Você está na página 1de 7

Tribunal de Justiça de Pernambuco

PJe - Processo Judicial Eletrônico

12/06/2019

Número: 0001538-23.2018.8.17.3110
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: Primeira Turma da Primeira Câmara Regional de Caruaru
Órgão julgador: Gabinete do Des. José Viana Ulisses Filho
Última distribuição : 20/03/2019
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 0001538-23.2018.8.17.3110
Assuntos: Abatimento proporcional do preço
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
GERCINO JOSE RUFINO (REPRESENTANTE) RICARDO HENRIQUE SILVA VIEIRA DE MELO
(ADVOGADO)
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. (REPRESENTANTE) CARLOS EDUARDO CAVALCANTE RAMOS (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
60797 10/06/2019 10:36 Voto do Magistrado Voto
06
Apelação nº 0001538-23.2018.8.17.3110

Apelante(s): Gercino Jose Rufino

Apelado (s): Banco Santander S/A

Juízo: 2ª Vara Cível da Comarca de Pesqueira

Relator: Des. José Viana Ulisses Filho

VOTO

Segundo consta da peça inicial, o autor da ação sustenta que foi lesado devido a ocorrência de descontos
indevidos em sua conta bancária advindo de suposta contratação de serviço jamais adquirido pela mesma.

Inicialmente, se faz necessário destacar que a presente lide trata de relação de consumo, de forma a
aplicar ao caso os ditames do Código de Defesa do Consumidor, tal como a inversão do ônus da prova,
conforme estabelece o artigo 6º, VIII do CDC.

Também é pacífica a aplicação da responsabilidade objetiva pelos riscos inerentes à atividade praticada,
nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, de forma que, no caso em tela a conduta
abusiva caracterizou-se pela ausência de cautela, o que, por consequência, ocasionou dano ao consumidor
por meio da realização de descontos indevidos no contracheque da demandante.

Conforme descrito na inicial, a parte autora, constatou cobranças efetuadas mensalmente em sua conta, no
valor de R$ 43,27 (quarenta e três reais e vinte e sete centavos). As alegações de descontos são
devidamente comprovadas através dos documentos de ID nº 6041342.

O apelado em sua contestação sustentou a ocorrência da contratação do produto e o não cabimento do


dano moral. Limitou-se, pois, a sustentar a regularidade da sua conduta sem trazer aos autos nenhuma
prova cabal que desconstituísse as alegações constantes da exordial.

Inicialmente, verifico que o banco demandado não acostou aos autos qualquer documentação que
demonstre os fatos alegados.

Ora, o que ocorreu, de fato, foi a realização de descontos na conta salário da apelante de forma abusiva e
indevida por dívida inexistente, oriunda de contrato que não fora juntado aos autos pela apelante.

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 1
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959
Inequívoca, pois, a responsabilidade do Banco apelado, que agindo de forma negligente realizou
descontos indevidos no valor de R$ 43,27 (quarenta e três reais e vinte e sete centavos) mensais. O
documento de ID nº 6041342 evidencia os referidos descontos.

Não se desincumbiu, pois, de provar, o apelado, a existência do contrato ensejador das cobranças
realizadas, vez que opera em favor do consumidor, parte hipossuficiente, a inversão do ônus probandi.

Sobre o tema cito o seguinte julgado:

“DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. RECURSO DE AGRAVO CONTRA


DECISÃO TERMINATIVA PROFERIDA EM SEDE DE APELAÇÃO. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE
COBRANÇA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E OBRIGAÇÃO DE
FAZER. CARTÃO DE CRÉDITO. DESCONTO INDEVIDO EM SALÁRIO. DANO MORAL IN
RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO. CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. Na hipótese dos autos, a ilicitude dos descontos efetuados pelo réu na folha de pagamento da autora foi
reconhecida na sentença, não tendo esta matéria sido objeto de impugnação pelo Banco Réu, por meio de
apelação. 2. A jurisprudência do Tribunal de Justiça de Pernambuco é firme no sentido de que o
desconto indevido em conta bancária extrapola a esfera do mero aborrecimento do cotidiano,
configurando dano moral indenizável. 3. A verba indenizatória (R$ 5.000,00) foi fixada em
consonância com os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. 4. O valor dos honorários
advocatícios de sucumbência é incompatível com as normas do art. 20, § 3º, alíneas a, b e c, e § 4º, do
Código de Processo Civil e, portanto, não merece redução. 5. Recurso de Agravo a que se nega
provimento por unanimidade de votos”.

(TJ-PE - Agravo 386833-3 PE 0000434-84.2015.8.17.1110, Relator: Márcio Fernando de Aguiar Silva,


Data de Julgamento: 17/03/2016, 1ª Câmara Regional de Caruaru - 2ª Turma, Data de Publicação:
07/04/2016).

Passo a me pronunciar sobre o dano moral.

Incontroverso, se mostra o ilícito praticado pelo apelado. Houve desfalque no salário do apelante, com a
realização dos referidos descontos.

A ocorrência de dano moral é evidente, pois a autora, por conta da conduta absolutamente inadequada e
de má fé do réu sofreu descontos indevidos em seus parcos rendimentos, comprometendo sua
solvabilidade financeira. Tal situação trouxe angústia, transtorno, abalo emocional e aflição, o que é
suficiente para caracterizar dano moral.

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959
A doutrina conceitua o dano moral como sendo, nas palavras da Professora Maria Helena Diniz “a lesão
de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada pelo ato lesivo”. (Curso de Direito
Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. VII., p. 84).

Por sua vez, O doutrinador Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro. 3. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2008. v. IV. Pág. 359), ao conceituar o dano moral assevera que:

“Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que
integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome, etc.,
como se infere dos art. 1º, III, e 5º, V e X, da Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor,
sofrimento, tristeza, vexame e humilhação. ”

A parte autora, ora apelante, certamente sofreu transtornos e preocupações desnecessárias com a atitude
do apelado de efetuar descontos de valores indevidos no seu salário, oriundas de contrato inexistente.

Neste sentido a jurisprudência deste Tribunal:

“RECURSO DE AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO TERMINATIVA EM SEDE DE


APELAÇÃO. DESCONTO INDEVIDO EM FOLHA DE PAGAMENTO. RECURSO ADESIVO
PROVIDO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DECISÃO TERMINATIVA MANTIDA.
RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. No caso dos autos, diante dos fatos e
documentos apresentados, tem-se que a agravada foi claramente vítima de erro na prestação de
serviços, visto que não houve realização de contrato de empréstimo com o apelante e, mesmo assim, esta
sofreu descontos indevidos em seu benefício previdenciário.2. Frente à prova dos autos, percebe-se que,
se houve contrato firmado com o apelante, este foi realizado em fraude, por terceira pessoa, sendo
indevidos os descontos efetuados no contracheque da apelada/recorrente, a qual de forma indevida sofreu
danos matérias e morais.3. O apelante agiu, portanto, de forma ilícita e, inegavelmente, violou o
patrimônio moral da apelada, causando lesão à sua dignidade. Trata-se de dano in re ipsa, que
prescinde de prova da ocorrência de prejuízo concreto, o qual se presume, conforme as regras de
experiência comum.4. Ao concreto, demonstrada a abusividade do ato praticado pelo banco apelante
levando em conta as condições econômicas e sociais da ofendida, e da empresa agressora, empresa de
grande porte, o valor arbitrado a titulo de indenização por danos morais apresenta-se adequado e merece
ser mantido.5. A decisão recorrida encontra-se em consonância com a jurisprudência do STJ e dos
Tribunais Pátrios e merece ser mantida. Precedentes. 6. Recurso de Agravo a que se nega provimento por
unanimidade de votos”. (TJ-PE - AGV: 372646-1 PE, Relator: Francisco Manoel Tenorio dos Santos,
Data de Julgamento: 17/03/2016, 4ª Câmara Cível, Data de Publicação: 12/04/2016)

“AGRAVO LEGAL. DECISÃO TERMINATIVA EM APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE


CIVIL. COBRANÇA INDEVIDA. FATURA DE CARTÃO DE CRÉDITO. OPERAÇÃO
FRAUDULENTA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES PAGOS. DECISÃO UNÂNIME.1. A
parte autora comprovou a realização do pagamento da fatura com os devidos lançamentos
fraudulentos. Portanto, faz jus à repetição de indébito, com arrimo no art. 42, parágrafo único, do

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 3
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959
Código de Defesa do Consumidor.2. A instituição financeira não apresentou qualquer documento que
comprovasse a legalidade da fatura, havendo abuso do direito da cobrança e má-fé da Apelante capaz de
ensejar na repetição do indébito pelo dobro do que indevidamente foi cobrado.3. Recurso não provido.
Decisão Unânime”. (TJ-PE - Agravo: 370510-8 PE, Relator: Stênio José de Sousa Neiva Coêlho, Data de
Julgamento: 10/03/2015, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 16/03/2015)

Ademais, em relação ao quantum indenizatório, em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema,
por não haver critérios determinados e fixos para a quantificação desta espécie de dano, a doutrina e
tribunais pátrios mantêm o entendimento de que a indenização deve ser fixada com moderação, não se
justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento sem causa. Neste ponto, importante
o esclarecimento da Professora Maria Helena Diniz (Responsabilidade Civil, 6a.Ed, São Paulo: Saraiva):

"A reparação do dano moral, em regra, é pecuniária, visando neutralizar os sentimentos negativos
compensando-os com alegria. O dinheiro seria apenas um lenitivo, que facilitaria a aquisição de tudo
aquilo que possa concorrer para trazer ao lesado uma compensação por seus sofrimentos.”

Por esse motivo, deve o arbitramento operar-se proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte econômico
das partes, assim como devem ser consideradas a extensão e a intensidade do dano, objetivando,
outrossim, desestimular o ofensor a repetir o ato. Neste sentido, jurisprudência deste Egrégio Tribunal de
Justiça de Pernambuco:

“PROCESSO CIVIL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. COBRANÇA INDEVIDA.


NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. DANOS MORAIS. QUANTUM MANTIDO. RECURSO IMPROVIDO.
1. O valor da indenização por danos morais deve ser fixado em consonância com os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, não podendo causar enriquecimento ou empobrecimento das
partes envolvidas, devendo ao mesmo tempo desestimular a conduta do ofensor e consolar a vítima;
2. No presente caso, levando em conta as circunstâncias ínsitas a este processo, e considerando, também,
que consta nos autos informações sobre o ajuizamento de diversas demandas judiciais com o mesmo
objetivo compensatório, pelo mesmo autor, é razoável a sua manutenção em R$ 6.000,00 (seis mil reais);
3. Recurso a que se nega provimento, à unanimidade".

(TJ-PE - APL: 3551688 PE, Relator: Roberto da Silva Maia, Data de Julgamento: 24/02/2015, 1ª Câmara
Cível, Data de Publicação: 06/03/2015)

Portanto, fixo o quantum indenizatório no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por atender aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Quanto ao pedido repetição do indébito em dobro, entendo que o banco réu se limitou a alegar a
regularidade da cobrança, bem como a inexistência da ocorrência dos danos morais sofridos pela
demandante sem trazer aos autos prova alguma de suas alegações, haja vista que não apresentou
qualquer prova referente à autora.

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 4
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959
Se há cobrança indevida, efetivo pagamento e engano injustificável, com vulneração à boa-fé objetiva, a
devolução em dobro, conforme regra expressa do parágrafo único do art. 42 da Lei n. 8.078 /90, é medida
que se impõe. Nesse sentido:

EMENTA APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO BANCÁRIO. INEXISTÊNCIA DO CONTRATO


FIRMADO ENTRE AS PARTES. DANOS MATERIAIS. DESCONTOS INDEVIDOS. RESTITUIÇÃO
EM DOBRO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTIA INDENIZATÓRIA FIXADA EM PATAMAR
RAZOÁVEL. SENTENÇA MANTIDA. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 - A apresentação
do instrumento contratual pela instituição financeira é indispensável à demonstração de sua existência.
Ausente dos autos, não há possibilidade de se verificar a sua validade (legalidade). Com efeito, impõe-se
a declaração de sua inexistência e, por consequência, da dívida questionada. 2 - Sabe-se que aos bancos
compete a verificação minuciosa das informações que lhes são fornecidas, haja vista o inerente risco
decorrente das atividades praticadas pelas instituições financeiras (responsabilidade objetiva decorrente
do risco do empreendimento). Assim, não comprovada a relação contratual firmada entre as partes, certo é
que a cobrança fora realizada de forma indevida, vez que os descontos foram efetivados em virtude de
empréstimo não autorizado pelo autor/apelado. Nesse contexto, dadas as circunstâncias que envolvem a
lide em apreço, quais sejam a configuração da relação de consumo, a cobrança indevida, no mínimo a
culpa (negligência) do banco apelante e a inexistência de prova de engano justificável por parte do
fornecedor do serviço bancário, resta evidente a obrigação quanto à restituição em dobro do quantum
descontado indevidamente. Inteligência do art. 42, parágrafo único, do CDC. 3 - Comprovada a má
prestação dos serviços, fato que importou na redução dos valores mensais recebidos a título de benefício
previdenciário, resta configurada situação excepcional que merece ser indenizada a título de danos
morais, vez que é de se presumir o abalo psíquico suportado pelo autor/apelado no caso sub examine
(dano moral in re ipsa). Assim, não há o que se modificar na sentença quanto à condenação do banco
apelante no pagamento de indenização por danos morais. No tocante à quantia fixada, no valor de R$
1.000,00 (mil reais), também não há o que reparar, haja vista ter sido imposta de forma razoável e
compatível com o dano causado. 4 Apelo conhecido e desprovido. TJPI-AC 00002835120148180100. 4ª
Câmara Especializada Cível. Publicação 10/12/2015. Relator Des. Oton Mário José Lustosa Torres.

O entendimento pacífico da jurisprudência é no sentido de que a devolução em dobro é cabível quando


ficar demonstrado a má-fé do credor, o que ocorreu no presente caso. Neste sentido cito entendimento
recente do Superior Tribunal de Justiça:

“AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. REPETIÇÃO DE


INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. PRAZO. ARTIGOS 177 DO CC/16 E 205 DO CC/2002. REPETIÇÃO EM
DOBRO DO INDÉBITO. CONSTATAÇÃO DA MÁ-FÉ. NECESSIDADE. AGRAVO NÃO
PROVIDO.1. A prescrição para a restituição/repetição de valores pagos indevidamente em função de
contrato bancário segue os prazos previstos nos artigos 177 do Código Civil revogado e 205 do Código
Civil vigente, respeitada a norma de transição do artigo 2.028 deste, e tem como termo inicial o efetivo
prejuízo (pagamento ou lesão). 2. A Segunda Seção desta Corte firmou o entendimento de que a
devolução em dobro dos valores pagos pelo consumidor somente é possível quando demonstrada a
má-fé do credor, o que não ocorreu no caso dos autos. 3. Agravo interno a que se nega
provimento”.(STJ, AgRg no Resp 1019495/MT, Relator: Raul Araújo, 4ª Turma, Data de Julgamento:
19/04/2016, Dje 29/04/2016)

Por fim, determino como marco inicial da incidência da correção monetária a data do seu arbitramento
por força da Súmula n. 362/STJ, e atualização da indenização com a inclusão dos juros moratórios a partir
da data do desconto indevido (evento danoso), tendo em vista que o Superior Tribunal de Justiça, ao

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 5
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959
apreciar o REsp n. 1.132.866/SP, definiu que os juros moratórios, em caso de danos extracontratuais
(dano moral puro), como no caso, devem incidir a partir do evento danoso, motivando a edição da Súmula
n. 54/STJ.

Dessa feita, reajusto os ônus sucumbenciais condenando o recorrido em custas e despesas processuais,
bem como honorários advocatícios na ordem de 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação,
atendendo aos parâmetros do artigo 85, do Novo Código de Processo Civil.

Por todas as razões acima expostas, DOU PROVIMENTO ao Recurso de Apelação interposto para
condenar o banco apelado ao pagamento de indenização por danos morais na quantia de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), atualizados, monetariamente, a partir deste arbitramento e juros de mora a partir do
evento danoso, nos termos das súmulas 54 e 362 do STJ, e restituição dos valores cobrados
indevidamente com a dobra legal.

É como voto.

Caruaru,

Des. José Viana Ulisses Filho

Relator

0 9

Assinado eletronicamente por: JOSE VIANA ULISSES FILHO - 10/06/2019 10:36:24, JOSE VIANA ULISSES FILHO - 25/03/2019 11:26:57 Num. 6079706 - Pág. 6
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19061010362466500000006034959
Número do documento: 19061010362466500000006034959

Você também pode gostar