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Ficha resumo da Qualidade da água no troço principal do rio Tejo

Ficha Resumo
Objetivo estratégico
A Lei da Água1 estipula como objetivos ambientais que seja atingido e mantido “Bom” estado/potencial
ecológico e o “Bom” estado químico das massas de água superficiais e o bom estado químico e o bom
estado quantitativo das águas subterrâneas, que devem ser atingidos através da implementação do
Programas de Medidas estabelecido nos Planos de Gestão de Regiões Hidrográficas (PGRH).
O PGRH do Tejo e Ribeiras do Oeste2, para o período 2016-2021, no que respeita à qualidade da água
estabelece o objetivo estratégico “OE2 - Atingir e manter o Bom Estado/Potencial das massas de água” e
inclui 3 eixos de medidas que contribuem para este objetivo:
 PTE1 - Redução ou eliminação de cargas poluentes – 15 medidas
 PTE3 - Minimização de alterações hidromorfológicas – 4 medidas
 PTE4 - Controlo de espécies exóticas e pragas – 3 medidas

Diagnóstico
A qualidade da água é aferida através da monitorização pela APA/ARHTO de 236 estações com a seguinte
distribuição:


Rede estações
Diretiva Quadro da Água
Rede Operacional Rios 83
Rede Vigilância Rios 97
Rede Vigilância Albufeiras 4
Rede Operacional albufeiras 11
Diretiva Nitratos 8
Imp.059.11_Papel_Timbrado_APAIP

Captações utilizadas para a


produção de água para
consumo humano 10
Rede de Investigação Almonda 9
Rede de Investigação Tejo 14

Completada com a monitorização efetuada pelos concessionários (ex. AdP, EDP)

1
Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada e republicada pelo Decreto-Lei n.º 130/2012, de 22 de junho
2
Resolução do Conselho de Ministros n.º 52/2016, de 20 de setembro, republicada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º
22-B/2016, de 18 de novembro
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A análise da qualidade da água superficial nas Albufeiras de Fratel e Belver e no troço do rio Tejo, a
jusante destas, decorrente da monitorização realizada no último ano, e ainda a sua evolução histórica,
entre 2010 e 2017, foi suportada pelos dados da monitorização da qualidade da água do rio Tejo e das
albufeiras de Fratel e Belver efetuada pela APA/ARHTO, pertencentes à rede de monitorização da APA e
pelos concessionários EDP, AdP e pela Central Termoelétrica do Pego, num total de conjunto de 9
estações.
Foram monitorizados parâmetros físico-químicos gerais, substâncias prioritárias e outros poluentes e
poluentes específicos e microbiológicos.
Apresentam-se, em síntese, no quadro seguinte, os resultados obtidos para a monitorização efetuada:
a) Monitorização efetuada pela Administração (1ª coluna do Quadro seguinte):

Parâmetro 2016-2017 2010-2017


analisado Cumprimento dos limites para o Bom estado Cumprimento do Bom estado

Incumprimento do limite para o “Bom estado” em Incumprimento do limite para o “Bom


todas as colheitas efetuadas nas albufeiras de Fratel estado” dado que em mais de 80% das
Fósforo Total e Belver e nas estações no rio Tejo (Tramagal, Ponte amostras não cumpre o limite estabelecido
(Pt) da Chamusca e Ómnias), dado que mais de 80% das para o “Bom estado” em todas as estações
amostras não cumpre o limite estabelecido para o
“Bom estado”.

Cumprimento do limite estabelecido para o “Bom Cumprimento do limite definido para o


estado” em mais de 80% das amostras em todas as “Bom estado” em todas as estações
estações em rios. monitorizadas em rios; e inferiores à norma
Carência
de qualidade para a classificação de “Bom”
Bioquímica
estabelecida em Classificação dos cursos de
de Oxigénio
água superficiais de acordo com as suas
(CBO5)
características de qualidade para usos
múltiplos nas estações monitorizadas em
albufeiras

Cumprimento do limite para o “Bom estado” em


Oxigénio
todas as estações com exceção para Perais, onde
Dissolvido
mais de 80 % das amostras não cumpre os limites
(OD)
para o bom estado.
Imp.059.11_Papel_Timbrado_APAIP

Cumprimento do limite para o “Bom estado” em


Percentagem
todas as estações com exceção para Perais, onde
de saturação
mais de 80 % das amostras não cumpre os limites
de Oxigénio
para o bom estado.

Cumprimento do limite definido para o “Bom Cumprimento do limite definido para o


Nitratos
estado” em todas as estações monitorizadas “Bom estado” em todas as estações
(NO3)
monitorizadas

Cumprimento do limite definido para o “Bom Cumprimento do limite definido para o


pH estado” em todas as estações monitorizadas “Bom estado” em todas as estações
monitorizadas

Azoto Cumprimento do limite definido para o “Bom


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Parâmetro 2016-2017 2010-2017
analisado Cumprimento dos limites para o Bom estado Cumprimento do Bom estado
amoniacal estado” em todas as estações monitorizadas
(NH4+) em rios

b) Monitorização efetuada pela EDP (estações de Fratel e Belver), AdP (Valada) (2ª coluna do
Quadro anterior) e pela Central Termoelétrica do Pego verifica-se novamente o incumprimento
do valor limite para o “Bom estado” do parâmetro Fósforo Total em todas as estações
monitorizadas.
Com base nos resultados obtidos pode concluir-se o seguinte:
 O principal fator de degradação da qualidade da água do troço principal do rio Tejo prende-se com os
elevados teores de fósforo total, cuja proveniência pode ser diversa (agricultura, águas residuais
urbanas, indústria), verificando-se níveis de oxigénio baixo em Perais.
 A qualidade da água na primeira estação de monitorização existente a jusante da albufeira de Cedilho
(Perais) indicia que a água que aflui a Portugal já possui um contributo muito significativo de Fósforo
Total, sendo que em Fratel (dados da EDP 2013-2016) os valores de concentração desse parâmetro
acompanham a ordem de grandeza dos valores disponibilizados da Albufeira de Cedilho (Confederacion
Hidrografica del Tajo 2013- 2016).
 Da análise de tendências entre 2010 e 2017, verifica-se uma melhoria da qualidade da água face aos
parâmetros considerados, incluindo ao nível do Fósforo total.
 O histórico de dados relativo às substâncias prioritárias e outros poluentes é ainda reduzido, tendo-se
detetado pontualmente valores superiores à norma de qualidade em relação ao Cádmio e Chumbo em
Perais, Chumbo, Fluoranteno e Benzo(a)pireno, na Albufeira de Belver, pelo que só uma monitorização
mais prolongada permitirá tirar conclusões.
 Não foram excedidas as normas de qualidade estabelecidas no PGRH do Tejo e Ribeiras do Oeste no
que se refere aos poluentes específicos monitorizados.

AÇÕES REALIZADAS E EM CURSO


FISCALIZAÇÃO
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Desde 2015 verificou-se um incremento das ações de fiscalização na bacia hidrográfica do rio Tejo. Na
sequência da criação da Comissão de Acompanhamento sobre a Poluição no Rio Tejo em 2016, as ações
foram objeto de maior coordenação entre as entidades, tendo aumentado a sua frequência e as sanções
aplicadas foram mais pesadas. Em 2017 o plano integrado de fiscalização / inspeção passou a ser de
nível nacional.

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2015 2016 2017

• ação de fiscalização no rio • ações de fiscalização/inspeção em • ação integrada a nível


Tejo realizada no mês de 234 operadores económicos nacional, envolve APA,
julho, pela APA e GNR/SEPNA • controlo analítico de descargas de IGAMAOT, as CCDR, ICNF e
• verificadas 56 utilizações dos 86 amostras GNR/SEPNA
recursos hídricos de • 33 autos de notícia, em fase de • cerca de 200 alvos na região
Constância a Cedillo instrução para efeitos de do Tejo e Oeste, pela APA
• controlo analítico de processos de contraordenação
descargas de 4 amostras • 41 mandados/notificações
• 3 autos de notícia • 3 participações criminais ao
Ministério Público por indício de
prática de crime de poluição
•participaram APA, IGAMAOT, as
CCDR e GNR/SEPNA

OUTRAS AÇÕES PREVISTAS


 Aquisição pela APA de um modelo hidrodinâmico da qualidade da água superficial no rio Tejo, para
o troço entre a fronteira com Espanha (barragem de Cedillo) e a albufeira de Belver.
 Colocação de amostradores automáticos com alarme na Albufeira de Fratel e a montante. Estas
sondas permitirão analisar o Carbono Orgânico Total, os Sólidos Suspensos Totais, o pH, a
Condutividade, o Oxigénio Dissolvido, a Amónia e os Nitratos.
 Articulação com os Municípios ribeirinhos, e respetivas comunidades intermunicipais, Movimento
ProTejo e outras associações, na recolha de informação de apoio à monitorização da qualidade da
água superficial,e fiscalização do Tejo e da caraterização das cargas poluentes.
 Colocação de amostradores passivos em Perais e na albufeira de Fratel (a montante da barragem,
junto às boias da EDP de salvaguarda da infraestrutura), durante um mês, após o qual se realizarão
as análises das substâncias retidas com o objetivo de contribuir para a identificação das fontes de
poluição.
 Análise das lenhinas, celuloses, taninos e fenóis, substâncias associadas à indústria da pasta de
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papel, nas espumas e nos locais da rede de monitorização considerados pertinentes, em


colaboração com o Instituto Superior de Agronomia (ISA).
 Realização pelo ISA, no âmbito de uma tese de Doutoramento, de um estudo para avaliar a
dispersão da pluma resultante da descarga da Celtejo.

Março de 2017

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