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CULTURA JOVEM: RISCOS E PERTURBAÇÕES (1º B)

Prof. Me. Olavo Barreto de Souza


Profa. Maria de Fátima Alves
(orientadores)

RESUMO:

Os filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guatarri1, ao tratarem sobre o


espaço biossocial, na contemporaneidade, definem que existem dois tipos: o
espaço estriado e o liso. O primeiro figura a lei e ordem que prescrevem as
práticas das mais diversas ordens da cultura; o segundo diz respeito à
transgressão, ao nomadismo, à abertura para práticas performativas que
contrapõem, como paradoxo, as leis que regem a cultura. Nesta reflexão, a
cultura jovem se insere como uma diversidade de performances sociais que se
constituem de intempestivas experiências de busca por identidade e expressão
de linguagem. Sendo o jovem um ser que está em caminho de transição, suas
experiências se qualificam pela tentativa de inserção no espaço biossocial. Tais
experiências têm o corpo como polo máximo de contiguidade com outros corpos
e se inscreverem num itinerário no qual se submetem à riscos e perturbações
que podem marcar profundamente a forma identitária/social/biológica do
indivíduo. Mediante tais considerações, o trabalho dispôs refletir sobre três
problemáticas muito caras à trajetória de vida do jovem: a Aids, a Gravidez na
Adolescência e o Suicídio. São três temáticas que centram-se no corpo do
jovem: a primeira, uma doença advinda da falta de proteção no ato sexual; a
segunda, tendo o mesmo ato como polo de ação, com a diferença que a
consequência final é a geração de uma vida não planejada; e a terceira coloca
em foco o estágio final de uma experiência de abalo de afetos. A justificativa para
o recorte temático tripartido deve-se a importância que tais temas têm na
trajetória juvenil – marcada pela sensibilidade, espírito de vanguarda –
conduzida para estar sempre em migração, segundo José Machado Pais2, numa
busca cujo potencial máximo é explorar os limites dos afetos e do corpo. O risco
é encarado pelo jovem como algo a ser experimentado e superado. Nesta
prática, através de nossas reflexões, concluímos que os efeitos, na realidade
aludida no trabalho, quase sempre são danosos: a contaminação com uma
doença de grande estigma social; a interrupção ou desvio de planos profissionais
e pessoais pela realidade adquirida fatalmente através da chegada de um filho;
ou o mergulho nos afetos corrosivos que intencionam a desistência da vida.

Palavras-chave: cultura jovem, aids, gravidez na adolescência, suicídio.

1 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia 2. vol. 5. São
Paulo: Ed. 34, 2008.
2 PAIS, José Machado. Buscas de si: expressividades e identidades juvenis. In: ALMEIDA, Maria

Isabel Mendes de; EUGÊNIO, Fernanda. (orgs.). Culturas jovens: novos mapas do afeto. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

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