1 )
∆ i Lm t
-(I 2)
ii
( I′o + I 1 )
(I3 )
t
-(I2 )
i C3
( I′o + I 1 )
t
-(I 2)
S1 vS1
(VC3)
iS1
S2 t
vS2
(VC3)
iS2
comando t
S1
comando t
S2
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t 6 t7 t8 t
D TS
TS
Fig. 10.13 – Formas de onda básicas.
VC3
8
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
D
Fig. 10.14 – Tensão média no capacitor C3, em função da razão cíclica D.
∆t 2
∫ Vi dt = Ts Vi ∆t 2
1 1
Vo′ med = (10.4)
Ts
0
∆t 2 = D Ts − ∆t1 (10.5)
I′ L
∆t1 = o r (10.6)
Vi
I′ L f
Onde I′o = o r s .
Vi
Como pode-se observar na equação (10.7), existe uma perda de
razão cíclica proporcional à corrente de carga devido à queda de tensão
no indutor Lr, fenômeno este já observado nos capítulos 8, 9 e 10.
Na Fig. 10.15 foi traçado o ganho estático em função da corrente de
saída parametrizada, tendo a razão cíclica D como parâmetro. Pode-se
observar claramente a queda da tensão média de saída com o aumento da
carga.
1
q
D = 0,9
0,8
0,8
0,7
0,6
0,6
0,5
0,4
0,4
0,3
0,2
0,2
0,1
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16
I′o
Fig. 10.15 – Característica de saída.
∫ I′o dt
1
I S1med = (10.9)
Ts
0
IS1med
IS1med = = D − I′o (10.10)
I′o
∆t 2
∫ I′o
1 2 dt
I S1ef = (10.11)
Ts
0
IS1ef
IS1ef = = D − I′o (10.12)
I′o
I S1ef 0,8
0,8 0,7
0,6
0,5
0,6 0,4
0,3
0,4 0,2
0,1
0,2
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16
I ′o
Fig. 10.16 – Corrente eficaz na chave S1 em função da corrente de carga
parametrizada, tendo a razão cíclica D como parâmetro.
f L I ′ 2 ( 1 − D)
I Lm = s r o (10.14)
2 Vi D
I Lm fs L r I′o (1 − D)
= (10.15)
I′o 2 Vi D
∆i Lm
I 2 = I Lm + (10.17)
2
f L I ′ 2 ( 1 − D) Vi D
I2 = s r o + (10.18)
2 Vi D 2 Lm fs
I2 +
C2
- +
+ - VC3
- C1
dVC1 dVC2
+ =0 (10.20)
dt dt
Seja, C1 = C 2 = C .
dVC1 dV
C + C C2 = 0 (10.21)
dt dt
i C1 = −i C 2 (10.23)
Sendo i C1 + i C 2 = I 2 .
I
i C1 = 2 (10.24)
2
Para que a comutação ocorra, C1 deve ser completamente
descarregado durante o tempo de comutação ∆tc. Portanto obtém-se
assim a expressão (10.25):
I ∆t
VC3 = 2 c (10.25)
2 C
Com esta expressão, determina-se o tempo morto mínimo requerido,
conhecidos os demais valores.
Po = 500W
Vo = 50V
Io = 10A
f s = 40 × 103 Hz
Adotando-se uma relação de transformação de 3,2 tem-se:
I′ V 0,05 × 400
Lr = o i = = 160 × 10 −6 H
f s I o′ 3
40 × 10 × 3,125
De acordo com a equação (10.7), definidos o ganho estático e a
perda de razão cíclica, calcula-se então a razão cíclica nominal.
D nom = 0,45
A tensão média no capacitor C3 pode então ser calculada:
Vi 400
VC3 = = ≅ 728V
1 − D nom 1 − 0,45
A capacitância C3 é considerada muito grande, de forma a poder ser
representada por uma fonte de tensão constante, o que simplifica a análise
matemática. Porém, um valor excessivamente grande prejudicaria o
comportamento dinâmico do conversor. Assim, para fins de projeto, esta
capacitância é escolhida de modo que a metade do período de
ressonância, formada pelo capacitor de grampeamento e a indutância
ressonante Lr, seja maior que, pelo menos, três vezes o máximo intervalo
de bloqueio de S1. Então, tem-se (10.26) e (10.27).
Tc = 2π L r C3 (10.26)
Tc
= 3 ( 1 − D nom ) Ts (10.27)
2
Adotou-se C 3 = 1,1 × 10 −6 F .
A corrente média na indutância magnetizante é calculada como
segue.
f L I′ 2 (1 − Dnom ) 40 × 103 × 160 ⋅ 10−6 × 3,1252 × (1 − 0,45)
ILm = s r o = = 0,095A
2 Vi Dnom 2 × 0,45 × 400
t (s) t (s)
(a) (b)
Fig. 10.19 – (a) Tensão vab e (b) tensão de saída Vo′ .
i Lr (A)
i Lm (A)
t (s) t (s)
(a) (b)
Fig. 10.20 – (a) Corrente no indutor ressonante e (b) corrente na indutância
magnetizante.
Vo′ (V)
i C3 (A)
i Lr (A)
t (s) t (s)
(a) (b)
Fig. 10.21 – (a) Tensões de saída Vo′ e vab e corrente no indutor ressonante,
(b) tensão e corrente no capacitor C3.
vS1 vS1
iS1 × 50 iS1 × 50
t (s) t (s)
(a) (b)
Fig. 10.22 – Detalhe da entrada em condução (a) e bloqueio (b) de S1.
vS2 vS2
iS2 × 50 iS2 × 50
t (s) t (s)
(a) (b)
Fig. 10.23 – Detalhe da entrada em condução (a) e bloqueio (b) de S2.