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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

UNINOVE

GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DAS ONDAS MARÍTIMAS.

ANDRÉ CLEMENTE DE LIRA


DIEGO JUSTINO DA SILVA
ELTON BRAGA DE SOUZA
LUIZ FERNANDO DE SOUZA AUGUSTO

UNINOVE
São Paulo
2015
ANDRÉ CLEMENTE DE LIRA
DIEGO JUSTINO DA SILVA
ELTON BRAGA DE SOUZA
LUIZ FERNANDO DE SOUZA AUGUSTO

GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DAS ONDAS MARÍTIMAS.

Trabalho de conclusão de curso


Apresentado à Universidade Nove de
Julho – UNINOVE, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Bacharelado em Engenharia Elétrica.

Orientador: Professor Aislan Antônio Francisquini.

UNINOVE
São Paulo
2015
GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DAS ONDAS MARÍTIMAS.

ANDRÉ CLEMENTE DE LIRA


DIEGO JUSTINO DA SILVA
ELTON BRAGA DE SOUZA
LUIZ FERNANDO DE SOUZA AUGUSTO

Trabalho de conclusão de curso


Apresentado à Universidade Nove de
Julho – UNINOVE, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Bacharelado em Engenharia Elétrica.

Orientador: Professor Aislan Antônio Francisquini – UNINOVE

Membro: André Clemente de Lira

Membro: Diego Justino da Silva

Membro: Elton Braga de Souza

Membro: Luiz Fernando de Souza Augusto

São Paulo 10 de Dezembro de 2015


“Nesta vida temos três professores importantes: o ‘Momento Feliz’, o ‘Momento Triste’ e o
‘Momento Difícil’. O ‘Momento Feliz’ mostra o que não precisamos mudar. O ‘Momento
Triste’ mostra o que precisamos mudar. O ‘Momento Difícil’ mostra que somos capazes de
superar”.

Mario Quintana
AGRADECIMENTOS

A equipe agradece primeiramente a Deus, ao orientador do projeto, ao corpo docente


da universidade, colegas de sala e familiares, que de forma direta e/ou indireta, contribuíram
para a conclusão deste projeto.
RESUMO

O interesse em realizar este projeto partiu da necessidade de exploração no segmento


de energias alternativas e renováveis, focando em sistemas eficientes para a obtenção da
mesma, visto que a demanda de energia elétrica mundial está em expansão. Foi escolhido a
geração de energia através das ondas marítimas, sendo mais preciso o sistema onshore de
simetria axial. Por ser um recurso abundante em nosso planeta, além de ser uma forma de
energia pouco explorada, ainda em fase de estudos e viabilidade. Este tipo de geração de energia
vem sendo estudada desde a década de 70, por países como Reino Unido, Portugal, Noruega,
Japão e França. Ainda não há projetos em grande escala comercial, para suprir a demanda
energética necessária para suprir a humanidade.

Palavras-chave: Energia das ondas e marés, energias renováveis, energia limpa.


ABSTRACT

The interest in accomplish this project starts from the necessity of exploration in
segment of alternative and renewable energy sources, focusing in efficient systems for making
it, as the global electricity demand it is in expansion. It has chosen the energy generation
through the wave energy, being more specific the use of axial symmetric onshore technology.
For being an abundant resource on our planet, and it is a form of energy which has barely
explored, still in a process of viability and studies. This type of energy generation has been
studying since at the century of seventy by United Kingdom, Portugal, Norway, Japan and
France. There aren’t any projects in big commercial scale for supply the energy demand
necessary to support the humanity.

Keywords: Wave energy and seas, renewable energies, clean energy.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Sistema de energia a maré. ................................................................................. 3


Figura 2.2 – Exemplo de onda. ............................................................................................... 4
Figura 2.3 – Ponto absorvedor. ............................................................................................... 7
Figura 2.4 – Conversor oscilante de onda. .............................................................................. 8
Figura 2.5 – Energia das ondas por rotação. ........................................................................... 8
Figura 2.6 – Coluna Oscilante de Água (CAO). ..................................................................... 9
Figura 2.7 – Dispositivo por queda da água. ........................................................................ 10
Figura 2.8 – Dispositivo de galgamento. .............................................................................. 10
Figura 2.9 – Sistema oscilante de simetria axial ................................................................... 11
Figura 2.10 – Atenuador. ...................................................................................................... 13
Figura 4.1 “a” – Visão Frontal Articulações. ........................................................................ 15
Figura 4.1 “b” – Visão lateral das Articulações. ................................................................... 15
Figura 4.2 – Cremalheiras. .................................................................................................... 16
Figura 4.3 – Protótipo do gerador de energia. ...................................................................... 17
Figura 4.4 – Simulador de onda acoplado ao gerador. ......................................................... 18
Figura 4.5 – Vista superior carga. ......................................................................................... 19
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características das ondas. ..................................................................................... 5


LISTA DE SIMBOLOS

AWG – Unidade de medida usada para padronização de fios e cabos elétricos

CAO - Coluna de água oscilante

cm – Centímetros

E – Energia média gerada num intervalo de tempo específico

g – Aceleração da gravidade

Hs – Altura significativa da onda

Kg – Kilograma

Km/h – Quilômetros por hora

KW/m – Kilo Watt por metro

m – metros

mm - Milímetros

m/s² - metros por segundo ao quadrado (aceleração)

MW – Mega-watts

N – Força em Newton

p – Densidade da água do mar

s – Segundos
SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIMBOLOS

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO................................................................................... 2


1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 2
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 3

2.1 HISTÓRIA ................................................................................................................... 3


2.2 RECURSO ENERGÉTICO ......................................................................................... 4
2.3 TIPOS DE TECNOLOGIAS EXISTENTES NO MERCADO .................................. 6
2.3.1 TECNOLOGIA ONSHORE E NEARSHORE .................................................... 6
2.3.1.1 PONTO ABSORVEDOR ....................................................................................... 7
2.3.1.2 CONVERSOR OSCILANTE DE ONDA .............................................................. 7
2.3.1.3 ENERGIA DAS ONDAS POR ROTAÇÃO .......................................................... 8
2.3.1.4 COLUNA OSCILANTE DE ÁGUA ...................................................................... 9
2.3.1.5 DISPOSITIVO POR QUEDA DA ÁGUA ............................................................. 9
2.3.1.6 DISPOSITIVO DE GALGAMENTO ................................................................... 10
2.3.1.7 SISTEMA OSCILANTE DE SIMETRIA AXIAL ............................................... 11
2.3.2 TECNOLOGIA OFFSHORE ................................................................................... 12
2.3.2.1 ATENUADOR ...................................................................................................... 12
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 13

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 14

4.1 SIMULADOR DE ONDA DO MAR ............................................................................. 15


4.2 GERADOR ..................................................................................................................... 17
4.3 SIMULADOR DE ONDA ACOPLADO AO GERADOR ............................................ 18
4.4 CARGA .......................................................................................................................... 19
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 19

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 20
1

1 INTRODUÇÃO

A busca por novos horizontes tecnológicos vem sendo a cada dia um desafio para a
humanidade, seja na busca de abastecimento por demanda, na sustentabilidade, ou na eficiência
energética, a fim de se adquirir eficiência energética de melhor forma possível, sem prejudicar
o ecossistema, nem a nossa biomassa local.

Ao longo dos anos novas tecnologias para obtenção de energia vêm sendo exploradas
a fim de poder suprir os povos, como a energia solar, Eólica, do solo, termelétricas e das ondas,
sendo algumas muito exploradas e outras pouco, devido à viabilidade técnica científica atual.

A Geração por ondas é um recurso pouco explorado, se comparado às outras


tecnologias existentes no mercado energético atual. O mar é uma fonte de energia limpa capaz
de transformar energia mecânica gravitacional em energia elétrica.

Atualmente este campo é pouco explorado, porém com um enorme potencial na


demanda de potência gerada, podendo abastecer cidades e não só gerando empregos e novas
oportunidades de profissão e mão de obra especializada, mas também melhorando a vida das
pessoas.
2

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Desenvolver um protótipo em baixa escala, contendo um simulador de onda do mar e


um gerador auto excitado com ímã de neodímio e retificação na saída, afim de se obter
alimentação em corrente contínua.

1.2 JUSTIFICATIVA

Devido o aumento dos custos da geração de energia elétrica, o mercado vem


necessitado cada vez mais de geração de energias elétricas renováveis, onde a energia das ondas
é uma forma renovável ainda em fase de estudos e/ou implementação, encorajando o time a
explorar esta tecnologia em abundância.
3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRIA

A tecnologia de gerar energia através da diferença entre maré baixa e alta é muito mais
antiga do que se parece. Em tempos remotos os Europeus utilizavam moinhos submarinos na
entrada das baias oceânicas.

Com o avanço tecnológico e a eficiência aplicada ao longo dos anos, os povos


começaram a conectar turbinas que giravam um rotor acoplado a um estator, formando um
alternador movido às forças provocadas pela maré e abastecendo cargas resistivas em pequenas
cidades, como lâmpadas, por exemplo.

Em 1967, os franceses construíram a sua primeira central maremotriz, chamada de


central elétrica Rance com 750 metros de comprimento, com capacidade de potência instalada
de 240 MW, e vinte e quatro turbinas acopladas entre si, capaz de suprir uma cidade com 200
mil habitantes. Na figura 2.1 é mostrado um sistema de energia a maré.

Figura 2.1 – Sistema de energia a maré.


Fonte: Population Education – What are the Pros and Cons of Hydropower and Tidal Energy

Atualmente o mercado da energia por ondas a maré vem sofrendo oscilações, com
relação ao seu rendimento energético e eficiência tecnológica, levando a uma pesquisa de
melhoria contínua e processos de geração em demanda de potência instalada.
4

2.2 RECURSO ENERGÉTICO

O principal recurso que deve ser levado em consideração acima de tudo é a conexão
entre a orientação da linha costeira relativamente ao mar com a sua latitude, viabilizando a
tecnologia para fins comerciais.

Para obter uma energia explorável com uma finalidade economicamente viável, os
níveis de geração devem ser iguais a 15 KW/m, ou maiores que 20 KW/m. onde essa medida é
obtida pela média anual da energia por metro de largura de crista de onda paralela à linha
costeira.

A energia real do mar é medida de forma estatística, onde a mesa esta relacionada com
a altura da onda e período. A média de energia de determinado estado do mar é calculada pela
relação (1):

1
𝐸 = 8 𝑝𝑔𝐻𝑠 (1)

Onde “E” é a energia média gerada num intervalo de tempo específico, “p” é a
densidade da água do mar, “g” é a aceleração da gravidade e “Hs” é a altura significativa da
onda. O “Hs” é a altura média do terço mais elevado de ondas num tempo próximo de 30
minutos. Pelo Fato da energia gerada ser sazonal, o fator “p” também representa o valor médio
anual de todos os estados do mar. Na figura 2.2 é mostrado um exemplo de onda.

Figura 2.2 – Exemplo de onda.


Fonte: Aguaret.com
5

Em um oceano ocorrem as mais diversas categorias de ondas, dependendo da


profundidade do mar e velocidade do vento, sendo que em algumas regiões, os oceanos não
seguem um padrão constante de movimento.

Conforme tabela 1, pode-se analisar o comportamento de cada onda que depende da


velocidade, duração do vento, e área de abrangência em sua região de domínio.

Tabela 1 – Características das ondas.


Fonte: Universidade Santa Cecília. Oceanografia. Ondas.

Área Mín.
Veloc. do Duração Altura Compr. Período
(milhas
Vento (nós) (horas) Média (m) Médio (m) Médio (s)
náuticas)

10 10 2 0,27 8,5 2,9

20 75 10 1,5 33,8 5,7

30 280 23 4,1 76,5 8,6

40 710 42 8,5 135,9 11,4

50 1420 69 14,8 212,2 14,3


6

2.3 TIPOS DE TECNOLOGIAS EXISTENTES NO MERCADO

2.3.1 TECNOLOGIA ONSHORE E NEARSHORE

A estrutura onshore fica localizada numa profundidade marítima entre 8 e 20 metros,


podendo ser apoiada na costa litorânea, com fácil acesso à instalação, manutenção e não
necessitando de ancoragem devido ao nearshore e onshore não serem instaladas em superfícies
profundas, nem precisando de condutores carregados instalados de forma submersa para
interligar às linhas de transmissão. As tecnologias onshore e nearshore mais conhecidas são:
Coluna de água oscilante (CAO), Dispositivo de galgamento, sistema oscilante de simetria
axial, conversores oscilantes de transição das ondas, dispositivos submerso de diferença de
pressão.
7

2.3.1.1 PONTO ABSORVEDOR

Esta tecnologia consiste no sistema de conversão de energia cinética, que produz


movimento vertical, para elétrica, onde a diferença de maré é responsável por gerar o
movimento das turbinas que são acopladas ao alternador do gerador, tendo como procedimento
a parte de mecânica hidráulica aplicada.

Figura 2.3 – Ponto absorvedor.


Fonte: Inovação Tecnológica, energia das ondas.

O ponto absorvedor possui um gerador de energia que em sua haste móvel consegue
efetuar a conversão de energia mecânica para força eletromotriz que depois de gerada é
acoplada nas linhas de transmissão que são responsáveis por abastecer áreas litorâneas e
pequenas cidades.

2.3.1.2 CONVERSOR OSCILANTE DE ONDA

Esta tecnologia também é fundamentalizada no conceito nearshore de geração por


força maremotriz, porque o conceito deste gerador é aplicado em águas rasas e por movimento
das ondas. Esta tecnologia difere-se do ponto absorvedor, pois seu movimento é horizontal.
8

Figura 2.4 – Conversor oscilante de onda.


Fonte: Inovação Tecnológica, energia das ondas.

O conversor oscilante de onda possui enormes abas com dobradiças, presas ao fundo
do mar em águas rasas, onde a passagem das ondas é responsável pela geração.

2.3.1.3 ENERGIA DAS ONDAS POR ROTAÇÃO

Diferente do conversor oscilante de onda, que utiliza a crista da onda para gerar o
movimento, a energia por rotação utiliza o valor médio da onda em sua profundidade, o conceito
cinético é o mesmo que do conceito anterior (Figura 2.4), ou seja, movimentação horizontal.

Figura 2.5 – Energia das ondas por rotação.


Fonte: Inovação Tecnológica, energia das ondas.

O gerador utiliza um peso com um eixo fora do centro (excêntrico), preso dentro de
uma bóia ou casco de navio, que gira o movimento das ondas do mar.
9

2.3.1.4 COLUNA OSCILANTE DE ÁGUA

Consiste em um depósito de ar que aciona uma turbina para gerar eletricidade. Este
tipo de dispositivo é o mais conhecido, tecnicamente falando, em virtude do seu esforço.
Consiste em uma estrutura semi-submersa, que tem a sua coluna de água erguida através do
movimento das ondas.

Figura 2.6 Coluna Oscilante de Água (CAO).


Fonte: Inovação Tecnológica, energia das ondas.

O material mais crítico desta tecnologia é a turbina Wells que utiliza também o
conceito de escoamento de passagem de ar, para se obter energia, sendo mais voltado ao
segmento eólico.

2.3.1.5 DISPOSITIVO POR QUEDA DA ÁGUA

Mais utilizado em represas e próximas de cachoeiras, o dispositivo aproveita a força


gravitacional gerada pela queda das ondas que é responsável por girar a turbina. A turbina é
acoplada a um alternador.
10

Figura 2.7 – Dispositivo por queda da água.


Fonte: Inovação Tecnológica, energia das ondas.

A água é armazenada em um reservatório e canalizada, girando a turbina elétrica por


elevação do nível do mar.

2.3.1.6 DISPOSITIVO DE GALGAMENTO

O que faz girar a turbina elétrica deste gerador é a ação gravitacional do reservatório
que faz a água cair, de acordo com a condição marítima do oceano e da quantidade de água
contida.

Figura 2.8 – Dispositivo de galgamento.


Fonte: Aquaret.com

Como pode se ver, a água é devolvida ao oceano, ocorrendo um processo cíclico e


contínuo.
11

2.3.1.7 SISTEMA OSCILANTE DE SIMETRIA AXIAL

Este gerador consiste de uma bóia flutuando na superfície do mar, interligada a uma
haste, submersa que a geração de energia neste sistema depende da altura da onda com relação
ao seu valor médio mensurado e o peso da bóia, que em conjunto com a haste interligada na
turbina no fundo do mar produz energia.

Figura 2.9 – Sistema oscilante de simetria axial


Fonte: Aquaret.com

O protótipo montado baseia-se neste sistema de geração maremotriz.


12

2.3.2 TECNOLOGIA OFFSHORE

A tecnologia offshore é instalada em mares com profundidade superior a 40 metros,


havendo a necessidade de ancoragem. Devido à ausência de condição de costa este tipo de
sistema consegue ter maior aproveitamento, gerando mais demanda que os demais, porém, o
seu acesso é restrito, impedindo manutenção preventiva e corretiva direta, instalação nas linhas
de transmissão e depreciação precoce pelo fato das condições ambientais, como tempestades e
maremotos. Tem-se apenas o dispositivo atenuador como exemplo deste sistema.

2.3.2.1 ATENUADOR
13

O atenuador é composto por uma estrutura semi-submersa unidas por juntas


articuladas e seções cilíndricas. Estas seções são responsáveis por movimentar motor hidráulico
por bombeamento de alta pressão produzindo energia elétrica.

Figura 2.10 – Atenuador.


Fonte: Aquaret.com

Este sistema depende das condições de instalação, pois esta ligada diretamente ao
recurso da onda. Cada máquina hidráulica consegue abastecer cerca de 500 casas durante um
ano.

3 METODOLOGIA
14

Para a construção do protótipo, foi escolhido o uso de movimentos mecânicos para


simular as ondas em período e amplitude, podendo ser assim de fácil visualização tanto para o
seu funcionamento, como demonstração.

Não foi utilizado água como método de simulação, pois mesmo em pequena escala, não
seria possível realizar uma demonstração satisfatória, necessitando ainda de um controle
minucioso de movimento na agua para atingir o modelo compatível de uma onda marítima,
sendo assim uma tarefa quase impossível ou de alto custo.

O protótipo foi projetado em uma escala de 2:3, em relação à altura de uma onda de 27
cm e período de 2,9 s e massa na boia de 1,5 Kg, com esses dados é possível calcular a potência
capaz de ser gerada, em função da massa da bóia.

Para cálculo de potência foi relacionado trabalho por unidade de tempo, onde o trabalho
é um movimento por unidade de força x deslocamento pelo tempo gasto.

Na relação (2) é mostrado o cálculo da potência fornecida pelo sistema tendo como base
a tabela 1.

𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 [𝑁𝑚]
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = ; (2)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠

Onde:

N = kg x g (Newton);

g = 9,81 m/s² (Aceleração da gravidade);

m = Altura da onda (metros);

s = Tempo (segundos);

O protótipo fornece aproximadamente 2,5 Watts, considerando o sistema ideal.

4 RESULTADOS
15

4.1 SIMULADOR DE ONDA DO MAR

A onda do mar tem a sua característica dependendo da área de sua formação, duração
contínua do vento e profundidade do mar, com essas características foi escolhido uma onda que
é formada com um vento de apenas 18,5 Km/h em 2 horas contínuas, tendo a área mínima de
formação de 18,5 Km, sendo que desta forma produz uma onda com altura de 27 cm e período
de 2,9 s tendo o comprimento de 8,5 m.

Com essas informações foi feito um mecanismo que produz o movimento dessa onda.
A figura 4.1 “a” e figura 4.1 “b” mostram o movimento mecânico, com o período e altura
compatível, para fazer subir e descer as duas cremalheiras (Figura 4.2), sendo estas que fazem
girar o eixo do gerador.

Figura 4.1 “a” – Visão Frontal Articulações.

Figura 4.1 “b” – Visão lateral das Articulações.


16

Figura 4.2 – Cremalheiras.

Na parte superior da bóia estão fixadas duas hastes com cremalheiras conforme Figura
4.2, na qual cada haste está posicionada em um lado do eixo, onde neste eixo, para cada
cremalheira existe uma catraca.

Quando a boia está subindo, aciona uma catraca, girando o eixo no sentido horário. Na
descida esta catraca desliza, acionando a uma segunda catraca, mantendo o mesmo sentido.
Assim sucessivamente, cria-se o giro constante e contínuo.
17

4.2 GERADOR

As ondas do mar possuem longo período, havendo necessidade de construir um


gerador de baixa rotação devido ao seu curto período de polarização norte/sul. Transformar
baixa rotação em alta rotação perde rendimento por atrito mecânico em caixas de redução. A
melhor opção encontrada foi confeccionar um gerador de baixa rotação com 42 pólos, excitados
por imãs permanentes de neodímio, sendo esse de baixa rotação, contendo uma bobina de 120
espiras de fio 30 AWG por pólo. A desvantagem deste gerador é o seu custo benefício, porém
este gerador foi escolhido pelo melhor aproveitamento da força motriz gerada pelas ondas. Na
geração de energia, a tensão é retificada pela ponte de diodos. A figura 4.3 mostra o protótipo
do gerador de energia.

Figura 4.3 – Protótipo do gerador de energia.


18

4.3 SIMULADOR DE ONDA ACOPLADO AO GERADOR

A figura 4.4 mostra o simulador de onda acoplado ao gerador.

Figura 4.4 – Simulador de onda acoplado ao gerador.


19

4.4 CARGA

Para demonstração da geração de energia, foi montado uma placa padrão com diversos
leds de auto brilho de 5 mm, dispostos em 8 fileiras por 4 leds cada. A figura 2 mostra a vista
superior.

Figura 4.5 – Vista superior carga.

5 CONCLUSÃO
20

O projeto proposto proporcionou conhecimentos de estruturação mecânica em


conjunto com máquinas elétricas, gerando uma união entre esses dois conhecimentos da
engenharia.

O projeto ofereceu desafios ao grupo, principalmente na confecção prática, pois


através da escala definida foi possível visualizar o funcionamento detalhado de um gerador de
onda, porém em escala reduzida.

Os geradores de baixa rotação são os mais caros no mercado devido a sua quantidade
de pólos e sua confecção que é proveniente de mão de obra especializada.

Os geradores offshore apesar de possuir um alto rendimento, a sua manutenção


preventiva e corretiva possui um custo alto, inviabilizando sua implementação. Os geradores
onshore e nearshore não possui um alto rendimento, porém como estes geradores são
implementados em marés mais baixas, sua manutenção preventiva e corretiva possui um custo
menor que o offshore.

O mercado da energia é desafiador, pois as empresas buscam excelência funcional com


relação a custo e rendimento. O componente mais caro da montagem do protótipo foi o
alternador. Considerando mão-de-obra específica, haveria custo agregado no rotor,
acoplamento magnético, bobinas e estrutura. Conclui-se que este mercado é rentável e
energeticamente ecológico, porém não acessível a todos.

6 REFERÊNCIAS
21

SCHMIDT, C. PEREIRA, G. OLIVEIRA. G. Energia das Ondas. EBAH. A rede social de


compartilhamento acadêmico. São Paulo. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAf550AJ/energia-das-ondas>. Acesso em 19 de
Agosto de 2015.

Centro de estudos do mar. Como se formam as ondas. São Paulo. Disponível em:
<http://www.cem.ufpr.br/praia/pagina/pagina.php?menu=ondas_formacao>. Acesso em 01 de
Setembro de 2015.

Centro de estudos do mar. Material de apoio. São Paulo. Disponível em:


<http://www.cem.ufpr.br/litoralnotacem/textos.htm>. Acesso em 01 de Setembro de 2015.

Universidade Santa Cecília. Oceanografia. Ondas. São Paulo. Disponível em:


<http://cursos.unisanta.br/oceanografia/ondas.htm>. Acesso em 01 de Setembro de 2015.

Seminário e Workshop em Engenharia Oceânica. Energia de ondas: aspectos tecnológicos e


econômicos e perspectivas de aproveitamento no Brasil. São Paulo. Disponível em:
<http://www.semengo.furg.br/2008/17.pdf>. Acesso em 01 de Outubro de 2015.

AQUA-RET. Tecnologias de Energias Aquáticas Renováveis. Ferramenta E-Learning.


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<http://aquaret.com/index.php?option=com_content&view=article&id=131&Itemid=274&lan
g=pt>. Acesso em 01 de Novembro de 2015.

AQUA-RET. Tecnologias de Energias Aquáticas Renováveis. Ferramenta E-Learning.


Ondas. Tipos de Tecnologia. São Paulo. Disponível em:
<http://www.aquaret.com/index.php?option=com_content&view=article&id=137&Itemid=28
0&lang=pt>. Acesso em 01 de Novembro de 2015.
22

Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa. Energia das Ondas. São
Paulo. Disponível em: <https://sites.google.com/site/energiadasondas/>. Acesso em 01 de
Novembro de 2015.

SCHMIDT, A. Desenvolvimento de um sistema novo de aproveitamento de energia das


ondas. Instituto Superior Técnico Universidade Técnica de Lisboa. São Paulo. Disponível
em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395143171614/dissertacao.pdf>. Acesso
em 01 de Novembro de 2015.

FRAGA, R. Desenvolvimento de um novo sistema de aproveitamento de energia das


ondas. Instituto Superior Técnico Universidade Técnica de Lisboa. São Paulo. Disponível
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https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395142739729/disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf
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2005. São Paulo. Disponível em:< http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/download.htm>.
Acesso em 08 de Novembro de 2015.

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http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=energia-das-
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