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Plano de Avenidas

Em 1930 é publicado o projeto do engenheiro Francisco Prestes Maia e do engenheiro


Ulhoa Cintra para a reestruturação da cidade de São Paulo chamado de Plano de
Avenidas. O plano foi elaborado em nove capítulos, tendo como tema central a
estruturação de São Paulo como cidade radial perimetral, expandindo o centro e
construindo um anel viário em torno dele tendo como exemplos as cidades europeias
como Paris e Viena. O plano foi responsável por modelar toda a cidade de São Paulo e
causa impactos até os dias atuais.

Uma das medidas do plano foi à criação de avenidas em fundo de vale como a Avenida
23 de Maio, antes Avenida Itororó. Com a criação dessas novas avenidas novas áreas da
cidade começaram a ser ocupadas e adensadas pela população expandindo a cidade e
trazendo progresso. Como o Plano de Avenidas propunha a desativação das linhas de
bondes que circundavam a cidade o carro começou a ser o meio de transporte das
classes mais altas, influenciadas pelo estilo de vida americano e também pelas longas
distancias que as novas dimensões da cidade de São Paulo trouxeram. Para conseguir
manter a movimentação entre os bairros residenciais e industriais os ônibus foram a
melhor solução encontrada, já que a implantação de metro seria muito cara e demorada,
assim sendo os ônibus podendo ser implementados em qualquer via e uma solução
rápida se tornou a solução mais adequada para o transporte da população mais pobre da
cidade.

A ocupação da várzea do Rio Tiete proposto por Prestes Maia no Plano de Avenidas
aproveitou a várzea do rio para construir duas avenidas, hoje Marginal Tiete e assim
ocupar com novos loteamentos, o ponto que é muito criticado nos dias de hoje, pois ele
é apontado como culpado pelas enchentes na área que hoje é altamente adensada.
Muitos defendem que se o projeto de Saturnino de Brito tivesse sido colocado em
prática hoje a cidade sofreria um pouco menos com enchentes.

O plano de avenidas foi uma diretriz para conduzir a cidade aos rumos atuais, como
uma cidade altamente dependente do transporte rodoviário e sem a preocupação com a
ocupação de áreas potencialmente alagáveis por apenas visar a expansão do mercado
imobiliário.

Planos Urbanísticos
No ano de 1957 a prefeitura da cidade de São Paulo contratou um padre chamado Louis
Joseph Lebret para planejar e coordenar um estudo sobre a cidade e preparar um Plano
Diretor. O principal ponto do plano era descentralizar os bairros para tentar conter a
saturação do centro da cidade. Os Projetos não saíram do papel, mas posteriormente os
estudos do padre foram utilizados para a elaboração do Plano Urbanistico Básico
(PUB) em 1968.

O PUB foi feito por empresas de consultoria contratadas pelo prefeito da época, Faria
Lima. As empresas eram subordinadas ao prefeito substituindo o então papel do
Departamento de Urbanismo. O plano foi elaborado durante o milagre econômico
brasileiro e retrata o otimismo da época, sendo até hoje considerado o mais elaborado
Plano Diretor. O PUB abrange a mobilidade urbana, tendo como principal ponto o
deslocamento da massa em grandes distancias, construindo uma nova visão totalmente
diferente da anteriormente aplicada por Prestes Maia. O plano dissociava as vias para
transporte coletivo (vias Radiais) e transporte individual (ortogonais). O PUB
determinava à concentração de escritórios e comércio em áreas próximas as estações de
metro para facilitar o transporte das massas no trajeto casa-trabalho. O plano também
resultou na Lei de Zoneamento que vigorou até 2004.

Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI)


O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) elaborado em 1971 propunha
vias expressas sem cruzamento para aumentar a velocidade dos automóveis. O plano
também contava com um novo instrumento em 1972, a lei do zoneamento que propunha
o melhor adensamento e organização da cidade de São Paulo, mas que na realidade
afastou ainda mais a periferia dos serviços e dos empregos tornando as periferias bairros
dormitórios.

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