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O USO ESTRATÉGICO DO PODER AEROESPACIAL NA GUERRA DOS

SEIS DIAS

Pedro Ernesto Bastos das Chagas (UNIFA)

Resumo: O presente artigo pretende analisar o emprego estratégico na Guerra


dos Seis Dias e quais lições podem ser extraídas a partir de sua análise. Em
junho de 1967, emprego do Poder Aéreo israelense foi de vital importância para
a solução do impasse gerado por uma guerra em duas frentes de combate. As
condições geopolíticas do Oriente Médio e agravamento do já delicado cenário
internacional implicou no desenvolvimento de ações que se mostram
decisivas para a sobrevivência do Estado de Israel.

Palavras chave: guerra dos seis dias, aviação estratégica, geopolítica, Oriente
Médio, poder aéreo.

Introdução

A década de 1960 representou no mundo uma mudança de pensamento no


que diz respeito à evolução da aplicação da estratégia no campo militar. Com o
desenvolvimento de materiais ocorridos desde o início da Primeira Guerra
Mundial, o campo de batalha sofreu uma enorme mudança no que se diz respeito
ao uso de meios para o combate, do emprego de carros de combate substituindo
o uso de cavalos ao emprego do avião para atacar além das linhas inimigas.

O advento do avião e seu uso como meio de projeção de força por Estados
Nacionais em conflitos armados no início dos anos 1910 deu início a um novo
tipo de pensamento do campo de batalha: o uso do ar, como preconizado por
Giulio Douhet em sua obra “O Domínio do Ar” para “estar em condições de
impedir o voo do inimigo, ao mesmo tempo em que garantimos esta faculdade
para nós mesmo” e que “a aviação esteja em condições de demolir a resistência
moral e material do inimigo” (DOUHET, apud ROSA. 2007), sendo a mesma
potencializada com as inovações tecnológicas deste então.
Exatamente por diminuir as distâncias e não ser necessariamente limitada
pelas condições geográficas, o uso da força aérea se mostrou um meio eficiente
de mudar a balança de poder nas relações interestatais e como se entende a
aplicação da geopolítica, potencializando suas capacidades estratégicas e não
sendo limitada apenas pelas fronteiras internacionais para ditar o alcance
político-estratégico de um Estado, como ocorreu no Oriente Médio no dia 5 de
junho de 1967.

O momento pré-1967

O que ficou conhecido como a Guerra dos Seis Dias teve seu planejamento
realizado muito antes do conflito eclodir, às 5 horas da manhã do dia 5 de junho
de 1967 com a ofensiva do Sinai. Após a Campanha de Suez em 1956, o governo
israelense buscou meios de melhor prever e contrapor as ações dos estados
árabes, pautados nos informes de inteligência colhidos pela Comunidade de
Inteligência israelense pelo fato de Israel se encontrar sempre em um cenário de
desvantagem numérica contra Egito, Síria, Líbano e Jordânia.

É possível perceber que desde os anos 1950 a doutrina de segurança


israelense se calca em três pilares que podemos considerar fundamentais, como
descritos por Karim El-Gendy:

1. A desproporcionalidade entre os recursos israelenses e árabes de


grandeza territorial, poderio militar e produto interno bruto, fazendo
com que o objetivo das Forças de Defesa de Israel seja se defender
das agressões do mundo árabe;
2. A maior ameaça à existência de Israel ser um ataque total dos
países árabes, fazendo com que Israel precise manter a habilidade
de se defender na situação do pior cenário possível;
3. Contrapor a desvantagem quantitativa contra os países árabes com
uma doutrina de segurança nacional baseada em dissuasão,
advertência estratégica e determinação em conseguir uma vitória
militar caso a dissuasão falhe.
Com esses três pilares sendo a base da doutrina israelense, algumas
implicações derivam da mesma: a capacidade de construir um sistema de
advertência estratégica e resposta rápida a ameaças externas através do serviço
regular da Inteligência Militar1, Marinha e Força Aérea e o Exército com base
reservista, a capacidade militar para manter a iniciativa operacional no campo de
batalha, a fim de alcançar uma vitória militar decisiva em um curto período de
tempo (EL-GENDY, p. 62).

Exatamente por essa análise de conjuntura realizada pelo governo


israelense e o estado-maior das Forças de Defesa de Israel, houve uma
mudança na doutrina militar israelense como pode ser visto no documento
redigido pelo tenente coronel Yuval Neeman com título “Ordem de batalha em
tempo de guerra: avaliação 1953 – 1960”, tendo como base a visão estratégica
de que um ataque total contra Israel seria alcançado “causando graves danos a
centros urbanos e estruturas e as poucas bases aéreas de Israel” (GLUSKA,
p.23 – 24).

Esse entendimento de que seria necessário celeridade e precisão em um


eventual conflito que já era entendido tanto pelo governo quanto pelo estado-
maior das Forças de Defesa de Israel fez com que Levi Eshkol, ao ter assumido
o cargo de primeiro-ministro e a pasta de ministro da Defesa em 1963,
simultaneamente, priorizasse a capacidade de blindados e da Força Aérea
Israelense, sendo atribuído a Eshkol o preparo operacional israelense em 1967.

A Estratégia Israelense para o conflito

No fim dos anos 1950 até meados dos anos 1960, dois fatos modificam o
entendimento político e estratégico entre os países árabes e Israel: a criação da
República Árabe Unida, unificando até certo ponto os governos egípcio e sírio,
assim como o Comando Árabe Unificado, que centralizava as operações
militares e manobras realizadas pelos exércitos dos mesmos na figura do general
egípcio ‘Ali ‘Ali ‘Amer (OREN, 2002. p. 43). O presente cenário geopolítico e as

1
Dentro da comunidade de inteligência israelense, há dois “segmentos” de inteligência: a civil,
representada pelo Mossad e Shin Bet e a militar, que é o equivalente de um departamento a parte do
corpo principal do Exército.
relações de poder daí resultantes fizeram com que Israel buscasse meios de
contrapor a aliança tanto política quanto militarmente. As ações políticas
empreendidas ficaram conhecidas como a Aliança da Periferia, formando, por
isso, um “cordão de isolamento” para criar uma área de segurança contra o Egito,
assim como os acordos de compra de material militar advindos dos EUA, França,
Grã-Bretanha e Alemanha Ocidental.

A centralização dos esforços árabes sob um comando único pode ser visto
como uma tentativa de “estrangulamento” com relação à Israel, com o Egito em
sua fronteira sul/sudoeste, Síria ao norte e Jordânia ao leste em um eventual
conflito armado, que era sabido que mais cedo ou mais tarde eclodiria na região.
Isso solidificou a doutrina que é descrita por David Kimche para combater a
principal ameaça segundo Israel, o Egito, que evoluíra de condições pré-
existentes: 1) terreno; 2) as características das defesas egípcias e; 3) limitações
de tempo criadas por intervenções externas nas quais, pelo olhar israelense,
tornava a velocidade um fator essencial em qualquer plano, que se caracteriza
na seguinte fala:

"[....] O pensamento israelense era governado por três premissas


básicas: vitória é assegurada ao lado que conquistar completa
superioridade no ar, blindados devem ser usados como um punho
metálico para estraçalhar as posições fortificadas do inimigo, uma vez
atravessada o tom é explorar com máxima velocidade e flexibilidade"
(KOCH JUNIOR, 1969. p. 26).

Para a viabilização de tal doutrina e estratégia a ser empregada, fora


necessário um trabalho extenso de inteligência e contrainteligência realizados
por Israel. Vale destacar aqui alguns casos a serem citados, em ordem
cronológica de acontecimentos, são o Caso Yated, onde o Mossad e Shin Bet
recrutaram como agente duplo um espião egípcio e o utilizaram para alimentar
o governo egípcio com informações falsas sobre a capacidade israelense
(MELMAN, 2011). Por sua vez, a operação Damocles, com o Mossad
ameaçando engenheiros alemães a cessarem o apoio ao projeto de mísseis
egípcios. Por fim, a operação realizada em 1966 onde a Força Aérea Israelense
conseguiu, com a ajuda do Mossad e um desertor iraquiano, obter um caça MiG
21 e, dessa forma, saber as capacidades do mesmo e como ele poderia ser
utilizado pelas Forças Aéreas árabes, armadas com equipamentos soviéticos
(KAHANA, p. 64 – 65, 275 – 279).

Com o escalonamento da crise ao fim do ano de 1966 e início do ano


1967, o Egito começa a se movimentar para a península do Sinai, assim como
notificar ao comandante da Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF,
na sigla em inglês) a expulsão da mesma em maio de 1967 e o fechamento do
Estreito de Tiran logo em seguida (OREN, 2002. p. 114). Com isso em mente,
o chefe do estado-maior das Forças de Defesas de Israel, Yitzhak Rabin,
decide por utilizar-se como base para um ataque preemptivo contra o Egito um
plano conhecido como Operação Focus pela Força Aérea Israelense (OREN, p.
110).

Apesar do primeiro movimento ter sido realizado pelas forças egípcias e,


por tanto, ter-se em mente que isso configuraria uma vantagem estratégica
como pregado por Clausewitz em sua obra “Da Guerra”, o general prussiano
faz também a seguinte observação sobre o uso da defesa:

Consequentemente, se tivermos que imaginar a defesa como deveria ser,


ela é o seguinte: Todos os meios estão preparados ao máximo. O exército
está pronto para a guerra e familiarizado com ela. O General deixará que
o inimigo venha, não devido a uma confusa indecisão e ao medo, mas por
sua própria escolha, calma e deliberadamente. (...) Assim constituída, a
defesa não fará mais uma figura tão lamentável quando comparada ao
ataque, e este último não parecerá mais ser tão fácil e infalível como
parece ser na imaginação daqueles que só vêm no ataque a coragem, a
determinação e a movimentação, e na defesa apenas a impotência e a
paralisia. (CLAUSEWITZ, p. 434)

Podemos aplicar esse pensamento clausewitziano à situação que Israel


se encontrava: seu aparato militar se encontrava a postos para um conflito, os
planos de ação foram delimitados pelo estrato político e seus objetivos
traçados pelo estado-maior e estavam familiarizados com a situação de
estarem cercados por todos os lados por forças hostis e possuía planos para
conter o avanço jordaniano após a assinatura do pacto de defesa mútua
assinado por Nasser e o rei Hussein em 30 de maio de 1967 (GLUSKA, p.147,
p. 230), reforçando a sensação israelense de se encontrarem sitiados.

Diferentemente do que ocorre em outros países, Israel é uma nação sui


generis no que diz respeito ao processo decisório dos objetivos de governo e,
por tanto, no que diz respeito também a como são determinados e delimitados
os objetivos estratégicos a serem perseguidos pelas forças armadas, como dito
pelo Chefe de Operações das Forças de Defesa para Israel, Yitzhak Hofi, aos
alunos da escola militar israelense:

Como via de regra, a lógica requerida num país democrático, como o


Estado de Israel (...) os objetivos estratégicos do estado são determinados pela
autoridade política já que é normalmente aceito que a autoridade militar é a
autoridade executiva e não a que determina ou deve determinar os objetivos
políticos do país. (...) No nosso caso essa ordem geralmente é ao contrário. (...)
Nos campos e planos operacionais, a primeira página contém hipóteses onde o
exército, na prática, aceitou como hipótese política. Em geral, uma vez ao ano o
Estado Maior apresenta seus planos aos níveis políticos e recebe seu aval e às
vezes comentários. (GLUSKA, p.145-146)

Com isso exposto, dado o escalonamento e desenvolvimento da crise que


antecedeu o conflito, o governo israelense e seu estado-maior buscaram
contrapor e meios para neutralizar as ambições árabes na região. Tais
objetivos, segundo o exposto pelo Ministro da Defesa Moshe Dayan, se
traduziam em três pontos:

1. A relação com a Faixa de Gaza, onde Dayan se posicionava contra


entrar em Gaza por entender que a questão dos refugiados
palestinos seria mais prejudicial a Israel do que benéfico, sendo
preferível que o Egito se encarregasse deles;
2. Mesmo não sendo considerado um alvo, chegar até o Canal de
Suez não era descartado, mas o mesmo não se configurava como
um alvo. O objetivo era abrir caminho até ele, e se afastar do
mesmo uma vez que uma ameaça ao Canal não seria bem visto
pelos demais países;
3. O ganho territorial deveria ser manter no mínimo aceitável para
eliminar a resistência egípcia e ter acesso a pontos chaves, como
al-Arish, no norte do Sinai e manter-se lá mesmo que golpe contra
o Egito não fosse completo (GLUSKA, p. 236 – 237)

Para alcançar tais objetivos, um modelo que podemos utilizar para


analisar como se deu a definição da ação a ser tomada é a teoria dos cinco
anéis e Centro de Gravidade de John Warden III. Como exposto no seu
pensamento; “as operações militares devem ser conduzidas para se obter os
objetivos políticos desejados com razoáveis chances de sucesso e a um custo
aceitável” (apud ROSA, 2015 p. 115). Concomitante com isso, o evento da
guerra tem por objetivo conseguir algo que seu oponente não deseja ceder.
Além disso, sua teoria dos Centros de Gravidade dita que entendendo o
conceito deles e o esquema organizacional, é possível criar meios para a
paralisia do oponente atacando o Centro de Gravidade onde se concentra
maior importância para o mesmo. Desta forma, o poder aéreo é capaz de
atacar onde se entende a concentração do centro de gravidade inimigo em um
determinado cenário, numa determinada situação. Outrossim, como também
explicitado por Warden, o objetivo da guerra é convencer a liderança inimiga a
fazer o que desejamos, com base no custo/risco envolvidos.

Além dos conceitos de Centro de Gravidade utilizados para compreender


onde seria mais efetivo um ataque de precisão, também podemos aplicar a fim
de análise os conceitos de coerção feitos por Robert Pape. Ao passo em que
os objetivos do ataque aéreo israelense visavam ocasionar uma mudança no
comportamento do oponente, onde diz que os mecanismos provêm guias
intelectuais para os planejadores do poder aéreo a traduzirem a estratégia em
efeitos de campanha, no pensamento encadeado como força – alvos –
mecanismos - mudança política (PAPE, 1996. p. 56). Isso pode ser notado
ainda no pensamento de Pape ao passo que Israel visou atacar os meios
aéreos egípcios tanto de material quando físico, destruindo pistas de pouso e
aviões ainda em solo.

Esses conceitos de Warden e Pape podem ser vistos no desenrolar da


Operação Focus. De acordo com o exposto anteriormente, a estratégia
israelense para o conflito se calcava exatamente em atacar onde entendia que
se encontrava o centro de gravidade do Egito, visando paralisar suas ambições
políticas e militares no Oriente Médio. Ao se utilizar da estratégia de Clausewitz
da defesa bem posicionada e preparada, o ataque preemptivo da manhã do dia
5 de junho fora um sucesso tático além do esperado.

Além disso, ao dizimar basicamente a capacidade aérea egípcia,


destruindo aviões e pistas de lançamento, garante sua superioridade aérea,
abrindo assim caminho para que ocorresse o domínio do Sinai pelas tropas
terrestres como preconizava suas diretrizes e empurrando para trás as tropas
egípcias para, então, se focar nos demais fronts que se configuraram no
momento seguinte do conflito, visando atacar em momentos subsequentes as
forças aéreas sírias e jordanianas, sedimentando assim o domínio israelense
do ar e fazendo com que suas forças tenham o apoio necessário a cumprir os
demais objetivos da guerra.

Conclusão

O entendimento das limitações ocasionadas pelo geopolítica que se


desenhou em 1967 e a busca de como contrapor as mesmas numa situação de
pior cenário possível. Considerando suas capacidades e a de seus oponentes
e, dessa forma, buscando entender como criar um estado de paralisia neles
onde pudesse se beneficiar ao máximo para, desta forma, alcançar seus
objetivos militares e políticos.

Apesar de que dependendo de como se analisar a vantagem não se


encontrar com Israel, somente os fatores por si só não foram definidores de
vitória. A segurança passada pela vantagem numérica do Comando Árabe
Unido, que em números absolutos, era de 2.08 para 1, não se provou
consistente pois mesmo assim sem uma estratégia definida pelo estrato político
e executado pelo militar, ou então com definições muito amplas, de nada
serviram para buscar os objetivos árabes no conflito.

Considerando como se deu o entendimento de como Israel teria de se


portar numa situação de conflito total com os países árabes que o circundam,
os objetivos traçados pelo setor político assessorado pela inteligência e o
estado-maior foram traduzidos na estratégia a ser seguida na ofensiva aérea
do dia 5 de junho de 1967. Exatamente por sua mobilidade e projeção de força,
o fator aéreo foi extremamente necessário para alcançar os objetivos políticos
e estratégicos do conflito. A aplicação do bombardeio de precisão para, em um
primeiro momento, neutralizar a maior ameaça aérea e, assim, garantir um de
seus objetivos estratégicos de conseguir a superioridade do ar, negando o
espaço aéreo aos demais atores do conflito e garantindo o apoio à suas tropas
em solo no restante da guerra.

Referências bibliográficas

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