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UNIFEI CAMPUS ITABIRA

Eletrônica de Potência
Tiristores
Introdução
Alimentação de um motor CC através de um conversor CA-CC

Entrega a carga uma tensão contínua pulsada permitindo


alimentar o motor CC em uma fonte de tensão CA
Introdução
Acionamento de um motor CC através de um conversor CA-CC

Entrega a carga uma tensão contínua regulada permitindo


controlar a velocidade a o torque do motor CC
Conteúdo Programático
• Tiristores:
• Introdução;
• Estrutura física do tiristor;
• Polarização direta do tiristor;
• Polarização reversa;
• Curva característica do tiristor;
• Circuitos de disparo;
• Curva característica de comutação;
• Proteção contra di/dt;
• Proteção contra dv/dt;
• Ligação de tiristores em paralelo;
• Ligação de tiristores em série.
Tiristores
• Os tiristores são extensivamente utilizados em circuitos de
potência onde são operados como chaves biestáveis, indo do
estado de não condução para o estado de condução;
• Os tiristores são dispositivos semicondutores de quatro
camadas, de estrutura PNPN, com três junções PN.
Tiristores
• A estrutura do tiristor pode ser entendida como a combinação de
transistores PNP e NPN, que compartilham a região N (base do
transistor PNP e coletor do transistor NPN);
• Uma tensão positiva no gatilho polariza diretamente a junção
base-emissor do transistor NPN e satura. Isto permite a
passagem de corrente através do coletor NPN (base do PNP);
• Se o anodo do SCR for positivo (emissor PNP), a junção
emissor-base PNP será diretamente polarizada e satura o
transistor PNP. Depois de ligado, o transistor PNP supre o NPN
com corrente de base;
Tiristores
Tiristores
• Removendo a tensão e a corrente de gatilho após o
chaveamento, o SCR estará ainda em condução devido ao ciclo:
o NPN supre o PNP com corrente de base e, por sua vez, o PNP
supre o NPN com corrente de base’;
• A junção J3 não é capaz de suportar tensões elevadas por causa
da concentração de dopagem em ambos o lados desta junção;
• O bloqueio de tensão é então essencialmente realizado pela
junção J1 , para tensões inversas, e pela junção J2 , para tensões
diretas;
• Uma vez que o tiristor conduz ele se comporta como um diodo
em condução e não há controle sobre o dispositivo.
Tiristores
• No bloqueio de tensões diretas e inversas a região de depleção
se estende essencialmente na região N-, o que implica numa
capacidade de bloquear tensões diretas e inversas de amplitude
semelhantes;
• O tiristor após entrar em condução continuará a conduzir porque
não há camada de depleção devido o movimento livre de
portadores na junção J2 ;
• Se a corrente direta de anodo for reduzida abaixo do nível
conhecido como corrente de manutenção, uma região de
depleção se desenvolverá em torno da junção J2 , devido ao
reduzido número de portadores, e o tiristor estará no estado de
bloqueio.
Tiristores
Tiristores
Tiristores
• A corrente de manutenção está na ordem de miliampéres e é
menor que a corrente de travamento IL;
• A corrente de travamento IL é a mínima corrente de anodo
necessária para manter o tiristor no estado de condução;
• Quando a tensão de catodo é positiva em relação ao anodo, a
junção j2 está diretamente polarizada, mas a junção j1 e j3 estão
reversamente polarizadas. O tiristor estará no estado de
bloqueio e uma corrente de fuga reversa (Ir) fluirá através do
dispositivo;
• Um tiristor pode ser ligado pelo aumento da tensão direta VAK
além de VB0, mas tal forma de ligá-lo pode ser destrutiva.
Tiristores
• Na prática, a tensão direta é mantida abaixo de VB0 e o tiristor
é ligado pela aplicação de uma tensão positiva entre seus
terminais de gatilho e catodo;
Tiristores
• Um tiristor é disparado aumentando-se a corrente de anodo. Isto
pode ser conseguido através:
• Térmica: se a temperatura for elevada, haverá um aumento
no número de pares elétrons-lacunas que aumentará as
correntes de fuga podendo levar o tiristor a condução. Este
tipo de disparo deve ser evitado;
• Tensão elevada: se a tensão direta anodo-catodo for maior
que a tensão direta de ruptura (VB0 – ruptura por
avalanche), fluirá uma corrente de fuga suficiente para
iniciar o disparo. Este tipo de disparo pode ser destrutivo e
deve ser evitado;
Tiristores
3. Luz: se for permitido que a luz atinja as junções, os pares
elétrons-lacunas aumentarão e o tiristor poderá ser
disparado;
4. dV/dt: se a taxa de crescimento da tensão anodo-catodo for
elevada, a corrente de carga das junções capacitivas pode
ser suficiente para disparar o tiristor;
5. Corrente de gatilho: se o tiristor estiver diretamente
polarizado, a injeção de corrente de gatilho pela aplicação
de tensão positiva entre os terminais de gatilho e catodo irá
dispará-lo.
Tiristores
• A medida que a corrente de gatilho aumenta, a tensão de
bloqueio direta diminui.
Tiristores
• No disparo do tiristor há um atraso de tempo, conhecido como
tempo de disparo entre a aplicação do sinal de gatilho e a
condução do tiristor;
• ton é definido como o intervalo de tempo entre 10% da corrente
de gatilho de regime permanente e 90% da corrente de regime
permanente em estado de condução do tiristor; ton é a soma do
tempo de atraso td e do tempo de subida tr
• td é definido como o intervalo de tempo entre 10% da corrente
de gatilho e 10% da corrente do tiristor em estado de condução.
• tr é o tempo necessário para a corrente de anodo crescer de 10%
a 90% da corrente de estado de comutação.
Tiristores
Tiristores
• Circuito de gatilho:
• O sinal de gatilho deve ser removido após o disparo do
tiristor. Um sinal contínuo aumentara a perda de potência
na junção do gatilho.
• Enquanto o tiristor estiver reversamente polarizado, não
deverá haver sinal de gatilho; de outra forma o tiristor
poderia falhar devido a um aumento da corrente de fuga.
• A largura de pulso de gatilho tG tem de ser maior que o
tempo necessário para a corrente de anodo crescer até o
valor da corrente de manutenção IH . Na pratica, a largura
do pulso tG normalmente é feita maior que o tempo de
disparo do tiristor ton .
Tiristores
Proteção Contra di/dt
• Um tiristor necessita de um tempo mínimo para espalhar a
condução de corrente uniformemente por todas as junções.
• Se a taxa de crescimento da corrente de anodo for muito rápida,
comparada à velocidade de espalhamento do processo de
disparo, um ponto quente localizado ocorrerá, devido à elevada
densidade de corrente;
• Os dispositivos devem ser protegidos contra di/dt elevados,
visto que, o dispositivo poderá falhar como resultado da
temperatura excessiva;
• Sob operação em regime permanente, Dm conduz quando o
tiristor estiver desligado.
Proteção Contra di/dt
• Se T1 for disparado quando Dm ainda estiver conduzindo, o
di/dt poderá ser muito alto e limitado apenas pela indutância
parasita do circuito.
• Na prática, o di/dt é limitado pela adição de um indutor Ls em
série com o tiristor.

di Vs

dt Ls
Proteção Contra dV/dt
• Se a chave CH1 for fechada em t = 0, um degrau de tensão será
aplicado sobre o tiristor T1 e o dV/dt pode ser elevado o
suficiente para disparar o dispositivo.
• Em polarização direta a Junção J2 está
reversamente polarizada e se comporta como
um capacitor carregado
Proteção Contra dV/dt
• O dV/dt pode ser limitado através da conexão do capacitor Cs.
Quando o tiristor for disparado, a corrente de descarga do
capacitor será limitada pelo resistor.
• Com um circuito RC, conhecido como circuito snubber, a tensão
sobre o tiristor crescera exponencialmente e o dV/dt poderá
ser encontrado.

dV Vs Vs
 0,632  0,632
dt  RsC s
Proteção Contra dV/dt
• 0 valor da constante de tempo do snubber pode ser
determinado para um valor conhecido de dV/dt. O valor de Rs é
encontrado a partir da corrente de descarga.

  Rs C s Vs
Rs 
ITD
Desligamento de Tiristor
• Um tiristor que esteja em estado de condução pode ser
desligado pela redução da corrente direta a um nível abaixo da
corrente de manutenção IH;
• Em todas as técnicas de comutação, a corrente de anodo é
conservada abaixo da corrente de manutenção por um tempo
suficiente grande, de forma que todos os portadores em excesso
nas quatro camadas sejam eliminados ou recombinados;
• Comutação é o processo de desligamento ou corte de um
tiristor, e ele normalmente causa transferência do fluxo de
corrente para outras partes do circuito.
Desligamento de Tiristor
• Devido às duas junções PN externas J1 e J3 , as características de
desligamento são similares às de um diodo, exibindo tempo de
recuperação reversa trr e corrente de recuperação reversa
máxima Irr ;
• Em um circuito conversor comutado pela rede, onde a tensão
de entrada é alternada, uma tensão reversa aparece sobre o
tiristor imediatamente após a corrente direta ir para o valor
zero.
• Esta tensão reversa acelerará processo de desligamento,
eliminando o excesso de portadores nas junções PN J1 e J3 .
Desligamento de Tiristor
Desligamento de Tiristor
• A junção PN interna J2 necessitará de um tempo, conhecido
como tempo de recombinação - trc para recombinar o excesso
de portadores.
• Uma tensão negativa reduziria esse tempo de recombinação. O
trc é dependente da amplitude da tensão reversa.
• O tempo de desligamento tq é a soma do tempo de recuperação
reversa trr e do tempo de recombinação trc. Ao término do
desligamento, uma camada de depleção desenvolve-se sobre a
junção J2 e o tiristor recuperara sua capacidade de suportar
tensão direta.
Desligamento de Tiristor
• O tempo de desligamento é o valor mínimo do intervalo de
tempo entre o instante em que a corrente em estado de condução
é diminuída a zero e aquele em que o tiristor é capaz de suportar
tensão direta sem disparar;
• O tq depende do valor máximo da corrente de condução e do
valor instantâneo da tensão, ambas em estado de condução;
• A carga de recuperação reversa (Qrr) é a quantidade de carga
que tem de ser recuperada durante o processo de desligamento.;
• Seu valor é determinado a partir da área englobada pelo
caminho da corrente de recuperação reversa.
Desligamento de Tiristor
Desligamento de Tiristor
• O valor de Qrr depende da taxa de decaimento da corrente de
condução e do valor máximo da corrente, ambas em estado de
condução, antes do desligamento;
• Com o desenvolvimento dos tiristores, muitos circuitos de
comutação também foram desenvolvidos e o objetivo de todos
eles é reduzir o processo de desligamento dos tiristores;
• A comutação forçada é baseada no arranjo dos componentes
do circuito de comutação e na maneira pela qual a corrente de
um tiristor é forçada a zero.
• O circuito de comutação normalmente consiste de um
capacitor, um indutor e um ou mais tiristores e diodos.
Desligamento de Tiristor
• A comutação forçada de um tiristor pode ser conseguida de sete
maneiras, que podem se classificadas como:
1. Autocomutação;
2. Comutação por impulso;
3. Comutação por pulso ressonante;
4. Comutação complementar;
5. Comutação por pulso externo;
6. Comutação do lado da carga;
7. Comutação do lado da linha.
Desligamento de Tiristor
6) Considerando o circuito da Fig. 1, o tiristor T apresenta uma
capacitância de junção Cj de 20 pF. O valor limite da corrente de
carga para ligar o tiristor é 5 mA, e o valor crítico de dv/dt é 200
V/us. Determine o valor de Cs para que o tiristor não dispare por
conta de dv/dt.

Fig. 1 – Tiristor com capacitor de snubber


TCA 785
O circuito integrado TCA785 da Siemens é projetado para fazer o
controle de Tiristores, Triacs e transistores em circuitos de alta
potência. Os pulsos de disparo podem ser deslocados em ângulos
de fase de 0 a 180 graus o que garante uma faixa total de controle
em circuitos AC.
TCA 785
TCA 785
Se a tensão da rampa V10 excede a tensão de controle V11, um sinal é
processado pela lógica interna. Dependendo da tensão de controle V11 o
ângulo de disparo pode ser deslocado numa faixa de 0 a 180 graus.

Para cada meio ciclo, um pulso positivo de aproximadamente 30 us de


duração aparece nas saídas Q1 e Q2. A duração do pulso pode ser
prolongada até 180 graus por meio do capacitor C12. Se o pino 12 for
conectado à terra. teremos pulsos com duração entre o ângulo de
disparo e 180 graus.

Um sinal com o ângulo de disparo mais 180 graus, que pode ser usado
para controle de lógica externa, é disponível em QU. Um sinal que
corresponde a NOR entre Q1 e Q2 é disponível na saída QZ.

O pino 13 pode ser usado para estender os pulsos das saídas Q1\ e Q2\
para um pulso completo cujo comprimento é a diferença entre 180 graus
e o ângulo de disparo.
TCA 785
TCA 785
O sinal de sincronização é obtido através de uma resistência de
alto valor a partir da linha de alimentação. Um detector de
passagem por zero transfere esse sinal para um registrador de
sincronização.
Tipos de Tiristores
• Dependendo da construção física, e do comportamento do
tempo de disparo e de desligamento, os tiristores podem
genericamente ser classificados em:
• Tiristores de controle de fase – SCR: opera na freqüência
da rede e é desligado por comutação natural. O tempo de
desligamento é da ordem de 50 a 100µs;
• Tiristores de chaveamento rápido – SCR: Esses tiristores
são utilizados em aplicações de chaveamento de alta
velocidade com comutação forçada. Eles possuem tempo
de desligamento rápido, geralmente de 5 a 50µs,
dependendo da faixa de tensão;
Tipos de Tiristores
3. Tiristores de desligamentos pelo gatilho – GTOs: Um
tiristor de desligamento pelo gatilho (GTO), a exemplo de
um SCR, pode ser disparado pela aplicação de um sinal
positivo de gatilho. Entretanto, ele pode ser desligado por
um sinal negativo de gatilho;
4. Tiristores Triodos Bidirecionais – TRIACs: conduz
corrente em ambos os sentidos, conforme a polaridade
positiva ou negativa no gatilho. Sua principal característica
é possibilitar um controle mais perfeito e econômico da
corrente alternada.
Tiristor GTO
• O GTO é um dispositivo de retenção e pode ser construído para
faixa de tensão e corrente similares a de um SCR.
• O GTO é disparado pela aplicação de um pulso positivo curto e
desligado por um pulso negativo curto a seu gatilho.
• Os GTOs apresentam as seguintes vantagens sobre os SCR:
• Eliminação dos componentes de comutação forçada,
• Redução no ruído acústico e eletromagnético devido à
eliminação dos indutores de comutação forçada;
• Desligamentos mais rápidos, permitindo elevadas
freqüências de chaveamento;
• Melhor eficiência dos conversores.
Tiristor GTO
• Um GTO tem baixo ganho durante o desligamento, requer um
pulso de corrente negativo relativamente alto para desligar. e
possui quedas de tensão em estado de condução mais altas
que os SCR.
Tiristor TRIAC
• O TRIAC pode conduzir em ambos os sentidos e pode ser
considerado como dois SCR conectados em antiparalelo com
uma conexão de gatilho comum.
TRIAC
• Quando o terminal T2 é mais positivo que T1, o SCRV2 fica
diretamente polarizado e V1, inversamente. Nessa condição, o
SCRV2 está em condição de conduzir, desde que receba um
pulso em seu gatilho, enquanto V1 permanece em corte.
• Se a polaridade da tensão aplicada for invertida, a situação se
inverterá. Nesse caso, o SCRV1 passará à condição de
polarização direta e, portanto, à condução: e V2, por sua vez,
estará inversamente polarizado ou em corte.
• As curvas características do TRIAC apresentam um aspecto
simétrico. condução do TRIAC acorre nos quadrantes I e III,
desde que ao seu gatilho sejam aplicados sinais.
TRIAC
TRIAC
• O TRIAC permanece em bloqueio enquanto não houver sinal no
gatilho e não conduz, se a tensão entre T1 e T2 não ultrapassar a
tensão de ruptura (VBO).
• Quando a tensão de ruptura é ultrapassada, o TRIAC entra em
estado de condução. A corrente que flui através dele é limitada
apenas pela resistência do circuito externo.
• O TRIAC pode ser acionado por corrente alternada, por corrente
contínua, ou por fontes de pulsos, ou seja, transistor de
unijunção, lâmpadas néon ou diodos de disparo (DIAC).
Associação Paralelo
• Há diversas aplicações nas quais é necessária a associação de
mais de um tiristor, seja pela elevada tensão de trabalho, seja
pela corrente exigida pela carga.
• Quando a corrente de carga, ou a margem de sobre-corrente
necessária, não pode ser suportada por um único tiristor, é
essencial a ligação em paralelo.
• A principal preocupação neste caso é a equalização da
corrente entre os dispositivos, tanto em regime, como durante
o chaveamento.
Associação Paralelo
• Diversos fatores influem na distribuição homogênea da
corrente, desde aspectos relacionados à tecnologia construtiva
do dispositivo, até o arranjo mecânico da montagem final;
• Variações no fluxo concatenado pelas malhas do circuito,
dependendo, pois, das indutâncias das ligações;
• Característica do coeficiente negativo de temperatura do
dispositivo;
• Um eventual desequilíbrio de corrente provoca uma elevação
de temperatura no SCR que, por sua vez, melhora as condições
de condutividade do componente, aumentando ainda mais o
desequilíbrio, podendo levá-lo à destruição;
Associação Paralelo
Associação Série
• Quando o circuito opera com tensão superior àquela
suportável por um único tiristor, é preciso associar estes
componentes em série, com precauções para garantir a
distribuição equilibrada de tensão entre eles;
• Devido a diferenças nas correntes de bloqueio, capacitâncias
de junção, tempos de atraso, quedas de tensão direta e
recombinação reversa, redes de equalização externa são
necessárias, bem como cuidados quanto ao circuito de disparo;
• Um método que pode ser usado para minimizar o desequilíbrio
é fornecer uma corrente de porta com potência suficiente e de
rápido crescimento, para minimizar as diferenças relativas ao
tempo de atraso.
Associação Série
Associação Série
• Para equalizar a tensão no estado V, um capacitor é ligado
entre anodo e catodo de cada tiristor.
• Se a impedância do capacitor é suficientemente baixa e/ou se
utiliza a constante de tempo necessária, o crescimento da
tensão no dispositivo mais rápido será limitado até que todos
se recombinem;

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