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Semiologia

- Riqueza de detalhes ao descrever lesões e


Semiologia alterações
- Anexos: encaminhamentos, cópias de receitas,
Semiologia → estudo dos métodos de exame relatórios, radiografias, etc.
clínico, que investiga os sinais e sintomas da
doença, discute seu mecanismo e seu valor,
Exame clínico
coordena e sistematiza todos os elementos para
construir o diagnóstico e deduzir o prognóstico.
O objetivo do exame clínico é a colheita de dados
que constituirão a base do diagnóstico. Para um
bom exame clínico exige-se: apuro dos sentidos,
CONCEITOS capacidade de observação, bom senso, critério e
discernimento, além do conhecimento básico
Sinais → Manifestações clínicas visíveis e sobre a doença. É importante realizar de forma
perceptíveis pelo profissional no exame clínico, ou criteriosa o preenchimento da ficha clínica. Divide-
através de outros meios. Ex.: mobilidade dental, se em 1. Anamnese e 2. Exame físico.
úlceras na mucosa bucal, mau hálito, etc.
Anamnese
Sintomas → Manifestações subjetivas percebidas Antes de tudo, o paciente deve ser ouvido. Deve
pelo paciente e relatadas ao profissional, que não ser realizada de forma espontânea, evitando
perguntas muito dirigidas. O termo anamnese
podem ser visualizadas pelo observador.
indica tudo o que se refere à manifestação dos
Diagnóstico → reconhecimento de uma doença sintomas da doença, desde suas manifestações
iniciais até o momento do exame. Deve ser feita
com base nos seus sinais e sintomas.
em um ambiente onde o paciente se sente à
Prognóstico → trata do provável desenvolvimento vontade, longe da cadeira e dos instrumentos
clínicos. Compreender o paciente e dar-lhe
da doença. É baseado nas possibilidades
privacidade, conforto e não interromper sua fala.
terapêuticas.
Itens a ser avaliados na anamnese:
- Identificação do paciente
Semiologia - Queixa principal ou motivo da consulta
- História da doença atual ou da queixa principal
- História odontológica
Propedeutica
- História médica atual
Semiotécnica Semiogênese - História médica pregressa
clínica
- História familiar
- Hábitos e vícios
Técnica de Especifica o diagnóstico,
pesquisa dos sinais
Origem dos sinais e presumindo o prognóstico - Revisão de sistemas fisiológicos
sintomas e estabelecendo o
e sintomas. tratamento.

1. Identificação
Nome: completo e por extenso, para o
Ficha clínica (semiografia) arquivamento do prontuário.

Idade: é importante saber a idade, pois existem


A ficha clínica deve atender a critérios certas doenças que incidem com maior frequência
administrativos, clínicos e legais. A ficha deve ter: em determinadas faixas etárias.

- Registro de informações trocadas em formulário Gênero: Existe predileção de certas doenças por
próprio um dos sexos.
- Condições gerais de saúde pregressas e presentes
- Nova história e novo exame em cada retorno Cor/raça: leucoderma, melanoderma e feoderma.
- Ficha clínica inicial e registro de todas as Há determinadas afecções mais comuns de acordo
consultas com a raça. Carcinomas de pele são mais

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frequentes em indivíduos de cor clara. As displasias ocorrências buco-dentárias. Nesta fase do exame
fibrosas são mais comuns em negros. clínico, é importante saber:
a) Freqüência de visitas ao dentista;
Estado civil: Importante para avaliar a b) Experiências passadas, durante e depois da
problemática psicológica e em relação a doenças aplicação da anestesia local e de extrações
sexualmente transmissíveis. dentais;
c) Tratamentos realizados anteriormente -
Nacionalidade e naturalidade: deve ser referida em protéticos, periodontais, endodônticos,
razão da existência de zonas endêmicas ou etc;
epidêmicas de determinadas moléstias. d) Condições psicossociais associadas à
necessidade de tratamento (ansiedade,
Residência: atual e anteriores. Importante em depressão, fobia, etc)
doenças infectocontagiosas e carenciais. e) Hábitos e dores na região da ATM;
i. Apertamento dos dentes;
Profissão e ocupação: profissão atual e ocupações ii. Briquismo;
anteriores. Certas profissões podem predispor o iii. Mordedura de lábio, mucosa jugal ou
indivíduo a determinadas doenças. língua;
iv. Projeção lingual;
Outros dados: telefone, filiação e nome do v. Respiração bucal;
responsável. vi. Dificuldade em abrir a boca
extensamente;
2. Queixa principal ou motivo da consulta vii. Movimentos alterados;
Representa o motivo fundamental que levou o viii. Sons articulares.
paciente à consulta e pode ser representada pela
presença de indícios de anormalidade (um ou mais 5. História médica pregressa e atual
sinais e/ou sintomas), evolução não satisfatória de Visa à obtenção de informações detalhadas sobre
algum tratamento realizado que leva o paciente a todas as doenças de caráter sistêmico que
procurar outro profissional ou, ainda, uma simples acometeram o paciente desde o nascimento até a
consulta de rotina sem sintomatologia presente. data atual. Devem ser relatados: histórico de
Sempre que possível o relato da queixa deve ser doenças infecto-contagiosas, hospitalizações,
registrado com as próprias palavras do paciente, cirurgias, sangramentos, cicatrização,
desde que razoavelmente inteligíveis e não medicamentos em uso ou já utilizados.
excessivamente prolixas. Registrada com as A importância desta etapa da anamnese se resume
próprias palavras do paciente, para refletir nos seguintes tópicos:
precisamente a percepção dele sobre o problema a) Assegura que o tratamento dental não
(sic = dito assim mesmo). prejudique o estado geral do paciente nem
seu bem-estar;
3. História da doença atual b) Averigua presença de alguma doença de
Parte mais importante da anamnese. A história da ordem geral do paciente, ou fato do
doença atual resulta no histórico completo e mesmo estar tomando algum
detalhado de queixa apresentada em toda sua medicamento destinado ao seu tratamento
evolução temporal e sintomatológica. Abrange a e que poderá prejudicar o correto
doença desde seu início até o dia do exame. Deve atendimento odontológico;
ser colhida e transcrita seguindo o seguinte roteiro: c) Auxilia no diagnóstico de uma doença
a) Época e modo do início da doença ignorada que exija um tratamento especial;
b) Modo de evolução da doença e d) Representa um documento legal
tratamentos efetuados Obs.: a história médica deve sempre ser revisada a
c) Intercorrências de outros sintomas cada retorno, com possíveis alterações em relação
d) Queixas atuais ao último tratamento.

4. História odontológica 6. Antecedentes familiares


Deve investigar todo antecedente estomatológico Têm por objetivo a obtenção de informações sobre
do paciente, compondo um completo histórico das o estado de saúde, principalmente, de pais, irmãos,
avós, esposa (o) e filhos, na busca de uma eventual

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doença herdada ou com tendência familiar. As manobras clássicas para o exame físico são:
Pergunta-se sistematicamente: diabetes mellitus, inspeção, palpação, percussão, auscultação e o
hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas, olfato.
úlcera péptica, hemofilia, anemia falciforme, erros - É importante avaliar todas as estruturas
metabólicos. anatômicas intra e extrabucais, que não sejam
apenas dentes e tecidos de suporte, o que é
7. Hábitos e vícios fundamental para a identificação de eventuais
O conhecimento de hábitos adquiridos pelo agravos à saúde.
paciente, frequentemente, se constitui em - Diagnóstico e consequentemente o tratamento
elemento chave para elaborar o diagnóstico e adequado das lesões bucais só ocorre mediante
fundamentar o prognóstico. Hábitos nocivos, como um exame clínico minucioso.
tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e drogas, - Identificadas as lesões é importante descrever
devem ser minuciosamente determinados quanto com a maior riqueza possível de detalhes.
ao tipo, tempo de uso, quantidade, variações ou Para o exame físico, o examinador deve ter os
interrupções. É importante se atentar para os sentidos aguçados, segurança e conhecimento das
hábitos bucais do paciente: fio dental, escovação, estruturas anatômicas, iluminação adequada, secar
bochechos, ranger ou apertar os dentes. as áreas a serem examinadas e afastar as
estruturas que se interpõem à visão, além de ser
8. Revisão de sistemas necessária a cooperação do paciente.
Frequência, duração, e severidade dos sintomas
associados à disfunção dos sistemas orgânicos. Recursos semiotécnicos:
Possível avaliação de risco cirúrgico. Inspeção: É a avaliação visual sistemática do
paciente submetido ao exame. O examinador
utiliza-se da inspeção a cada momento em que
Exame físico olha o seu paciente, observando os traços
anatômicos, fisiológicos e psíquicos. Todas as
Ambulação e atitude características observadas e que se constituem em
Harmonia dos alterações da normalidade devem ser
segmenos corporais minuciosamente descritas no prontuário do
Geral
Sinais vitais
paciente, tais como: localização precisa, dimensão,
forma, cor, relações com estruturas normais,
Tegumento visível aspectos da superfície, etc.
Sobre a inspeção, costuma-se dizer: “Não basta
Exame Fácies, olhos, olhar, há que se ver; não basta ver, há que se
físico músculos faciais,
glandula parotida, analisar; não basta analisar, há que se
Extrabucal
ATM, cadeias compreender; não só uma parte, mas o todo”.
ganglionares cranio-
carvicais

Locorregio
Palpação: A palpação deve abranger todas as
nal Lábios, vestíbulo estruturas extra e intra bucais sob a
bucal, face interna responsabilidade do CD e, inclusive as mais
da mandibula,
lingua, mucosa jugal, afastadas que possam apresentar alterações
Intrabucal palato, rebordo tributárias ou não dos tecidos bucais. Ela nos
alveolar, úvula,
pilares tonsilares, fornece informações a respeito da consistência,
tonsilas, orofaringe limites, sensibilidade, textura superficial,
dentes e periodonto
infiltração, pulsação, flutuação, mobilidade e
temperatura das lesões. No exame dos dentes se
Geralmente sucede a anamnese e objetiva a utiliza da chamada palpação indireta através de
pesquisa de sinais presentes. No exame físico, sonda exploradora. De forma geral, as estruturas
utiliza-se fundamentalmente os sentidos naturais moles são examinadas pelo que se denominam de
do profissional na exploração dos sinais. No exame palpação bi digital, digital e dígito-palmar. A
físico devem ser respeitadas todas as manobras de palpação bi manual e bi digital consistem em
biossegurança. comparar um lado com o outro e permitir a
percepção de alterações não visíveis.

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Auscultação: É pouco usada em Estomatologia. No Exame de células raspadas da superfície de uma


entanto, vem sendo cada vez mais valorizada sua lesão com um instrumento, colocado e fixado em
utilização na ausculta de estalidos da A.T.M., uma lâmina com objetivo de obtenção de
principalmente quando se ampliam esses sons por diagnóstico.
meio de um estetoscópio. A auscultação é um Indicações: presença de lesões extensas ou
recurso indispensável quando se mede a pressão múltiplas para preservação de paciente(s) sem
arterial do paciente. oportunidade cirúrgica (ex.: candidíase e infecções
virais).
Olfato: O odor exalado por determinadas lesões, Obs.: Nas lesões malignas a citologia esfoliativa
bem como o hálito do paciente, podem ser de pode indicar malignidade (exame inespecífico),
valor semiológico. Assim, pacientes portadores de necessitando um exame mais específico (biópsia)
pênfigo foliáceo, apesar de não apresentarem para confirmação do diagnóstico.
lesões bucais, exalam odor característico de “ninho
de rato”; tumores malignos avançados conferem Biópsia:
ao paciente um hálito putrefato significativo. Remoção controlada e deliberada de tecido de um
organismo vivo para análise microscópica.
Indicações: todas as situações clínicas nas quais a
Nódulos linfáticos: Linfonodos normais não são confirmação ou o diagnóstico de uma lesão seja
palpáveis. necessário para o seu tratamento, ou seja: quando
Características dos linfonodos alterados: a avaliação clínica não apoia o diagnóstico
 Linfonodos com alterações inflamatórias → definitivo, se achados sugerirem neoplasia maligna
apresentam limite de aumento de volume; e quando o curso clínico da lesão for incoerente
superfície lisa, não apresentando com o diagnóstico inicial.
infiltração e apresentando mobilidade. São
sensíveis à palpação e apresentam Radiografia:
aumento de temperatura. Têm Indicações: quando há suspeita de envolvimento
consistência fibrosa ou borrachóide. de tecidos mineralizados (ossos, dentes e cálculos).
 Linfonodos com alterações neoplásicas →
apresentam crescimento sem limite;
superfície rugosa, infiltração e não Lesões fundamentais
apresentam mobilidade. Não são sensíveis
São as variadas alterações na pele ou na mucosa
à palpação e não apresentam aumento de
oral.
temperatura. Têm consistência rígida e
pétrea.
Lesões fundamentais

Exames complementares
São complementares ao exame clínico, não
fornecem o diagnóstico final. Podem ser solicitados Lesões primárias Lesões secundárias
para complementar diagnóstico ou excluir
diagnóstico.
Estágio
Hemograma Perda de integridade normalmente
da superfície mucosa observado pelo
- Úteis e de baixo custo; dentista
- Hematimetria: aumentada – policitemia, doença
cardíaca congênita ou síndrome de Cushing;
Diminuição – anemia Duram poucas horas
- Hemoglobina: anemia, policitemia; ou dias - fragilidade
- Hematócrito: definição das anemias;
- Leucometria: Leucocitose (infecção, inflamação,
leucemia e destruição tecidual); Manifestações
iniciais da doença
Citologia esfoliativa:

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Lesões Características
Placa Ligeira elevação com 1 ou 2 mm emergindo da superfície da mucosa. Maior em extensão
do que em profundidade. Tem superfície plana e não se destaca. Pode ser homogênea ou
manchada. Pode ter superfície verrucosa, lisa ou rugosa.
Mácula Alteração de coloração da pele ou mucosa sem elevação ou depressão de superfície. É
bem delineada. Pode ser:
- Eritema: vermelhidão inflamatória, dilatação dos capilares e desaparece sob pressão
- Telangiectasia: descoloração por dilatação anormal dos vasos.
- Petéquias: colorações vermelho-hemorrágicas sub epiteliais, até 2mm de diâmetro e
não desaparecem sob pressão. Vulgarmente, são pontos vermelhos.
- Equimose ou contusão: mancha hemorrágica, arroxeada, de tamanho maior que as
petéquias, e não desaparece sob pressão.
- Efélide: sardas; assintomáticas, pequenas máculas menores que 5mm; cor castanha-
amareladas; pele e lábios; estímulo da atividade dos melanócitos pela luz ultra violeta.
- Lentigem: máculas castanhas; face e dorso da mão; lesão cutânea comum em pessoas
de meia idade ou idosas. Estímulo da atividade dos melanócitos pelo envelhecimento e
exposição à luz ultravioleta.
- Melanose: pigmentação bucal plana, menor que 1cm. Pigmentação escura no lábio
inferior, gengiva, mucosa jugal e palato.
Erosão Perda focal da superfície do epitélio para a camada basal. Não expõe o tecido conjuntivo
e não deixa cicatrizes. Abrasão, queimadura química superficial, doenças autoimunes
severas.
Atrofia Suave e homogênea, com aparência frágil. Causada por má nutrição, alteração hormonal
ou doença sistêmica avançada.
Vesícula Elevação focal de conteúdo fluido. Superficial, com menos de 5mm de diâmetro. Podem
ser únicas ou agrupadas. Características de infecções virais.
Pústula Vesícula que contem pus. Característica de infecção bacteriana.
Bolha ou ampola Elevação cheia de líquido, superficial, maior que 5mm de diâmetro (maior que a vesícula)
Úlcera Perda total do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente. Dolorida e em
geral pode apresentar sangramento. As bordas e bases podem ser variadas, na maioria
dos casos apresentando um halo eritematoso ao redor, recoberto por pseudomembrana
e com exsudato na porção mais central.
Crosta ou escara Perda de integridade na superfície da pele. Concreção seca de células sanguíneas e
proteínas plasmáticas. Na escara, pode haver perda de tecido necrótico e ulceração. Na
boca são feridas com umidade, caracterizando descamações úmidas.
Fissura Defeito linear que se estende até a derme; fendas ou depressões superficiais ou
profundas. Podem sofrer infecções secundárias.
Fístula Trajeto recoberto por epitélio que comunica o espaço de um tecido a outro. Trajeto que a
infecção/pus percorre entre a região periodontal ou periapical de um dente até a mucosa
oral. É um sinal de infecção.
Pseudomembrana Resposta da mucosa a agente necrosante; forma uma falsa membrana que pode ser
removida por raspagem.
Cisto Cavidade revestida por epitélio com conteúdo líquido ou semi-sólido.
Exofítica ou Projeção de tecido além do contorno normal da superfície. Pode ser pediculada quando a
pólipo implantação na base é menor que a porção exofítica, ou pode ser séssil quando a
implantação tem base mais larga com contornos arredondados.
Pápula Elevação focal, sólida, com menos de 5mm de diâmetro, de formas e cores variadas.
Nódulo Aumento tecidual sólido de 5 a 15mm de diâmetro; origem traumática ou infecciosa.
Pode ser séssil ou pediculado.
Tumor Aumento de volume sólido maior que 15mm. Não é sinônimo de neoplasia.

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Sequência de diagnóstico diferencial


1. Classificação da anormalidade pelas manifestações primárias;
2. Listagem dos achados e manifestações secundárias;
3. Listagem das condições causadoras das manifestações primárias;
4. Eliminação das causas improváveis;
5. Listagem das causas possíveis por probabilidade;
6.
7. Determinação de um diagnóstico provável e plano para conclusão do diagnóstico definitivo.

Variações da normalidade
Variações Características
Eritema migratório benigno Língua geográfica ou Glossite migratória benigna: áreas irregulares de atrofia
das papilas filiformes, com bordas bem definidas e esbranquiçadas, de
aspecto circinado e área central eritematosa. É mais frequente nos 2/3
anteriores do dorso da língua. Mucosa labial, jugal, ventre de língua e palato
mole. Etiopatogenia desconhecida (hereditário-inflamatória). Lesões
migratórias.
Grânulos de Fordyce Glândulas sebáceas ectópicas. Ocorre na mucosa jugal e vermelhão dos lábios;
Ocasionais em área retromolar; pápulas múltiplas amareladas.
Leucoedema Superfície branco-acinzentada difusa. Mucosa jugal, normalmente simétrica;
ocorre em 90 % das crianças de raça negra. Pode ser relacionado ao
tabagismo. Não é removido com raspagem discreta. Desaparecimento
temporário pelo estiramento da mucosa.
Tórus palatino e mandibular Protuberâncias ósseas frequentes. Porção mediana do palato ou face lingual
da mandíbula (+ bilaterais). Massa óssea de consistência dura e etiologia
desconhecida. Tratamento necessário em caso de traumatismos constantes.
Varizes linguais Veias dilatadas e tortuosas na face ventral da língua. Acomete 2/3 da
população acima dos 60 anos. Assintomáticas e não necessitam de
tratamento, se não ocorrer complicação (trombose).
Língua fissurada Sulcos ou fissuras na superfície dorsal da língua, com profundidade, extensão
e quantidade variáveis; em 20 % dos casos está associada ao Eritema
migratório;
Melanose racial Pigmentação fisiológica: Acúmulo de pigmentação melânica (genética);
Melanodermas – maior atividade dos melanócitos – presentes em toda a
mucosa bucal; Simétrica e persistente, sem alterações; Mais comum na
mucosa gengival.
Fossetas congênitas de Demarcações discretas nas comissuras labiais.
comissura
Hiperplasia de papila Onde se localiza o óstio do ducto parotídeo. Pode estar proeminente
parotídea sugerindo uma alteração patológica.
Linha Alba de oclusão Discreta elevação linear, de cor branca, na mucosa jugal, na área
correspondente à linha de oclusão.
Papilite foliada Aumento do volume das papilas filiformes em região posterior de borda
lateral da língua. São formadas por tecido linfoide.
Língua crenada ou denteada Demarcação da borda da língua, provocada pelo constante contato com os
dentes. Pode ser causada por macroglossia, dentes ectópicos, ou tensão
emocional.
Língua saburrosa Condição comum, não patológica. Superfície do dorso lingual com coloração
esbranquiçada. Falta de higienização/ceratinização.
Frênulos e bridas Labiais: pregas fibrosas que se projetam dos lábios superior e inferior e se
unem ao rebordo alveolar na linha média dos lábios superior e inferior.
Podem ocorrer com aumentos de volume, inserção baixa e diastema entre
incisivos centrais superiores. As bridas são inserções musculares.

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Quielite glandular Aumento de volume do lábio inferior, provocado pelo aumento


correspondente das glândulas salivares menores (pequenos nódulos).
Folites palatinas de Stieda Duas discretas concavidades, bilateralmente, próximas à linha média, na
porção posterior do palato duro, próximo ao palato mole.
Carúncula sublingual Bilateral ao freio lingual e junto ao soalho da boca. São os orifícios das
glândulas submandibulares e sublinguais; podem estar proeminentes.

Revisão de sistemas cardiovasculares e resiliência reduzida do


sistema cardiovascular. Em pacientes que
apresentam risco, usar a dose mínima
Como tratar um paciente com determinado possível, sem prejudicar a eficácia do
problema? tratamento, visto que anestesia sem
vasoconstritor não tem o mesmo tempo de
duração. A dosagem excessiva aumenta a
CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES pressão arterial e causa arritmias. Em PA >
180/110mmHg não administrar anestésico
1. Hipertensão com vasoconstritor. Atentar para o risco de
Pressão arterial em repouso acima de 140mmHg interações entre os medicamentos: uso
sistólica ou 90mmHg diastólica. prolongado de anti-inflamatórios pode
O quadro de hipertensão é assintomático na diminuir a atividade de anti-hipertensivos.
maioria, mas pode causar cefaleia, turvação da Quando o dentista identifica um quadro de
visão ou alteração do estado mental. Pode levar a hipertensão não tratado, seu papel é encaminhar o
complicações como doença cerebrovascular, paciente ao tratamento médico adequado. É ideal
doença renal, doença das artérias coronárias. que o tratamento seja iniciado após o controle da
Estresse emocional, demanda fisiológica e uso de pressão arterial.
vasoconstritores podem levar à elevação
temporária da PA. Conduta do CD
Os fármacos usados para tratar a hipertensão - Leve ou controlada – 120/80mmHg até
normalmente têm bloqueadores dos canais de 160/105mmHg: normal, com ou sem
cálcio, que podem levar à hiperplasia gengival. encaminhamento ao médico. Para procedimentos
cirúrgicos avaliar possibilidade de sedação.
O cirurgião dentista, ao atender um paciente que - Moderada – de 160 a 170/de 105 a 115mmHg:
sofre de hipertensão, deve levar em conta a encaminhamento ao médico para revisão ou
história da doença para determinar a gravidade: tratamento. Para procedimentos cirúrgicos
época do diagnóstico, esquema terapêutico (qual simples, avaliar a possibilidade de sedação.
medicamento o paciente usa) e a presença de Procedimentos cirúrgicos múltiplos ou extensos
complicações em outros órgãos. O CD deve agir de requerem hospitalização.
forma a reduzir o estresse do paciente e controlar - Grave – de 170 a 190/de 115 a 125mmHg:
sua ansiedade, procurando saber se ele tem algum Avaliação, radiografias e moldagens.
tipo de fobia, ou medo de dentista. Escolher Encaminhamento ao médico para tratamento e
horários de atendimento pela manhã é importante adequação para outros procedimentos.
para evitar que o paciente chegue ao consultório - Maligna – mais que 190/mais que 120mmHg:
estressado. É importante sempre monitorar a PA Emergência Médica
do paciente durante o atendimento.
Devemos aferir a pressão arterial de todos os
novos pacientes, e nos retornos pelo menos uma 2. Angina do peito
vez ao ano. Se os valores iniciais forem maiores Tipo de dor torácica causada pelo fluxo reduzido
que 140/90mmHg, devemos aferir em todas as
de sangue até o coração. Essa dor tem intensidade
consultas. moderada, localizada retroesternalmente, porém
Uso de adrenalina: o uso de mal localizada. A dor se irradia para o ombro e
vasoconstritores em pacientes com braço esquerdos, ou pescoço e mandíbula, e tem
doenças cardiovasculares é controverso. É curta duração, podendo durar de 2 a 10 minutos.
importante lembrar que pacientes Usa-se Isordil sublingual para aliviar a dor.
hipertensos podem ter outras doenças

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Etiologia → estreitamento aterosclerótico de uma Cefaleia discreta indica dose terapêutica. Falta de
ou mais artérias coronárias. alívio da dor indica Infarto ou pré-infarto.);
Oxigênio;
Conduta do Cirurgião Dentista Se a dor é persistente chamar a ambulância. PA e
Angina leve (< 1 ataque/mês) pulso cada 5 min. Preparar-se para ressuscitação
- Sedação leve para cirurgias menores; sedação IV cardiopulmonar.
para maiores ou AG.
- Redução do estresse, manejo da ansiedade e 3. Infarto do miocárdio
consultas curtas. Lesão irreversível do miocárdio, resultado de uma
- Limitar vasoconstritores ao máximo POSSÍVEL. isquemia prolongada. Manifesta-se como uma dor
- Tratamento odontológico normal com ou sem torácica sem irradiação para o braço esquerdo e
técnica de sedação. mandíbula. Podem estar presentes dispneia,
palpitações, náusea e vômitos. O diagnóstico pode
Angina moderada (< 1 ataque/semana) ser feito por manifestação clínica,
- Nitroglicerina ou Isossorbida profilática; eletrocardiograma ou exame de enzimas cardíacas.
- Sedação leve para cirurgias menores; internação Podem surgir complicações como arritmias,
hospitalar para maiores; insuficiência cardíaca congênita e angina.
- Redução do estresse, manejo da ansiedade e
consultas curtas; Tratamento odontológico do paciente que teve
- Contraindicação de vasoconstritores; infarto no miocárdio
- Tratamento odontológico normal para
procedimentos dentários simples não cirúrgicos, Até 6 meses de IM:
com consulta médica. Profilaxia com nitroglicerina - Adiar tratamento, se possível.
associada ou não à técnica de sedação para - Consultar médico.
procedimentos dentários extensos e cirurgias - Mínimo de tensão.
simples. - Procedimentos simples de profilaxia e
restauração.
Angina grave (ataques diários) - Procedimentos mais extensos ou cirúrgicos
- Consulta médica devem ser substituídos por paliativos ou em caso
- Nitroglicerina ou Isossorbida profilática para de urgência devem ser feitos em hospital.
procedimentos simples *Somente exame clínico
- Cirurgias eletivas contraindicadas
- Avaliação e diagnóstico normais. Consulta De 6 meses a 1 ano:
médica. Procedimentos dentários restauradores e - Pensar em adiamento.
cirúrgicos requerem hospitalização. - Consultar médico.
- Reduzir tensão ao mínimo, se necessário com
*O CD deve se atentar para o bom relacionamento sedação.
com o paciente, consultas curtas, profilaxia com - Procedimentos cirúrgicos extensos devem ser
Isordil, técnicas de sedação e hospitalização. adiados ou realizados em ambiente hospitalar.
*Consulta e procedimentos simples
Tratamento de um ataque de angina
agudo no consultório. Acima de 1 ano:
- Sinais e Sintomas: dor torácica com ou sem - Tratamento normal até de procedimentos
irradiação, fraqueza, com ou sem Dispneia, cirúrgicos simples.
apreensão, aumento da pressão arterial e da - Minimização da tensão e técnicas de sedação,
frequência do pulso com ou sem sudorese. caso necessário.
- Tratamento: - Procedimentos cirúrgicos extensos com avaliação
Suspender tratamento dentário; reclinar o médica, com ou sem hospitalização.
paciente a 45º e abaixar posição da cabeça se a PA *Tempo mínimo de cirurgia eletiva
Sistólica < 100;
Tranquilizar o paciente; 4. Insuficiência cardíaca congestiva
Nitroglicerina sublingual (dor aliviada de 3-5 min. É a incapacidade do coração de fornecer
Pode ser repetida 2 vezes em intervalos de 5 min. suprimento adequado de sangue oxigenado para
atender às demandas.

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Os sintomas podem ser: optar por sedação e hospitalização, caso julgue


- Insuficiência Cardíaca Esquerda: Dispnéia, necessário, em casos de procedimentos cirúrgicos.
especialmente ao esforço; Ortopnéia (falta de ar
em decúbito); Dispnéia noturna paroxística. - Pacientes de risco elevado: Este paciente é
- Insuficiência Cardíaca Direita: Edema periférico; sintomático, mesmo em tratamento; normalmente
Congestão hepática; Ascite. faz uso de doses crescentes de medicamentos,
O tratamento tem como objetivo identificar e inclusive vasodilatadores. Para tratar este paciente,
corrigir causar reversíveis, evitar fatores o CD deve recomendar que ele faça uma consulta
precipitantes e controlar sintomas. ao médico, e exigir uma avaliação médica recente.
Deve verificar os níveis de potássio sanguíneo.
Possíveis causas de uma insuficiência cardíaca Sedação e hospitalização são necessárias mesmo
congestiva: em procedimentos simples.
a) Função diminuída do miocárdio:
Cardiopatia Isquêmica, doenças *Para qualquer paciente com histórico de ICC,
infiltrativas (amiloidose), distúrbios devemos reduzir a tensão ao máximo, com
metabólicos (hipotireoidismo), supressão consultas mais curtas e sedação complementar; e
farmacológica (propranolol). limitar o uso de vasoconstritores.
b) Aumento da resistência vascular:
Hipertensão (75% casos), Estenose aórtica,
coarctação da Aorta. DOENÇAS PULMONARES
c) Aumento do volume sanguíneo:
Insuficiência valvular, defeitos do septo 1. Asma
atrial ou ventricular, Insuficiência renal É causada por um estreitamento reversível
crônica com retenção de líquido. episódico das vias aéreas. Ocorre a constrição dos
d) Demanda metabólica excessiva: anemia músculos lisos dos brônquios, edema da mucosa
grave e Tirotoxicose. brônquica e formação de um muco viscoso. O
paciente asmático apresenta dispneia episódica,
Possíveis tratamentos para pacientes com sibilos, acessos de tosse. Para a avaliação
insuficiência cardíaca congestiva: odontológica é importante saber a idade de início
- Correção das causas reversíveis. da asma, a frequência e a gravidade dos ataques,
- ICC leve: Repouso no leito; Restrição do sal para os fatores precipitantes (pode ser emocional ou o
4g por dia; Diurético leve. uso de medicamentos como aspirina), os
- ICC moderada: Diuréticos mais potentes; medicamentos que o paciente usa (os bronco
Preparações digitálicas. dilatadores tem efeitos colaterais cardíacos como a
- ICC grave: Todos os citados; Adição de taquicardia e arritmias, os corticosteroides tem
vasodilatadores. potencial de supressão supra renal e
imunossupressão). No exame físico o CD deve se
Avaliação e tratamento odontológico do paciente atentar para o estado respiratório (dispnéia,
com insuficiência cardíaca congestiva: sibilos, acessos de tosse, infecção das vias aéreas
- Pacientes de pequeno risco: apresentam história superiores), efeitos colaterais dos medicamentos,
de insuficiência cardíaca congestiva leve, e frequência e ritmo do pulso (taquicardia e ritmo
normalmente é assintomático com tratamento. Faz irregular pode indicar efeitos colaterais
uso de diuréticos suaves com ou sem glicosídeos. O medicamentosos tóxicos).
tratamento odontológico para este paciente é
normal, com ou sem sedação. Avaliação e tratamento odontológico do paciente
com asma:
- Pacientes de risco moderado: insuficiência
cardíaca congestiva de gravidade moderada. Esse - Pacientes de risco pequeno: é o paciente que
paciente é assintomático em repouso, mas pode apresenta episódios infrequentes, sem medicação
manifestar sintomas ao realizar algum exercício. crônica. O tratamento pode ser feito normalmente.
Faz uso de diuréticos mais potentes e glicosídeos
cardíacos. É necessário que o paciente faça uma - Pacientes de risco moderado: apresenta episódios
consulta ao médico. Nesses pacientes, deve-se intermitentes, exigindo tratamento crônico de
ficar atento à dosagem de potássio. O CD pode manutenção. Pedir ao paciente

Karolina Viana 9
Semiologia

eletrocardiogramas, ajustar a dose de adrenalina, drogas que o paciente utiliza. Se o paciente fizer
manter o controle do pulso do paciente. uso de bronco dilatador, evitar o uso de
Suplemento de esteroide em caso de supressão. vasoconstritores. Ficar atento também à supressão
suprarrenal, causada pelo uso de corticoides.
- Pacientes de risco significativo: apresenta
episódios frequentes, apesar do tratamento de - Pacientes de risco elevado: o paciente apresenta
manutenção. Exigir acompanhamento médico, sintomas de DPOC não reconhecidos previamente,
hospitalização em caso de cirurgia moderada a exacerbação aguda, dispneia significativa em
extensa. repouso e histórico de retenção de CO2. Quando o
paciente tem DPOC não identificada, é
- Pacientes de risco elevado: é o paciente contraindicado qualquer tipo de tratamento. Em
sintomático, com sibilo audível ou sinais de efeito pacientes com exacerbações agudas é bom adiar o
colateral dos medicamentos, como taquicardia e tratamento. Todo e qualquer medicamento usado
pulso irregular. Nesse caso, o tratamento é no tratamento odontológico devem ser informados
contraindicado. ao médico e aprovados por ele. Em pacientes com
risco de arritmia, limitar o uso de vasoconstritores.
Para qualquer paciente asmático, não Atos cirúrgicos exigem hospitalização.
importando o grau de risco:
- Redução do Stress, consultas curtas, técnicas de 3. Tuberculose
sedação. O Mycobacterium tuberculosis, usualmente causa
- Anti-histamínicos contra-indicados (Prometazina, uma doença pulmonar branda, com febre,
Difenidramina) calafrios, tosse e produção de escarro. Os focos
- Limitação do uso de epinefrina em relação aos infecciosos formam granulomas que cicatrizam por
efeitos colaterais cardíacos dos medicamentos. fibrose ou calcificação, que são evidentes na
- Contra-indicação relativa da Eritromicina e radiografia do tórax.
Clindamicina em caso de uso de Metilxantina
(Aminofilina). Avaliação e tratamento odontológico do paciente
- Evitar AAS. com tuberculose:
O CD deve se atentar para a história da doença,
2. Doença pulmonar obstrutiva crônica como infecção prévia, órgãos envolvidos,
É a obstrução e destruição irreversível das vias exposição à infecção ativa, teste cutâneo, terapia e
aéreas, mais frequentemente como enfisema e tipo, consulta médica.
bronquite crônica. Pode ser causada pelo fumo ou
raramente em distúrbios genéticos. O paciente - Pacientes de pequeno risco: doença tratada
apresenta produção de escarros, sibilos, dispneia. devidamente, sem doença ativa. História de
Pode apresentar insuficiência respiratória. Em exposição à Tuberculose, com testes cutâneos
casos de pacientes fumantes, é papel do CD negativos e sem evidência de doença. A conduta
orientar ao paciente que pare de fumar. do CD é normal.
- Pacientes de risco moderado: Teste cutâneo
Avaliação e tratamento odontológico do tuberculínico positivo, mas sem doença ativa.
paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica: Radiografia de tórax sugestiva de doença prévia.
Doença não tratada devidamente, mas sem doença
- Pacientes de pequeno risco: O paciente apresenta ativa. Usar EPI corretamente, atenção rigorosa à
dispneia com esforço significativo e gases esterilização dos instrumentos.
sanguíneos normais. O tratamento odontológico
pode ser feito normalmente. - Pacientes de risco elevado: (altamente
contagioso): Tuberculose diagnosticada e sintomas
-Pacientes de risco moderado: O paciente de doença ativa (febre, calafrios, suores noturnos,
apresenta dispneia de esforço, tratamento produção de escarro, perda de peso).
permanente com bronco dilatador, uso de Manifestações bucais. É contraindicado o
corticoide recente, hipoxemia sem retenção de tratamento eletivo. Tratamento de emergência:
CO2 e contraindicação no uso de eritromicina e hospitalização, técnica asséptica rigorosa, EPI
clindamicina É preciso que o CD exija uma consulta (máscara dupla, luvas duplas), atenção especial à
médica e conheça o plano de tratamento e as esterilização dos instrumentos, peças de mão de

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Semiologia

preferência autoclaváveis ou esterilizadas em óxido receber dieta normal após o procedimento


de etileno. (consulta ao médico).

- Pacientes de risco moderado: controle metabólico


ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS razoável em regime médico estável, ausência de
história recente de cetoacidose ou hipoglicemia,
1. Diabete melitus poucas complicações, glicose em jejum < 250
É a insuficiência absoluta ou relativa de insulina, mg/dl, Hgb A1c entre 7 e 9%. Procedimentos não
baixa produção de insulina pelo pâncreas, ou cirúrgicos podem ser realizados normalmente, e
ausência de resposta dos tecidos periféricos à cirúrgicos requerem ajuste da insulina e até
insulina existente. O paciente apresenta polidipsia, hospitalização (consulta ao médico).
poliúria, polifagia e perda de peso. Apresenta
também glicosúria. - Pacientes de alto risco: controle metabólico
deficiente, sintomas frequentes, problemas
Complicações do diabetes frequentes de cetoacidose e hipoglicemia,
- Metabólicas: intolerância à glicose; metabolismo múltiplas complicações, glicose > 250 mg/dl e Hgb
anormal de proteínas e ácidos graxos, com A1c >9%. Realizar somente consulta, raios-X e
cetoacidose (sintomas GI com náusea e vômitos, orientações. Adiar os procedimentos.
instabilidade cardiovascular, desidratação,
alterações no estado mental, coma e morte) Para todos os graus de risco, ao atender
- Aumento da incidência de doença dos pequenos pacientes diabéticos, é importante tomar
e grandes vasos: doença das artérias coronárias, as seguintes precauções:
doença vascular periférica, retinopatia diabética, - Redução do estresse: consultas curtas, no meio
nefropatia diabética. da manhã, técnicas de sedação (SN).
- Complicações neurológicas: neuropatia periférica - Instruções sobre a dieta: dieta normal antes do
com perdas sensoriais importantes, neuropatia procedimento.
autônoma (hipotensão postural e impotência - Consultas prolongadas devem ser interrompidas
sexual), alterações na mobilidade gastrointestinal. para alimentação ou suco de laranja. Pacientes que
- Aumento do risco de infecção: pele, trato possam ter dificuldade de mastigação após as
urinário e bucal. consultas devem praticar dieta líquida e/ou
pastosa.
*O tratamento médico tem a finalidade de - Redução do risco de infecção: exames e
estabelecer controle metabólico, prevenir a profilaxias constantes, rigoroso tratamento da
acidose e a hipoglicemia. O tratamento pode doença periodontal, antibiótico profilático para
apresentar complicações. procedimentos cirúrgicos, rigoroso tratamento de
infecção aguda, antibiótico em caso de
Avaliação e tratamento odontológico do periodontite supurativa.
paciente com diabetes:
Quando o paciente não tem diagnóstico 2. Hipoglicemia
estabelecido, o CD deve se atentar para exames, É a baixa concentração de glicose no sangue,
observando sinais e sintomas sugestivos, história resultante de excesso de hipoglicemiantes orais,
de diabetes na família, e encaminhar ao médico se insulina ou ingestão inadequada na dieta. Os sinais
necessário. Para diabéticos já diagnosticados, é e sintomas são fraqueza, nervosismo, tremores,
importante saber a época de início, o tipo de palpitações e sudorese excessiva. Letargia,
terapia que o paciente usa, e as complicações que agitação e confusão, progredindo para convulsão e
o paciente já teve ou tem. coma. O tratamento é feito com administração de
glicose, via oral ou intravenosa.
- Pacientes de baixo risco: bom controle
metabólico em regime médico estável, ausência de 3. Distúrbios da tireoide
história de cetoacidose ou hipoglicemia, ausência Hipertireoidismo: produção excessiva de tiroxina.
de complicações, nível de glicose em jejum < 200 Paciente apresenta perda de peso e polifagia.
mg/ dl, Hgb A1c de 7%. Intervenções não-cirúrgicas Fraqueza, depleção de gordura armazenada, pele
normais; cirúrgicas requerem ajuste da dose de fina e intolerância ao calor. Aumento da captação
insulina para a metade, se forem capazes de intestinal de glicose e depleção do glicogênio

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hepático; hiperglicemia passageira e possível dano GRAVIDEZ


crônico hepático. Aumento do débito cardíaco,
frequência cardíaca e pulso. Estado mental rápido, Uma gestante tem múltiplas alterações hormonais,
inquietação e irritabilidade. aumento de 20% a 40% no débito cardíaco,
Hipotireoidismo: produção insuficiente de taquicardia e sopros de fluxo, aumento do volume
hormônio da tireoide. Paciente apresenta ganho sanguíneo e aumento da frequência respiratória.
de peso, pele espessa e intolerância do frio. Ao cirurgião dentista, cabe colher a história do
Indivíduo hipoglicêmico. Anemia. Redução do trimestre, complicações e pressão arterial.
débito cardíaco, frequência cardíaca e pulso. - 1º trimestre: feto sensível à influência
Estado mental lento. teratogênica e ao aborto
- 2º trimestre: melhor para o tratamento
Avaliação odontológica de pacientes com distúrbio odontológico
da tireoide: - 3º trimestre: risco de síncope e hipertensão
- Sem diagnóstico: deve ser encaminhado para maiores pela posição do feto, demandas
exame médico e provas de função da tireoide. Os cardiovasculares maiores, maior risco de anemia,
sintomas que podem ser identificados pelo alto risco de eclampsia.
cirurgião dentista são: nervosismo, irritabilidade,
perda recente de peso, intolerância ao calor e Orientações específicas:
taquicardia (para o hipertireoidismo) e estado - Profilaxia preventiva no início do 2º e 3º
mental lento, apatia, ganho recente de peso, trimestres
intolerância ao frio e bradicardia (para o - Tratamentos eletivos devem ser adiados
hipotireoidismo). - Tratamentos inadiáveis ( 2º trimestre)
- Radiografias somente emergenciais – avental de
- Diagnosticado: atentar-se para diagnóstico chumbo
original, tratamento anterior (cirurgia, medicação), - Consentimento médico para todos os
medicação atual, verificação de estado clínico medicamentos:
(ausência de sintomas, exame físico e provas de Lidocaína, penicilina, eritromicina e
função da tireoide normais nos últimos seis acetaminofeno (geralmente aprovados)
meses). Aspirina, vasoconstritores em anestesia
local e medicamentos que causam depressão
Tratamento odontológico de pacientes com respiratória (relativamente contraindicados);
distúrbio da tireoide: Benzodiazepínicos, óxido nitroso e tetraciclina
- Hipertireoidismo: normalmente apresenta (absolutamente contraindicados).
interação adversa com catecolaminas, como a
adrenalina.
- Hipotireoidismo: resposta exagerada para DOENÇAS GASTROINTESTINAIS
depressores do SNC, analgésicos, narcóticos e
sedativos.
1. Úlcera péptica
Alteração comum resultante de lesão do
- Pacientes de baixo risco: assintomáticos, exames
revestimento epitelial do estômago e do duodeno.
normais nos últimos 6 meses. Tratamento normal
Está associada a uma perturbação do equilíbrio
- Pacientes de risco moderado: assintomáticos, sem
normal entre a secreção de ácido-pepsina e os
exames recentes. Efeitos exagerados dos
fatores de defesa da mucosa.
analgésicos e sedativos em doses Rotineiras.
Minimizar epinefrina e depressores do SNC;
Características clínicas: Dor epigástrica episódica
Considerar exame médico e laboratorial
aliviada pelos alimentos (duodenal) ou agravada
(principalmente para cirurgias múltiplas ou
pelos alimentos (gástrica); Ocasional sangramento;
extensas).
Obstrução ou perfuração gastrintestinal; Algumas
- Pacientes de alto risco: sintomáticos. Depressão
úlceras são assintomáticas.
respiratória e depressão cardiovascular. Somente
Fatores precipitantes: Aspirina; Álcool; Anti-
consulta para diagnóstico e planejamento. Adiar
inflamatórios não esteroides (ex. indometacina,
tratamento até exame médico e adequação do
ibuprofeno); Fumo; Cafeína; Corticosteroides;
paciente.
Tensão emocional.

Karolina Viana 12
Semiologia

Avaliação e tratamento odontológico do paciente


com úlcera: Tratamento odontológico em pacientes com
Verificar a frequência e a intensidade dos doenças inflamatórias intestinais:
sintomas; Levantar a história da doença (diagnóstico,
- Determinar as histórias de complicações gravidade, medicamentos, possíveis tratamentos
(sangramento, obstrução, perfuração), da cirurgia cirúrgicos). Reduzir a tensão - consultas curtas e
e da medicação; sedação auxiliar (quando indicadas). Tratamento
- Evitar o agravamento dos sintomas, diminuir a periodontal preventivo intenso, para os pacientes
tensão, consultas mais curtas. Considerar sedação; mal controlados.
- Antiácidos com hidróxido de alumínio impedem a
absorção eficaz da tetraciclina - preferir outros
antibióticos; HEPATITE
- A cimetidina foi associada à trombocitopenia -
contagem de plaquetas antes de atos cirúrgicos Lesão produzida no fígado por agressões virais,
moderados ou extensos; tóxicas, farmacológicas ou imunomediadas. A
- A aspirina e os anti-inflamatórios não esteroides hepatite pode ser aguda ou crônica. Na fase inicial,
devem ser evitados, devido à irritação os sintomas são semelhantes ao resfriado. Pode
gastrointestinal; aparecer icterícia, náusea e vômitos, febre,
- A Xerostomia é um achado bucal frequente nos anorexia.
pacientes com uso crônico de anticolinérgicos.
Hepatite aguda:
2. Doenças inflamatórias intestinais Dura menos de 6 meses. Desaparecimento
Colite ulcerativa e doença de Crohn (enterite completo da lesão hepática com normalização da
regional, que são doenças intestinais crônicas função e da estrutura hepática ou rápida
causadas por inflamação). progressão da lesão aguda para necrose extensa e
morte. Pode ser causada pelos vírus da hepatite,
Doença de Crohn: Doença granulomatosa álcool, tóxicos/envenenamento, medicamentos.
inflamatória do intestino, envolvendo o íleo
terminal e o cólon. Etiologia desconhecida, Hepatite viral aguda:
provavelmente multifatorial. Sinais e sintomas: Os tipos A e E são contraídos pela via enteral,
dores abdominais, diarreia, febre, artrite, lesões através de água e comida infectada por fezes
cutâneas, anemia (ferropriva), fissura e abscessos. infectadas. O tipo A pode ser transmitido através
Manifestações bucais: não são incomuns, mais de contato sexual. Não evoluem para hepatite
frequentes em pacientes que mostram outras crônica, e os pacientes tem boa recuperação. Em
manifestações extra intestinais (lesões de pele e casos de hepatite fulminante, que é mais rara, a
artrite). Podem preceder ao início da doença mortalidade é alta, ocorre falência hepática. A
intestinal. Aparecem como: úlceras aftosas, hepatite E adquirida por gestantes também leva à
inchaço difuso nos lábios e bochecha, pólipos hepatite fulminante.
apendiciformes nas mucosas vestibular ou Pela via parenteral, são contraídas as
retromolar, úlcera linear profunda persistente com hepatites B, C, D, G. Existem 3 principais maneiras
margens hiperplásicas e fissuras na linha média do de transmissão: exposição de sangue parenteral;
lábio superior. As lesões podem ser dolorosas e ato sexual; parto; (líquidos orgânicos).
macias ou assintomáticas e variam quanto à
duração. Hepatite crônica:
Processo inflamatório persistente no fígado que
Colite Ulcerativa: Doença inflamatória de etiologia dura mais de 6 meses.
desconhecida, a qual envolve a mucosa colônica e Causas: Infecções virais: Vírus da hepatite B, B com
retal em um padrão difuso. Sinais e sintomas: D, C. Medicamentos e toxinas: Metildopa,
diarreia e sangramento retal. Fase aguda: febre, Amiodarona, Isoniazida.
sangramento intestinal e sinais de desidratação. Idiopáticas: com proeminentes sinais auto-imunes
Manifestações bucais: aftas recorrentes, úlceras (hepatite lupóide), com mínimos ou nenhum sinal
parecidas com o pioderma gangrenoso de pele, auto-imune.
pioestomatite vegetante, úlceras hemorrágicas na Doença hepática metabólica: Doença de Wilson,
mucosa bucal e pele. Deficiência de alfa1- antitripsina.

Karolina Viana 13
Semiologia

palmar), ascite, edema periférico, esplenomegalia,


Avaliação odontológica da hepatite viral: encefalopatia. Na avaliação laboratorial (valores
Todos os pacientes com histórico ou suspeita de anormais): evidência de anemia macrocítica
hepatite devem ser submetidos a exames de (secundária à deficiência de vit. B12 e folato),
laboratório. Qualquer anormalidade, o paciente albumina, bilirrubina, transaminases, fosfatase
deve ser encaminhado ao médico. Categorias de alcalina, tempo de protrombina, contagem de
risco: plaquetas;
- Pacientes com pequeno risco: história de HAV,
HBV ou HCV, mas com provas de funções hepáticas Avaliação odontológica do paciente com cirrose:
normais e antígenos (-). Verificar a gravidade do comprometimento
- Pacientes com risco elevado: HBsAg (+); provas de hepático pela história. Se houver dados
função hepática anormal; icterícia, esclerótica significativos na história, devem ser considerados:
ictérica e outros sintomas de hepatite viral. avaliação médica, avaliação laboratorial
(frequentemente pedida pelo médico) e avaliação
Tratamento odontológico dos pacientes com laboratorial antes de cirurgia dentária ou
hepatite viral: traumatismo gengival significativo (TP, TTP,
- Pacientes com pequeno risco: conduta normal, contagem de plaquetas e tempo de sangramento).
com uso de EPI.
- Pacientes com risco elevado: Consultas marcadas Tratamento odontológico do paciente com cirrose:
no fim do dia - precauções e esterilização - Evitar uso de drogas antiplaquetárias (compostos
adequadas; evitar exposição ao sangue e a de aspirina e anti-inflamatórios não esteroides)
secreções bucais. Adiar tratamento eletivo até a - Reduzir sedativos e tranquilizantes (o
infecção estar resolvida; esterilizar rigorosamente consentimento médico é obrigatório)
todos os instrumentais; luvas e máscaras duplas, e - Controlar defeitos do mecanismo hemostático
avental apropriado; cobrir todas as partes expostas
do equipamento (possíveis) e limpar todas as - Se o TP for elevado, porém inferior a 1 1/2 o valor
outras com soluções antissépticas; reduzir uso de controle:
instrumentos que produzam aerossóis; sempre que Atos não cirúrgicos e cirúrgicos simples - conduta
possível - usar utensílios descartáveis; pessoas normal, + atenção na hemostasia.
sujeitas a ferimentos com agulhas - Cirurgia moderada e extensa - Com ou sem
imunoglobulina. hospitalização

- Se o TP for superior a 1 1/2 o valor controle:


CIRROSE Toda cirurgia necessitará de correção do TP até
menos de 1 1/2 do valor controle; provável
É o resultado final e irreversível de cicatrização hospitalização.
fibrosa e regeneração hepatocelular que
constituem as principais respostas do fígado a - Se houver trombocitopenia leve:
várias agressões inflamatórias, tóxicas, metabólicas Conduta normal para atos cirúrgicos não eletivos, +
e congestivas de longa duração. A arquitetura atenção na hemostasia.
lobular normal do fígado é substituída por faixas de Atos cirúrgicos maiores: transfusão de plaquetas,
tecido fibroso interligadas circundando os nódulos provável hospitalização.
derivados de focos de hepatócitos em
regeneração. Pode ser causada pelo alcoolismo - Se houver trombocitopenia grave:
crônico, hepatite crônica ativa, congestão hepática Qualquer procedimento necessita de transfusão de
passiva crônica secundária à insuficiência cardíaca plaquetas e hospitalização.
congestiva.
O paciente com cirrose tem capacidade reduzida
de sintetizar proteína, albumina, lipoproteínas e DOENÇAS HEMATOLÓGICAS
fatores da coagulação; capacidade reduzida de
desintoxicar substâncias tóxicas e metabólicas 1. Anemia
normais; hipertensão porta. Queda do número de glóbulos vermelhos, queda
O paciente apresenta ao exame físico: alterações da concentração da hemoglobina e queda do
cutâneas (angiomas aracniformes, eritema hematócrito. A anemia pode ser causada por perda

Karolina Viana 14
Semiologia

de sangue, deficiência dietética, reações contraindicadas. Para os atos cirúrgicos moderados


medicamentosas, diminuição da produção de e extensos requer hospitalização.
eritrócitos ou o aumento de sua destruição.
2. Distúrbios hemorrágicos
As anormalidades da homeostasia são causadas
por queda no número das plaquetas e alteração de
sua função, o que leva à alterações de coagulação
do sangue.

Trombocitopenia: queda no número de plaquetas.


Quando induzida por drogas, há destruição central
das plaquetas (toxicidade da medula: álcool;
Sintomas: diuréticos tiazídicos); destruição periférica das
• Hematócrito baixo além de 30% - quase sempre plaquetas (imunológica): metildopa (Aldomet);
assintomática quinidina; outros (sais de ouro, sulfonamidas, D-
• Hematócrito inferior a 30% - sintomas penicilinamina).
moderados (fraqueza, cansaço, tonteira, dispneia Quando ocasionada por insuficiência da medula
de esforço) pode ser induzida por drogas; deficiência de
• Hematócrito inferior a 20% - sintomas vitamina: B12 e folato; infiltração da medula óssea:
acentuados (dispneia em repouso, hipotensão leucemia e câncer metastático, outros (anemia
ortostática, taquicardia) aplástica mielofibrose).
• Nos pacientes com comprometimento cardíaco: Pode resultar de Hiperesplenismo (sequestração
angina do peito e insuficiência cardíaca congestiva das plaquetas) que é causada por cirrose e
• Achados bucais: glossite atrófica, queilite hipertensão porta (+ comuns); outras (infecção
angular. crônica, doenças inflamatórias, neoplasmas e
doenças de armazenamento).
Avaliação e tratamento odontológico de pacientes
com anemia Trombocitopatia: perda de função das plaquetas
- Pacientes com pequeno risco - Adquirida: induzida por drogas: ingestão de
• História pregressa de anemia, assintomático, aspirina, drogas antiinflamatórias não-esteróides,
anemia corrigida, hematócrito normal. outras (antidepressivos tricíclicos, fenotiazina, anti-
• Anemia leve de causa identificada, hematócrito histamínicos, carbenicilina, furadantin, dipiridamol,
superior a 30%, nenhum tratamento. algumas cefalosporinas
• Anemia leve de causa identificada, hematócrito - Adquiridas: Outras: insuficiência renal (uremia),
superior a 30%, em tratamento e assintomático. alterações mieloproliferativas (trombocitopenia
• Anemia de doença crônica, hematócrito superior essencial, policitemia vera leucemia crônica
a 30% e estável, assintomático. granulocítica e metaplasia mielóide)
*O tratamento odontológico é executado - Congênita: doença de Von Willebrand, outras
normalmente (doenças de armazenamento, Síndrome de
Bernard-Soulier)
- Pacientes com risco elevado
• Anemia não diagnosticada anteriormente, Avaliação e tratamento odontológico de pacientes
hemograma e exames anormais com distúrbio hemorrágico:
• Hematócrito inferior a 30% sem causa - Pacientes com pequeno risco: sem história de
identificada distúrbios hemorrágicos, com exames normais, não
• Evidência de sangramento ativo usando medicamentos e com ou sem parâmetros
• Coagulopatia e anemia de sangramento normais, com história inespecífica
• Necessitando de transfusões repetidas para de sangramento excessivo com parâmetros de
prevenir sintomas de anemia sangramento normais. O tratamento pode ser feito
*É necessário adiar o tratamento eletivo até de forma normal.
melhora do estado clínico. Optar por consultas
mais curtas, considerar as técnicas de sedação. Em - Pacientes com risco moderado: em tratamento
pacientes não hospitalizados, a sedação permanente com anticoagulantes por via oral ou
endovenosa e a anestesia geral estão aspirina. Qualquer tratamento menos invasivo e

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Semiologia

cirurgias pequenas - Contraindicado o uso de


aspirina e anti-inflamatórios não esteroides;
manobras hemostáticas locais rigorosas; consulta
ao médico; controle do Coumadin (suspendê-lo 2
dias antes; TP no dia do tratamento. Se o TP for
1,5x o valor-controle executar o tratamento;
reiniciar o Coumadin no mesmo dia. Cirurgias mais
extensas - mesma conduta , reiniciando o
Coumadin no dia seguinte. Em pacientes que
tratam com a aspirina, suspendê-la por 7-10 dias;
substituí-la por drogas alternativas (consulta com o
médico); repetir TS; se este estiver normal
prosseguir tratamento; se houver anormalidades -
encaminhar ao médico; no pós-operatório estão
contraindicadas aspirinas e anti-inflamatórios não
esteroides; reiniciar ingestão normal de aspirina 7-
10 dias após operação

- Pacientes com risco elevado: com distúrbios


hemorrágicos conhecidos. O tratamento depende
do efeito específico; consulta obrigatória ao
médico; pode necessitar de hospitalização para uso
de agentes terapêuticos; o tratamento dentário
eletivo complicado está relativamente
contraindicado.

Karolina Viana 16

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