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DIREITO CONSTITUCIONAL

Funções Essenciais à Justiça – Ministério Público


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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA – MINISTÉRIO PÚBLICO

MINISTÉRIO PÚBLICO

Posicionamento constitucional

• O Ministério Público, previsto nos artigos 127 a 130 da Constituição Fede-


ral, se trata de um órgão independente e autônomo;
• Antes de se tornar independente, esse órgão era subordinado ao Poder
Executivo, e ainda hoje há resquícios de vinculação a este em matéria de
processo legislativo;
• A fase de inciativa a projetos de lei de interesse do Ministério Público nasce
tanto do próprio Ministério Público como também do Poder Executivo.

Princípios institucionais

Atenção!
Os princípios da unidade e da indivisibilidade são muito cobrados em provas
de concurso.

• Unidade

É a unidade de comando. Todos os MP têm o seu comando – havendo uni-


dade tanto no MPU como no MPE. Os membros estão ligados por um vínculo
hierárquico que tem fins administrativos, e não de subordinação.
Desdobramentos da unidade:
ANOTAÇÕES

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De acordo com o esquema mostrado, o processo começou no juiz de pri-


meiro grau, e em seguida, a ação foi movida pelo Ministério Público Estadual.
Após isso, ela passou para o Tribunal de Justiça, para o STJ, e então para o
STF, onde conseguiu ganhar. Ao tentar fazer valer essa decisão perante o juiz de
primeiro grau, este acaba não querendo cumprir a decisão do STF. Desse modo,
entra em cena a figura da reclamação.

Atenção!
A reclamação, sob o ponto de vista jurídico, se trata de um direito de petição.
Ela serve para preservar a autoridade das decisões ou para proteger a
competência do órgão (nesse caso, do STF).

Quem oficia perante o STF é o PGR, esse que chefia o MPU. A orientação
tradicional costumava ser no sentido de que apenas o PGR poderia ingressar
com a reclamação, pois era ele que oficiava perante o STF.
Porém, invocando-se o princípio da unidade, o que vale atualmente é a
afirmação de que os membros do Ministério Público Estadual também possuem
legitimidade para ajuizar uma reclamação.
Exemplo: no Distrito Federal houve um crime praticado na divisa de uma
cidade satélite (município) e outra, tendo sido oferecida a denúncia perante a
circunscrição (comarca) de Ceilândia, acreditando-se que o crime havia sido pra-
ticado nessa localização. Porém, durante a instrução, se descobre que o crime
foi, na verdade, praticado na circunscrição de Taguatinga. Assim sendo, cabe ao
juiz que estava conduzindo o feito da comarca C declinar da competência para o
juiz competente, no caso o juiz da comarca T.

Atenção!
De acordo com o exemplo citado, segue uma pergunta que demonstra o modo
pelo qual o assunto pode ser abordado em prova: "após o juiz da comarca C
declinar da competência, o processo vai para as mãos do Ministério Público, e,
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depois disso, o procedimento adequado é: a) o promotor da comarca T oferecer


nova denúncia; b) o promotor da comarca T ratificar a denúncia; c) o promotor
da comarca T nada fazer".
A alternativa correta nessa questão seria a letra c, ou seja, o promotor da
comarca T nada faz. Isso porque ambos eram membros do mesmo MP, sob o
mesmo grau funcional, e sendo subordinados na mesma unidade.

• Indivisibilidade

O princípio da indivisibilidade dispõe que quem atua é a instituição, e não


a pessoa do promotor.

Atenção!
Pode haver a substituição de um pelo outro, desde que isso não acarrete
violação ao Princípio do Promotor Natural, ou seja, desde que essa mudança
não caracterize uma designação casuística em ofensa ao Princípio do Promotor
Natural.
Sendo assim, é possível que haja conciliação do Princípio do Promotor
Natural com o princípio da indivisibilidade.

Exemplo: No Distrito Federal, dois promotores novatos atuavam em uma cir-


cunscrição afastada de Brasília. Nesse lugar, um criminoso muito procurado pelo
MP pratica um homicídio doloso. Seria possível imaginar-se que, por se tratar de
um bandido altamente perigoso, seriam mandados promotores do centro, mais
experientes, para julgar esse bandido. Mas isso não é possível, pois caso isso
acontecesse, haveria uma designação casuística para pegar esse criminoso,
configurando-se a figura do acusador de exceção, que é vedada no ordena-
mento brasileiro.
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• Independência funcional

A hierarquia existente no Ministério Público é somente do ponto de vista admi-


nistrativo, e não funcional. Ou seja, um promotor novato não é obrigado a seguir
a orientação do Procurador-Geral de Justiça (naquilo que diz respeito à sua atu-
ação funcional).
O Princípio da Independência funcional é espelhado no artigo 28 do CPP.
Esse dispositivo estabelece que, se o membro do MP pedir um arquivamento do
feito, o juiz, em regra geral, o arquivará; já se o juiz não concordar, o procedi-
mento é diferente para o MP dos estados e para o MP da União:
MP dos estados: o feito será encaminhado para o PGJ;
MP da União: o caso ficará a cargo da Câmara de Coordenação de Revisão.
Aquele que receber (PGJ ou CCR), terá de tomar uma das seguintes ações:
• Insistir no arquivamento (e desse modo o juiz deverá arquivar);
• Oferecer denúncia;
• Designar outro membro do MP para denunciar (sendo que esse não poderá
recusar, pois estará agindo em nome daquele que o designou).

Observa-se que em nenhuma das opções há a possibilidade de o PGJ ou de


a CCR determinarem que o MP mude o seu entendimento, pois o promotor de
justiça agiu dentro da sua independência funcional.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Aragonê.
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