Você está na página 1de 2

Método Jurisprudencial Pleno

Pelo aluno: Pedro Batista, Turma A-8

Pensadores e oradores como os professores Sebastião Cruz,


Duarte Nogueira, Santos Justo e Eduardo Vera Cruz Pinto, consideram
imprescindível o ensino do Direito Romano. Torna-se cada vez mais
urgente fazê-lo dada a situação atroz e a evolução regressiva
relativamente à civilidade de Direito na nossa sociedade – em soma à
necessidade irrevogável nos dias correntes de os alunos obterem o
seu próprio centro de conhecimentos, para que possam agir de forma
mais correcta, através de um carácter jurisprudencial, que não só é
um termo jurídico como também pretende distinguir o certo do
errado. Preferencialmente, esse ensino deve incidir sobre uma
instrução académica onde o aluno também aprenda a combater todas
estas decadências sociais e, de alguma forma, políticas (através de
um ensino cultural-jurisprudencial).
Quando desenvolvemos este ou qualquer outro tema/conceito
em concreto, deve ter-se em conta que o ensino em discussão está
directamente relacionado com os jurisprudentes – aqueles que
ensinam o Direito. É aqui que o Prof. Eduardo Vera Cruz Pinto faz a
sua intervenção, propondo que o método jurisprudencial pleno é o
método mais eficaz para atingir tais objectivos.
O método jurisprudencial pleno procura, num momento inicial,
encontrar a resolução mais justa possível para um caso concreto.
Para atingir tal resultado, o Professor faz algumas ligações distintivas:
sensibilidade/razão, intuição/prudentia, experiencia/pensamento,
prática/teoria.
A resolução do caso através do método jurisprudencial pleno
excede o juízo do “dever ser”, pois, ao invés, este método limita-se
apenas a encontrar a solução mais justa para o caso concreto, sem se
basear naquilo que já se encontra prescrito.
Assim, numa perspectiva geral, este é o produto do ensino do
Direito Romano segundo o método jurisprudencial: a formação de
juristas.
São estes juristas que devem lutar pela destruição do
estereótipo a que estão sujeitos actualmente – o estereótipo de que
não passam de executantes da lei expressa e que de pouco mais
servem. Então, estes devem antes engrandecer de vez, usando o
método jurisprudencial pleno como chave de resolução destes e de
outros grandes problemas actuais do Direito no nosso quotidiano e na
nossa sociedade.
Como forma de reforçar o papel do método pleno da
jurisprudência, o Professor Eduardo Vera Cruz faz ainda uma pequena
alusão, no seu livro “Curso de Direito Romano”, ao controlo
significativo que o Estado exerce sobre o Direito. Questões e, de
alguma forma, problemas – como o facto do Direito se basear cada
vez mais na aplicação das normas já legisladas que assentam o poder
de decisão, ao invés de uma maior meditação sobre aquilo que
estaria verdadeiramente certo e justo – são aqui levantados e
discutidos.
Mais uma vez, é aqui que o método jurisprudencial pleno pode
ser solução, pois é também um dos seus objectivos conseguir
exterminar os “mitos” existentes de que o Direito simplesmente se
guia pelas maiorias parlamentares e que ultrapassa pouco mais que
isso. O importante é evitar a extinção do carácter jurisprudencial do
Direito, através da Arte de arranjar argumentos para resolver o caso
da forma mais justa. Mas afinal, o que é o justiça?
Podemos dizer que a Justiça é uma virtude. É a tal Arte de
conseguir encontrar qual o comportamento correcto e definir o que
deve ser e o que deve fazer. Tendo em conta que a moral é
coadjuvante da Justiça, quem cumpre o que é dito incorrecto é punido
pela lei. E tudo isto está presente no método jurisprudencial pleno.
Nada do que está relacionado com a Justiça, foge à regra.
Portanto, o método jurisprudencial pleno pretende responder a
todos estes entraves que ameaçam o verdadeiro conceito de Direito
nos nossos dias, procurando, avidamente, um conjunto de soluções
que nada mais represente do que um Direito justo, sempre que for
necessária a sua actuação.. É um método que fica também à
responsabilidade de todo o corpo docente das instituições onde
ensinam Direito Romano, para que seja possível a formação de
juristas e que os mesmos não deixem morrer o método da
iurisprudentia romana.

______________________________________________________
Pedro Miguel Simões Batista

Entregue a:
12 de Outubro de 2010
Terça-feira

Aula Prática de Direito Romano

Você também pode gostar