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Não existe uma forma de se limitar a liberdade de imprensa sem

prejudicar as liberdades de expressão e de informação. São, estes, direitos tão


subjetivos que não há como estabelecer uma quantificação ideal para sua
fruição. Por isso, a liberdade de imprensa deve ser a mais ampla possível, para
que tais direitos também possam ser exercidos de forma ampla.

Vários momentos históricos mostram o quanto uma imprensa livre é


capaz de subverter a ordem social estabelecida, redefinindo valores sociais e
fortalecendo os direitos individuais do povo. A Revolução Francesa é, talvez, o
maior exemplo. O Abade Emmanuel Sieyès criticava a estrutura da sociedade
francesa, que tinha nobreza e realeza no topo da pirâmide social, enquanto a
burguesia e o resto do povo, apesar de maioria, não tinham voz nas decisões
políticas adotadas pelo rei. Um jornal francês era escrito à noite, nos subsolos
de Paris, ajudando a difundir as ideias do Abade. O resultado foi a queda da
monarquia e o nascimento do constitucionalismo, trazendo com ele os direitos
fundamentais do homem e do cidadão. Nasceu um país absolutamente
diferente daquele até então existente.

Na história recente, a Primavera Árabe é um exemplo do quanto a


ausência de liberdade de imprensa é prejudicial a uma sociedade. Apenas com
o advento da internet é que egípcios e libaneses, por exemplo, começaram a
questionar mais amplamente seus respectivos sistemas de governo. Seus
governantes controlavam a imprensa, mas a internet não conhece barreiras.
Assim, Egito e Líbia viram nascer um movimento por liberdades e direitos
nunca visto em sua história, movimento esse que levou, inclusive, à queda de
suas ditaduras. Uma imprensa livre, crítica, questionadora, poderia ter
antecipado esses acontecimentos.

A imprensa é o principal meio pelo qual os direitos à informação e à


liberdade de expressão são exercidos. Quanto mais amplos, mais livre é a
sociedade. Uma imprensa livre é um dos pilares da democracia, por isso,
qualquer forma de censura pode ser um passo em direção à falência do próprio
sistema democrático.

NOTA 100 – REDAÇÃO AJAJ TRT PE - 2012


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By Carla Gabola
O povo brasileiro, como já ensinava Darcy Ribeiro, é formado por
diversas matrizes étnicas e pode ser singularizado por agregar todas elas em seu caldo
de cultura. A música popular brasileira, como expressão artística do povo, carrega essa
simbiose civilizacional, o que se pode ver por meio da democracia estética, da formação
da identidade nacional e da viabilização da voz por parte daqueles menos favorecidos
socialmente.
Com efeito, a música faz parte da dimensão estética de um povo,
compondo e individualizando sua formação. Nesse sentido, uma gama variegada de
valores culturais brasileiros são encontrados nas composições, acordes, vozes,
preferências temáticas da música popular. É dizer, a partir da música, pode-se desvelar a
própria alma do povo brasileiro, que se vê representado nessa ambiência estético-
musical.
Da mesma forma, os valores culturais são produto da cosmovisão de um
povo, exatamente aquilo que o diferencia perante o mundo. Nesse sentir, a música
popular tem o poder de situar o povo brasileiro, assentado em sua tábua axiológica, no
contexto cultural mundial. Assim, pela coordenada musical, os valores culturais
braseiros são reconhecidos e apreciados como um todo, solidificando no povo o
sentimento de pertencimento, tudo convergindo para depuração da identidade nacional
brasileira no atual contexto de interações mundiais.
Por seu turno, pela música popular os setores da sociedade mais
fragilizados ganham expressão. Nesse diapasão, o samba, o rap, o funk podem ser
apontados como expressões de valores sociais por meio da música. Noutros termos, a
música popular confere voz ao excluído, permitindo que toda sociedade conheça mais a
si mesma.
Assim, não haveria como recusar a potencialidade da música popular
como instância consagradora dos valores culturais brasileiros, haja vista a democracia
estética, identidade nacional e inclusão social. Com efeito, a música popular é o canto
da alma do povo brasileiro; quem conhece aquela, esse também conhece.

Obs: na prova, a redação ficou com 30 linhas. NOTA 100

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