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I – Considerando as ideias de GIANOTTI, estruture uma argumentação

acerca da visão estereotipada da Filosofia e do filósofo.

Conforme GIANNOTTI: “Importa-nos como o filósofo toma distância do


sábio”.Tomando este pensamento como fundamento e norte para a discussão do
que é a filosofia e o filósofo, e seus estereótipos, vemos que o que marca a ideia
de filosofia e o filósofo é justamente a posição de sábio e sabedoria, não
segundo os conceitos mais ponderados sobre o tema, porém, conforme o saber
do senso-comum. O filósofo é visto como uma espécie de guru, oráculo, aquele
que conhece os segredos das coisas, e que a verdade de seu discurso tem valor
transcendental, por vezes religioso.Tal pensamento, mais prejudica o saber
filosófico do que propriamente o legitima, uma vez que tal pensamento encerra o
tema com uma resposta definitiva e concludente, − palavras daquele que possui
o saber. Podemos desconstruir este estereótipo do filósofo, como sendo o sábio
que detém o saber absoluto, com a seguinte pergunta: Seria o filósofo um sábio
que tem um conhecimento sublime, ou um inquiridor do todo que tem as
melhores perguntas? A filosofia é fruto do saber condensado do sujeito, que se
supõe ser este sujeito, que assume uma função transferencial de sujeito suposto
saber, ou este filósofo é o que tem as maiores dúvidas, e suas hipóteses
levantadas no percurso reflexivo, são em si, a prática filosófica propriamente
dita?

II – Baseado no texto de MELLO e SOUZA, disserte sobre o significado


de “Pensar com ‘p’” e “Pensar com ‘P’”.

Segundo o texto, as formas de pensar são distintas, pode-se pensar com “p”, o
que implica em uma vivência e raciocínio puramente natural, é o viver e pensar
como consequência deste viver, contudo não é um refletir progressivo sobre a
própria vida, o que implicaria em métodos e finalidades distintos. O autor ainda
aponta que o pensar com “p”, nas relações de trabalho por exemplo, é fruto do
especialismo e tecnicismo, visto que ambos contribuem para bitolar os
indivíduos dentro de sua esfera de atuação, ignorando outros aspectos
fundamentais para a reflexão e ponderação sobre a vida, uma vez que, o
importante para tal, não é o saber sobre o que se faz, mas sim como fazer, é o
homo sapiens deixando de ser o homem que busca conhecer, abrindo mão de
sua natureza dada ao conhecimento, para se resumir em homo faber, é o
homem que apenas fabrica coisas e utensílios, mas sem qualquer significação,
nem questionamento s sobre o porquê de se fazer tal. O pensar com “P” é o
posto, por mais que seja importante o fazer puramente técnico, contribui para a
construção do que se vê, em todos os lugares, homens fabricaram tais coisas,
porém, o pensar com “P” é função extraordinária, é deixar o comum e a
alienação para descobrir o que faz, porque faz, como faz, e o que o motiva, e
ainda descobrir-se nesse caminho de conhecimento. É deixar o saber como
fazer, puramente fazer por fazer, para saber como fazer, mas pensando,
refletindo no porquê de se fazer, e por que fazer. Como MELLO e SOUZA diz:
que pensar com “P” ou “p” é “perceber a diferença que existe entre pensar
cotidianamente e pensar o cotidiano”.

III – Apoiando-se nas ideias de IGLESIAS, construa uma dissertação

sobre o tema: o que é a Filosofia.

Ao se falar em filosofia, principalmente sobre uma ótica do senso-comum que a


filosofia é uma espécie de saber “mágico”, que capacita aos filósofos darem
respostas sábias sobre quaisquer indagações a ele feitas. É como se ao
imaginar a filosofia, o que viesse à mente fosse a condição de superioridade
conferida aos filósofos, que sabe o que ninguém mais sabe, que veem o que
ninguém mais vê. De certo, filósofo pratica a filosofia com certa regularidade, e
como dizem os cientistas do comportamento, como nas leis de THORNDIKE,
que ensinam sobre a lei do exercício, cujo o comportamento mais
frequentemente executado tende a ser melhor e eximiamente executado, e
como para os comportamentalistas, o pensar é comportamento, privado, mas
comportamento, é bem verdade que, o filósofo por refletir e pensar o todo, o
necessário e o universal, principalmente por questionamentos, de certo eles
possuem mais indícios de uma verdade do que aqueles que ignoram qualquer
coisa que não seja o aparente e o óbvio. Mas de modo algum, este saber
adquirido com a prática da filosofia eleva a filosofia a arte mágica, tampouco
capacita o filósofo a um status de maior que o humano e o contingente.

A filosofia é, portanto, um saber sobre o saber, uma reflexão e um discurso


racional sobre qualquer coisa que se buscou conhecer, e faz isso sobre o
aspecto mais comum e humilde que o homem possa produzir, que são as
perguntas, mas não são perguntas desinteressadas de quem busca meios mais
fáceis de se atingir a um objetivo, antes, são perguntas, questionamentos que se
entremeiam nas “engrenagens” do objeto estudado, e que por tamanha
proximidade extraem o mais próximo do verdadeiro e da essência das coisas.

A filosofia é fruto do espanto do filósofo, o Thauma para os gregos, é aquilo que


o mobiliza e serve de motivador para a busca pelas respostas sobre o que o
espantara. A filosofia não tem reservas nos seus questionamentos, tudo e todos
podem e são alvos das dúvidas do filósofo, o que melhor ilustra isso, talvez
seriam as palavras de Sócrates: “Só sei que nada sei, e o fato de saber disso
me põe em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”.

Se me pedissem para resumir a filosofia em uma única frase, ou mais, em uma


única palavra, eu diria: dúvida.

IV - disserte sobre a relação estabelecida entre a filosofia e a prática


cotidiana.

A filosofia é a busca pelo conhecimento, pela sabedoria. Muitos a encaram como


uma disciplina difícil de compreender já que existem diversos filósofos, e cada
um com opiniões que diferem. Mas isso não é motivo para deixar a filosofia de
lado. Ela pode ser uma forte terapia de autoajuda e conhecimento no cotidiano.A
filosofia pode estar presente tanto em uma roda de conversa, ou naquela
conversa séria com o parceiro, ou em discussões na sala de aula. Ela pode se
discutida em qualquer lugar. Não só discutida, mas também proporcionar
reflexão, questionamento sobre o modo como entendemos as coisas e o valor
que damos a isto. Filosofar neste sentido significa compartilhar ideias,
pensamentos com outras pessoas. É se perguntar se aquilo que se acredita
realmente é de fato o que você pensa e construiu por muito tempo.

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