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1.

Processo de Ensino e aprendizagem

Libâneo (1995). Aborda o conceito de processo de ensino e aprendizagem de duas


maneiras:
É sócio porque compreende a situação de ensino-aprendizagem como uma atividade
conjunta, compartilhada, do professor e dos alunos, como relação social entre professor
e alunos ante o saber escolar.
É construtivista porque o aluno constrói, elabora seus conhecimentos, seus métodos de
estudo, sua afetividade, com a ajuda da cultura socialmente elaborada, com ajuda do
professor. Essa visão leva a uma atitude socio construtivista no ensino.

2. Currículo escolar

Segundo Carrilho Ribeiro (1993: 11 -1 2) define currículo como:


"Plano de estudos e sequências de matérias ou disciplinas propostas para todo o sistema
escolar, um ciclo de estudos, um nível de escolaridade ou um curso, visando a graduação
dos alunos neste sistema, ciclo, nível ou curso".
Neste caso o currículo confunde-se com o plano de estudos, listagem de disciplinas
distribuídas num sistema com as respectivas cargas horárias (que podem ser semanais,
anuais ou totais).

Carrilho Ribeiro (1 993: 23) afirma a propósito: "Mac Donald (1965), Popham e Baker
(1970), Johnson (1977), Posner e Rudnitsky (1982), mantêm o dualismo entre o currículo
e o ensino, a descontinuidade entre "fins e meios" educativos. Para eles a determinação
de fins e objectivos educativos de ensino pertence ao domínio curricular, ao passo que a
selecção de estratégias e meios para alcançá-los representa uma decisão pedagógico
didáctica referente ao processo efectivo de ensino.
Deste ponto de vista, os fins são exteriores e anteriores aos meios, sendo o currículo um
plano ou intenção para a acção pedagógico didáctica, separado desta mas comandando-a.
O ensino em situação constitui o meio de realizar tal ponto e de preencher a intenção
curricular".
Formosinho (Machado e Gonçalves, 1991: 43) define o currículo apoiando-se numa
tendência psicopedagógica em duas direcções:
"Currículo é o elenco das disciplinas a leccionar - o que pode incluir apenas o nome da
disciplina, mas também pode abranger o programa e os métodos a utilizar." Aqui valoriza-
se a componente académica.”

"Currículo é o conjunto das actividades educativas programadas pela escola, ocorram elas
nas aulas ou fora delas - incluindo assim as conferências, actividades teatrais e as
desportivas, viagens de estudo, actividades de grupos criadas pela escola, o jornal escolar.
Esta definição abarca os componentes académicos, culturais, desportivos, etc.”

3. Educação Ambiental

Na perspectiva de Quintas(2008), A Educação Ambiental deve proporcionar


as condições para o desenvolvimento das capacidades necessárias; para que
grupos sociais, em diferentes contextos socioambientais do país, intervenham,
de modo qualificado tanto na gestão do uso dos recursos ambientais quanto na
concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do ambiente, seja
físico-natural ou construído, ou seja, educação ambiental como instrumento de
participação e controle social na gestão ambiental pública.”

Segundo Sorrentino et all(2005), A Educação Ambiental nasce como um


processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valore
séticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a
questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da
natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa
considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por
meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das
causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.”

Loureiro (2004), argumenta que; a educação ambiental é uma perspectiva que


se inscreve e se dinamiza na própria educação, formada nas relações
estabelecidas entre as múltiplas tendências pedagógicas e do ambientalismo,
que têm no “ambiente” e na “natureza” categorias centrais e identitárias. Neste
posicionamento, a adjetivação “ambiental” se justifica tão somente à medida
que serve para destacar dimensões “esquecidas” historicamente pelo fazer
educativo, no que se refere ao entendimento da vida e da natureza, e para
revelar ou denunciar as dicotomias da modernidade capitalista e do paradigma
analítico-linear, não-dialético, que separa: atividade econômica, ou outra, da
totalidade social; sociedade e natureza; mente e corpo; matéria e espírito,
razão e emoção etc."

Segundo Dias (2005), a Educação ambiental tem cinco categorias de objetivos:


a consciência - ajuda os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se e a adquirirem
consciência do meio ambiente global e suas questões;
o conhecimento - promove a aquisição de diversidade de experiências e compreensão
fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas;
o comportamento - comprometer-se com uma série de valores e a sentirem interesse pelo
meio ambiente, participarem da proteção e melhoria do meio ambiente; habilidades -
adquirir as habilidades necessárias para identificar e resolver problemas ambientais e a
participação - proporcionar a possibilidade de participarem ativamente das tarefas que
têm por objetivo resolver os problemas ambientais.

Esses cinco objetivos devem estar sempre interligados entre si, pois, um completa o outro.
Além disso, a Educação Ambiental deve estar sempre em sintonia com as diferentes
realidades sociais, econômicas, políticas, culturais e ecológicas de cada região, bem como
de acordo com suas finalidades.

O autor declara ainda que, as finalidades da educação ambiental são três:


1- Promover a compreensão da existência e da importância da interdependência
econômica, social, política e ecológica.
2- 2- Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos,
o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para protegerem
e melhorarem o meio ambiente.
3- 3- Induzir novas formas de conduta nos indivíduos e na sociedade a respeito do
meio ambiente.
Diante dessas finalidades, percebe-se que a Educação Ambiental não está relacionada a
apenas um setor da sociedade, mas, a todos os setores. Esta deve ser passada de geração
a geração, chegando ao alcance de todas as pessoas, informando sobre a legislação
ambiental, para que se possa fazer valer os direitos constitucionais no que concerne ao
meio ambiente saudável.

4. Lei de base do Ambiente

Em Angola a Educação Ambiental tem sua institucionalização no escopo da Lei de Bases


do Ambiente, Lei n. 5/98 de 19 junho de 1998, que traz em seu artigo 20 o tratamento
específico sobre educação ambiental, proposto como "medida de proteção ambiental que
dever acelerar e facilitar a implantação do Programa Nacional de Gestão Ambiental,
através do aumento progressivo de conhecimento da população sobre os fundamentos
ecológicos, sociais e econômicos que regem a sociedade humana.", tendo em 2001 o
Ministério das Pescas e Ambiente, através da Comissão Multisectorial para o Ambiente,
elaborado o Programa de Educação e Conscientização Ambiental (PECA) com definições
para princípios, finalidades, objetivos e a implementação do programa na educação
ambiental formal e não formal.

5. O papel da escola na educação ambiental dos alunos

Os problemas ambientais por que passa o planeta aponta para uma mudança urgente de
comportamentos e atitudes de todos os cidadãos. Entende-se que a Educação Ambiental,
a partir da escola, pode provocar mudança de mentalidades no que tange à relação do ser
humano com o meio ambiente.
A escola é a instituição que abriga o ser humano durante muitos anos de sua vida. É o
lugar onde o educando passa a maior parte de seu tempo. Talvez, bem mais do que junto
de sua família – é o lugar onde se deve exercitar tudo aquilo que em algum momento
denominar-se-á vida.
O tempo escolar pode-se chamar de um período de ensaio para um futuro bem-viver.
Contudo, essa prática será mais bem apropriada e enriquecedora pela interação de
educadores e educandos, onde o objetivo maior é a informação e formação de indivíduos
para viverem em sociedade. Essa seria a grande missão da escola.
Nesse cenário destaca-se uma figura peculiar, o aluno, que é o objeto de trabalho e o
produto da escola simultaneamente e a figura dos pais que devem estar intrinsecamente
ligadas ao aluno e a escola.

BRANCO, (2003,p.14) afirma que Os homens mudam conforme o ambiente em que


estão, o que significa dizer que o ambiente determina o comportamento do sujeito, ou
seja, as contingências ambientais precedentes possibilitam ao homem aprender o sentido
das coisas através dos estímulos, o que pode fazê-los transformar informações em
aprendizado.
BRANCO( 2003) citando Studebaker (1973), traz consigo a abordagem de que a
Educação Ambiental não pode ser ensinada como educação de emprego de recursos, nem
curso único e de orientação científica, porque a Educação ambiental precisa dirigir suas
implicações e controvérsias para as nossas bases políticas, sociais, filosóficas, religiosas
e morais.

6. o papel do professor de geografia no processo de educação


ambiental
O professor de Geografia tem a importante tarefa de ensinar os conteúdos presentes no
currículo, tais como compreender o lugar, a paisagem, o território e a região, necessárias
para a formação do estudante como um cidadão que vive em sociedade, que estuda e que
trabalha, ou que irá trabalhar e estar consciente de seus direitos e deveres.
A Questão Ambiental é um dos conteúdos que a Geografia precisa trabalhar em sala de
aula. Mas, como ocorre esse ensino? Os estudantes estão realmente aprendendo? Trata-
se de um tema interessante para estudantes e professores? O Professor de Geografia está
trabalhando a Questão Ambiental na Escola com facilidade? Ou tem dúvidas? Estas e
outras questões foram trazidas pela pesquisa sobre o perfil do professor de Geografia na
rede pública de ensino realizada por meio de questionários em diversas escolas do Ensino

O ensino de Geografia e a Educação Ambiental estão diretamente ligados. É preciso


problematizar as representações do meio ambiente de diferentes grupos sociais,
permitindo aos alunos desvendar outras percepções de natureza para que se tornem
agentes transformadores na sociedade. (FURLAN, 2014)

o ensino através da pesquisa geográfica, ou seja, de uma leitura elaborada pelos próprios
educandos. Leitura esta voltada à construção de valores necessários à promoção da
cidadania e mais especificamente à gestão do espaço geográfico e do meio ambiente de
forma participativa. (SANSOLO, 2000)

Cavalcanti(2002,) afirma que a Educação Ambiental, no sentido de formação para a vida


no ambiente, esta cada vez mais presente nas formulações teóricas e nas indicações para
o ensino de geografia.
Dias (1992), afirma que a Educação Ambiental é um processo de formação e informação,
orientado para o desenvolvimento da consciência critica sobre as questões ambientais e
de atividades que levem a participação das comunidades na preservação do equilíbrio
ambiental.
Neste sentido, é imprescindível articular estratégias que promovam a mudança de
comportamento do ser humano em relação ao espaço, direcionando um sistema social,
politico e económico voltado ao desenvolvimento sustentável.
Logo, o papel do professor de Geografia torna-se relevante, uma vez que o mesmo é
incumbido a construir conhecimentos e reflexões sobre a relação homem/ natureza.

7. O papel das comunidades na educação ambiental


BAUMAN(2003) Citado por Bonachela e Maria, aborda que, como era de se esperar, a
complexidade da questão ambiental é tão grande, que o legislador constitucional entendeu
por bem não apenas atribuir a responsabilidade de cuidado e proteção do meio ambiente
somente ao Poder Público, fazendo com que a coletividade assumisse também esse
compromisso.
Sem adentrarmos muito no campo da sociologia, mas apenas emprestando alguns
conceitos básicos, suficientes para a singeleza do trabalho em questão, temos que
coletividade nada mais é do que um grupo, um sistema de relações sociais e de interações
recorrentes entre pessoas, ou seja, entre indivíduos que se organizam primariamente em
grupos ainda menores: as famílias.
Como já foi dito, família, portanto, é a unidade básica da sociedade formada por
indivíduos com ascendentes em comum ou ligados por laços de afetividade; é, por assim
dizer, a célula mater da sociedade ou a menor célula social. Obviamente, sem nos
esquecermos da importante função dos professores em meio escolar, peça fundamental
no processo de promoção da absorção de conhecimento e de conscientização dos
problemas ambientais pelo indivíduo, despertando no aluno a noção de respeito à
natureza, através da educação formal, isto é, aquela presente no ensino escolar
institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado; as famílias
desempenham relevante papel na educação informal do indivíduo.

Isso ocorre porque a educação se dá basicamente através das relações interpessoais que
se desenvolvem no âmbito dos espaços sociais nos quais os indivíduos vivenciam
diariamente. Por meio desses diálogos diários entre seres humanos que as informações
são transmitidas e assimiladas, mas, sobretudo a partir da observação do comportamento
daqueles que os rodeiam.
Desta forma, uma criança que observa o pai ou a mãe agindo de forma ambientalmente
inadequada, certamente irá repetir tal conduta com absoluta naturalidade. Por outro lado,
atitudes e comportamentos, ambientalmente, coerentes como o não desperdício de água
tratada, o uso consciente da energia elétrica, a disposição do lixo em local apropriado,
serão naturalmente absorvidas e repetidas com freqüência.
Na mesma linha de raciocínio, a criança que aprende na escola a importância da prática
da separação de lixo para posterior reciclagem, decerto transmitirá aos demais membros
da sua família ao chegar em casa, cobrando deles uma postura pró ativa neste sentido.

Neste entendimento, fica fácil perceber que uma das formas mais eficazes de promoção
e estímulo da educação ambiental, pode e deve acontecer nas esferas mais íntimas do
relacionamento humano, no convívio primário e primeiro entre os membros que
compõem uma família.
Referencias Bibiograficas

Cavalcanti, L.S. Geografia e Práticas de Ensino. Goiânia: alternativas, 2002.


BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9. ed. São


Paulo(SP): GAIA, 1992

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9. ed. São


Paulo(SP): GAIA, 2004.

-LIBÂNEO, José C. “Fundamentos teóricos e práticos do trabalho docente – estudo


introdutório sobre pedagogia e didática”, tese de doutorado. São Paulo: PUC-SP, 1990.

-SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005

-LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambietal Transformadora. In: Layrargues, P.


P. (Coord.) Identidades da Educação Ambiental Brasiliera. Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, 2004.

-QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008


- BRANCO, Sandra. Educação Ambiental: Metodologia e Prática de Ensino. Rio de
Janeiro (RJ): DUNYA 2003.

- FURLAN, Sueli. Educação Ambiental e Geografia: reflexão, ensino e prática. Revista


Nova Escola. 01 de Fevereiro de 2014. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/2023/ educacao- ambiental-e-Geografia- reflexao-
ensino-e-pratica. Consultado em 28/08/2019.

- SANSOLO, D. G. O Trabalho de Campo e o Ensino de Geografia. GEOUSP, N.7,


2000.

- NSIANGENGO, PEDRO. Currículo de História no ensino básico angolano -


influências, divergências e problemas actuais. Disponivel em
https://ria.ua.pt/bitstream/10773/17436/1/Tese.pdf Consultado em 28/08/2019.
Links

- http://www.ub.edu/geocrit/coloquio2012/actas/06-R-Falcao.pdf

- https://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental

- https://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/angola_relator.pdf
- http://www.domalberto.edu.br/wp-content/uploads/2017/10/ESCOLA-E-
EDUCA%C3%87%C3%83O-AMBIENTAL-REVISADO.pdf

-
http://editorarealize.com.br/revistas/cintedi/trabalhos/TRABALHO_EV110_MD1_SA1
_ID2382_27072018132459.pdf

-
https://www.academia.edu/35558548/O_PAPEL_DO_ENSINO_DE_GEOGRAFIA_N
A_EDUCA%C3%87%C3%83O_SOCIOAMBIENTAL_NO_MUNIC%C3%8DPIO_D
E_PAU_BRASIL-BAHIA

- http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/viewFile/7562/6647

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