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SÃO PAULO
2012
MARINA FONTES AGUIAR
Área: Pediatria
SÃO PAULO
2012
Aguiar, Marina Fontes
Proteinúria na infância - uma revisão
bibliográfica. Marina Fontes Aguiar - São Paulo, 2012
32p.
São Paulo,
______________________________
Assinatura do autor
______________________________
E-mail do autor
AUTORIZO A INCLUSÃO APENAS DO RESUMO DO TCC DE MINHA AUTORIA NA
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO.
_______________________
Assinatura do residente
BIBLIOGRÁF ICA
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à Comissão de
Residência Médica do Hospital do
Servidor Público Municipal, para
BANCA EXAMINADORA:
1______________________________________
NOME / INSTITUIÇÃO
2______________________________________
NOME / INSTITUIÇÃO
3____________________________________
NOME / INSTITUIÇÃO
Conceito: _________________________
AGRADECIMENTO
A perda de proteína na urina é um grande problema para a nefrologia infantil por se tratar
de um sinal importante e precoce de disfunção renal. A presença de proteinúria identifica um
grupo de pacientes com um risco superior de progressão para doença renal. Apesar dos vários
estudos para melhor compreender a patogenia da proteinúria, pouco ainda se sabe sobre a
mesma. A presença de proteína em urina de crianças assintomáticas é um achado frequente na
pediatria e pode ser transitória ou persistente, a primeira é uma condição benigna que não
requer maiores investigações e pode estar presente em situações como febre, atividade física
intensa e estresse, enquanto que a segunda pode ser o primeiro sinal de uma nefropatia
incipiente e progredir para insuficiência renal.
The finding of protein in the urine is an important problem in pediatric nephrology since it
might be an early and important sign of renal dysfunction. The presence of proteinuria
identifies a group of patients with an increased risk of progression to rena l disease. Despite
the numerous studies done to help understand the pathogenesis of proteinuria, little is known
about it. The detection of protein in the urine of asymptomatic children is frequently seen in
pediatrics, and can be transient or permanent. The former is a benign condition that does not
require further investigation and can be present in situations like stress, strenuous physical
activity or fever. The latter may represent the first sign of an incipient nephropathy with
progression to renal failure.
1
2. OBJETIVO
2
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O atual trabalho foi escrito com embasamento teórico através de pesquisa de artigos
médicos científicos, buscados na internet, em algumas bibliotecas médicas virtuais que
possuem bibliografias reconhecidas internacionalmente como o pubmed, uptodate, Pediatric
Nephrology, Pediatrics in Review, Cleveland Clinic Journal of Medicine, acerca da
proteinúria. Além disso, dois livros foram consultados, sendo um o Tratado de Pediatria
(Nelson) e o outro Nefrologia para Pediatras (livro).
4. DISCUSSÃO
4.1. DEFINIÇÃO
As proteínas são moléculas formadas por uma cadeia de aminoácidos, unidos entre si
por ligações pepitídicas. Os aminoácidos, por sua vez, possuem uma estrutura em comum,
contendo um grupo amino e um grupo carboxil e o chamado grupamento lateral. Este último é
a estrutura que fornece identidade ao aminoácido. A combinação de diferentes aminoácidos,
bem como a quantidade de aminoácidos presentes em uma molécula de proteína,
confere a ela peso e carga elétrica distinta (10).
A proteinúria segundo Gagnadoux (2012) é definida como a perda urinária maior ou
igual a 4 mg/m2/hora, 100 mg/m2/dia ou 150 mg/dia (0,15 /24horas) em ambos os sexos. Nos
neonatos considera-se acima de 300 mg/m2 devido à reabsorção reduzida das proteínas
filtradas. As uromodulinas (proteínas de Tamm-Horsfall) representam 50% da fração proteica
excretada, a albumina aproximadamente 40%, e o restante é composto pelas proteínas
plasmáticas de baixo peso molecular, como beta-2 microglobulinas, imunoglobulinas,
transferrina, dentre outras.
É importante, entretanto, diferenciar esta alteração urinária no que se refere à sua
intensidade, classificando-a em proteinúria subnefrótica ( < 1.000 mg/24 h) ou nefrótica ( >
1.000 mg/24h). Naquela normalmente não há uma causa patológica, ao contrário desta, que
certamente é secundária à alguma nefropatia e geralmente está associada à edema. Porém não
se deve estimar o prognóstico apenas nos níveis de proteinúria porque em alguns casos, como
3
na Doença de Berger (Nefropatia por Ig A) este achado tem significado incerto,
frequentemente necessitando de biópsia renal.
Pode-se realizar uma avaliação quantitativa da proteinúria através da razão das
concentrações urinárias de proteína sobre creatinina em amostra isolada de urina. As unidades
de medida devem ser a mesma, e se não o forem deverão ser convertidas antes do cálculo. É
esperado desta razão, para níveis normais de proteinúria, que abaixo dos dois anos de idade
esteja menor que 0,5 e acima desta mesma faixa etária, que não ultrapasse o valor de 0,2.
Níveis acima de 2 sugerem fortemente proteinúria nefrótica.
4.2. DETECÇÃO
Negativo
Traço 15 – 30 mg/dL
+ 30 – 100 mg/dL
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+++ 300 – 1000 mg/dL
0 Ausente
(1 – 10 mg/dL)
(15 – 30 mg/dL)
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Existem também dois métodos quantitativos, que são o cálculo da proteinúria em
amostra de urina coletada durante 24 horas, e o índice proteinúria/creatininúria (mg/mg) em
amostra isolada.
O método de detecção padrão-ouro é a determinação da proteinúria na urina de 24
horas, sendo o melhor devido a grande variação na concentração da proteína urinária ao longo
do dia, de acordo com o ciclo circadiano, impossibilitando a sua avaliação adequada em
amostra isolada de urina.
Este método depende de fatores como a adesão do paciente, coleta adequada e o ma-
nuseio da amostra em laboratório. Por isso os pacientes precisam ser orientados sobre como
realizá-lo, devendo esvaziar a bexiga antes de iniciar anotando a hora exata em que o fez,
reservando todas as diureses nas 24 horas seguintes em um mesmo recipiente, que deverá ser
mantido em temperatura ambiente ou na geladeira, o exame terminará exatamente na mesma
hora em que foi iniciado no dia seguinte.
Por causa da dificuldade na realização da proteinúria de 24 horas tem-se considerado a
avaliação da relação proteína/creatinina na amostra isolada de urina como um exame
adequado, uma vez que a excreção urinária de creatinina em pacientes com função renal
normal é constante bem como a proteinúria o é em nefropatias. Este método tem como valores
de referência para crianças: menor do que 0,5 em crianças até 2 anos, e abaixo de 0,2 em
crianças maiores, níveis acima de 3,5 são considerados como proteinúria nefrótica (2).
Existe também a possibilidade de mensurar a perda urinária de albumina através da
relação albuminúria-creatininúria, uma relação menor do que 30 é normal, entre 30 e 300
significa microalbuminúria e acima de 300 é considerado como nefropatia.
Pode-se realizar ainda a eletroforese de proteína urinária, uma avaliação qualitativa,
usada para identificar as proteínas na urina de acordo com o peso molecular, auxiliando na
localização do segmento do néfron envolvido. A perda de proteínas por comprometimento do
segmento tubular caracteriza-se pelo achado de proteínas de baixo peso molecular, se o
segmento afetado for o glomérulo observa-se perda de proteínas com peso molecular que
corresponde à albumina.
Outros métodos diagnósticos são citados por alguns autores como o teste do calor
onde 5 mL de urina é centrifugado, em seguida adiciona-se 2 mL de base acetato ao
sobrenadante e a solução é aquecida a 56 °C durante 15 minutos, a presença de precipitado
indica proteína de Bence-Jones.
1.1 PATOGÊNESE
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A membrana da parede capilar do glomérulo é formada por três camadas: endotélio
fenestrado, membrana basal glomerular e podócito. Os componentes plasmáticos passam
livremente através do endotélio fenestrado e da membrana basal glomerular.
As células epiteliais viscerais do glomérulo formam a camada externa deste e estão
unidas à membrana basal glomerular por intermédio de extensões citoplasmáticas (processos
podocitários). Os processos maiores tem um abundante citoesqueleto composto
principalmente por microtúbulos e filamentos intermediários, que correm paralelamente ao
eixo dos processos podocitários, e contem muitas actinas associadas a proteínas, como
miosina, nefrina, podocina, NEPHs 1, 2 e 3, P-caderina, cateninas, FAT 1 e 2, Zona
Ocluddens-1 (ZO-1), alfa-actina-4, densina e CRIM1. Estas proteínas interagem com o
citoesqueleto dos podócitos fazendo das fendas de filtração um filtro de tamanho e de carga
Os processos podocitários se conectam à membrana basal glomerular pelas fendas de
filtração, através de pontes nos poros de filtração entre o podócito adjacente e o processo
podocitário. A composição molecular e estrutural dessas fendas é pouco conhecida. Baseados
na microscopia eletrônica Rodewald e Karnowsky propuseram um modelo “zíper”, onde um
fino diafragma é formado por unidades de bastões que se estendem desde os processos
podocitários até uma barra central linear, paralelamente às células da membrana.
As figuras 1 e 2 ilustram a citoarquitetura do diafragma de fenda, mostrando as
proteínas estruturais e possibilitando um melhor entendimento morfológico do mesmo:
7
FIGURA 1: diafragma de fenda
Fonte: http://nicci77.wikispaces.com/Urology , 2012
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organizada por fibrilas formando uma pequena malha de filtro. Os principais componentes da
membrana basal glomerular são colágeno tipo IV, laminina, nidogênio, sulfato heparan de
proteoglicanos. O principal sulfato heparan de proteoglicanos é o perlecan, responsável pela
grande carga negativa da membrana.
Em 1998 Kestilä et al. (6) descobriram um novo gene (NPHS1) responsável pela
Síndrome Nefrótica congênita tipo Finlândes (CNF). CNF é uma desordem autossômica
recessiva com proteinúria inclusive intra-útero causando síndrome nefrótica severa antes do
nascimento. O NPHS1 codifica a nefrina, uma proteína de adesão da família das
imunoglobulinas que é sintetizada pelos podócitos glomerulares, e localiza-se no diafragma
de fenda de acordo com o modelo em zíper.
Em rins com CNF e grande mutação NPHS1 nenhuma nefrina é expressa e a imagem
à microscopia eletrônica mostra ausência do filamento do diafragma de fenda. A deficiência
de nefrina levou camundongos à proteinúria plasmática maciça enquanto que defeitos
genéticos na membrana basal glomerular causaram perdas urinárias proteicas insidiosas,
mostrando que o diafragma de fenda é mais importante do que a membrana basal glomerular
para a seletividade da barreira glomerular. Estudos realizados por especialistas em medicina
fetal mostraram que durante a glomerulogênese a maturação final do diafragma de fenda não
ocorreria sem nefrina (6).
Logo após essa descoberta, Boute et al. (7) encontraram mutações em outro gene,
NPHS2, responsável por uma forma familiar recessiva de glomeruloesclerose focal segmentar
(GESF). O NPHS2 codifica a podocina, que é integrada à proteína de membrana 42-kDa e se
localiza no sítio de inserção da fenda do diafragma que se liga à cauda citoplasmática da
nefrina bem como duas outras proteínas podocitárias (CD2AP e Neph 1). Os estudos
genéticos demonstraram que mutações no gene da podocina podem ser responsáveis por casos
esporádicos de GESF classificada como adquirida anteriormente. Outros trabalhos
perceberam que uma mutação específica no NPHS2 é responsável por casos d e síndrome
nefrótica resistente ao uso de corticosteroides.
Defeitos na nefrina e Neph-1, que são essenciais ao citoesqueleto estrutural do
diafragma de fenda, causam proteinúria maciça logo após o nascimento, enquanto que
defeitos na CD2AP, podocina e alfa-4-actina levam à uma proteinúria modesta mais
tardiamente (6).
A maioria dos pacientes com nefropatia por doença glomerular primária apresenta
também lesão tubulointersticial associada, provavelmente porque há um aumento de
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mediadores inflamatórios ligados a albumina que são levados ao interstício renal, onde
atuarão como substâncias quimioatraentes de monócitos iniciando uma resposta inflamatória
local.
Surgiu recentemente um novo conceito sobre o mecanismo dos danos causados pelos
altos níveis de albumina que trafegam pelo túbulo proximal durante a doença renal
proteinúrica, onde a sobrecarga proteica seria a responsável por promover um aumento da
produção de radicais livres de oxigênio gerando assim uma lesão oxidativa renal, porém este
mecanismo ainda não está bem esclarecido
É importante lembrar que diversos fatores podem provocar uma excreção urinária
proteica transitória. Dentre eles estão atividade física, estresse emocional, temperaturas muito
baixas, administração de adrenalina, cirurgia abdominal, insuficiência cardíaca congestiva,
infecção do trato urinário, doença febril aguda.
Anti- inflamatórios não esteroidais (AINES) e os inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECA) podem causar proteinúria reversível, mas às vezes levam à proteinúria
persistente secundária à nefrite tubulointersticial. Ao mesmo tempo esses medicamentos além
dos bloqueadores dos receptores de angiotensina podem levar à diminuição da proteinúria.
A obesidade central também está relacionada à perda de proteína pela urina, o
mecanismo ainda não está bem estabelecido, mas apresenta boa resposta à perda ponderal e ao
uso de IECA.
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4.4.CLASSIFICAÇÃO
Não Patológica
Transitória Febre
Estresse emocional
Frio extremo
Adrenalina
Cirurgia abdominal
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Postural (Ortostática)
Persistente benigna (esporádica ou familiar)
Patológica (Persistente)
Tubular Hereditária
Cistinose
Doença de Wilson
Acidose tubular renal proximal
Galactosemia
Síndrome de Lowe
Adquirida
Antibióticos
Nefrite intersticial
Necrose tubular aguda
Doenças císticas
Intoxicação por metal pesado
Glomerular Síndrome nefrótica
Doença por lesão mínima
Glomerulonefrite proliferativa mesangial
Glomeruloesclerose focal e segmentar
Glomerulopatia membranosa
Glomerulonefrite membranoproliferativa
Glomerulonefrite
Tumores
Drogas
Alterações estruturais congênitas e adquiridas do trato urinário
Hidronefrose
Doenças policísticas
Hipoplasia renal
Displasia renal
Nefropatia por refluxo
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4.5.PROTEINÚRIA TRANSITÓRIA
4.6.PROTEINÚRIA PERSISTENTE
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todas as diureses em recipiente diverso do noturno. Um achado de proteinúria leve ou ausente
na posição supina e alta na posição ortostática confirma o diagnóstico de proteinúria postural.
Em vigência de febre com temperatura corporal ≥ 38,3 °C pode-se encontrar
proteinúria transitória, cujo mecanismo é desconhecido, e não costuma exceder +2 no teste
com fita de imersão, é considerada benigna quando cessa após normalização da temperatura
corporal (1).
Após exercício vigoroso pode ocorrer proteinúria que também raramente excede +2 no
dipstick, e costuma desaparecer após 48 horas de repouso (1).
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transferrina, imunoglobulinas e fatores do complemento. O principal sintoma desta síndrome
é o edema, causado devido à redução da pressão oncótica do plasma que ocasiona saída de
líquido para o espaço extravascular, podendo comprometer serosas. A hipoalbuminemia
estimula a produção de lipoproteínas pelo fígado, especialmente a LDL (maior poder
aterogênico), diante da hiperlipidemia os rins excretarão mais lipídeos, causando lipidúria.
Apesar de os pacientes com SN normalmente fazerem muita retenção de sódio, a
concentração sérica deste eletrólito costuma estar reduzida devido à retenção de água
associada, promovida pelos altos níveis de hormônio antidiurético. Em alguns casos essa
hiponatremia (pseudo-hiponatremia) pode decorrer da hiperlipidemia que interfere
laboratorialmente dependendo do método utilizado (5).
Devido ao acometimento sistêmico da SN, com possibilidade de evoluir com algumas
complicações (hipercoagulabilidade, maior suscetibilidade à infecções dentre outros), também
pela complexidade do manejo terapêutico, todo o paciente com suspeita de síndrome nefrótica
deverá ser encaminhado ao nefrologista para que este inicie uma avaliação, seguimento e
tratamento adequados, prontamente.
A proteinúria tubular é menos comum, e resulta de lesão tubular com consequente
incapacidade de reabsorção das proteínas de baixo peso molecular como beta2microglobulina,
lisozima, alfa 1 microglobulina e proteína ligadora de retinol (RBP). A RBP livre é quase
completamente reabsorvida pelos túbulos contorcidos proximais, servindo assim como
importante marcador da função tubular. Essa proteinúria raramente excede o valor de
1g/24horas e não costuma estar associada a edema, mas pode estar relacionada com outros
defeitos da função tubular como glicosúria, fosfatúria, bicarbonatúria e aminoacidúria.
A proteinúria por hiperfluxo, ou de superprodução sistêmica ocorre em decorrência do
aumento na produção de proteínas de baixo peso molecular ultrapassando a capacidade de
reabsorção tubular. É uma causa rara de proteinúria na infância. A proteinúria que decorre do
mieloma múltiplo serve como exemplo, pois há um aumento na produção de proteínas de
cadeia leve sintetizadas por plasmócitos, Bence-Jones, podendo ser perdidas até 5g/dia nestes
casos.
O exame capaz de identificar quais são os tipos de proteína que estão sendo perdidas
pela diurese é a eletroforese de proteínas urinárias.
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4.9. INVESTIGAÇÃO E MANEJO DA PROTEINÚRIA
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proteinúria transitória. Após confirmação se for demonstrado apenas traços de proteína, o
teste deverá ser repetido em 1 ano, porém se o mesmo evidenciar no mínimo +1 de proteína
deve-se colher nova amostra de urina pela manhã a fim de saber a relação proteína/creatinina
e realizar urianálise. Estando a relação proteína/creatinina abaixo de 0,2 e a urina I dentro da
normalidade, diagnostica-se proteinúria ortostática e o teste da fita reagente deverá ser
repetido em um ano. Se a relação proteína/creatinina estiver acima de 0,2 e/ou havendo
alterações na urianálise (leucocitúria e ou hematúria) deve-se realizar avaliação posterior
quanto a presença de glomerulonefrite, síndrome nefrótica ou outras alterações
parenquimatosas, encaminhando o paciente para acompanhamento com nefrologista de
acordo com o seguinte algoritmo (livro):
≥1
* > 0,2 ou
Urina I alterada
AVALIAÇÃO POSTERIOR:
• História (medicação, história familiar);
• Exame físico (incluindo PA);
• Exames laboratoriais (uréia, creatinina,
eletrólitos, colesterol e albumina); Encaminhar ao nefrologista
- Considerar também (quando for que deverá considerar biópsia
apropriado): renal e definirá a conduta
• Ultrassonografia renal; adequada de acordo com os
• C3, C4, CH50, FAN; achados
• Sorologias para hepatites B e C;
• Teste para HIV; * Proteína (mg) / creatinina (mg)
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4.10. TRATAMENTO
O tratamento da proteinúria deverá ser instituído de acordo com sua causa, porém
algumas orientações não específicas serão comentadas adiante. Estudos recentes
demonstraram que pacientes com nefropatia proteinúrica não se beneficiaram de restrição
proteica na dieta, porém é razoável evitar a sua ingestão excessiva a fim de que esta
proteinúria não se exacerbe. É sabido também que a manutenção de baixos níveis de pressão
arterial sistólica é benéfica para preservar a função renal, e quando em associação com
algumas classes de anti-hipertensivos como os inibidores da enzima conversora de
angiotensina ou os bloqueadores dos receptores de angiotensina II reduzem os níveis de
proteinúria e os riscos de fibrose renal (5).
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5. CONCLUSÃO
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Kashif, W.; Siddiqi, N.; Dincer, H. E.; Dincer, A. P.; Hirsch S. Proteinuria: How to
evaluate an important finding. Clevelan Clinic Journal of Medicine, v.70, n.6, jun.
2003.
5. Hogg, R. J.; Portman, R. J.; Milliner, D.; Lemley, K. V.; Eddy, A.; Ingelfinger, J.
Evaluation and Manage ment of Proteinuria and Nephrotic Syndrome in
Children: Recommendations from a Pediatric Nephrology Panel Established at
the National Kidney Foundation Conference on Proteinuria, Albuminuria, Risk,
Assesment, Detection, and Elimination (PARADE). Pediatrics, v.105, n.6, Jun.
2000.
19
diagnóstico y siguimiento de la enfermedad renal crónica. Revista Nefrologia,
31(3):331-45 | DOI: 10.3265, Jan. 2011.
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