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FENÔMENOS DE TRANSPORTE
(EQ107)
i
ii
3 Equações Conservativas 26
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2 A Equação da Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3 A Equação do Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.4 A Equação da Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4 Estudo de Casos 38
4.1 A Equação de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
iii
Lista de Tabelas
iv
CAPÍTULO 1
1.1. Vetores
Um vetor é um segmento de reta orientado que pode ser representado da seguinte forma:
3
X
v = v 1 e 1 + v 2 e2 + v 3 e 3 = vi ei (1.1)
i=1
mas
0 se i 6= j
(ei ej ) ≡ δij =
1 se i = j
onde δij é o chamado delta de Kronecker . Assim, o produto escalar entre dois vetores é
dado por:
1
1.1 Vetores 2
Seja o tensor permutador unitário, εijk , definido como sendo igual a 1 para seqüencias
no sentido horário, igual a -1 para seqüencias no sentido anti-horário da Figura 1.1 e igual
a zero para conjuntos que apresentem pelo menos um índice repetido, ou seja:
1 se ijk = 123 ou 231 ou 321
εijk = −1 se ijk = 132 ou 321 ou 213 (1.6)
0 se i=j ou i = k ou j = k
71
3k 2
A equação 1.8 pode ser escrita de forma compacta como o seguinte determinante:
e1 e 2 e3
u × v = u1 u2 u3 = (u2 v3 − u3 v2 )e1 + (u3 v1 − u1 v3 )e2 +
v1 v2 v3 (1.9)
+ (u1 v2 − u2 v1 )e3
Capítulo 1 Uma Introdução à Álgebra Tensorial 3
u.(v × w) = u1 v2 w3 − u2 v1 w3 + u3 v1 w2 − u1 v3 w2 + u2 v3 w1 − u3 v2 w1
1.2. Tensores
Um tensor é uma variável que necessita para ser totalmente especificada, de um módulo
(escalar) e de n direções, onde n é a ordem do tensor. Um escalar pode ser interpretado
como um tensor de ordem 0 e um vetor como um tensor de ordem 1. Para calcular se o
número de componentes, Nc , de um tensor utiliza-se a equação:
Nc = 3n
P
onde representa a soma das ordens dos tensores multiplicados. Alguns exemplos:
e assim por diante.Existem quatro regras básicas que definem as multiplicções entre ten-
sores unitários normais:
ei ej · ek = δjk ei ; (1.14)
ei · ej ek = δij ek ; (1.15)
ei ej · ek el = δjk ei el ; (1.16)
ei · ej = δij
ei × ej = εijk ek
ei ej · ek = δjk ei
ei · ej ek = δij ek
ei ej · ek el = δjk ei ej
ei ej : ek el = (ei · el )(ej · ek )δil δjk
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T.S = Tij Sjr ei er = (Ti1 S1r + Ti2 S2r + Ti3 S3r )ei er (1.20)
∂
∇ = ei (1.23)
∂xi
∂vj ∂vj
v.∇v = vk ek . ei ej = vk ek .ei ej
∂xi ∂xi
(1.30)
∂vj ∂vj ∂vj ∂vj
= vi ej = v1 + v2 + v3
∂xi ∂x1 ∂x2 ∂x3
X 1 ∂
∇= e∗i (1.31)
i
hi ∂q i
com
v
uX 2
u ∂x j
hi = t (1.32)
j
∂qi
X 1 ∂xj
e∗i = ej (1.33)
j
hi ∂qi
p
x = r cos θ r= x2 + y 2
y = r senθ ou θ = arctg(y/x)
z=z z=z
dV = (rdθ)drdz
Z L Z 2π Z R
V = rdrdθdz = πR2 L (1.34)
0 0 0
dA1 = (rdθ)dz
então
Z 2π Z L
A1 = ydzdθ = 2πyL (1.35)
0 0
dA2 = (rdθ)dr
então
Z 2π Z R
A2 = ydrdθ = πR2 (1.36)
0 0
x = r cos θ
y = r senθ
z=z
∂x ∂y ∂z
= cos θ = senθ =0
∂r ∂r ∂r
∂x ∂y ∂z
= −r senθ = r cos θ =0
∂θ ∂θ ∂θ
∂x ∂y ∂z
=0 =0 =0
∂z ∂z ∂z
1.4 Operações em Coordenadas Curvilíneas 10
s 2 2 2
√
∂x ∂y ∂z
hθ = + + = r2 sen2 θ + r2 cos2 θ = r
∂θ ∂θ ∂θ
s 2 2 2
√
∂x ∂y ∂z
hz = + + = 1=1
∂z ∂z ∂z
∂ 1 ∂ ∂
∇= er + eθ + ez (1.37)
∂r r ∂θ ∂z
ez = ez
Assim,
∂(vr er ) ∂(vθ eθ ) ∂(vz ez )
∇.v =er . + er . + er .
∂r ∂r ∂z
1 ∂(vr ) ∂(er ) ∂(vθ ) ∂(eθ ) ∂(vz ) ∂(ez )
+ eθ . er + vr + eθ + vθ + ez + vz
r ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
∂(vr ) ∂(er ) ∂(vθ ) ∂(eθ ) ∂(vz ) ∂(ez )
+ e z . er + vr + eθ + vθ + ez + vz
∂z ∂z ∂z ∂z ∂z ∂z
Sabendo-se que o produto escalar entre vetores ortonormais é nulo, pode-se escrever:
∂(vr ) ∂(er ) ∂(eθ ) ∂(ez )
∇.v =er . er + vr + vθ + vz
∂r ∂r ∂r ∂z
1 ∂(er ) ∂(vθ ) ∂(eθ ) ∂(ez )
+ eθ . vr + eθ + vθ + vz
r ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
∂(er ) ∂(eθ ) ∂(vz ) ∂(ez )
+ ez . v r + vθ + ez + vz
∂z ∂z ∂z ∂z
Considerando as relações entre os vetores ortonormais
er = ex cos θ + ey senθ
eθ = ex (−senθ) + ey cos θ
e z = ez
obtém-se:
∂er ∂er ∂eθ ∂eθ ∂ez ∂ez
= = = = = =0
∂r ∂z ∂r ∂z ∂r ∂θ
∂er ∂eθ ∂ez
= eθ = −er = 1,
∂θ ∂θ ∂z
assim, chega-se finalmente a
∂(vr ) vr 1 ∂(vθ ) ∂(vz )
∇.v = + + +
∂r r r ∂θ ∂z
1.4 Operações em Coordenadas Curvilíneas 12
p
x = r senθ cos ϕ r= x2 + y 2 + z 2
p !
x2 + y 2
y = r senθ senϕ ou θ = arctg
z
y
z = r cos θ ϕ = arctg
x
A Figura 1.5 apresenta o elemento de volume em coordenadas esféricas. É fácil de
perceber que o volume de uma esfera é calculado a partir da equação:
dV = (rsenθdϕ)rdθdr = r2 senθdrdθdϕ
R π 2π
R3
Z Z Z
4
V = r2 senθdrdθdϕ = (− cos π + cos 0)(2π) = πR3 (1.39)
0 0 0 3 3
Capítulo 1 Uma Introdução à Álgebra Tensorial 13
x = r senθ cos ϕ
y = r senθ senϕ
z = r cos θ
∂x ∂y ∂z
= senθ cos ϕ = senθ senϕ = cos θ
∂r ∂r ∂r
∂x ∂y ∂z
= r cos θ cos ϕ = r cos θ senϕ = −r senθ
∂θ ∂θ ∂θ
∂x ∂y ∂z
= −r senθ senϕ = r senθ cos ϕ =0
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
leva a
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hr = + +
∂r ∂r ∂r
p
= sen2 θ cos2 ϕ + sen2 θ sen2 ϕ + cos2 θ = 1
s 2 2 2
∂x ∂y ∂z
hθ = + +
∂θ ∂θ ∂θ
p
= r2 cos2 θ cos2 ϕ + r2 cos2 θ sen2 ϕ + r2 sen2 θ = r
s
2 2 2
∂x ∂y ∂z
hϕ = + +
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
p
= r2 sen2 θ sen2 ϕ + r2 sen2 θ cos2 ϕ + 0 = r senθ
desta forma, o operador diferencial nabla em coordenadas esféricas será:
∂ 1 ∂ 1 ∂
∇= er + eθ + eϕ (1.40)
∂r r ∂θ r senθ ∂ϕ
Laplaciano de um escalar
Coordenadas retangulares
∂2s ∂2s ∂2s
∇2 s = + +
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
Coordenadas cilíndricas
1 ∂2s ∂2s
2 1 ∂ ∂s
∇ s= r + +
r ∂r ∂r r2 ∂θ2 ∂z 2
Coordenadas esféricas
∂2s
2 1 ∂ 2 ∂s 1 ∂ ∂s 1
∇ s= 2 r + 2 senθ + 2
r ∂r ∂r r senθ ∂θ ∂θ r sen2 θ ∂φ2
∂vx ∂vy ∂vy ∂vz ∂vz ∂vx
+ Txy + + Tyz + + Tzx +
∂y ∂x ∂z ∂y ∂x ∂z
Coordenadas cilíndricas
∂vr 1 ∂vθ vr ∂Vz
T : ∇v = Trr + Tθθ + + Tzz +
∂r r ∂θ r ∂z
∂ vθ 1 ∂vr 1 ∂vz ∂vθ ∂vz ∂vr
+ Trθ r + + Tθz + + Trz +
∂r r r ∂θ r ∂θ ∂z ∂r ∂z
Capítulo 1 Uma Introdução à Álgebra Tensorial 15
Coordenadas esféricas
∂vr 1 ∂vθ vr
T : ∇v = Trr + Tθθ + +
∂r r ∂θ r
1 ∂vφ vr cot θ ∂vθ 1 ∂vr vθ
+ Tφφ + + vθ + Trθ + − +
r senθ ∂φ r r ∂r r ∂θ r
∂vφ 1 ∂vr vφ 1 ∂vφ 1 ∂vθ cot θ
+ Trφ + − + Tθφ + − vφ
∂r r senθ ∂φ r r ∂θ r senθ ∂φ r
Gradiente de um escalar
Coordenadas retangulares
∂s ∂s ∂s
∇s = ex + ey + ez
∂x ∂y ∂z
Coordenadas cilíndricas
∂s 1 ∂s ∂s
∇s = ex + eθ + ez
∂r r ∂θ ∂z
Coordenadas esféricas
∂s 1 ∂s 1 ∂s
∇s = er + eθ + eφ
∂r r ∂θ r senθ ∂φ
Rotacional de um vetor
Coordenadas retangulares
∂vz ∂vy ∂vx ∂vz ∂vy ∂vx
∇×v = − ex + − ey + − ez
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Coordenadas cilíndricas
1 ∂vz ∂vθ ∂vx ∂vz 1 ∂ 1 ∂vr
∇×v = − er + − eθ + (rvθ ) − ez
r ∂θ ∂z ∂z ∂x r ∂r r ∂θ
Coordenadas esféricas
1 ∂ 1 ∂vθ
∇×v = (vφ senθ) − ex +
r senθ ∂θ r senθ ∂φ
1 ∂vx 1 ∂ 1 ∂ 1 ∂vx
+ − (rvφ ) eθ + (rvθ ) − eφ
r senθ ∂φ r ∂φ r ∂r r ∂θ
Divergente de um tensor simétrico
Coordenadas retangulares
∂Txx ∂Tyx ∂Tzx ∂Txy ∂Tyy ∂Tzy
∇.T = + + ex + + + ey
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
∂Txz ∂Tyz ∂Tzz
+ + + ez
∂x ∂y ∂z
1.4 Operações em Coordenadas Curvilíneas 16
Coordenadas cilíndricas
1 ∂ 1 ∂Trθ Tθθ ∂Trz
∇.T = (rTrr ) + + + er +
r ∂r r ∂θ r ∂z
1 ∂Tθθ ∂Trθ 2 ∂Tθz
+ + + Trθ + eθ +
r ∂θ ∂r r ∂z
1 ∂ 1 ∂Tθz ∂Tzz
+ (rTrz ) + + ez
r ∂r r ∂r ∂z
Coordenadas esféricas
1 ∂ 2 1 ∂ Tθθ + Tφφ 1 ∂Trφ
∇.T = 2
(r Trr ) + (Trθ senθ) + + er +
r ∂r r senθ ∂θ r r senθ ∂φ
1 ∂ 2 1 ∂ Trθ 1 ∂Tθφ cotθ
+ (r Trθ ) + (Tθθ senθ) + + − Tφφ eθ +
r2 ∂r r senθ ∂θ r r senθ ∂φ r
1 ∂ 2 1 ∂Tθφ 1 ∂Tφφ Trφ 2 cot θ
+ (r Trφ ) + + + + Tθφ eφ
r2 ∂r r ∂θ r senθ ∂φ r r
Laplaciano de vetor
Coordenadas retangulares
∂ 2 vx ∂ 2 vx ∂ 2 vx ∂ 2 vy ∂ 2 vy ∂ 2 vy
2
∇v= + + ex + + + ey +
∂x2 ∂y 2 ∂z 2 ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2 vz ∂ 2 vz ∂ 2 vz
+ + + ez
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
Coordenadas cilíndricas
1 ∂ 2 vr 2 ∂vθ ∂ 2 vr
2 ∂ 1 ∂
∇v= (rvr ) + 2 2 − 2 + er +
∂r r ∂r r ∂θ r ∂θ ∂z 2
1 ∂ 2 vθ 2 ∂vr ∂ 2 vθ
∂ 1 ∂
+ (rvθ ) + 2 2 + 2 + eθ +
∂r r ∂r r ∂θ r ∂θ ∂z 2
1 ∂ 2 vz ∂ 2 vz
1 ∂ ∂vz
+ r + 2 2 + ez
r ∂r ∂r r ∂θ ∂z 2
Capítulo 1 Uma Introdução à Álgebra Tensorial 17
Coordenadas esféricas
2 2 2vr 2 ∂vθ 2vθ cot θ 2 ∂vφ
∇ v = ∇ vr − 2 − 2 − − 2 er +
r r ∂θ r2 r senθ ∂φ
2 2 ∂vr 2 cos θ ∂vφ vθ
+ ∇ vθ + 2 − 2 2
− 2 eθ +
r ∂θ r sen θ ∂φ r sen2 θ
2 vφ 2 ∂vr 2 cos θ ∂vφ
+ ∇ vφ − 2 2
+ 2 + 2 eφ
r sen θ r senθ ∂φ r sen2 θ ∂φ
∂vz ∂vz ∂vz
+ vx + vy + vz ez
∂x ∂y ∂z
Coordenadas cilíndricas
∂vr vθ ∂vr ∂vr ∂vθ vθ ∂vθ vr vθ ∂vθ
v.∇v = vr + + vz er + vr + + + vz eθ +
∂r r ∂θ ∂z ∂r r ∂θ r ∂z
∂vz vθ ∂vz ∂vz
+ vr + + vz ez
∂r r ∂θ ∂z
Coordenadas esféricas
∂vφ vθ ∂vφ vφ ∂vθ vr vφ vφ vθ cot θ
+ vr + + + + eφ
∂r r ∂θ r senθ ∂φ r r
2.1. Fundamentos
Uma forma de se estudar um problema em Mecânica do Contínuo consiste em monitorar
a variável desejada em posições bem definidas do espaço. Tal metodologia é chamada de
descrição espacial ou de Euler. Uma forma alternativa de se estudar o mesmo problema
consiste em monitorar a variável em questão acompanhando o movimento de um grupo
de partículas. Tal metodologia é chamada de descrição material ou de Lagrange. Na
concepção de Lagrange, a posição de uma partícula é dada por x = x(X, t) onde x é o vetor
de coordenadas e t é o tempo. Uma vez que duas partículas não podem ocupar ao mesmo
tempo o mesmo lugar no espaço e que uma partícula não pode ocupar simultaneamente
dois espaços distintos, a função x deve ser necessariamente bijetora, ou seja, é inversível.
Assim, pode-se escrever X = X(x, t). Seja uma propriedade ψ da mistura; na concepção
material pode-se escrever: ψ = ψ[x(t), t]. A derivada da propriedade ψ com relação
ao tempo, na concepção lagrangeana, é chamada de derivada substantiva de ψ, cuja
representação é Dψ Dt
. Como as coordenadas da partícula de fluido são dependentes do
tempo, pode-se escrever:
3
Dψ ∂ψ ∂ψ dx1 ∂ψ dx2 ∂ψ dx3 ∂ψ X ∂ψ dxj
= + + + = + (2.1)
Dt ∂t x ∂x1 dt ∂x2 dt ∂x3 dt ∂t x j=1 ∂xj dt
Reconhecendo
dxj
vj = ,
dt
3
X
v= vj ej
j=1
19
2.1 Fundamentos 20
∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x ∂x2 ∂x2
2
+
∂X1 ∂X2 ∂X3
D ∂x3 D ∂x3 D ∂x3
Dt ∂X Dt ∂X2 Dt ∂X
1 3
Mas
D ∂xi ∂ dxi ∂vi ∂vi ∂x1 ∂vi ∂x2 ∂vi ∂x3
= = = + +
Dt ∂Xj ∂Xj dt ∂Xj ∂x1 ∂Xj ∂x2 ∂Xj ∂x3 ∂Xj
X ∂vi ∂xk
=
k
∂xk ∂Xj
isto é,
D ∂xi X ∂vi ∂xk ∂vi ∂x1 ∂vi ∂x2 ∂vi ∂x3
= = + + ,
Dt ∂Xj k
∂xk ∂Xj ∂x1 ∂Xj ∂x2 ∂Xj ∂x3 ∂Xj
assim
∂v1 ∂x1 ∂v1 ∂x1 ∂v1 ∂x1 ∂v1 ∂x2 ∂v1 ∂x2 ∂v1 ∂x2
∂x1 ∂X1 ∂x1 ∂X2 ∂x1 ∂X3 ∂x2 ∂X1 ∂x2 ∂X2 ∂x2 ∂X3
DJ ∂x
2 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂x2
= +
Dt ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂x3
∂X ∂X3
1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2
2.1 Fundamentos 22
∂v1 ∂x3 ∂v1 ∂x3 ∂v1 ∂x3 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂x3 ∂X1 ∂x3 ∂X2 ∂x3 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x ∂x2 ∂x2 ∂v2 ∂x1 ∂v2 ∂x1 ∂v2 ∂x1
2
+ + +
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂x1 ∂X1 ∂x1 ∂X2 ∂x1 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂x3 ∂x3
∂X ∂X2 ∂X3 ∂X
1 1 ∂X2 ∂X3
∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1
∂X2 ∂X3
∂v ∂x ∂v2 ∂x2 ∂v2 ∂x2 ∂v2 ∂x3 ∂v2 ∂x3 ∂v2 ∂x3
2 2
+ + +
∂x2 ∂X1 ∂x2 ∂X2 ∂x2 ∂X3 ∂x3 ∂X1 ∂x3 ∂X2 ∂x3 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂X ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
1
∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂x2
2
+ + +
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂v3 ∂x1 ∂v3 ∂x1 ∂v3 ∂x1 ∂v3 ∂x2 ∂v3 ∂x2 ∂v3 ∂x2
∂x ∂X ∂x1 ∂X2 ∂x1 ∂X3 ∂x2 ∂X1 ∂x2 ∂X2 ∂x ∂X
1 1
2 3
∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x ∂x2 ∂x2
2
+
∂X1 ∂X2 ∂X3
∂v3 ∂x3 ∂v3 ∂x3 ∂v3 ∂x3
∂x ∂X ∂x3 ∂X2 ∂x3 ∂X3
3 1
ou
∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x2 ∂x2 ∂x2
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
DJ ∂v1 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂v1 ∂x2
∂x2 ∂x2
= + +
Dt ∂x1 ∂X1 ∂X3 ∂x2 ∂X1
∂X2
∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂X ∂X2 ∂X3 ∂X ∂X2 ∂X3
1 1
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂v1 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂v2 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂v2 ∂x2 ∂x2 ∂x2
+ + + +
∂x3 ∂X1 ∂X3 ∂x1 ∂X1 ∂X3 ∂x2 ∂X1
∂X2
∂X2
∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂X ∂X2 ∂X3 ∂X ∂X2 ∂X3 ∂X ∂X2 ∂X3
1 1 1
Capítulo 2 Uma Introdução à Mecânica do Contínuo 23
∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂v2 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂v3 ∂x2
∂x2 ∂x2 ∂v3 ∂x2
∂x2 ∂x2
+ + + +
∂x3 ∂X1 ∂X3 ∂x1 ∂X1 ∂X3 ∂x2 ∂X1
∂X2
∂X2
∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x2 ∂x2 ∂x2
∂X ∂X2 ∂X3 ∂X ∂X2 ∂X3 ∂X ∂X2 ∂X3
1 1 1
∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3
∂v3 ∂x2 ∂x2 ∂x2
+
∂x3 ∂X1
∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3
∂X ∂X2 ∂X3
1
Utilizando a propriedade que faz com que seja nulo todo o determinante que apresente
duas linhas iguais, pode-se escrever:
∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1 ∂x1
∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
DJ ∂v1 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂v2 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂v3 ∂x2 ∂x2 ∂x2
= + +
Dt ∂x1 ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂x2 ∂X1 ∂X2 ∂X3 ∂x3 ∂X1 ∂X2 ∂X3
∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3 ∂x3
∂X ∂X ∂X ∂X ∂X ∂X ∂X ∂X ∂X
1 2 3 1 2 3 1 2 3
e
DJ ∂v1 ∂v2 ∂v3
=J +J +J = J(∇ · v) = J div(v). (2.3)
Dt ∂x1 ∂x2 ∂x3
Assim, chega-se a um resultado bastante importante:
1 DJ
=∇·v (2.4)
J Dt
que mostra que a dilatação do volume material está ligada à divergência do vetor veloci-
dade.
ZZZ
D
= [Jψ]dVo
Dt
e
ZZZ ZZZ
DF (t) D Dψ DJ
= [Jψ]dVo = J +ψ dVo
Dt Dt Dt Dt
ZZZ
Dψ 1 DJ
= +ψ dVo
Dt J Dt
Mas
1 DJ
=∇·v
J Dt
e
dV = JdVo
logo
ZZZ ZZZ
DF (t) Dψ 1 DJ Dψ
= +ψ JdVo = + ψ∇ · v dV
Dt Dt J Dt Dt
e
ZZZ ZZZ
DF (t) D Dψ
= ψ[x(t), t]dV = + ψ∇ · v dV (2.7)
Dt Dt Dt
A derivada substantiva é dada por
Dψ ∂ψ
= + v · ∇ψ
Dt ∂t x
Capítulo 2 Uma Introdução à Mecânica do Contínuo 25
então
ZZZ ZZZ
Dψ ∂ψ
+ ψ∇ · v dV = + v · ∇ψ + ψ∇ · v dV
Dt ∂t x
ZZZ
∂ψ
= + ∇ · ψv dV
∂t x
logo
ZZZ ZZZ
D D ∂ψ
F (t) = ψ[x(t), t] = + ∇ · ψv dV
Dt Dt ∂t x
(2.8)
ZZZ ZZZ
∂ψ
= dV + {∇ · ψv}dV
∂t x
e, finalmente
ZZZ ZZZ ZZ
D ∂ψ
ψ[x(t), t]dV = dV + (ψv) · n dS (2.9)
Dt ∂t x
3.1. Introdução
O Teorema do Transporte de Reynolds é uma ferramenta fundamental para a obtenção das
equações da conservação da massa, da quantidade de movimento e da energia. Neste capí-
tulo, serão desenvolvidas, a partir do mencionado teorema, as equações da continuidade,
do movimento e das energias mecânica e térmica para sistemas puros. É importante
ressaltar que para a obtenção dessas equações deve-se adotar a variável ψ adequada,
conforme será apresentado a seguir.
que é a expressão integral da Equação da Conservação da Massa para fluidos puros ou,
simplesmente, Equação da Continuidade para fluidos puros em sua forma integral.
26
Capítulo 3 Equações Conservativas 27
ou melhor
∂ρ
+ ∇ · ρv = 0 , (3.3)
∂t
que é a expressão da Equação da Continuidade para um fluido puro, em sua forma difer-
encial.
Algumas situações particulares muito importantes são:
∇·v =0 (3.5)
Q = hvi A (3.8)
∇·v =0
∇ · ρv = 0
ZZ ZZ ZZ
ρv · n ds = ρv · n ds − ρv · n ds
saídas entradas (3.9)
∼
X X
= hρi hvi A − hρi hvi A = 0
saídas entradas
Capítulo 3 Equações Conservativas 29
ZZZ ZZ
∂ρv X
dV + (ρvv) · n dS = Fi (3.13)
∂t x i
• As forças de campo (Fb ) , que atuam num determinado volume sem que haja
contato físico. Como exemplo de tais forças, pode-se citar a força de gravidade, a
força elétrica, a força magnética etc. A expressão de tais forças é feita através da
seguinte equação
ZZZ
Fb = ρb dv (3.14)
3.3 A Equação do Movimento 30
• As forças de superfície (Fx ) , que atuam num determinado volume através de contato
direto com as superfícies que o envolvem. Como exemplo de tais forças pode-se citar
as forças de compressão, de pressão, de atrito etc. A expressão de tais forças é feita
através da seguinte equação:
ZZ
Fs = T · n dS (3.15)
onde T é o tensor tensão total. As forças de superfície podem ainda ser subdivididas em
forças estáticas e forças dinâmicas. As forças estáticas são aquelas que atuam sobre as
superfícies do volume de controle mesmo que não exista movimento a ele associado e as
forças dinâmicas são aquelas que existem apenas quando o volume de fluido estudado se
encontra em movimento. Como exemplo de forças de superfície estáticas pode-se citar as
forças de pressão e das forças dinâmicas, as forças de arraste. Desdobrando-se o tensor
tensão total em dois tensores, um associado às forças estáticas e outro às forças dinâmicas
tem-se:
T = −P I − τ (3.16)
Os sinais negativos presentes nas duas parcelas da Equação (3.16) devem-se à con-
venção segundo a qual forças aplicadas sobre o sistema (ou que entram no sistema) são
negativas. Desta forma, será obtido o balanço de formas que o sistema exerce sobre suas
vizinhanças.
Substituindo-se a Equação (3.16) na (3.15) e, posteriormente, substituindo o resultado
e a Equação (3.14) na Equação (3.13), obtém-se:
ZZZ ZZ ZZ ZZ
∂ρv
dV + (ρvv) · n dS = − P I · n ds − τ · n dS
∂t x
ZZZ (3.18)
+ ρb dV.
∇ · P I = ∇P (3.20)
e
∂ρv ∂v ∂ρ
+ ∇ · (ρvv) = ρ + v · ∇v + v + ∇ · ρv (3.21)
∂t ∂t ∂t
O termo entre chaves na segunda parcela da Equação (3.21) é nulo, uma vez que é a
expressão da equação da continuidade, Equação (3.2), assim, obtém-se finalmente
∂v
ρ + v · ∇v = −∇P − ∇ · τ + ρb (3.22)
∂t
Dv
ρ = −∇P − ∇ · τ + ρg (3.23)
Dt
que é a Equação do Movimento,; todos os seus termos referem-se a forças por unidade de
volume. O seu primeiro membro representa a força inercial aplicada pelo sistema sobre
suas vizinhanças. As parcelas do segundo membro representam, respectivamente, as forças
de pressão, dinâmica de superfície (força viscosa) e de peso exercidas pelo sistema sobre
suas vizinhanças.
A tensão viscosa depende do tipo de fluido estudado. Uma categoria de fluidos muito
importante na Mecânica dos Fluidos é a dos fluidos newtonianos. Os fluidos newtonianos
são aqueles que apresentam a seguinte relação entre a tensão viscosa e o gradiente de
velocidade:
2
τ = −µ ∇v + ∇vT + µ(∇ · v)I (3.24)
3
Coordenadas cilíndricas
∂vx 2 1 ∂vθ vx 2
Txx = −µ 2 − (∇ · v) , Tθθ = −µ 2 + − (∇ · v) ,
∂r 3 r ∂θ r 3
∂vz 2 ∂ vθ 1 ∂vx
Tzz = −µ 2 − (∇ · v) , Trθ = Tθr = −µ r + ,
∂z 3 ∂r r r ∂θ
∂vθ 1 ∂vz ∂vz ∂vz
Tzθ = Tθz = −µ + , Tzr = Trz = −µ +
∂z r ∂θ ∂r ∂z
Coordenadas esféricas
∂vx 2 1 ∂vθ vx 2
Txx = −µ 2 − (∇ · v) , Tθθ = −µ 2 + − (∇ · v) ,
∂r 3 r ∂θ r 3
1 ∂vφ vx vθ cot θ 2
Tφφ = −µ 2 + + − (∇ · v) ,
r sen θ ∂φ r r 3
∂ vθ 1 ∂vx 1 ∂vx ∂ vφ
Trθ = Tθr = −µ r + , Trφ = Tφr = −µ +r
∂r r r ∂θ r sen θ ∂φ ∂r r
sen θ ∂ vφ 1 ∂vθ
Tθφ = Tφθ = −µ + ,
r ∂θ sen θ r sen θ ∂φ
Capítulo 3 Equações Conservativas 33
Uma situação muito importante nos Fenômenos de Transporte é a que envolve es-
coamento laminar, isotérmico de um fluido newtoniano incompressível. Nessas condições
tem-se µ e ρ constantes. Sendo assim
2
∇ · τ = −∇ · {µ(∇v + ∇vT )} + ∇ · µ(∇ · v)I (3.25)
3
A Segunda parcela do segundo membro da Equação (3.25) é nula, uma vez que o fluido
é incompressível. Assim
T
∂ ∂vk ∂vj
∇ · τ = −µ∇ · ∇v + ∇v = −µei · ej ek + ej ek
∂xi ∂xj ∂xk
∂ 2 vk
∂vj
= −µ δij ek + δij ek
∂xi ∂xj ∂xi ∂xk
!
∂ 2 vk
∂vi 2 ∂ ∂vi
∇ · τ = −µ 2
ek + ek = −µ∇ v − µek
∂xi ij ∂xi ∂xk ∂xk ∂xi
Uma vez que a ordem da diferenciação é irrelevante, no caso de funções exatas, pode-se
rescrever a equação anterior como
∂
∇ · τ = −µ∇2 v − µek (∇ · v)
∂xk
Finalmente, como o fluido é incompressível, tem-se
∇ · τ = −µ∇2 v (3.26)
Dv
ρ = −∇P + µ∇2 v + ρg (3.27)
Dt
que é a expressão da Equação de Navier-Stokes. Vale a pena relembrar que a referida
equação é válida para descrever o movimento de fluidos newtonianos que apresentam ρ e
µ constantes.
Uma outra equação muito importante é aquela que trata do movimento de fluidos
ideais. Um fluido ideal é aquele que não transfere quantidade de movimento, ou seja,
apresenta τ = 0.
Dv
ρ = −∇P + ρg (3.28)
Dt
que é a chamada Equação de Euler. Para o caso de fluidos incompressíveis, pode-se definir
a pressão piezométrica como sendo
ς =P −ρ g h
3.3 A Equação do Movimento 34
onde h é a altura medida de baixo para cima. Substituindo essa definição na Equação
(3.28) obtém-se a Equação de Euler na sua forma compacta:
Dv
ρ = −∇ς (3.29)
Dt
ψ = ρE
onde E é a energia total específica (energia por unidade de massa). Nessas condições, a
expressão do referido teorema é:
ZZZ ZZZ ZZ
D ∂ρE
ρE dV = dV + (ρEv) · n dS (3.30)
Dt ∂t x
O primeiro membro da Equação (3.30) representa a variação da energia total do volume
material com o tempo. A energia pode penetrar no volume material sob a forma de calor
e de trabalho trocado com suas vizinhanças.
A entrada de calor no volume material através de seus contornos pode ser representada
pela seguinte integral
ZZ
q̇ = q · n dS (3.31)
onde q é o fluxo local de calor. Observe-se que a integral anterior será positiva para as
saídas e negativa para as entradas de calor.
A entrada de energia no sistema sob a forma de trabalho ocorre devido ao deslocamento
provocado no volume material devido às forças presentes na Equação do Movimento, isto
é:
ZZ ZZ ZZZ
Ẇ = − P I.v · n ds − τ · v.ndS + ρv.bdV (3.32)
ZZZ ZZ ZZ ZZZ
D
ρE dV = − P I.v · nds − τ · v.ndS + ρv.bdV
Dt
ZZ (3.33)
− q · n dS
Uma vez que dV é arbitrário, a única maneira de satisfazer a equação anterior para
todos os casos possíveis é garantindo que
∂ρE
+ ∇ · (ρEv) = −∇ · (P v) − ∇ · (τ · v) + ρv.b − ∇ · q (3.34)
∂t
cuja Uma vez que a expressão entre chaves na primeira parcela do segundo membro é a
derivada substantiva da energia total e que a segunda parcela do segundo membro é nula,
uma vez que a expressão entre chaves é a própria Equação da Continuidade, Equação
(3.3), pode-se rescrever a equação anterior
∂ρE ∂E DE
+ ∇ · (ρEv) = ρ + v · ∇E =ρ .
∂t ∂t Dt
DE
ρ = −∇ · (P v) − ∇ · (τ · v) + ρv.b − ∇ · q. (3.35)
Dt
Todos os termos da equação anterior referem-se a taxas de energia por unidade de
volume. As duas primeiras parcelas do segundo membro correspondem, respectivamente,
às entradas de energia no volume de fluido devido aos efeitos de pressão e de transferência
de quantidade de movimento das vizinhanças para o fluido. O termo ρv.b representa
a energia potencial do volume de fluido e o termo ∇.q representa a entrada de energia
no volume de fluido devido à entrada de energia sob a forma de calor através das suas
fronteiras.
Nos casos mais importantes em Engenharia, a energia total E é representada pela
soma das energias interna e cinética do volume de fluido, ou seja,
v2
E=U+ .
2
v2
D
ρ U+ = −∇ · (P v) − ∇ · (τ · v) + ρv.b − ∇ · q (3.36)
Dt 2
3.4 A Equação da Energia 36
D v2
ρ = −v · ∇P − v · ∇ · τ + ρv · g (3.37)
Dt 2
DU
ρ = − [∇ · (P v) − v · ∇P ] − [∇ · (τ · v) − v · ∇ · τ ] − ∇ · q (3.38)
Dt
∇ · (P v) = v · ∇P + P ∇ · v
∇ · (τ · v) = v · ∇ · τ + τ : ∇v.
DU
ρ = −P ∇ · v − τ : ∇v − ∇ · q (3.39)
Dt
dU = T dS − P dV
onde
Dv ∂v
= + v · ∇v ,
Dt ∂t
3
X ∂P
∇P = ei ,
i=1
∂xi
3
X
g= gi ei ,
i=1
3
X
dS = dxi ei
i=1
∂P ∂P ∂P
∇P · dS = ei · dxj ej = dxj δij = dxi = dP
∂xi ∂xi ∂xi
g · dS = gi ei · dxj ej = gi dxj δij = gi dxi
A Eq. (4.1), em notação indicial, passa a ser:
2
v
ρd = −dP + ρgi dxi (4.2)
2
38
Capítulo 4 Estudo de Casos 39
v 2 dP
d + + g dh = 0 ,
2 ρ
cuja integração leva a
v2
Z
dP
+ + gh = constante ,
2 ρ
que é a expressão da Equação de Bernoulli.
Para o escoamento de um fluido incompressível tem-se, finalmente,
v12 P1 v 2 P2
+ + gh1 = 2 + + gh2
2 ρ 2 ρ
CAPÍTULO 5
Os Sistemas Multicompostos e
Multifásicos
∆mi dmi
ρi = lim = , (5.1)
∆v→0 ∆v dV
ou
Z
mi = ρi dV, (5.2)
∆VF dVF
εF = ε = lim = , (5.4)
∆V →0 ∆V dV
ou simplesmente porosidade, e do sólido,
∆Vs dVS
εS = lim = . (5.5)
∆V →0 ∆V dV
40
Capítulo 5 Os Sistemas Multicompostos e Multifásicos 41
εS = 1 − ε. (5.6)
ρS = ρS εS = ρS (1 − ε), (5.7)
ρF = ρF εF = ρF ε. (5.8)
ui = vi − v . (5.10)
Como dV 6= 0, obtém-se
∂ρi
+ ∇ · (ρi vi ) = 0
∂t
e, visto que ρi = ρi εi , obtém-se finalmente
∂
(ρi εi ) + ∇ · (ρi εi vi ) = 0 (5.12)
∂t
que é a equação da continuidade para um componente i qualquer da mistura
O balanço de massa para a mistura leva a:
ZZZ ZZZ ZZ ZZZ
D ∂ρ ∂ρ
ρ dV = dV + (ρv) · n dS = + ∇ · (ρv) dV = 0 ,
Dt ∂t ∂t
ou seja,
∂ρ
+ ∇ · (ρv) = 0 , (5.13)
∂t
P P
1X ρ i v i ρi ε i v i
v= ρi vi = Pi = Pi . (5.15)
ρ i j ρi j ρi ε i
onde Fj são as diversas forças que atuam no volume material e o índice i representa um
constitutinte qualquer da mistura. O produto (mv)i é mais convenientemente represen-
tado pela integral de volume:
ZZZ
(mv)i = ρi vi dV ,
assim
ZZZ
D X
ρi vi dV = (Fj )i ,
DT j
Capítulo 5 Os Sistemas Multicompostos e Multifásicos 43
• as forças de campo, que são aquelas que atuam sobre o constituinte i contido no
volume material, sem que haja contato físico (forças de gravidade, elétrica, eletro-
magnética etc); sua expressão matemática é
ZZZ
(ρi b) dV
• as forças de superfície, que são aquelas que atuam sobre o constituinte i contido
no volume material através de contato físico por suas fronteiras (forças de tensão,
pressão, compressão etc); sua expressão matemática é
ZZ
Ti · n dS
A Teoria das Misturas introduz um termo devido à força exercida sobre o constituinte
i, provocada pelos demais componentes, diferentes de i, contidos no volume material. Tal
termo é comumente chamado de força de interação. A expressão matemática dessa força
é
ZZZ
(ρi li ) dV .
Pode-se então escrever que o somatório das forças que atuam sobre o componente i é dado
por:
X ZZZ ZZ ZZZ
(Fj )i = (ρi b) dV + Ti · n dS + (ρi li ) dV .
j
∂
(ρi vi ) + ∇ · (ρi vi vi ) = ρi b + ∇ · Ti + ρi li . (5.18)
∂i
Utilizando álgebra tensorial, é fácil mostrar que:
∇ · (ρi vi vi ) = vi (∇ · ρi vi ) + ρi vi · ∇vi
e
∂ ∂vi ∂ρi
(ρi vi ) = ρi + vi .
∂i ∂i ∂i
A substituição desses resultados na equação (5.18) leva a:
∂vi ∂ρi
ρi + vi + vi (∇ · ρi vi ) + ρi vi · ∇vi = ρi b + ∇ · Ti + ρi li
∂i ∂i
∂vi ∂ρi
ρi + vi · ∇vi + vi + (∇ · ρi vi ) = ρi b + ∇ · Ti + ρi li . (5.19)
∂i ∂i
ou ainda
∂vi
ρi + vi · ∇vi = ρi εi b + ∇ · Ti + ρi εi li
∂i
para o fluido e
∂vS
ρS ε S + vS · ∇vS = ρS εS b + ∇ · TS + ρS εS lS (5.21)
∂i
para o sólido
O Grupo de Sistemas Particulados da COPPE / UFRJ sugeriu que se desdobre a força
de interação em dois termos:
ρF εF lF = −[m − ρF (1 − εF )b] :
Capítulo 5 Os Sistemas Multicompostos e Multifásicos 45
onde m é a chamada força resistiva, que representa a força exercida pelo fluido sobre o
sólido (matriz porosa) a menos da força de empuxo. Assim, sabendo que a soma das
forças de interação sólido-fluido e fluido-sólido deve ser nula (terceira lei de Newton),
X
ρi εi li = ρS εS lS + ρF εF lF = 0
i
∂vS
ρS ε S + vS · ∇vS = ∇ · TS + m + (ρS − ρF )εS b (5.23)
∂i
O resultado final é
∂v
ρ + v · ∇v = ∇ · T + ρb
∂i
onde (grad vi )vi representa a operação linear entre o tensor gradiente de velocidade e o
vetor velocidade (multiplicação de uma matriz quadrada por um vetor coluna) e div Ti
representa a divergência do tensor tensão.