Descrever o caminhar dentro de uma sociedade tratando de
assuntos sobre gênero ou sexualidade, me leva a reflexão trazidas pela música “Coisas que eu sei”, autoria do compositor Dudu Falção, em um dos seus trechos me chama bastante atenção em que ela diz “A minha experiência meu pacto com a ciência”. Em seus trechos me perco nas letras relembrando o processo de sexualidade sobre minha vida. Primeiro por falar de algo que em um país que torna o assunto a identidade um tabu muito grande de se lidar, porém nunca se parou para pensar o que realmente está identidade trás para si.
Primeiro para entender a sexualidade, temos que entender o
quem somos dentro de nós, nossa percepção de mundo, como nos sentimos em relação a tudo que acontece em nossa vida. Usando as palavras de Simiano (2015) em um trabalho sobre gênero e sexualidade nas escolas ela diz que, a sexualidade é a forma que: “sentimentos, o que vivemos nossa experiência pessoais e de trabalho nosso relacionamento conosco e com o mundo nos definem e estão sempre em constante construção”. Minha experiência sobre a sexualidade veio aos 19 anos em 2011, quando parei para analisar minha vida sexual diante dos relacionamentos, compreendendo o que era este assunto para mim, qual a sua importância e principalmente como isso funcionava em meu mundo. Nesta época a música era meu foco para autoconhecimento, sempre tive na música o meu escape, a forma de demostrar o que eu penso, como me porto, no que acredito, principalmente pelo meu histórico e formação cultural trazida de um berço evangélico, o que me levou a criar diversos problemas comigo, tantos julgamentos que criei, tantas quebras de ensinamentos que foram passados em minha criação pela minha família. Descobrir quem sou, um ser homem? Hétero? Bi? Gay? Usando as palavras de Raul Seixas “eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que tem aquela velha opinião formada pelo mundo” final como diria Chico Buarque “O que será que me dá? Que me bole por dentro, será que me dá? Que brota à flor da pele? Será que me dá? Neste processo a música foi muito importante para o conhecimento do meu mundo, minhas crenças, minha família, meus amigos, meu respeito para com o outro, pois como apresentada pela Pedra Costa no texto The Kuir Sauvage a visão tida de gênero é sexualidade no século atual é algo que veio trazido do colonialismo, cujo modelo europeu, cristão domina sobre isso.
Mas como toma metamorfose, muito mais sobre isso ia acontecer,
em 2014 quando se lançamento do filme do Daniel Ribeiro Hoje eu quero acordar sozinho, me fez refletir sobre o mundo, porque o amor deveria ser rotulado, vivemos em um mundo que se constrói diariamente, nos levando ao mesmo pensamento colonial de sempre. Foi ai que me descobrir homem como traços feministas chegando a conclusão que eu não são 100 um ser masculino como a sociedade então ensina porque eu também tenho muitos traços do ser feminino, além do fato de que eu sempre me interessei por pessoa, seja homens ou mulheres, sempre foi pela personalidade, pelo fato de aquela pessoa ter traço, ser algo de uma forma que me encanta, me levando a uma frase do Antoine de Saint-Exupéry “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Neste percurso pude conhecer pessoas transsexuais, bissexuais, não binárias, de gênero fluido entre outras coisas pessoas, universos lindos pessoas que combatem a tal normal que a sociedade colonialista tanto defende, não percebendo que vivemos em um mundo totalmente mutável, com crenças, pensamentos, sonhos.
Nesta percussão, conheci a obras como Primos (Filme lançado
2019 produzido por Thiago Cazado e Mauro Carvalho), músicas como a Banda Uó, Gloria Groover, a Pablo, a Liniker que em minha história é uma grande referência de abordagem e expressão, que desenvolvem parte da minha história como militante do movimento LGBT+(queer ou assim como desejarem nomear). Atualmente como educador e como entendedor do que sou em meu corpo, acredito na importância da compreensão de mundo através da sexualidade, pios uma pergunta que sempre me guia é, se a mim tivesse disso ensino que não errado gostar tanto de meninos ou de meninas, será que minha “descoberta” da minha sexualidade não teria acontecido antes, os julgamentos que tanto me assolaram tinha sumido, assim como funciona o nosso corpo, tantas perguntas que não forma respondidas pelo tabu que foi criado sobre nossos corpos que ainda são usados como moedas de controle de uma sociedade. Entender que cada corpo é o universo para vivência a experiência de ser unicamente você, sempre lembrando que seja como for, o importante e ser você.