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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências da Saúde (CCS) / Centro de Ciências Médicas (CCM)


Curso de Graduação em Medicina

Semiologia do adulto e do idoso


1ª prova
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João Pedro Wanderley Soares - 149


João Pedro Wanderley Soares - 149

Introdução à semiologia clínica


Referências: Aula ministrada por Adriana
● Prognóstico: juízo médico, baseado no
Sinais, sintomas e ficha médica diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas,
acerca da duração, evolução e termo de uma
● A semiologia médica é o estudo dos sinais e doença
sintomas, e tem como objetivo a obtenção de ● Método clínico: anamnese → exame físico →
diagnóstico de uma determinada enfermidade exames complementares → diagnóstico →
ou presumir sua evolução (diagnóstico + conduta terapêutica
prognóstico) ● Ficha médica: registro de todos os dados do
● Sintomas: toda manifestação objetiva referida paciente de interesse médico
pelo paciente, mas não visualizada pelo ○ Componentes: anamnese, exame
médico físico, lista de problemas, solicitação
● Sinais: manifestações objetivas percebidas de exames e elaboração de conduta
pelo médico e não referidas pelo paciente
● Sintoma sinal, sintoma misto ou sinal misto: Anamnese
manifestações referidas pelo paciente e
percebidas pelo médico ● Objetivo: reconstituição dos fatos e dos
● Síndrome: conjunto de sinais e sintomas, acontecimentos direta ou indiretamente
geralmente relacionados entre si, que podem relacionados à situação anormal do paciente
ou não levar a um diagnóstico ● Pode ser realizada de forma passiva ou ativa
○ Exemplo: a síndrome ascítica é (dirigida)
caracterizada por desnutrição, ● Falhas técnicas: pressa, pré-concepção e falta
aumento do volume abdominal, cicatriz de conhecimento
umbilical protrusa e circulação colateral ● Componentes da anamnese: identificação;
● Sinal manobra: é aquele cuja manifestação queixa principal e duração; história da doença
depende do médico atual (HDA); interrogatório sintomatológico
○ Exemplo: paciente apresenta dor forte (IS), antecedentes pessoais e familiares;
no HC há 4 dias, acompanhada de hábitos de vida; e condições socioeconômicas
febre e vômitos esverdeados. e culturais
Provocando dor no ponto cístico ● Identificação: nome, idade, sexo/gênero,
através do sinal de Murphy, pode-se cor/etnia, estado civil, profissão, local de
chegar na suspeita de colecistite trabalho, naturalidade, procedência, residência
● Queixa principal: motivo da consulta e tempo
do início do sintoma
○ Cuidado para não se deixar ser
induzido pelos “diagnósticos” feitos
pelos próprios pacientes
● História da doença atual (HDA): é o
desenvolvimento da queixa principal, sendo a
parte principal da anamnese
○ Determina o sintoma guia, que é usado
como condutor da história e sua
relação com as demais queixas do
paciente, e marca a época do início do
● Diagnóstico: ato de determinar e conhecer a sintoma
natureza de uma doença pela observação dos ○ Verifica se a história tem começo, meio
seus sinais e sintomas. É o que o médico e fim
pensa sobre o que o paciente tem, sendo ● Interrogatório sintomatológico (IS): abrange
importante para a conduta terapêutica todos os sistemas, complementa a HDA,
permite reconhecer novas enfermidades não

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relatadas na HDA e, às vezes, possibilita a


suspeita diagnóstica mais importante
○ Sintomas gerais: febre, astenia
(sensação de fraqueza), alterações do
peso, sudorese, calafrios, prurido
● Antecedentes pessoais
○ Fisiológicos: informações sobre
gravidez, nascimento, dentição,
desenvolvimento físico e mental,
aproveitamento escolar, puberdade,
sexualidade, etc
○ Patológicos: doenças sofridas pelo
paciente ou sintomas que possibilitam
a descoberta pelo médico, alergias,
cirurgias prévias, traumatismos, etc
● Antecedentes familiares
○ Pesquisa pelo atual estado de saúde
de pais, irmãos, cônjuge e filhos
○ Em casos de óbitos, descobrir a causa
e a época do ocorrido
○ Procurar por doenças de caráter
hereditário
● Hábitos de vida do paciente: hábitos
alimentares, ajustamento familiar, habitação
(doenças infecciosas e parasitárias), ocupação
(atual e anteriores), atividade física, vícios
(etilismo, tabagismo e outras drogas)
● Condições socioeconômicas e culturais:
permite estabelecer uma terapia compatível
com a renda, com as crenças e os valores
culturais do paciente
● Anamnese em psiquiatria
○ Não está sujeita a esquemas e
procedimentos padronizados
○ Os antecedentes pessoais e familiares
adquirem valor especial
○ Pesquisar pontos das áreas intelectiva
(memória, concentração, inteligência,
raciocínio), afetiva (ânimo,
relacionamento, sentimentos,
interesses) e volitiva (instintos,
impulsos, controle)

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Exame físico geral


Referências: Aula ministrada por Emanuelle; Portão

● Sistematização (sequência proposta no Porto&Porto)


○ Avaliação do estado geral
○ Nível de consciência
○ Fala e linguagem
○ Fácies
○ Biotipo ou tipo morfológico
○ Postura ou atitude na posição de pé
○ Atitude e decúbito preferido no leito
○ Medidas antropométricas
○ Desenvolvimento físico
○ Estado de nutrição
○ Estado de hidratação
○ Pele, mucosa e fâneros
○ Veias superficiais
○ Enfisema subcutâneo
○ Musculatura
○ Exame de linfonodos
○ Temperatura corporal
○ Movimentos involuntários
○ Marcha
● Avaliação do estado geral (EG)
○ Estado geral bom, regular ou ruim
○ Avaliação subjetiva - baseada no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados de acordo
com a experiência
○ Avaliação do estado geral possibilita ver até que ponto a doença atingiu o organismo visto como um
todo
○ É necessário aprofundar a investigação caso o EG seja grave, mas apresentar poucos sinais e
sintomas
○ Pode existir doenças graves, de mau prognóstico, com estado geral bom
○ Deve levar em consideração alguns fatores, como a idade do indivíduo
■ Enquanto a senescência é o envelhecimento fisiológico do organismo marcado por um
conjunto de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas, a senilidade se caracteriza por
afecções que acometem o indivíduo idoso
● Fácies
○ Conjunto de dados exibidos na face do
paciente
○ Composto por traços anatômicos e
expressão fisionômica do paciente
○ Fácies normal ou atípica - Aquela que
não é típica de nenhuma doença
○ Fácies mixedematosa - Rosto
arredondado, nariz e lábios grossos,
pele seca, espessa e com acentuação
de sulcos, infiltração nas pálpebras,
desânimo e apatia, típica do
hipotireoidismo

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○ Fácies hipocrática - Olhos fundos, parados e inexpressivos, nariz afilado e lábios adelgaçados,
palidez, cianose labial, batimento de asa do nariz e sudorese, típica de doenças graves que colocam
o paciente em estado agônico

○ Fácies renal - Edema predominantemente ao redor dos olhos, predomínio matinal e palidez, típica
de doenças que afetam os rins, como a glomerulonefrite difusa aguda (GNDA)

○ Fácies leonina - Pele espessa, com lepromas de tamanho variado, supercílios caídos, nariz espesso
e alargado, lábios mais grossos, bochechas e mento deformados, e barba escassa, típica do Mal de
Hansen

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○ Fácies adenoideana - Nariz pequeno e afilado, com boca entreaberta, típica de crianças com
hipertrofia de adenóide

○ Fácies parkinsoniana - Cabeça inclina-se para frente e fica imóvel, olhar fixo e supercílios elevados,
fronte enrugada, expressão de espanto, pelo oleosa e salivação no canto da boca, típica do
parkinsonismo

○ Fácies basedowiana - Olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes, expressão de vivacidade, espanto e


ansiedade, pode haver bócio. Típica do hipertireoidismo.

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○ Fácies acromegálica - Proeminência ósseas, aumento de nariz, lábios e orelhas, proeminência das
maçãs do rosto, maxilar inferior desenvolvido, típica da hiperfunção hipofisária no adulto

○ Fácies cushingóide ou de lua-cheia - Arredondamento do rosto, com atenuação dos traços faciais,
bochechas vermelhas e acne, típica da síndrome de Cushing ou Cushing iatrogênico (uso de
glicocorticóides)

○ Depressão - Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos, sulco nasolabial acentuado, canto da boca
rebaixado, sofrimento e tristeza
○ Fácies mongolóide - Prega cutânea (epicanto), olhos oblíquos e distantes, lembrando de orientais,
rosto redondo, boca quase sempre entreaberta. típica da síndrome de Down

○ Deficiência mental - Traços faciais apagados e grosseiros, boca sempre entreaberta e com
salivação, hipertelorismo (afastamento dos olhos) e estrabismo, olhar sem objetivo
○ Fácies etílica - Olhos avermelhados, ruborização da face, hálito etílico e alteração da voz
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○ Fácies esclerodérmica - Fácies de múmia, alterações na pele com aderência aos planos profundos,
lábios repuxados, afinamento do nariz, imobilização das pálpebras e inexpressividade

● Atitude (postura global ou segmentar)


○ Decúbito preferido - Posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele por comodidade, hábito ou
com o objetivo de conseguir alívio para algum padecimento
○ Atitudes podem ser voluntárias ou involuntárias
○ Atitudes voluntárias
■ Ortopnéica
● Paciente permanece sentado à beira do leito com os pés no chão ou em uma
banqueta, e as mãos apoiadas no colchão para facilitar a respiração
● Usada para aliviar a falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma brônquica
ou ascite volumosa
■ Genupeitoral (prece maometana)
● Paciente de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do
tórax põe-se em contato com o solo ou colchão
● Facilita o enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico
■ Cócoras
● Pacientes com cardiopatia congênita cianótica com fluxo sanguíneo pulmonar
diminuído, alivia dispnéia e manifestações hipoxêmicas
■ Parkinsoniana - Semiflexão da cabeça, troncos e membros superiores
■ Decúbitos - Dorsal, ventral e lateral
○ Atitude na posição de pé
■ Paciente pode apresentar boa postura, má postura ou postura sofrível
■ Cifose - Concavidade anterior
■ Lordose - Concavidade posterior
■ Escoliose - desvio lateral da coluna
● Hálito
○ Cetônico - corpos cetônicos (diabetes)
○ Urêmico - odor semelhante a urina (insuficiência renal)
○ Fétido - odor semelhante a fezes (obstrução de cólon)
○ Pútrido - odor emputecido (abscessos, principalmente pulmonares)
● Movimentos involuntários
○ Tremores
○ Asterix (flapping) - movimentos rápidos de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais e
apresentam semelhança com o bater de asas das aves (hepatopata crônico)
○ Tiques
○ Convulsões - Movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que
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ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo


○ Fasciculações - Contrações breves, arrítmicas e limitadas a um feixe muscular
● Biótipo ou tipo morfológico

○ Longilíneo
■ Pescoço longo e delgado
■ Tórax afilado
■ Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco
■ Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido
■ Tendência para estatura elevada
■ Ângulo de Charpy < 90º
○ Mediolíneo
■ Equilíbrio entre membros e tronco
■ Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo
■ Ângulo de Charpy em torno de 90º
○ Brevilíneo
■ Pescoço curto e grosso
■ Tórax alargado e volumoso
■ Membros curtos em relação ao tronco
■ Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso
■ Tendência para baixa estatura
■ Ângulo de Charpy > 90º
● Altura e medidas antropométricas
○ Altura
○ Envergadura
○ Distância pubovértice (distância entre sínfise púbica e ponto mais alto da cabeça)
○ Distância puboplantar (distância entre sínfise púbica e plantar dos pés)
○ Peso
■ Peso ideal
■ Peso máximo normal
■ Peso mínimo normal
■ Índice de massa corpórea (IMC) = P/A²
■ Relação cintura-quadril e circunferência abdominal
■ Indivíduo pode apresentar magreza, caquexia (magreza extrema), sobrepeso e obesidade
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● Abaixo do peso - IMC < 20


● Peso normal - 20 < IMC < 25
● Sobrepeso - 25 < IMC < 30
● Obesidade - IMC > 30
● Obesidade grave - IMC > 40
● Coloração
○ Palidez
■ Avaliação quantitativa - Até 4 cruzes (+)
■ Descoramento das mucosas
■ Generalizada ou localizada
○ Vermelhidão ou eritrose
■ Mucosas hipocoradas (coloração vermelho-arroxeada)
■ Generalizada ou localizada
○ Cianose
■ Coloração azulada
■ Hb reduzida
■ Generalizada ou localizada
■ Central, periférica ou mista
○ Icterícia
■ Coloração amarelo-esverdeada pela impregnação por pigmento bilirrubínico aumentado no
sangue
■ Conjuntiva, esclerótica e frênulo da língua
○ Fenômeno de Raynaud
■ Alteração na microcirculação (artérias, veias e capilares)
■ Padrão clássico idiopático - Palidez, cianose e vermelhidão
● Pele
○ Continuidade ou integridade da pele
○ Umidade
■ Normal
■ Pele seca
■ Umidade aumentada ou sudorenta
○ Textura
■ Trama ou disposição dos elementos que constituem os tecidos
■ Normal
■ Fina ou lisa
■ Áspera
■ Enrugada
○ Espessura
■ Normal
■ Atrófica
■ Hipertrófica ou espessada
○ Temperatura
■ Normal
■ Aumentada
■ Diminuída
○ Elasticidade e mobilidade
■ Elasticidade - propriedade do tegumento se estender quando tracionado
● Testa-se com a pinça cutânea
■ Mobilidade - capacidade da pele movimentar-se sobre planos profundos adjacentes
○ Turgor
■ Avalia-se fazendo a pinça
■ É normal quando a prega se desfaz rapidamente
■ Pele desidratada - Turgor diminuído
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○ Sensibilidade
■ Dolorosa
■ Tátil
■ Térmica
○ Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo
■ Normal
■ Aumentado
■ Diminuído ou escasso
■ Lipomas
● Musculatura
○ Quando à troficidade
■ Normal
■ Hipertrófica
■ Hipotrófica
○ Quanto à tonicidade
■ Normal
■ Hipertonicidade ou espasticidade
■ Hipotonicidade ou flacidez
● Veias superficiais
○ Circulação colateral
○ Edema
● Estado de hidratação
○ Alteração abrupta do peso
○ Alterações da pele
■ Umidade
■ Elasticidade
■ Turgor
○ Alterações das mucosas - umidade
○ Fontanela afundada (crianças)
○ Alterações oculares
○ Estado geral
○ Desidratação - Diminuição da água e eletrólitos
● Marcha
○ Modo de andar
■ Espástica (em tesoura)
■ Atáxica (falta de equilíbrio)
■ Ebriosa (oscilante, base larga)
■ Anserina (quadril oposto ao lado do passo cai)
■ Claudicante (uma das pernas toca com menos força no chão)
● Avaliação do nível de consciência
○ Consciência - Capacidade de perceber a relação entre si e o ambiente
○ Orientação - Percepção do mundo exterior e de si
● Exame de linfonodos
○ Palpação das cadeias:
■ Suboccipital
■ Retroauricular
■ Pré-auricular
■ Submentoniana
■ Cervical anterior
■ Cervical posterior
■ Supraclavicular
■ Infraclavicular
■ Axilar
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■ Epicondileana
■ Inguinal
● Sinais vitais
○ Temperatura
○ Pulso
○ Respiração
○ Pressão arterial
○ Para internados:
■ Nível de consciência
■ Volume urinário
■ Condições da pele e das mucosas

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Febre e hipotermia
Referências: Aula ministrada por Emanuelle

● Regulação da temperatura
○ Temperatura interna do corpo permanece constante (variação em torno de 0,6ºC)
○ Temperatura externa do corpo variável (função das condições ambientais)
○ Calor gerado pelo corpo atinge a superfície corporal através dos vasos sanguíneos
○ Pouco calor se difunde para superfície - efeito isolante da camada de tecido adiposo
○ Fluxo sanguíneo da pele é de 10-30% do débito cardíaco
■ Elevação do fluxo sanguíneo - calor
○ Vasoconstrição é regulada pelo SNS
○ Na superfície corporal, o calor é transferido ao meio externo por irradiação e condução
○ Evaporação - 600 ml/dia pela pele e pulmões
○ Suor (fibras simpáticas inervam glândulas sudoríparas)
○ Mecanismos nervosos de retroalimentação regulam temperatura corporal (hipotálamo)
● Sinais e sintomas gerais
○ Febre
○ Astenia
○ Fadiga
○ Alterações de peso
○ Sudorese
○ Cãimbras
○ Calafrios
○ Prurido
● Generalidades
○ Febre é o aumento da temperatura corporal acima de 37º na axila
○ Não é sinal nem sintoma, mas sim uma síndrome
○ Sintomas subjetivos da febre: astenia, inapetência, náuseas e vômitos, palpitações, calafrios,
taquisfigmia, taquipnéia, delírio, confusão mental, sudorese oligúria e cefaléia
○ Em crianças, a convulsão pode ser a primeira manifestação
○ Pode passar despercebida (se elevação gradual e não atingir temperaturas elevadas)
○ As manifestações dependem da idade, condições gerais, modo de iniciar, etc
○ Valorizar sensação anormal de calor → Expressão direta da febre
○ A febre tem um significado biológico - Mecanismo de defesa
○ Cada grau aumentado acima de 37º aumenta 10 bpm
● Locais de aferição de temperatura
○ Axilar (mais utilizada), oral e retal
■ Temperatura axilar - 35,5º a 37º C
■ Temperatura oral - 36º a 37,4º C
■ Temperatura retal - 35º a 37,5º C
○ Normalmente utiliza-se termômetros de máxima (máxima temperatura aferida)
○ Sempre que tiver febre colocar o termômetro
○ Combater o mau hábito de automedicar sem diagnóstico
● Técnicas de aferição
○ Limpar a axila, retirando o suor
○ Pegar o termômetro pelo lado oposto à parte sensível
○ Ter certeza do contato do termômetro com a pele
○ Esperar 3 minutos
○ Quando usar o termômetro, abaixá-lo
● Doenças que causam febre
○ Causam aumento na produção de calor
■ Hipertireoidismo
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○ Provocam dificuldade ou bloqueio na perda de calor


■ Ausência congênita de glândulas sudoríparas (ictiose), desidratação grave e ICC
○ Lesão tecidual - Resulta em produção de substâncias pirogênicas
■ Doenças infecciosas e parasitárias, neoplasias, TVP, queimaduras, necrose e hemorragias
○ Doenças hemolinfopoiéticas e doenças imunológicas
○ Doenças que estimulam centro regulador da temperatura corporal no hipotálamo
■ Neoplasias e hemorragias do SNC
○ Ação de medicamentos
○ Origem psicogênica
● Características
○ Modo de iniciar
○ Duração
■ Curta ou prolongada
● Curtas - Viroses
● Prolongadas (mais de 1 semana) - TP, endocardite infecciosa, linfoma, malária,
pielonefrite, febre tifóide, doença de Chagas aguda e colagenoses
○ Evolução
■ É o que vai caracterizar a febre
■ Aferir pelo menos 2 vezes/dia
■ Construir um gráfico térmico
■ Baseado no gráfico térmico, classificam-se os diferentes tipos de febre
○ Intensidade
○ Modo de terminar
■ Crise ou lise
■ Término rápido vem com sudorese abundante
■ Sudorese noturna - TP e linfoma
○ Avaliar sempre sintomas associados
■ Amigdalite, dor pleurítica, expectoração hemoptóica nas pneumonias, dor e vermelhidão da
pele na erisipela, disúria e polaciúria na cistite
● Intensidade
○ Medida axilar da temperatura
■ Normotermia - 36 a 37º C
■ Hipotermia - Abaixo de 36º C
■ Subfebris - 37 a 37,5º C
■ Febre baixa - 37,6 a 38,5ºC
■ Febre moderada - 38,6 a 39,5ºC
■ Febre alta - 39,6 a 40,5º C
■ Hiperpirexia - Acima de 40,5ºC
○ Outra forma de classificação:
■ Febre leve ou febrícula - Até 37,5º C
■ Febre moderada - 37,6 a 38,5º C
■ Febre alta ou elevada - Acima de 38,5º C
○ Pacientes com EG comprometido podem não apresentar febre (mau prognóstico)
● Tipos de febre
○ Contínua
■ Temperatura sempre acima de 37ºC
■ Variação de menos de 1ºC
■ Causas - Pneumonias, gripes, viroses, infecções simples

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○ Remitente
■ Temperatura acima de 37ºC
■ Variações de mais de 1ºC
■ Causas - Septicemias, pneumonia e tuberculose

○ Intermitente
■ Picos febris ciclicamente interrompidos por período afebril
■ Se o paciente faz 2 picos febris por dia, é chamado de dicotidiana
■ Se ele faz 1 pico febril, é chamado cotidiana
■ Se ele apresenta 1 dia de febre intercalado com 2 dias sem febre, é chamada de terçã
■ Se o paciente faz febre a cada 3 dias intercalados é chamada de quartã
■ Causas - Malária

○ Recorrente ou ondulante
■ Período de febre intercalado por um período sem febre variável de dias ou semanas
■ Causas - Linfomas

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○ Irregular ou séptica
■ Picos muito altos intercalados com temperaturas baixas ou períodos de apirexia
■ Não há qualquer caráter cíclico
■ Totalmente imprevisível
■ Causas - Septicemia, abscesso pulmonar, empiema vesicular, TB, fase inicial da malária

● Hipotermia
○ Diminuição da temperatura corporal abaixo de 35,5ºC na região da axila ou de 36ºC no reto
○ Pode ser induzida artificialmente
○ Cirurgias e tratamento para prevenir dano cerebral
○ Pode ser consequência de:
■ Congelamento acidental
■ Choque
■ Síncope
■ Doenças consumptivas
■ Hemorragias graves e súbitas
■ Coma diabético
■ Estados terminais de muitas doenças
● Envelhecimento
○ Pacientes idosos (alterações no sistema de regulação da temperatura) podem ter ausência de febre
em processos infecciosos e também mais risco de hipotermia ou hipertermia em situações de frio ou
calor extremo
○ A ausência de febre nas infecções é um mau prognóstico
○ Pode apresentar com mais frequência - Confusão mental, delírios e alucinações quando a
temperatura aumenta
● Tratamento
○ Febre
■ Esfriar o ambiente
■ Banho frio
■ Fralda com álcool
■ Medicação sintomática
■ Medicação específica
○ Hipotermia
■ Aquecimento do ambiente
■ Aquecimento do paciente
■ Lençol térmico
■ Medicação
■ Tratamento específico da causa

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Queixas do aparelho respiratório


Referências: Portinho; Aula ministrada por Adriana Ferraz

Generalidades

● Didaticamente, separamos o aparelho respiratório em superior e inferior, divididos pela glote:


○ Superior - cavidade nasal, seios paranasais, faringe e laringe
○ Inferior - traqueia, brônquios, pulmões e pleura
● A semiologia respiratória consegue realizar as 4 semiotécnicas do exame físico: inspeção, percussão,
palpação e ausculta
● As queixas do aparelho respiratório correspondem a cerca de 15% de todas as consultas ambulatoriais de
adultos e estão associadas a importantes morbidades

Principais queixas do aparelho respiratório superior

● Dor
○ Uma das queixas mais frequentes
○ Presente nos processos inflamatórios agudos (sinusite e dor de garganta) e nas neoplasias
■ A sintomatologia das neoplasias dos seios da face são erroneamente confundidas com
sinusite, levando a um tratamento inadequado
● Espirros ou esternutação
○ Ocorrem na fase inicial da rinite catarral aguda, no resfriado comum, secundários a uma rinite
alérgica e no início das síndromes gripais
● Alterações no olfato
○ Muitas ocorrem relacionadas com congestão
○ Hiposmia - diminuição do olfato
○ Anosmia - perda do olfato (pode ocorrer por lesão neurológica, mesmo que momentânea, como na
COVID-19)
○ Hiperosmia - sensibilidade maior do olfato (muito comum em gestantes)
○ Cacosmia - sensação olfatória desagradável na ausência de qualquer estímulo
○ Parosmia - condição neurológica em que se sente cheiro diferente do estímulo
● Obstrução nasal
○ Pode ocorrer por rinites, alergias respiratórias, pólipos, hipertrofia de cornetos, neoplasias, obstrução
mecânica, etc
● Rinorreia ou corrimento nasal
○ Secreção purulenta (mais característica das infecções bacterianas) - sinusite, corpo estranho,
neoplasias
○ Secreção serosa (mais característica das infecções virais) - rinites, resfriados comuns
● Epistaxe ou sangramento nasal
○ Podem ocorrer devido a rinite alérgica, contato com produtos irritativos, picos hipertensivos,
fragilidade capilar, trauma e ressecamento da mucosa nasal
○ Quando ocorre bilateralmente, sugere etiologia clínica sistêmica (distúrbio hemorrágico, da
coagulação ou HAS grave)

Principais queixas do aparelho respiratório inferior

● As principais queixas do aparelho respiratório inferior são: dor torácica, tosse, expectoração, vômica,
hemoptise, dispnéia, sibilância, tiragem e cianose

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Dor torácica

● Causas da dor torácica


○ Parede torácica
■ Processos inflamatórios
■ Lesões traumáticas
■ Distensão muscular
○ Traquéia, brônquios, pulmões e pleura
■ Traqueítes e bronquites
■ Neoplasias
■ Pneumonias
■ Embolia pulmonar
■ Infarto pulmonar
■ Pleurites
■ Pneumotórax
○ Coração e pericárdio
■ Angina do peito
■ IAM
■ Prolapso da válvula mitral
■ Arritmias
■ Pericardites
○ Vasos
■ Aneurisma de aorta torácica
■ Dissecção aórtica aguda
■ Hipertensão pulmonar
○ Órgãos abdominais
■ Úlceras
■ Câncer de estômago e de pâncreas
■ Cólica biliar
■ Colecistite
■ Hepatomegalia congestiva
■ Pancreatite e neoplasia
■ Esplenomegalia
○ Causa psicogênica
■ Tensão nervosa
■ Transtorno de ansiedade ou depressivo
■ Síndrome do pânico
● Caracterização da dor
○ Localização (bem localizada ou difusa)
○ Irradiação (pra onde vai a dor)
○ Caráter ou qualidade
■ Dor evocada (só ocorre mediante alguma provocação) ou espontânea
■ Dor em cólica, pontada, surda (localização imprecisa), queimação, pulsátil ou constritiva
○ Intensidade (escala de 0 a 10)
○ Duração
○ Evolução
○ Relação com funções orgânicas
○ Fatores desencadeantes e de alívio
○ Manifestações concomitantes
● Pistas diagnósticas
○ Pneumonia - bem localizada
○ Pleurite diafragmática - nervos intercostais

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○ Pleurite central - ombro


○ Pneumotórax - aguda, tipo facada
○ Pneumonite intersticial - difusa, desconforto retroesternal, piora com a tosse
○ Mediastínica (muito comum no infarto e na angina) - central, profunda, sem localização definida,
surda e constante

Tosse

● Fisiologia
○ Inspiração rápida e profunda → Fechamento da glote → Contração dos músculos expiratórios
(diafragma) → Expiração forçada → Abertura da glote
● Características
○ Frequência
○ Ritmo
○ Intensidade
○ Tonalidade
○ Presença de secreção ou não
○ Período do dia
● Classificação de acordo com o tempo
○ Tosse de início recente/aguda
■ < 3 semanas
■ Pode ocorrer em resfriados comuns, sinusite bacteriana aguda (gotejamento), coqueluche,
pneumonia, embolia pulmonar e ICC (edema agudo do pulmão)
○ Tosse crônica
■ > 3 semanas
■ Tabagistas - DPOC e câncer
■ Não tabagistas - uso crônico de iECA, gotejamento pós-nasal, asma e doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE)
● Refluxo gastroesofágico pode causar tosse, mas com características bem diferentes
da vista nas queixas respiratórias
○ Tipos
■ Tosse quintosa
● Surge em acessos
● Mais frequente de madrugada
● Intervalos curtos de acalmia
● Acompanhada de vômitos
● Sensação de asfixia
● Exemplo: coqueluche
■ Tosse seca ou improdutiva
● Pode ser secundária a problemas fora da árvore respiratória, como do ouvido externo,
a faringe e os seios paranasais
● Causa mais comum da tosse seca crônica: tabagismo
● Enfisematosos: tosse seca com expectoração escassa
■ Tosse produtiva
● Acompanhada de expectoração
● Exemplo: bronquite crônica
■ Tosse bitonal
● Secundária à paresia ou paralisia de uma das cordas vocais
● Exemplo: compressão do nervo recorrente
■ Tosse rouca
● Comum nos tabagistas
● Ocorre também na laringite aguda

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João Pedro Wanderley Soares - 149

■ Tosse metálica
● Áspera (tosse de cachorro)
● Indica edema da laringe e dos tecidos circundantes

Expectoração

● Características semiológicas
○ Volume
○ Cor
○ Odor
○ Transparência
○ Consistência do material eliminado
● Características
○ Serosa
■ Rica em água eletrólitos e proteínas
■ Pobre em células
○ Mucóide
■ Translúcida ou esbranquiçada
■ Rica em água, proteínas, mucoproteínas e eletrólitos
■ Baixo número de células
○ Purulenta
■ Amarela ou esverdeada
■ Rica em piócitos
■ Celularidade alta
○ Hemoptóica
■ Além dos elementos da expectoração purulenta, apresenta sangue

Vômica

● Conceito
○ Eliminação brusca através da glote de grande quantidade de pus ou líquido de aspecto seroso ou
mucóide
● Causas
○ Abscesso pulmonar
○ Empiema
○ Mediastinite supurada
○ Abscesso subfrênico
○ Tuberculose pulmonar

Hemoptise

● Conceito
○ Eliminação, juntamente com a tosse, de sangue proveniente da traquéia, brônquios ou pulmões
○ Pode ser devido à hemorragia brônquica ou alveolar
● Causas mais frequentes
○ Bronquiectasias
○ Tuberculose
○ Embolia pulmonar
○ Doenças hemorrágicas
○ Câncer pulmonar
○ Medicamentos

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João Pedro Wanderley Soares - 149

● Diagnóstico diferencial (hemoptise/hematêmese)

Característica Hemoptise Hematêmese

Pródromos Tosse Náuseas/vômitos

História pregressa Doença cardiopulmonar Doença gastrointestinal

Aparência Aerado/Espumoso Não espumoso

Coloração Vermelho vivo Vermelho escuro

Manifestação Mistura com escarro Restos alimentares

Dispnéia

● Conceito
○ Dificuldade para respirar, independente da consciência ou não do paciente
● Pode ter origem em:
○ Afecções das vias aéreas
○ Pleuras
○ Pulmões
○ Coração
○ Mediastino
○ Caixa torácica
● Tipos
○ Aos grandes esforços: surge após esforços acima dos habituais
○ Aos médios esforços: decorre das atividades habituais, antes realizadas sem dificuldade
○ Aos pequenos esforços: aparece durante as atividades rotineiras da vida
○ De repouso: dificuldade respiratória mesmo em repouso
● Causas
○ Atmosféricas - grandes altitudes
○ Obstrutivas - difteria, laringite estridulosa, edema de glote
○ Parenquimatosas - pneumonia, fibrose, enfisema
○ Tóraco-pulmonares - fraturas dos arcos costais, cifoescoliose
○ Diafragmáticas - paralisia, hérnia, ascite, hepatoesplenomegalia
○ Pleurais - pneumotórax espontâneo
○ Cardíacas - insuficiência do ventrículo esquerdo, estenose da válvula mitral
○ Sistema nervoso - Hipertensão intracraniana
○ Psicogênicas - transtornos emocionais
● Termos
○ Eupnéia - respiração normal
○ Dispnéia - sensação de respiração trabalhosa ou difícil
○ Taquipnéia - frequência respiratória acima dos valores normais (> 22 mrm) *valor diferente entre
slides e livro
○ Bradipnéia - frequência respiratória abaixo dos valores normais (< 16 mrm)
○ Apnéia - ausência de fluxo aéreo por mais de 10s
○ Hiperpnéia - amplitude e frequência respiratória aumentada
○ Hipopnéia - amplitude e frequência respiratória diminuídas
○ Hiperventilação - aumento da quantidade de ar que chega aos alvéolos
○ Ortopnéia (pode ocorrer na ICC) - dispnéia na posição supina/decúbito, alívio quando senta
○ Platipnéia (pode ocorrer na cirrose com shunt, pós-pneumonectomia e na fístula arteriovenosa) -
dispnéia em ortostatismo (sentado ou em pé)

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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Trepopneia - dispneia de decúbito lateral

Sibilância ou chieira

● Conceito
○ Ruído predominantemente expiratório
○ Timbre elevado, quase musical
○ Quase sempre acompanhado de dispnéia
● Mecanismo
○ Redução do calibre da árvore brônquica por edema e/ou broncoespasmo
● Localização
○ Difusa - broncoespasmo (asma, DPOC)
○ Localizada ou unilateral - obstrução mecânica, neoplasia
● Causa
○ Asma e DPOC
○ ICC
○ Infiltrado eosinofílico
○ Pneumonite
○ Neoplasia

Tiragem

● Conceito
○ Aumento da retração dos espaços intercostais em consequência das variações de pressão entre os
folhetos pleurais durante as fases da respiração
○ Mais visível em indivíduos magros e em crianças
● Causas
○ Oclusão brônquica por tumor
○ Corpo estranho
○ Broncoespasmo (asma brônquica)
○ A localização depende do nível e do local da obstrução: caso ocorra acima da bifurcação da traqueia
ou em nível da laringe e na asma brônquica, observa-se tiragem em todo o tórax

Cornagem

● Conceito
○ Dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias superiores, na altura da laringe,
que se manifesta por um ruído (estridor) muito alto
○ O paciente desloca a cabeça para trás para facilitar a entrada do ar
● Causas
○ Laringite
○ Difteria
○ Edema de glote
○ Corpo estranho

Estridor

● Tipo de respiração ruidosa, parecido com a cornagem


● Característica da laringite estridulosa dos recém-nascidos
● Acentuada dificuldade na passagem do ar nas vias respiratórias superiores

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Exame físico do aparelho respiratório


Referências: Portão; Portinho; Aula ministrada por Inês

Pontos de referência e regiões do tórax

● Principais pontos de referência anatômicos


○ Espaços intercostais
○ Ângulo de Louis - linha transversal traçada no nível da junção do manúbrio com o corpo do esterno,
apresentada como uma leve elevação
○ 4ª vértebra torácica - encontra-se na mesma altura do ângulo de Louis
○ 7ª vértebra cervical
○ Clavículas
○ Articulação xifoesternal
○ Incisura supraesternal - localizada na porção superior do manúbrio do esterno
○ Ângulo de Charpy - formado pela abertura das últimas cartilagens costais, no ponto em que se
inserem no esterno

● Linhas do tórax
○ Face anterior
■ Linha medioesternal - traçada verticalmente pelo centro do esterno
■ Linhas esternais - traçadas próximas às bordas do osso esterno
■ Linhas hemiclaviculares - originam-se no meio das clavículas

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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Face lateral
■ Linha axilar anterior - tem como referência as pregas axilares anteriores
■ Linha axilar posterior - passa pelas pregas axilares posteriores
■ Linha axilar média - desce a igual distância das outras duas linhas laterais

○ Face posterior
■ Linha vertebral - traçado sobre os processos espinhosos das vértebras
■ Linha escapular - passa através do ângulo inferior da escápula na posição anatômica

● Regiões do tórax

○ Face anterior (Figura A)


1. Região supraclavicular

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João Pedro Wanderley Soares - 149

2. Região clavicular
3. Região infraclavicular
4. Região mamária
5. Região inframamária
6. Região supraesternal
7. Região esternal superior
8. Região esternal inferior
○ Face posterior (Figura B)
1. Região supraescapular
2. Região supraespinhosa
3. Região infraespinhosa (forma a região escapular junto com a região supraespinhosa)
4. Região inter-escapulo-vertebral
5. Região infraescapular
○ Face lateral (Figura C)
1. Região axilar
2. Região infra-axilar

Inspeção estática do aparelho respiratório

● Tipos de tórax

○ Tórax chato/atípico (Figura A)


■ Diâmetro ântero-posterior reduzido (menor que o látero-lateral)
■ Mais comum nos longilíneos
■ Não tem significado patológico
○ Tórax em tonel ou em barril (Figura B)
■ Diâmetro ântero-posterior igual ao diâmetro transversal
■ Causa: enfisema pulmonar na DPOC, por retenção de gás (mas pode ser normal)
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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Tórax infundibuliforme (Figura C)


■ Depressão em nível do ⅓ do esterno
■ Adquirido ou congênito
■ Causa: raquitismo
○ Tórax cariniforme (Figura D)
■ Saliência em nível do esterno
■ Congênito ou adquirido
■ Causa: raquitismo infantil
○ Tórax em sino ou piriforme
■ Parte inferior exageradamente alargada
■ Grandes hepatoesplenomegalias e ascites volumosas (patologias do TGI)
○ Tórax escoliótico (Figura E)
■ Desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral
■ Causa: anomalia congênita
○ Tórax cifótico (Figura F)
■ Curvatura da coluna dorsal
■ Congênito ou adquirido
■ Pode resultar de postura defeituosa e doenças (tuberculose óssea, osteomielite e neoplasias)
○ Tórax cifoescoliótico
■ Indivíduo apresenta cifose e também escoliose
■ Formas mais leves dessas deformidades são comuns e desprovidas de significado patológico
● Abaulamentos e depressões
○ Podem indicar lesões
○ Aneurisma de aorta torácica - massa pulsátil
○ Derrames pleurais - região mais estática
○ Sulcos de Harrison - depressão na região do diafragma, decorrente da fragilidade muscular e óssea
○ Rosário raquítico - alterações que surgem por conta do raquitismo, caracterizado por pequenas
saliências ósseas que surgem na união das costelas com as cartilagens esternais
■ Os sulcos formam-se abaixo dos rosários


● Tipos respiratórios
○ Respiração costo superior
■ Mais frequente no gênero feminino
■ Predomínio dos músculos escaleno e esternocleidomastóideo
■ Deslocam a parte superior do tórax para cima e para frente
○ Respiração tóraco-abdominal
■ Mais frequente no gênero masculino
■ Predomínio do músculo diafragma
■ Predominante em ambos os sexos em decúbito dorsal e crianças
○ Em situações patológicas, há o auxílio de mm. acessórios (na mulher toracoabdominal e vice-versa),
com formação de tiragem (escavamento na musculatura durante o esforço respiratório)
● Ritmos respiratórios
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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Normal
■ Sucessões regulares de movimentos respiratórios
■ Profundidade mais ou menos igual


○ Dispnéia
■ Movimentos respiratórios regulares, amplos e desconfortáveis
■ Ocorre na ICC, pneumotórax, atelectasia, bronquites, etc


○ Cheyne-Stokes
■ Incursões respiratórias que vão ficando cada vez mais profundas, até a amplitude máxima,
quando se atinge um estado de hiperóxia e há inibição do centro respiratório. Os movimentos
então diminuem gradativamente, até haver uma apneia prolongada, com possível
hipercapnia, até que o centro respiratório é hiperestimulado, com consequente aumento da
amplitude dos movimentos respiratórios
● Esse mecanismo se dá pelas variações da tensão de H+ e CO2 no sangue
■ Ocorre na intoxicação por barbitúricos ou por morfina, na IC grave, hipertensão intracraniana,
AVCs e traumatismos cranioencefálicos
■ É melhor “ouvida” do que vista


○ Biot
■ Interrupção dos movimentos respiratórios anárquicos por apneia
■ Variação de amplitude e frequência
■ Mau prognóstico, indicando, quase sempre, grave comprometimento encefálico
■ Provocada por lesão do centro respiratório (causas semelhantes à Cheyne-Stokes)


○ Respiração de Kussmaul
■ Inspirações profundas interrompidas por curtos períodos de apnéia que, por sua vez, são
seguidos de expirações profundas e ruidosas, sucedidas por novas pausas de apnéia
● 1) inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações
rápidas e de pequena amplitude
● 2) apnéia em inspiração
● 3) expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com expirações
rápidas e de pequena amplitude
● 4) apnéia em expiração
■ Observada em acidose, principalmente a diabética


○ Suspirosa

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João Pedro Wanderley Soares - 149

■ Caracterizada por interrupções na forma de suspiros (inspiração profunda/expiração breve e


rápida), no ritmo respiratório normal
■ Transtorno de ansiedade, tensão emocional

Inspeção dinâmica do aparelho respiratório

● Amplitude da respiração
○ Respiração superficial
○ Respiração profunda
● Frequência respiratória
○ Valor normal no indivíduo adulto: 16 < FR < 22 rpm
○ Eupnéia: FR normal
○ Bradipnéia: FR < 16 rpm
○ Taquipnéia: FR > 22 rpm
■ Fisiológica - esforços físicos, emoções
■ Patológica - febre, lesões pleuropulmonares
■ Pode haver taquidispnéia, com uso de musculatura acessória
● Tiragem
○ Retração entre os espaços intercostais devido ao aumento do gradiente pressórico na respiração
○ Pode ser fisiológica, sobretudo em indivíduos mais magros
○ Pode ocorrer por obstrução de uma via aérea
■ Tiragem unilateral - oclusão de um brônquio principal
■ Tiragem bilateral
● Oclusão acima da bifurcação traqueal
● Estreitamento difuso dos pequenos brônquios
● Asma, enfisema

Palpação

● Expansibilidade ou mobilidade
○ Avaliar o paciente sentado ou em pé e, de costas para ele, abarcar o seu tórax por trás. Pedir para
respirar. Se os polegares se afastam eficientemente da linha vertebral, ok. Se um se afasta direito e
o outro não, há algum problema de expansibilidade do tórax
○ Avaliação da expansibilidade dos ápices
■ Diminuição no ápice - processo infeccioso ou cicatricial
○ Avaliação da expansibilidade das bases
■ Diminuição basal - derrame pleural

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João Pedro Wanderley Soares - 149

● Frêmito toracovocal
○ Vibrações percebidas na parede torácica pela mão do examinador quando o paciente emite algum
som, que remete à sensação tátil do ar em movimento
○ Evita-se superfícies ósseas (escápula)
○ Geralmente se pede para o paciente falar 33
○ Sempre comparando os dois hemitórax (não fazer um todo e depois o outro)
○ As regiões posterior e lateral são as mais palpadas, pois na região anterior tem-se a projeção do
coração que atrapalha a comparação de um hemitórax com o outro.
○ Alterações:
■ Aumento do frêmito - consolidação de uma área pulmonar (pneumonia, infarto pulmonar), em
que há uma maior propagação do som em superfícies mais sólidas
■ Diminuição do frêmito - derrame pleural (interface de líquido entre a palma da mão e o som),
atelectasia (colabamento alveolar na expiração), pneumotórax (ruptura do parênquima
pulmonar, levando À presença de ar locado no tórax, que atrapalha o contato com o ar em
movimento), enfisema (secundário à DPOC)

Percussão

● Generalidades
○ Sequência da percussão: face anterior → face lateral → face posterior
○ Das faces anterior e laterais - pode ser feita com o paciente sentado ou em decúbito dorsal
○ Da face posterior - paciente deve estar sentado
○ A percussão é feita de cima para baixo, golpeando, ora de um lado, ora de outro, em pontos
simétricos
● Sons normais e suas respectivas regiões
○ Projeção do fígado
■ Som submaciço (4º EIC) e maciço (5º e 6º EIC)
○ Coração - som maciço (3º EIC)
○ Baço - som submaciço (como um tambor)
○ Estômago - som timpânico
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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Demais regiões - som claro pulmonar ou timpânico

● Sons alterados
○ Hipersonoridade
■ Aumento de ar nos alvéolos pulmonares (enfisema)
○ Submacicez ou macicez
■ Dd
■ Derrame pleural, espessamento pleural, atelectasia, consolidação
○ Som timpânico
■ Aprisionamento de ar no espaço pleural (pneumotórax) ou numa cavidade intrapulmonar
(caverna tuberculosa)

Ausculta

● Técnica
○ Paciente sentado
○ Pede-se para que ele respire mais profundamente com a pele desnuda, auscultando de forma
regionalizada bilateralmente, como sempre.
● Sons normais
○ Som traqueal
○ Respiração brônquica
○ Murmúrio vesicular (mais relevante) - ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax produzidos
pela turbulência do ar circulante
○ Respiração broncovesicular
○ Todos estes são murmúrios vesiculares = som do ar percebido no aparelho respiratório. A
diferenciação dos nomes depende do tempo de inspiração e expiração e, consequentemente, da
passagem do ar ao longo da árvore respiratória.
● Ausculta da voz
○ Consiste em auscultar o tórax do paciente enquanto ele repete as palavras “trinta e três”,
comparando regiões homólogas
○ Ressonância vocal - sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica
○ Ressonância vocal normal - sons abafados e sílabas indistintas
○ Ressonância vocal aumentada:
■ Broncofonia - ausculta-se a voz sem nitidez

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João Pedro Wanderley Soares - 149

■ Pectorilóquia fônica - ausculta-se a voz nitidamente


■ Pectorilóquia afônica - ausculta-se a voz mesmo se cochichada
● Ausculta anormal

Movimento
Som Características Doenças
respiratório

● Não se modificam com a tosse


Pneumonia, edema
Estertores ● Alta frequência (agudo)
Final da agudo de pulmão e
finos ou ● Curta duração
inspiração doenças intersticiais
crepitantes ● Ouvidos principalmente nas bases pulmonares
Sons ou pulmonares
● Semelhante ao atrito de um punhado de cabelo
ruídos
anormais
● Modificam-se com a tosse
descontínuos Comum nas bronquites
Início da ● Frequência menor e duração maior que os
Estertores e bronquiectasias
inspiração e estertores finos
grossos (grande quantidade de
toda expiração ● Audível em todo o tórax
secreção)
● Semelhante a um velcro

● Originado nas vibrações das paredes


Asma brònquica,
brônquicas e do conteúdo gasoso quando há
Inspiração e bronquites,
Roncos estreitamento desses ductos
expiração bronquiectasias e
● Som grave e fugaz
obstruções localizadas

● Disseminados -
enfermidades que
Sons ou comprometem toda
ruídos ● Originados das vibrações das paredes árvore brônquica
anormais Inspiração e bronquiolares e de seu conteúdo gasoso (asma e bronquite)
Sibilos
contínuos expiração ● Alta frequência (agudo) e baixa duração ● Localizados -
● Podem ser localizados ou disseminados presença de
obstrução por
neoplasia ou corpo
estranho

Difteria, laringite aguda,


● Ruído basicamente inspiratório
Estridor Inspiração câncer da laringe e
● Obstrução da laringe ou traqueia
estenose da traqueia

● Ruído irregular, descontínuo, causado pelo Principal causa é a


Som anormal deslizamento dos folhetos da pleuras nos casos pleurite seca e após
Mais intenso
de origem Atrito pleural de pleurite cirurgias torácicas (com
na inspiração
pleural ● Mais comum nas regiões axilares inferiores derramamento de
● Duração maior, frequência baixa e tom grave líquido)

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Síndromes respiratórias
Referências: Portão; Portinho; Aula ministrada por Inês

Síndromes de consolidação pulmonar

● Conceito
○ Doenças inflamatórias que acometem as vias aéreas terminais, espaços alveolares e/ou interstício
○ Ocorre substituição do ar alveolar por líquido exsudato ou transudato
● Causas - Pneumonias, infarto pulmonar ou tuberculose
● Sintomas - Dispneia, dor torácica, desconforto retroesternal, tosse produtiva e hemoptise
● Ao exame
○ Inspeção - Taquipneia
○ Palpação - Expansibilidade diminuída e aumento do FTV
○ Percussão - Submacicez ou macicez
○ Ausculta - Broncofonia, pectorilóquia e estertores finos

Atelectasia

● Conceito - Colabamento alveolar sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato
● Causas
○ Neoplasias, corpos estranhos e/ou pós-operatórios que possam ocluir o lúmen dos brônquios
○ Caso a oclusão ocorra em um brônquio principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; caso a
oclusão ocorra em brônquios lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo ou segmento
pulmonar
○ Pode ser uma complicação da pneumonia, principalmente de pacientes que ficam muito tempo
acamados, não fazem fisioterapia respiratória adequada e tiveram infecções
● Sintomas - Dispneia e tosse seca
● Ao exame
○ Inspeção - Retração do hemitórax e tiragens
○ Palpação - Expansibilidade diminuída e redução do FTV ou FTV abolido
○ Percussão - Submacicez ou macicez localizada
○ Ausculta - MV diminuído ou abolido e ressonância vocal diminuída
● No exame de imagem, é possível observar um repuxamento da traqueia ipsilateral à atelectasia

Congestão passiva dos pulmões

● Conceito - Aumento anormal de líquido extravascular nos pulmões decorrente do movimento de fluidos do
espaço intravascular para o interstício e alvéolos
● Causas - Insuficiência cardíaca esquerda, edema agudo de pulmão e estenose mitral
● Sintomas - Dispnéia de esforço, em decúbito e paroxística noturna, tosse seca ou com expectoração rósea,
na congestão aguda
○ A ortopneia é adotada para manter pelo menos os alvéolos superiores funcionantes
● Ao exame
○ Inspeção - Expansibilidade normal ou diminuída
○ Palpação - Expansibilidade normal ou diminuída e FTV normal ou aumentado
○ Percussão - Som claro pulmonar, submacicez nos casos mais graves
○ Ausculta - Estertores finos basais e prolongamento expiratório
● No exame de imagem, é possível observar os vasos pulmonares em aspecto de “asa de borboleta”

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Asma brônquica

● Conceito
○ Doença inflamatória das vias aéreas inferiores, provocada por mediadores químicos que surgem
mediante alguns estímulos
○ Os mediadores químicos irão promover o broncoespasmo
● Causas - Infecções, alérgenos, mudanças de clima e substâncias irritantes (muitas vezes hereditário)
● Sintomas - Dispneia, tosse e chiado
● Ao exame
○ Inspeção - Dispneia com uso de músculos acessórios e tiragem
○ Palpação - FTV normal ou diminuído
○ Percussão - Normal ou hipersonoro
○ Ausculta - MV diminuído com sibilos expiratórios

Bronquiectasias

● Conceito - Dilatação dos brônquios devido à destruição de suas paredes e tecidos de sustentação
● Causas - Sequelas de processos infecciosos que acometeram o pulmão (fase cicatricial)
● Sintomas - Tosse produtiva e expectoração abundante (principalmente pela manhã), com odor forte e
semelhante a um vômito (vômica)
● Ao exame
○ Inspeção - Pode haver aumento da FR e expansibilidade diminuída
○ Palpação - Expansibilidade diminuída
○ Percussão - Submacicez nas bases
○ Ausculta - Estertores grossos, roncos, sibilos

Enfisema pulmonar

● Conceito
○ Perda da elasticidade dos bronquíolos e alvéolos, com aprisionamento de ar
○ Gera incapacidade de trocas gasosas
● Causas - Tabagismo
● Sintomas - Dispneia progressiva e lenta aos esforços
● Ao exame
○ Inspeção - Tórax em tonel
○ Palpação - Expansibilidade diminuída e redução do FTV
○ Percussão - Hipersonoridade
○ Ausculta - MV reduzido ou ausente e ressonância vocal diminuída

Bronquite aguda
● Conceito - Processo inflamatório agudo transitório dos brônquios
● Causas - Geralmente causada por vírus
● Sintomas - Febre, cefaléia, mal estar, tosse, rouquidão, tosse seca e depois produtiva
● Ao exame
○ Inspeção - Sem alterações
○ Palpação - Sem alterações
○ Percussão - Sem alterações
○ Ausculta - Estertores grossos (principal), roncos e sibilos (hiperreatividade do AR)

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Bronquite crônica (DPOC)


● Conceito - Quadro inflamatório persistente das vias aéreas
● Causas - Exposição prolongada a substâncias nocivas (cigarro)
● Sintomas - Tosse crônica com expectoração
● Ao exame
○ Ausculta - Roncos, sibilos e estertores grossos
○ Em associação com enfisema, pode-se encontrar redução bilateral da expansibilidade,
hipersonoridade e redução do FTV e MV

Pneumotórax

● Conceito - Acúmulo de ar no espaço pleural


● Causas - Trauma, acidente de punção e ruptura de bolhas subpleurais
● Sintomas - Dispnéia, dor torácica e tosse seca
● Ao exame
○ Palpação - Expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido
○ Percussão - Som timpânico
○ Ausculta - MV abolido

Derrame pleural

● Conceito - Acúmulo excessivo de líquido no espaço pleural


● Causas - Pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndromes nefróticas e insuficiência cardíaca
● Sintomas - Dispneia (de intensidade que varia com o volume do líquido), dor torácica
(ventilatório-dependente) e tosse seca
● Ao exame
○ Palpação - Expansibilidade diminuída e FTV reduzido ou abolido
○ Percussão - Macicez (chave diagnóstica para diferenciar derrame pleural e pneumotórax, além da
história clínica)
○ Ausculta - MV abolido
● No exame de imagem, é possível observar um desvio da traqueia contralateral ao derrame pleural

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Revisão - Fisiologia cardíaca


Referências: Aula ministrada por Inês; Portinho; Portão

Generalidades

● O organismo humano apresenta duas circulações principais:


○ Circulação pulmonar ou pequena - Trabalha sobre níveis de resistẽncia menor
○ Circulação sistêmica ou grande - Trabalha sobre altos níveis pressóricos
● Pré-carga e pós-carga
○ A pré-carga é a resistência imposta pelo sangue que retorna ao coração
■ Pré-carga do coração direito - Retorno venoso pelas veias cava superior e inferior
■ Pré-carga do coração esquerdo - Sangue oxigenado das veias pulmonares
○ A pós-carga é a resistência imposta pela circulação ao bombeamento de sangue
● Mecanismo de Frank-Starling
○ Capacidade do coração se adaptar aos diferentes volumes de sangue impostos
○ Apresenta certo limite, em que o coração, ao invés de apresentar uma contração enérgica e
harmônica, evolui para uma insuficiência cardíaca
● Fibras cardíacas
○ Miofibrilas com proteínas contráteis
○ Miócitos unidos em série - Junções comunicantes
○ Passagem de impulso elétrico célula à célula
○ Influxo de cálcio intracelular
○ Ativação - Deslizamento actina/miosina
○ Contração rápida e harmônica
● O músculo cardíaco apresenta algumas propriedades
○ Automatismo - produz o próprio estímulo elétrico
○ Dromotropismo - capacidade de uma miofibrila excitar a miofibrila sequente
○ Cronotropismo - capacidade de depois do estímulo elétrico, a miofibrila gerar contração mecânica
● Estímulo elétrico

○ Nó sinusal - Localizado no átrio direito, é o marcapasso natural do coração


○ Nó atrioventricular
○ Feixes e ramos de His
○ Fibras especializadas (fibras de Purkinje)
34
João Pedro Wanderley Soares - 149

Ciclo cardíaco

● Aqui toda vez em que falamos de diástole e sístole, estamos nos referindo aos ventrículos
● Diástole (relaxamento isovolumétrico)
○ Válvulas
■ Válvulas tricúspide e mitral abertas
■ Válvulas pulmonar e aórtica fechadas
○ Enchimento rápido - Alta pressão nos átrios e menor pressão nos ventrículos → Fluxo de sangue do
átrio para o ventrículo pela diferença de pressão
○ Enchimento lento - Diminuição do diferencial de pressão por enchimento dos ventrículos
○ Contração atrial - Papel ativo do átrio contraindo para bombear o resto de sangue para a cavidade
ventricular
● Sístole (contração isovolumétrica)
○ Válvulas
■ Válvulas tricúspide e mitral fechadas
■ Válvulas pulmonar e aórtica abertas
○ Ejeção rápida - Abertura das válvulas aórtica e pulmonar com ejeção do sangue
○ Ejeção lenta - Diminuição do diferencial de pressão
○ Protodiástole de Wiggers

Bulhas cardíacas

● As bulhas cardíacas são os sons gerados pelo fechamento das válvulas cardíacas
● B1 (primeira bulha)
○ Apresenta os componentes M1 e T1 - Corresponde ao fechamento das válvulas mitral e tricúspide
○ Final da diástole / Início da sístole
○ Corresponde ao TUM
● B2 (segunda bulha)
○ Apresenta os componentes A2 e P2 - Corresponde ao fechamento das válvulas aórtica e pulmonar
○ Final da sístole / Início da diástole
○ Corresponde ao TA
● Normalmente as válvulas do lado direito são milissegundos mais atrasadas que as do lado esquerdo
○ Componente A2 vem antes do P2
○ Componente M1 vem antes do T1
○ Essa diferença é tão pequena que na maioria dos casos não é perceptível
● Ausculta normal (TUM TA)
● B3 (terceira bulha)
○ Som anormal ou fisiológico, que pode ser resultado do adelgaçamento do ventrículo, então quando o
sangue cai na cavidade ventricular de forma rápida, ocorre reverberação de um som em sua parede
delgada
○ Ocorre no início da diástole (protodiastólica)
○ Som: TUM TA TU

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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Ritmo de galope: aplicável ao ritmo tríplice por terceira bulha patológica, no qual pode ser imitado
repetindo-se ritmicamente a expressão PA TA TA
○ Melhor ouvida com o paciente em decúbito lateral esquerdo
○ Pode ser normal em crianças, grávidas e atletas, mas também pode indicar cardiomiopatias, falha no
coração ou severa regurgitação mitral ou tricúspide

● B4 (quarta bulha)
○ Decorrente da contração atrial empurrando sangue contra uma cavidade ventricular com paredes
espessadas (sugestivo de hipertrofia do ventrículo esquerdo severa)
○ Surge ao final da diástole (telediastólica)
○ Som oco, seco e de difícil ausculta (melhor ouvido no ápice cardíaco)
○ Pacientes com fibrilação atrial nunca tem B4, pois esse som surge ao final da diástole, fase em que
ocorre a contração ativa dos átrios, que está ausente nesses pacientes

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Queixas cardíacas
Referências: Aula ministrada por Inês; Portinho; Portão

Dor torácica isquêmica (Dor precordial)

● Ocorre em situações de desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio


● Principal causa - Aterosclerose coronariana (angina do peito)
○ Angina estável - Dor surge aos esforços
○ Angina instável - Dor surge sem esforços (repouso)
○ Em alguns casos, a isquemia pode causar infarto
● Localização - Retroesternal, sendo mais comum à esquerda, podendo ser restrita a uma pequena área ou
ocupar toda a região precordial
● Irradiação - A mais típica é para a face interna do braço esquerdo, mas pode acontecer também para a
região cervical, mandíbula, lábio…
● Caráter e intensidade
○ Geralmente dor em aperto (dor em punho fechado), mas também pode ser em queimação
○ Sua intensidade varia de acordo com o grau de comprometimento isquêmico
○ Crescente, piorando de intensidade ao longo do tempo
● Duração
○ Geralmente curta, na angina estável não ultrapassa 2 a 3 minutos em geral
○ Na angina instável, pode durar 20 minutos
○ No infarto agudo do miocárdio, dura mais de 20 minutos, podendo chegar a algumas horas
● Fatores de piora - Esforços (dependendo da progressão, pode piorar com pequenos, médios ou grandes
esforços, em alguns casos ela surge mesmo em repouso)
● Fatores de alívio - Repouso

Dor torácica não isquêmica

● Pericárdica
○ Dor causada pelo roçar das folhas pericárdicas na inflamação do pericárdio, sendo mais aguda que a
da angina de peito
○ É posição-dependente e melhora com a posição genupeitoral, pois nesta se consegue deslocar o
pericárdio visceral do parietal
● Dissecção aórtica
○ Lesão na parede interna da aorta, permitindo a passagem anormal de sangue na lesão
○ Dor muito intensa do tipo lancinante, com irradiação para o dorso
● Psicogênica - Ansiedade, sem substrato orgânico
● Pleurítica - Pleurites. Dor que piora quando se inspira.
● Origem pulmonar - Tromboembolismo pulmonar
● Em muitos casos, não é a característica da dor que diferencia o diagnóstico, mas sim a história clínica

Insuficiência cardíaca direita

● Ocorre quando o ventrículo direito apresenta dificuldade de bombear sangue adiante


● Congestão de sangue a nível de veias cavas e jugular (turgência jugular a pelo menos 30º - sinal de
Kussmaul)
● Hepatomegalia dolorosa por congestão (pode palpar por distensão da cápsula de Gleeson)
● Edema de membros inferiores (desequilíbrio entre pressões hidrostática e oncótica)
● Ascite - Derramamento de líquido para a cavidade peritoneal
● Cianose

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Insuficiência cardíaca esquerda

● Ocorre quando o ventrículo esquerdo apresenta dificuldade de bombear sangue adiante


● Congestão de sangue a nível de átrio esquerdo e vasos pulmonares
○ Extravasamento de líquido dos capilares pulmonares pelo aumento da pressão hidrostática →
Congestão pulmonar
○ Tosse
○ Expectoração com hemoptóicos - líquido esbranquiçado com raios de sangue
○ Dispnéia - Com esforços ou em repouso a depender do grau de insuficiência cardíaca do paciente
○ Ortopnéia e dispnéia paroxística noturna - Equalização do nível dos ápices e bases dos pulmões,
distribuindo o líquido extravasado
● Pulsos filiformes (fracos)
● Pele fria e pegajosa (diminuição do fluxo para a periferia)
● Hipotensão
● Tonturas, turvação visual e síncope (perda dos sentidos, desmaio) - Baixa perfusão do SNC
● Caquexia cardíaca - Atrofia muscular pela baixa perfusão
● Astenia - Consequência da atrofia muscular
● Anorexia - Pode ser causado por pouco sangue para o trato digestivo e edema de alça
● Em muitos casos, o paciente apresenta um quadro misto de insuficiência cardíaca direita e esquerda

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Exame cardíaco
Referências: Aula ministrada por Inês; Portinho; Portão

Generalidades e inspeção

● O coração apresenta aspecto triangular invertido, com os grandes vasos na base superior
● Na superfície anterior, logo próximo ao tórax, temos o ventrículo direito e na borda esquerda temos o
ventrículo esquerdo
○ A região do ventrículo esquerdo´que corresponde ao ápice do coração é denominada ictus cordis
● Na semiotécnica do exame cardíaco não temos percussão
● Inspeção semelhante ao sistema respiratório
○ Na inspeção do aparelho cardiovascular, analisamos o tórax, pesquisando abaulamentos e
retrações, pulsações e ictus cordis (normalmente encontrado no 4º ou 5º espaço intercostal, a nível
da linha hemiclavicular esquerda, podendo ser visível ou não)
○ Na pesquisa por abaulamentos, o observador deve utilizar duas incidências: uma tangencial, com o
examinador de pé do lado direito do paciente, e outra frontal, com o examinador junto aos pés do
paciente, que permanece deitado

Palpação

● Ictus cordis
○ Avalia-se local, extensão (polpas dos dedos - várias polpas pode indicar hipertrofia) e intensidade
○ Na insuficiência cardíaca, pode haver desvio do ictus cordis pela hipertrofia ventricular
○ Pode haver desvio para trás, para a esquerda, para dentro ou para a direita
● Impulsão de mesocárdio
○ Coloca-se a mão na região do precórdio e avalia-se se a mão está sendo propulsionada
○ Essa propulsão está presente em situações de hipertrofia de ventrículo direito (necessidade de maior
força para vencer uma pós-carga aumentada)
● Pulsações
○ Dança das artérias em valvulopatias
● Bulhas
○ Bulhas hiperfonéticas podem ser sentidas na palpação (vibração do fechamento das válvulas)
● Ritmo - Alterações de ritmo
● Frêmito
○ Sensação tátil de uma vibração pelo fluxo/turbilhonamento de sangue no coração
○ Geralmente é a sensação tátil de um sopro

Ausculta

● Focos de ausculta
○ Foco aórtico - 2º espaço intercostal à direita, na margem do esterno
○ Foco pulmonar - 2º espaço intercostal à esquerda, na margem do esterno
○ Foco aórtico acessório - 3º espaço intercostal à esquerda, na margem do esterno
○ Foco tricúspide - base do apêndice xifóide à esquerda
○ Foco mitral - 5º espaço intercostal à esquerda, ao nível da linha hemiclavicular
○ Para melhorar a ausculta de focos na base do coração, pode-se pedir ao paciente para que incline
seu tórax ligeiramente para frente
○ O decúbito lateral esquerdo é uma posição que melhora a ausculta do foco mitral
● Na ausculta avaliamos se há:
○ Hiperfonese de bulha
○ Cliques valvares e estalidos
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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Presença de bulhas anormais


○ Presença de sopros
○ Ritmo cardíaco

Focos de ausculta

Estudo das bulhas

● Alterações de intensidade - Bulhas hiperfonéticas ou hipofonéticas


○ A2 aumentada - RVP muito elevada
○ A2 reduzida - Calcificação da válvula aórtica
○ P2 aumentada - Hipertensão arterial pulmonar
○ Mais raro de haver hiperfonese de B1 (M1 e T1)
● Desdobramentos
○ Os componentes do lado esquerdo do coração (M1 e A2) ocorrem antes dos componentes do lado
direito (T1 e P2), porém essa diferença é indistinguível fisiologicamente
○ Em algumas situações, esses componentes podem ser percebidos de forma separada
(desdobramentos)
■ Desdobramento de B1 - TLUM TA
■ Desdobramento de B2 - TUM TLA
○ Desdobramento fisiológico de B2
■ Inspiração profunda do paciente → Aumento do retorno venoso → Mais sangue chegando no
ventrículo direito, desproporcional ao ventrículo esquerdo → Válvula pulmonar precisa ficar
mais tempo aberta para dar vazão para o sangue
○ Desdobramento patológico
■ Comunicação interatrial (CIA)
● Maior quantidade de sangue indo para o átrio direito (pressão no átrio esquerdo é
maior)
● Ventrículo direito recebe mais sangue e precisa permanecer mais tempo na sístole
(maior tempo com a válvula pulmonar aberta)
■ Bloqueio de ramo
● Situação em que algum ramo do sistema de condução elétrico do coração está
bloqueado, causando atraso na condução elétrica do coração

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João Pedro Wanderley Soares - 149

● Bloqueio de ramo esquerdo


○ Contração do ventrículo esquerdo mais tardia
○ Válvula aórtica aberta por mais tempo
○ Desdobramento paradoxal da segunda bulha - A2 vem depois de P2
● Bloqueio de ramo direito
○ Contração do ventrículo direito mais tardia
○ Válvula pulmonar aberta por mais tempo
○ Desdobramento de P2

Sopros

● São vibrações causadas por alterações de fluxo sanguíneo


● Características
○ Localização no ciclo cardíaco (sistólico ou diastólico)
■ Protossistólico / Protodiastólico - Ocorre no início da sístole/diástole
■ Mesossistólico / Mesodiastólico - Ocorre no meio da sístole/diástole
■ Telessistólico / Telediastólico - Ocorre no final da sístole / diástole
■ Holossistólico / Holodiastólico - Ocorre ao longo de toda sístole / diástole
○ Localização e irradiação (focos de ausculta)
○ Intensidade (em cruzes)
■ + - Difícil ausculta (estudantes geralmente não conseguem escutar)
■ ++ - Fraco, mas perceptível para mais pessoas
■ +++ - Todos são capazes de escutar
■ ++++ - Fácil de escutar e com presença de frêmito
■ +++++ - Muito alto, possível de escutar com a mão entre o estetoscópio e o peito do paciente
■ ++++++ - Não necessita de estetoscópio para escutar
○ Timbre e tom (abafado, frequência)
○ Relação com a respiração
○ Posições e manobras (alterações no sopro)
○ Classificação
■ Sopro sistólico (SS) - De ejeção ou de regurgitação
■ Sopro diastólico (SD) - Aspirativo ou do tipo ruflar

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Síndromes cardiovasculares
Referências: Aula ministrada por Inês; Portinho; Portão

Defeitos orovalvares - Valvulopatias

● Problemas na abertura e fechamento das valvas cardíacas


○ Insuficiência - Válvula está aberta quando deveria estar fechada
○ Estenose - Válvula está fechada quando deveria está aberta
● Principais defeitos orovalvares:
○ Estenose aórtica
○ Insuficiência mitral
○ Estenose mitral
○ Insuficiência aórtica
○ Valvulopatias do lado direito do coração são mais raras de acontecer
● Manobra de Rivero-carvallo
○ Utilizada para diferenciar sopro de insuficiência mitral do sopro da insuficiência tricúspide
○ Paciente realiza inspiração profunda → Aumento do retorno venoso → Aumento na quantidade de
sangue chegando no átrio e ventrículo direitos
○ Na insuficiência tricúspide → Mais sangue vai regurgitar para a cavidade atrial direita
○ Manobra aumenta sopro da insuficiência tricúspide, mas não aumenta sopro da insuficiência mitral

Estenose aórtica

● Valva aórtica fechada quando deveria estar aberta (sístole) - Sopro sistólico
● Sopro sistólico de ejeção, grosseiro, em crescendo e decrescendo (em diamante - mais intenso no meio da
sístole) que pode se irradiar para fúrcula e carótidas
● Fenômeno de Gallavardin - É possível escutar o sopro em todos os focos de ausculta
● Pulso parvus (menor amplitude) e tardus (lentificado - mais prolongado que o habitual)
○ O pulso arterial é a pressão da coluna de sangue na parede arterial
■ Na sístole, como o sangue está sendo ejetado para os vasos, a pressão é maior. Na diástole,
é mais fraco, mas ainda existe, visto que não houve colabamento de artérias.
○ Com o fluxo sanguíneo lentificado, a amplitude do pulso reduz e ele é mais tardio
● Com o tempo, o aumento da pós-carga (sobrecarga de pressão) gera hipertrofia de ventrículo esquerdo
● Tríade de sintomas geralmente ocorre na seguinte ordem:

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João Pedro Wanderley Soares - 149

○ Dor anginosa (sem aterosclerose - isquemia, pois os óstios das artérias coronárias ficam após a
valva aórtica)
○ Síncope - Baixa perfusão sanguínea do SNC
○ Dispnéia - Hipertrofia ventricular causa insuficiência cardíaca
● Em algumas situações, com a válvula não muito calcificada, escuta-se um clique de abertura da valva que
antecede o sopro
○ Na estenose aórtica muito grave, esse clique deixa de ocorrer, mostrando piora de gravidade da
doença
● Causa mais comum - Calcificação por idade
● Estenose aórtica com agachamento: sopro aumentado em posição de cócoras, pois se aumenta o retorno
venoso, a pressão no VE e o diferencial de pressão

Insuficiência mitral

● Valva mitral aberta quando deveria estar fechada (sístole) - Sopro sistólico
● Sopro holossistólico de regurgitação no foco mitral com irradiação para axila
○ Ocupa toda a sístole e às vezes abafa a bulha
● Causas - Doença reumática e prolapso da valva mitral (PVM)
○ PVM: a valva mitral é formada por um folheto anterior e outro posterior que se abrem e se fecham e
estão fechados na sístole. Com o aumento da pressão no VE, o folheto posterior acaba prolapsado
para a cavidade atrial e o sangue regurgita para ela.
■ Ocorrência de um clique mesossistólico no foco mitral
■ Sopro mesotelessistólico com irradiação para fúrcula
● O sangue retorna para a cavidade atrial esquerda, recebendo este além do sangue das veias pulmonares, o
que gera dilatação do AE. Com a chegada de mais sangue do AE, o VE também se dilata
● Ictus cordis pode estar desviado para a esquerda (pode descer para o 6º ou 7º espaço intercostal)
● É comum deitar o paciente em decúbito lateral esquerdo e aproximar o ictus/foco mitral do estetoscópio

Estenose mitral

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João Pedro Wanderley Soares - 149

● Valva mitral fechada quando deveria estar aberta (diástole) - Sopro diastólico
● Sopro mesodiastólico em ruflar (semelhante ao bater de asas de um pássaro - RUF)
● Fases do sopro:
○ Inicia mais alto (fase de enchimento rápido)
○ Sopro vai diminuindo (diminuição do diferencial de pressão)
○ Ao final ocorre um reforço decorrente da contração atrial (reforço pré-sistólico ou telediastólico)
■ Pacientes com fibrilação atrial não tem reforço ao final da diástole
● Mais audível em decúbito lateral esquerdo
● Sopro não começa imediatamente no início da diástole - Atraso para abrir a valva mitral
○ Estalido de abertura mitral
○ B1 hiperfonética no foco mitral - aumento da fonese pelo ruído de fechamento que marca o fim do
sopro
● Causa mais comum no Brasil - Doença reumática
● Repercussões no coração:
○ Átrio esquerdo é a câmara que mais aumenta (ventrículo esquerdo é poupado)
○ Com o tempo, pode causar certo grau de hipertensão arterial pulmonar (congestão passiva
pulmonar) → Sobrecarga do ventrículo direito, podendo haver hipertrofia
○ Ictus cordis não é desviado

Insuficiência aórtica

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João Pedro Wanderley Soares - 149

● Valva aórtica aberta quando deveria estar fechada (diástole) - Sopro diastólico
● Sopro diastólico aspirativo em decréscimo na medida que a pressão entre aorta e ventrículo esquerdo vão
se igualando
○ Comunicação do ventrículo esquerdo com aorta permanece aberta
○ Fluxo de sangue passa da aorta para o ventrículo esquerdo devido ao diferencial de pressão
○ Sangue é aspirado de volta pra cavidade ventricular no momento de sua diástole
○ Sobrecarga de volume no ventrículo esquerdo com consequente hipertrofia ventricular
● Melhor posição de ausculta → Paciente sentado com corpo voltado para frente
● Pulso em martelo d’água - Pressão arterial sistólica muito elevada e pressão diastólica muito reduzida
○ Pulso sistólico de alta amplitude → Coração bombeia mais sangue na sístole por comportar mais
sangue na diástole
○ Pulso diastólico de baixa amplitude → Aspiração do sangue para a cavidade ventricular na diástole
● Sopro de difícil ausculta
○ Manobras que aumentam o diferencial de pressão entre a aorta e o ventrículo esquerdo
■ Quanto maior o diferencial de pressão, mais sangue é aspirado para a cavidade ventricular e
maior é o sopro
■ Handgrip
● Paciente fecha as mãos e as pressiona, provocando aumento da RVP e consequente
aumento da pós-carga
● Pressão na aorta aumenta em relação à pressão no ventrículo esquerdo, aumentando
a aspiração do sangue para a cavidade ventricular
■ Expiração profunda
● Diminui retorno venoso, reduzindo a quantidade de sangue que chega no ventrículo
esquerdo
● Pressão no ventrículo esquerdo diminui em relação à pressão na aorta, aumentando a
aspiração de sangue para a cavidade ventricular
● Sinais periféricos
○ Pulso de Corrigan - Pulso com distensão abrupta e colapso rápido (martelo d’água)
○ Sinal de Musset - A cabeça balança involuntariamente a cada movimento cardíaco
○ Sinal de Traube - Sons sistólicos e diastólicos audíveis sobre artéria femoral (“som de tiro de pistola”)
○ Sinal de Muller - Pulsações visíveis da úvula
○ Sinal de Landolfi - Mudança do tamanho pupilar sincrônica ao ciclo cardíaco
○ Sinal de Rosenbach - Pulsação hepática
○ Sinal de Quincke - compressão do leito ungueal

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Resolução de questões
1. Introdução à semiologia clínica - Paciente do sexo feminino, 55 anos, branca, professora e natural e
procedente de Salvador, Bahia, procurou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixas de tosse e
febre há 3 dias. Paciente relata ter apresentado quadro prévio de resfriado com cefaléia, dor de garganta e
coriza há 8 dias. Refere que há cerca de 3 dias apresenta tosse produtiva com expectoração amarelo
esverdeado, além de febre alta (mensurada 39ºC). Evoluiu com dor torácica ventilatório dependente à
direita, difusa e de intensidade 5 em uma escala de 0 a 10, dispneia aos grandes esforços, com palpitações,
escarros hemáticos e nega ter utilizado medicações. Relata ter artralgia, é hipertensa há 5 anos e faz uso de
Losartana. Afirma ser tabagista há 15 anos, 01 carteira/dia.
De acordo com o caso clínico acima, marque a alternativa correta em relação à anamnese.
a. Na história da doença atual, a febre, a tosse produtiva e a artralgia são as queixas mais importantes
b. Dispnéia aos grandes esforços e palpitações fazem parte do interrogatório sintomatológico do
aparelho cardíaco
c. Tosse produtiva e febre alta foram as queixas que motivaram-na procurar a UPA
d. Artralgia, hipertensão e tabagismo fazem parte dos seus antecedentes pessoais
2. Introdução à semiologia clínica - Paciente mulher, 32 anos, portadora de varizes nos membros inferiores,
há 10 anos, procura o ambulatório de cirurgia vascular referindo piora das varizes. Estas varizes
aumentaram muito durante a segunda gestação. Seu segundo filho está com 20 dias. Há 10 dias, a perna
esquerda começou a aumentar de volume, acompanhado de incômodo e dor moderada ao deambular e
quando permanece com o membro muito tempo pendente. Informa melhora dessa sensação ao elevar o
membro. Relata ainda 2 abortos antes da primeira gestação. É diabética, tabagista e obesa. Informa que a
mãe faleceu de embolia pulmonar após o nascimento dela e que o marido também tem varizes. Atualmente
mora em Recife, mas nasceu em São Paulo. De acordo com a anamnese, assinale a alternativa correta.
a. A informação de que a mãe faleceu de embolia pulmonar não tem importância por se tratar de uma
informação muito antiga
b. Tabagismo, diabetes e obesidade fazem parte dos antecedentes pessoais
c. O edema, acompanhado de dor e incômodo, são os sintomas mais importantes para o
desenvolvimento da história da doença atual
d. A informação de que o marido tem varizes, ajudará o médico a fazer suas hipóteses diagnósticas em
relação à paciente
3. Introdução à semiologia clínica - Um paciente de 67 anos, masculino, hipertenso, diabético, tabagista
desde os 17 anos (1 maço/dia), vem à consulta médica devido à tosse produtiva, de aspecto mucoide, há
mais de três anos, apresentando períodos de piora do quadro, com aumento da quantidade do escarro, que
adquire coloração amarela ou esverdeada. Relata ainda febre há 5 dias, dispneia e dor no peito aos
esforços, e banhos de rio em Palmares-PE desde criança. Já esteve algumas vezes no serviço de
emergência devido à exacerbação do quadro clínico, fazendo uso nestas ocasiões de nebulização e
antibioticoterapia. Tem contato com cachorro. Com base no relato apresentado, assinale V para as
assertivas verdadeiras e F para as falsas

Verdadeiro Falso Sentença

Paciente tem epidemiologia


X
positiva para esquistossomose

De acordo com a história da


doença atual (HDA,) as
características da tosse e a
X
febre, sugerem infecção,
provavelmente de etiologia
bacteriana

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João Pedro Wanderley Soares - 149

A queixa principal é o aumento


X
da quantidade do escarro

Hipertensão, diabetes,
X tabagismo e angina são
antecedentes pessoais

4. Exame físico geral - Com relação ao exame físico geral, marque V ou F nas sentenças abaixo:

Verdadeiro Falso Sentença

O estado geral do paciente é


classificado em bom, regular
ou ruim e sendo uma avaliação
X objetiva, normalmente não
gera dúvida, quando
comparamos a opinião de dois
examinadores diferentes

A fácies hipocrática é
característica de uma doença
X
reumatológica denominada
esclerodermia

Na avaliação da coloração da
pele, leva-se em consideração
X a presença de palidez, de
eritrose ou vermelhidão, de
icterícia e de cianose

Todo paciente consciente está


X
orientado

Não existe possibilidade de


uma doença grave e de mau
X
prognóstico cursar com bom
estado geral

5. Exame físico geral - Com relação ao exame físico geral, marque V ou F:

Verdadeiro Falso Sentença

O local ideal para avaliar uma


X icterícia de +/4+ é a conjuntiva
e o frênulo sublingual

Na atitude ortopneica o
paciente respira melhor
deitado. Muito frequente na
X
insuficiência cardíaca
congestiva, pois assim melhora
o retorno venoso

Seu Severino tem 100 kg. Com


esta informação podemos
X
classifica-lo como obeso
mórbido

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João Pedro Wanderley Soares - 149

O paciente pode adotar


posturas também por
comodidade. Um paciente
deitado no lado esquerdo,
X costuma-se dizer que está em
decúbito lateral direito, pois a
nomenclatura é o contrário do
lado que está em contato com
o leito

A fácies hipocrática está


presente nos pacientes com
X
hipotireoidismo,
hipofuncionamento da tireóide

6. Respiratório - Marque V ou F sobre a semiologia do aparelho respiratório:

Verdadeiro Falso Sentença

Nas pneumonias, o frêmito


X toraco vocal está
costumeiramente aumentado

No pneumotórax, o MV
X
encontra-se aumentado

Estertores grossos são


X achados da congestão passiva
pulmonar

Pacientes com derrame pleural


e com atelectasia têm
X
submacicez ou macicez à
percussão

As crianças apresentam
X costumeiramente respiração
costal superior

7. Respiratório - Dona Rejane, 55 anos, começou a fumar aos 20 anos e nunca parou o vício. Há cerca de 1
ano, ela vem evoluindo com falta de ar aos esforços e hoje apresenta dispneia mesmo em repouso. À
inspeção, observa-se facilmente que seu tórax tem aspecto em barril. Que outros achados semiológicos
mais prováveis poderemos encontrar ao exame de dona Rejane?
a. Expansibilidade diminuída + Hipersonoridade à percussão + MV diminuído
b. Macicez à percussão + MV diminuído + Estertores finos
c. Retração do hemitórax + Submacicez à percussão + Roncos
d. Timpanismo à percussão + MV aumentado + Sibilos
e. Macicez à percussão + MV diminuído + Estertores finos
8. Respiratório - Paciente do sexo feminino, 55 anos, branca, professora e natural e procedente de Salvador,
Bahia, procurou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com queixas de tosse e febre há 3 dias. Paciente
relata ter apresentado quadro prévio de resfriado com cefaléia, dor de gargan ta e coriza há 8 dias. Refere
que há cerca de 3 dias apresenta tosse produtiva com expectoração amarelo esverdeado, além de febre
alta (mensurada 39ºC). Evoluiu com dor torácica ventilatório dependente à direita, difusa e de intensidade 5
em uma escala de 0 a 10, dispneia aos grandes esforços, com palpitações, escarros hemáticos e nega ter
utilizado medicações. Relata ter artralgia, é hipertensa há 5 anos e faz uso de Losartana. Afirma ser
tabagista há 15 anos, 01 carteira/dia.
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João Pedro Wanderley Soares - 149

Marque a alternativa correta em relação às queixas respiratórias


a. Expectoração hemoptóica e hemoptise significam eliminação, junto com a tosse, de sangue
proveniente das vias aéreas superiores
b. A dispneia decorrente da pneumonia leva à congestão passiva dos pulmões
c. Febre, tosse e dispneia são queixas frequentes de pacientes portadores de pneumonia
d. Artralgia é um sintoma sempre presente nos portadores de pneumonia
9. Respiratório - Em relação às queixas respiratórias, marque a alternativa correta:
a. Paciente 27 anos, masculino, sem comorbidades. Refere dor súbita, de forte intensidade no
hemitórax esquerdo, após esforço físico, acompanhada de tosse seca e dispneia. Existe
grande possibilidade de tratar-se de pneumotórax
b. Paciente 27 anos, masculino, sem comorbidades. Refere dor súbita, de forte intensidade no
hemitórax esquerdo, após esforço físico, acompanhada de tosse seca e dispneia. Existe grande
possibilidade de tratar-se de dor pleurítica.
c. Paciente 57 anos, masculino, tabagista de longa data, queixa de tosse crônica, com expectoração,
mais acentuada quando deita. Existe grande possibilidade da tosse ser secundária a embolia
pulmonar
d. Paciente portador de derrame pleural importante no hemitórax direito apresenta dispneia do tipo
platipneia
10. Respiratório - Sobre semiologia pulmonar, marque V ou F:

Verdadeiro Falso Sentença

Tuberculose e pneumonia são


X síndromes de consolidação
pulmonar

A tiragem pode ocorrer de


X
forma fisiológica

A respiração de Cheyne
X Stokes é característica do
paciente asmático

No pneumotórax, a
X expansibilidade e o MV se
encontram diminuídos.

A palpação não é relevante na


X semiologia do aparelho
respiratório.

11. Respiratório - Qual a única alternativa correta?


a. FTV diminuído, submacicez ou macicez e MV abolido: atelectasia
b. FTV diminuido, submacicez e MV aumentado: derrame pleural
c. FTV aumentado, timpanismo e MV aumentado: Enfisema pulmonar
d. Estertores grossos, pico hipertensivo, dispneia: Congestão passiva pulmonar
e. FTV diminuído, submacicez e MV aumentado: Pneumonia
12. Respiratório - Paciente com diagnóstico de Enfisema pulmonar, quais os achados semiológicos que mais
se encaixam
a. Tórax atípico, expansibilidade diminuída e MV diminuído
b. Tórax em tonel, expansibilidade diminuída e MV aumentado.
c. Toraxquilha , expansibilidade aumentada e FTV diminuído
d. Expansibilidade diminuída, som timpânico à percussão e MV diminuído
e. FTV aumentado, som timpânico à percussão e MV aumentado

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João Pedro Wanderley Soares - 149

13. Respiratório - Mulher de 22 anos sofreu acidente automobilístico há duas horas e chegou ao PS com
quadro de taquidispneia e tiragem em HTD. Ao exame físico, o médico de plantão percebeu: expansibilidade
e FTV diminuídos com Murmúrio vesicular também muito diminuído no HTD. Considerando a história clínica
e o exame físico descrito, qual a hipótese diagnóstica?
a. Atelectasia
b. Pneumotórax
c. Hemotórax
d. Pneumonia
e. Derrame pleural
14. Respiratório - Em relação às principais queixas do aparelho respiratório, marque V para as assertivas
verdadeiras e F para as falsas:

Verdadeiro Falso Sentença

De acordo com a história da


doença atual (HDA,) as
características da tosse e a
X
febre, sugerem infecção,
provavelmente de etiologia
bacteriana

Paciente portador de abscesso


X pulmonar pode apresentar
vômica

As tosses acompanhadas de
sibilos são características de
X broncoespasmo e observadas
em pessoas com asma e
alergia

Na hemoptise, o sangramento
provoca tosse, com sensação
de asfixia, enquanto que na
X hematêmese, o sangramento
pode ser vivo ou em borra de
café e pode vir acompanhado
de restos alimentares

Sibilância ou chiado localizado


difusamente em ambos os
X hemitórax pode indicar tumor
ou corpo estranho obstruindo
um brônquio.

15. Respiratório - Marque V ou F sobre semiologia do aparelho respiratório:

Verdadeiro Falso Sentença

De acordo com a história da


doença atual (HDA,) as
características da tosse e a
X
febre, sugerem infecção,
provavelmente de etiologia
bacteriana

50
João Pedro Wanderley Soares - 149

Paciente portador de abscesso


X pulmonar pode apresentar
vômica

As tosses acompanhadas de
sibilos são características de
X broncoespasmo e observadas
em pessoas com asma e
alergia

Na hemoptise, o sangramento
provoca tosse, com sensação
de asfixia, enquanto que na
X hematêmese, o sangramento
pode ser vivo ou em borra de
café e pode vir acompanhado
de restos alimentares

Sibilância ou chiado localizado


difusamente em ambos os
X hemitórax pode indicar tumor
ou corpo estranho obstruindo
um brônquio.

16. Respiratório - Sobre semiologia respiratória, marque V ou F:

Verdadeiro Falso Sentença

Estertores finos são típicos de


X
congestão passiva pulmonar

Timpanismo está presente no


X Enfisema, no Pneumotórax e
na atelectasia

Ortopneia é característica em
X pacientes com congestão
passiva pulmonar

Estertores grossos estão


X presentes nas síndromes de
consolidação pulmonar

Na atelectasia o FTV está


X
aumentado

17. Cardiovascular - Paciente de 65 anos, hipertenso e tabagista, vem apresentando dor torácica aos esforços.
Procurou atendimento médico e foi auscultado sopro mesossistólico rude em segundo espaço intercostal
esquerdo. Ao auscultar a região do ictus cordis, o mesmo sopro, com as mesmas características, foi
também auscultado. Qual o provável diagnóstico do paciente e o que explica a ausculta do sopro no ictus,
respectivamente?
a. Angina do peito e sinal de Rivero Carvallo
b. Dissecção aórtica e sinal de Cruzoé
c. Estenose aórtica e fenômeno de Gallavardin
d. Angina do peito e fenômeno de Gallavardin
e. Insuficiência aórtica e sinal de Rivero Carvallo
18. Cardiovascular - Sobre semiologia cardiovascular, marque V ou F:

51
João Pedro Wanderley Soares - 149

Verdadeiro Falso Sentença

Desdobramento fisiológico da
X segunda bulha (B2) ocorre na
expiração profunda

Pacientes com fibrilação atrial


X não apresenta a quarta bulha
(B4)

Hepatomegalia e edema de
X membros inferiores são sinais
de insuficiência cardíaca direita

O levantamento de mesocárdio
X é o sinal de hipertrofia de
ventrículo direito

Quando todas as bulhas


cardíacas estão presentes, a
X
ordem de aparecimento é: B3 -
B1 - B2 - B4

19. Cardiovascular - Paciente de 25 anos apresenta estenose mitral. Que característica não se enquadra no
quadro da doença?
a. M1 hiperfonética
b. Estalido de abertura
c. Ruflar sistólico
d. Sopro com reforço pré-sistólico
e. Aumento do átrio direito
20. Cardiovascular - Paciente de 55 anos começou a apresentar quadro de desmaios frequentes há cerca de 1
ano e dispneia aos moderados esforços há 3 meses. Em consulta de rotina, foi ausculta sopro sistólico
4+/6+ em segundo espaço intercostal direito e uma M1 hiperfonética com sopro tipo ruflar no ictus cordis. As
prováveis valvulopatias do paciente são:
a. Insuficiência pulmonar e Estenose mitral
b. Estenose aórtica e estenose mitral
c. Estenose pulmonar e insuficiência mitral
d. Estenose aórtica e estenose tricúspide
e. Estenose pulmonar e insuficiência mitral
21. Cardiovascular - Marque V ou F sobre semiologia cardiovascular:

Verdadeiro Falso Sentença

A dissecção aórtica cursa com


X dor lancinante e irradiação
para o dorso

A dispneia no cardiopata indica


congestão pulmonar
X
decorrente da insuficiência
ventricular direita

A percepção dos batimentos


X cardíacos nem sempre
significam arritmia

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Hepatomegalia, edema de
mmiis e hipotensão são
X
sintomas de insuficiência
ventricular direita

A dor da pericardite alivia com


X
a posição genupeitoral

22. Cardiovascular - Marque a alternativa correta:


a. A B1 tem como componentes o M1 e o A1
b. O pulso parvus é típico da insuficiência aórtica
c. A B3 é um ruído telediastólico que, quando presente, ocorre após a B2
d. O pulso em martelo d'água é típico da estenose aórtica
e. Pacientes com fibrilação atrial não têm B4
23. Cardiovascular - Marque V ou F sobre semiologia cardiovascular:

Verdadeiro Falso Sentença

A manobra de Valsalva
acentua os sons de
X
insuficiência e de estenose
aórtica

A manobra de handgrip
X acentua o sopro da
insuficiência aórtica

Expiração profunda acentua o


X
sopro da estenose aórtica

A manobra de rivero carvallo


X diminui o sopro da insuficiência
tricúspide

O fenômeno de Gallavardin é
X
típico da insuficiência mitral

24. Cardiovascular - Seu João, 55 anos, foi levado ao PS com quadro de tosse com hemoptóicos e
taquidispneia em repouso. Ao exame físico, o plantonista percebeu tiragem e ausculta de estertores finos
até metade de AHT. Ao exame do aparelho cardiovascular, o ictus cordis estava desviado para a esquerda e
um sopro holossistólico de forte intensidade era audível no quinto espaço intercostal esquerdo, ao nível da
linha axilar anterior. De acordo com a descrição, seu João apresenta:
a. Insuficiência cardíaca direita e Insuficiência tricúspide
b. Insuficiência cardíaca esquerda e Estenose mitral
c. Insuficiência cardíaca esquerda e Insuficiência mitral
d. Insuficiência cardíaca direita e Insuficiência mitral
e. Pericardite e Insuficiência mitral
25. Cardiovascular - Marque V ou F, sobre semiologia do aparelho cardiovascular:

Verdadeiro Falso Sentença

Manobra de Handgrip
X intensifica sopro de
Insuficiência aórtica

53
João Pedro Wanderley Soares - 149

Expiração profunda diminui o


X
sopro da insuficiência aórtica

Manobra de Rivero Carvallo


X positiva é sugestiva de
Insuficiência tricúspide

A primeiro bulha tem como


X
componentes : A1 e P1

Sinal de Musset é achado


X semiológico da Insuficiência
aórtica

26. Cardiovascular - Sobre semiologia do aparelho cardiovascular marque V ou F:

Verdadeiro Falso Sentença

O sopro do tipo ruflar é


X característico da estenose
mitral

O Bloqueio de ramo direito


pode ocasionar
X desdobramento do
componente pulmonar da
segunda bulha

Desdobramento fisiológico da
X segunda bulha ocorre na
expiração profunda

Pulsos em martelo d'água são


X característicos de Estenose
aórtica

Pacientes com fibrilação atrial


X
nunca apresentam B4

27. Cardiovascular - Dona Maria, com quadro de dor torácica, procurou atendimento no ambulatório de
Cardiologia. Ao exame físico, sopro sistólico rude foi auscultado, principalmente, no 2° espaço intercostal
direito, mas também era audível nos outros focos de ausculta. Estamos diante de:
a. Insuficiência mitral e fenômeno de Gallavardin
b. Estenose pulmonar e fenômeno de Rivero Carvallo
c. Insuficiência aórtica e fenômeno de Gallavardin
d. Estenose aórtica e Insuficiência mitral associadas
e. Estenose aórtica e fenômeno de Gallavardin
28. Cardiovascular - Sobre semiologia cardiovascular, marque V ou F:

Verdadeiro Falso Sentença

Sopro sistólico em diamante é


X característico da insuficiência
mitral

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João Pedro Wanderley Soares - 149

Manobra de handgrip acentua


X
o sopro da estenose aórtica

Pulso parvus e tardus é


X característico da insuficiência
aórtica

A postura maometana é
assumida pelo paciente para
X
alívio para dor da dissecção
aórtica

Click associado a sopro


X telessistólico é característico
de prolapso da valva mitral

29. Semiologia ginecológica - Durante a anamnese na primeira consulta ginecológica, em caso de mulher com
atividade sexual:
a. As questões sobre sexualidade só podem ser abordadas caso a paciente tenha queixas sexuais ou
se há suspeita de doenças sexualmente transmissíveis
b. As questões sobre sexualidade devem ser abordadas e, caso a paciente se sinta desconfortável, o
médico deve explicar que ela deve responder a todas as questões para que a anamnese seja
completa
c. As questões sobre sexualidade devem ser abordadas, mas, algumas questões específicas
podem ser perguntadas em consultas subsequentes, caso o médico sinta que a paciente está
desconfortável em responder
d. As questões sobre sexualidade não devem ser abordadas nessa primeira consulta
30. Semiologia ginecológica - Paciente de 17 anos refere como motivo da consulta a presença de um
corrimento recorrente há 3 anos, que dura poucos dias e não tem prurido. Refere menarca aos 12 anos,
início da atividade sexual aos 14 anos com uso de condom como método contraceptivo e relata ciclos
menstruais regulares. Queixa-se que há 1 dia o corrimento voltou. Com base nessas informações, você:
a. Deve perguntar sobre o ciclo menstrual, visto que esse corrimento é característico de gravidez
b. Deve perguntar sobre o ciclo menstrual, visto que esse corrimento é característico de início de fase
folicular ou final da fase lútea
c. Deve perguntar sobre o ciclo menstrual, visto que esse corrimento é característico de final de
fase folicular ou início de fase lútea
d. Deve perguntar se o uso de condom ocorre em todas as relações, visto que com base nestas
informações há indícios de corrimento por agente sexualmente transmissível
31. Semiologia ginecológica - Com relação ao recrutamento e seleção do folículo dominante no ciclo
menstrual normal, podemos afirmar que ocorre:
a. Entre o décimo e o décimo quarto dia do ciclo menstrual
b. No primeiro dia do ciclo menstrual
c. Entre o quinto e o sétimo dia do ciclo menstrual
d. Entre o primeiro e o quarto dia do ciclo menstrual
32. Semiologia ginecológica - Observe o gráfico:

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João Pedro Wanderley Soares - 149

As ondas azuis, roxa, verde e vermelha representam, respectivamente:


a. FSH, LH, estradiol e progesterona
b. FSH, estradiol, LH e progesterona
c. LH, FSH, estradiol e progesterona
d. Estradiol, LH, FSH e progesterona
33. Semiologia ginecológica - Dispareunia significa:
a. Dor vaginal durante o coito
b. Hemorragia durante o coito
c. Dor no baixo ventre durante a menstruação
d. Distúrbio menstrual
34. Semiologia ginecológica - O exame ginecológico dinâmico de rotina segue uma sistematização para
diagnóstico clínico ou suspeita de algumas patologias ginecológicas. Indique abaixo qual a alternativa
correta:
a. O toque bimanual serve para avaliar os órgãos de reprodução pélvicos
b. O exame especular serve para avaliar a posição e o volume do útero
c. Os ovários sempre são palpáveis em um exame ginecológico bem feito
d. A inspeção estática do abdome serve para diagnóstico de massas anexiais
35. Semiologia ginecológica - Assinale a alternativa falsa:
a. Através do exame especular sempre devemos avaliar pregueamento, coloração e conteúdo vaginais
b. Durante o exame vaginal, é possível observar os prolapsos genitais, se existirem
c. A inspeção (estática e dinâmica) das mamas, bem como a palpação das mamas e das cadeias
linfonodais são etapas fundamentais do exame das mamas, bem como a expressão do complexo
aréolo-mamilar
d. Para o exame das mamas, podemos proceder à manobra de Velpeau, que é realizada usando
as mãos espalmadas do examinador em movimentos circulares, ou à manobra de Bloodgood,
utilizando as pontas dos dedos do examinador “em dedilhar de piano”, mas, os dois métodos
não devem ser usados no mesmo dia na mesma paciente
36. Semiologia ginecológica - Paciente obesa de 50 anos vem na consulta ginecológica de rotina. Neste caso
assinale a alternativa INCORRETA
a. A manobra de Valsalva pode ser usada para investigar se tem incontinência ou prolapso
b. O exame ginecológico deve ser complementado pela ultrassonografia, já que o toque poderá ser
inconclusivo
c. O exame das mamas deve ser realizado com a paciente sentada, depois deitada
d. O exame especular vai ser impossibilitado pelo aumento da pressão intrabdominal causado
pela obesidade
37. Semiologia ginecológica - Marque a alternativa com os termos/siglas a seguir, na sequência correta: SUA;
dismenorreia, menopausa, menarca, IST

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João Pedro Wanderley Soares - 149

a. Sangramento uterino anormal; dor/cólica na menstruação; última menstruação (após um ano


sem menstruar, na fisiológica); primeira menstruação; infecção sexualmente transmissível
b. Sangramento uterino aumentado, dificuldade para menstruar; data da última menstruação; primeira
menstruação; infecção sexualmente transmissível
c. Sangramento uterino anormal; dor na menstruação; primeira menstruação; última menstruação (após
um ano sem menstruar, na fisiológica); infecção sexualmente transmissível
d. Sangramento urinário anormal; dor na menstruação; última menstruação (após um ano sem
menstruar, na fisiológica); aparecimento de pelos pubianos; infecção sistêmica transmissível

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