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SISTEMAS

INDUSTRIAIS 1. Introdução
UNIOESTE
2019.2 à Automação
1. Automação - Introdução
2. Sistemas de Automação
3. Sistemas Dinâmicos: Tempo x Eventos
4. Funcionalidades e Operações em
Sistemas Automatizados
5. Tecnologias de Automação

Índice
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1. Automação -
Introdução

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Automação - Definições
• Técnica de permitir que um dispositivo, processo ou
sistema opere automaticamente.

• Tecnologia pela qual um processo ou procedimento é


alcançado sem a assistência humana.

• “A criação e aplicação de tecnologia para monitorar e


controlar a produção e entrega de produtos e serviços.”
(International Society of Automation; http://www.isa.org)

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Automação - Definições
• “Qualquer sistema, apoiado em computadores, que
substitua o trabalho humano em favor da segurança
de pessoas, da qualidade dos produtos, da rapidez da
produção ou da redução de custos, assim
aperfeiçoando os complexos objetivos das indústrias
e serviços.” (Moraes e Castrucci, 2018, p. 12)

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Automação - Definições
• “Pesquisa em automação enfatiza eficiência,
produtividade, qualidade e confiabilidade, com foco
em sistemas que operam autonomamente,
geralmente em um ambiente estruturado em longos
períodos de tempo, e na estruturação explícita de
tais ambientes.” (IEEE Transactions on Automation
Science and Engineering, Vol. 9, Nº 1, 2012, p. 1)

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Automação - Definições
• Termo criado por um engenheiro da Ford Motor
Company, em 1946, para designar os muitos dispositivos
automáticos desenvolvidos para as linhas de produção.
(Groover, 2011, p. 57)

• Inventada pelo marketing da indústria de equipamentos


na década de 1960. (Moraes e Castrucci, 2018, p. 12)

• Associada à industrial em geral.

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Automação - Histórico
• Relação com a mecanização e a substituição do trabalho
animal e humano por um mecanismo ou máquina.

• Desenvolvimento de dispositivos mecânicos: roda (3.200


a.C.); alavanca; guincho (600 a.C.); parafuso (1.405).

• Construção de mecanismos: moinho de farinha (85 a.C.); roda


hidráulica; moinho de vento (650); máquina a vapor (1.765);
tear (1.733); máquina-ferramenta (1.775); barco a vapor
(1.787); locomotiva (1.803).

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Automação - Histórico
• Controlador centrífugo
• James Watts (1.785):
máquina a vapor
• Um dos primeiros sistemas
de controle em malha-
fechada

• Programação de máquinas: Tear com placas de metal


perfurado

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Automação - Histórico
• Primeira revolução industrial
(séc. XVII e XVIII)
• Substituição do trabalho manual
por máquinas a vapor
• Produção de bens de consumo

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Automação - Histórico
• Segunda revolução industrial (séc. XVIII)
• Desenvolvimento tecnológico e científico
• Evolução na área elétrica, química, biológica,
transportes, materiais, etc.
• Máquinas movidas à energia elétrica
• Telégrafo

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Automação - Histórico
• Terceira revolução industrial
(séc. XX) – Revolução Digital
• Indústria eletrônica
• Teoria da informação e
computação digital
• Robótica e automação nas linhas
de produção
• Processamento e armazenamento
da informação em meios digitais
• Automação programável e flexível

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Automação - Histórico
• Quarta revolução industrial
(séc. XXI) – Indústria 4.0
• Tendência à automação total da manufatura
• Integração com redes de comunicação inteligentes
e nuvem
• IoT (internet of things) e CSP (cyber-physical
systems)
• Big Data (modelos baseado em quantidades
massivas de dados)
• Análise com IA (cognição, previsão, otimização)
• Fábricas inteligentes: automação, flexibilidade e
autoaprendizagem
• Manufatura aditiva (impressão 3D)
• Realidade virtual

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Automação - Integração
• Envolve a interligação ou interconexão de elementos
• Engenharia mecânica: dispositivos mecânicos
• Engenharia elétrica / eletrônica: acionamento, energia,
comunicação.
• Informática industrial: software de controle e sistemas
inteligentes.

• Implantação de sistemas interligados e assistidos por


redes de computadores.

• Domínio de diversas tecnologias (engenharias em geral).


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Automação - Integração
• Sinais diferentes
• Mecânico X Elétrico
• Analógico X Digital

• Componentes diversos
• Mecânico X Elétrico / eletrônico
• Fabricantes diferentes

• Modelos matemáticos diferentes


• Modelos contínuos no tempo: equações diferenciais e à diferenças
• Modelos dirigidos a eventos: autômatos, redes de Petri

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Automação - Integração

Mecânica Elétrica

Informática

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2. Sistemas
de
Automação

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Sistemas de Automação
• Sistema: combinação de elementos que atuam em
conjunto para realizar uma função não possível com os
elementos individuais separadamente (IEEE).

• Exemplo de elementos em um sistema automatizado


• Processo e fornecimento de energia
• Sensores e atuadores
• Controladores, computadores e elementos de comunicação
• Armazenamento de dados e interfaces homem-máquina
• Alarmes e dispositivos de segurança

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Elementos de Controle em um
Sistema de Automação
• Sensor: medida e sinal
• Grandeza física/química é medida e transmitida por um sinal
padrão

• Atuador: ação sobre o sistema


• Hidráulicos
• Pneumáticos
• Elétricos

• Controle: lógica de comando


• Programa de instruções

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Sistema de Automação

20
Exemplo Sistema de
Automação: Controle Nível

21
Exemplo de Sistema de
Automação: SCADA

Disponível em: https://kb.elipse.com.br/en/critical-data-acquisition-and-redundancy-in-scada-systems/

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Protocolos de Comunicação
Industrial

Elementos de Controle em um Sistema de Automação

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3. Sistemas
Dinâmicos:
Tempo x
Eventos
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Sistemas Estáticos X Dinâmicos
• Sistemas estáticos: dependem somente da entrada atual.

• Sistemas dinâmicos: sistemas cuja evolução no tempo


depende de valores atuais e antigos da entrada e de
instantes de tempo anteriores da saída (memória ou
estado).

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Sistemas dirigidos pelo tempo
• Comportamento regido por equações diferenciais ou à
diferenças.
• Sistemas contínuos no tempo: equações diferenciais.
• Sistemas discretos no tempo: equações a diferenças.

• Teoria de Controle

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Sistemas dirigidos por eventos
(SED: sistemas a eventos discretos)
• Comportamento regido por regras lógicas de causa e
efeito.

• SED: sistema cujo espaço de estados é discreto e sua


dinâmica é regida por eventos.

• Evento: ocorrência no sistema.

• Teoria e modelos:
• Álgebra de Boole • Redes de Petri
• Álgebra dioide • Programas computacionais
• Autômatos finitos

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Exemplos de SED
• Programa de computador

• Sequência de produção em uma indústria

• Ativação de alarmes e sistemas de proteção

• Sistema de controle de tráfego

• Sistema/protocolo de comunicação

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Exemplo de SED: Manufatura

29
Exemplo de SED: Sistema
Pneumático Puro

30
Exemplo de Sistema Híbrido:
Engarrafamento

Fonte: Cassandras
e Lafortune, 2008.

31
Exemplo de Sistema Híbrido:
Planta de Produção de
Hidrogênio

32
Classificação
Geral de
Sistemas

Adaptado de (Moraes e Castrucci, 2018) 33


4. Funcionalidade
e Operações em
Sistemas
Automatizados

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Sistema de Controle
• “A automação pode ser realizada por meio de um
programa de instruções combinado com um sistema de
controle que executa estas instruções.” (Groover, 2011)

• Controle dinâmico
• Sistemas contínuos e discretos

• Controle lógico ou controle sequencial ou controle de


eventos
• Sistemas a eventos discretos

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Controle Dinâmico

Fonte: Groover, 2011.

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Controle Dinâmico
• Atua em processos com fluxo contínuo de material.

• Variáveis contínuas (analógicas) ou discretas (digitais) no


tempo.

• Empregado na indústria de processos (fluxo contínuo).

PROBLEMA
Manter referências para grandezas físicas e evitar a
instabilidade da planta.

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Controle
Dinâmico On-
Off
• Ação: liga-desliga
• Elementos
• Sensor de nível
• Válvula pilotada
• Controlador industrial

38
Controle
Dinâmico
PID digital
• Ação: P+I+D
• Elementos
• Sensor de nível
• Válvula pilotada
• Controlador industrial
• Conversor A/D
• Conversor D/A
• Cabos de
comunicação

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Controle Lógico
• “[...] tem por objetivo complementar sistemas lógicos de maneira
que eles respondam a eventos externos ou internos de acordo
com novas regras que são desejáveis [...].” (Moraes e Castrucci,
2018)

• Tipo de automação que surgiu no início do século XX por


necessidade prática, quando contatores, relês, disjuntores,
chaves, etc. tinham que ser ligados para comandar e proteger
instalações industriais.

• Sequência de operações em processos, plantas e sistemas.

• Automação da Manufatura.
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Controle Lógico
• Implementado por circuitos lógicos, seja elétricos,
eletrônicos, pneumáticos ou hidráulicos, denominados de
redes lógicas.

• Redes lógicas:
• Variáveis binárias (liga-desliga).
• Combinatórias: não possuem memória.
PROBLEMA
• Sequenciais:
Garantir a possuem
sequênciamemórias,
correta detemporizadores,
eventos e evitar
o bloqueio
contadores, etc. (deadlock) do sistema.

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Controle Lógico

Circuito pneumático puro

42
Controle Lógico

Circuito eletropneumático

43
Controle Lógico

Circuito eletropneumático e programação


lógica acionamento em CLP

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Controle Dinâmico x Lógico
• Malha de controle – naturezas diferentes em sistemas
dirigidos pelo tempo e a eventos discretos.
• Mesmo comportamento cíclico: repetição de operações.

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Sistema Automatizado
• Níveis de um sistema automatizado:
• Sistemas de apoio
• Instalação

• Instalação: processos de manufatura / transformação /


produção realizados com pouca ou nenhuma
interferência humana.

• Sistemas de apoio: planejamento, gerenciamento e


supervisão da produção através de ferramentas
computacionais.
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Sistema Automatizado

Sistema automatizado ≠ Máquina / processo automatizado

Fonte: Groover, 2011.

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Funções da Automação
1. Controle
◦ Executar programa de instruções
◦ Implementar e/ou monitorar malhas de controle dinâmico
/ lógico

Fonte: Groover, 2011.

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Funções da Automação
2. Monitoramento e segurança
◦ Alarmes
◦ Modificação ou parada do sistema
3. Manutenção e diagnósticos
◦ Testes e relatórios
◦ Avisos informativos
4. Detecção de erros e reparação
◦ Ajustes durante ou ao final de cada ciclo de trabalho
◦ Paradas para correção ou troca de equipamento

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Arquitetura
da
Automação
Industrial
Os 5 níveis da
pirâmide da
automação com
exemplos de
equipamentos e
subsistemas típicos
em um ambiente
industrial

Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/329370218_Towards_Industrial_Intrusion_Prevention_Systems_A_Concept_and_Implementation_for_Reactive_Protection
50
Automação –
Arquitetura
• Nível 0 – Campo (field)
• Nível das máquinas, dos dispositivos e
componentes da planta.
• Dispositivos de campo: sensores e
atuadores.
• Conectado diretamente ao processo,
planta.
• Equipamentos:
• Máquinas de embalagem
• Linhas de montagem
• Robôs industriais
• Sensores, atuadores

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Automação –
Arquitetura
• Nível 1 – Controle
• Nível onde se encontram os
equipamentos que executam o controle
automático das atividades da planta
• Malas de controle: dinâmico e lógico
• Mostradores locais de informação
• Equipamentos:
• Controladores industriais
• CLPs
• Controladores de máquinas e robôs
• Máquinas CNC

52
Automação –
Arquitetura
• Nível 2 – Supervisão
• Permite a supervisão da planta.
• SCADA com bancos de dados e
relatórios.
• Gerenciamento de alarmes e falhas.
• Equipamentos:
• Computadores
• Interfaces homem-máquina

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Automação –
Arquitetura
• Nível 3 – Gerenciamento de Planta
• Programação e planejamento da
produção.
• Controle e logística de suprimentos.
• Acompanhamento dos índices e metas
de produção.
• Equipamentos:
• Computadores
• Servidores

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Automação –
Arquitetura
• Nível 4 – Gerenciamento
Corporativo
• Administração da empresa.
• Equipamentos:
• Computadores
• Servidores

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Automação – Vantagens
1. Aumento da produtividade
2. Redução de custos
3. Redução de rotinas manuais
4. Aumento da segurança
5. Melhoria da qualidade do produto (repetibilidade)
6. Diminuição do tempo de produção
7. Minimização de falhas e erros
8. Realização de tarefas impossíveis para seres humanos
9. Minimização dos efeitos da falta de trabalhadores

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Automação – Desvantagens
1. Custo inicial elevado para implantação das linhas de produção.
2. Capacitação e especialização técnica dos funcionários.
3. Interconexão de padrões de comunicação (padrões comerciais,
normas).
4. Resistência por parte dos funcionários.

57
5. Tecnologias
de Automação

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Primeiros Sistemas Automatizados
• Ações repetitivas automáticas.

• Automação “fixa”: componentes elétricos


e mecânicos.

• Lógica “binária” de funcionamento.

• Exemplos:
• Sistemas pneumáticos puros
• Relê: chave eletromecânica

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Primeiros
Sistemas
Automatizados
E X E M P LO : S I S T E M A
E L E T R O P N E U M ÁT I C O

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Primeiros Sistemas Automatizados
• Fixos: não reprogramáveis

• Custo para modificação das operações = custo de


modificação de componentes físicos

• Consequências:
• Produtos padronizados
• Tipo de operações e performance dependente do hardware
(mecânica + elétrica)

• Melhor performance que a produção puramente manual

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Microeletrônica
• Circuito integrado: 1970

• Microprocessador: 1980

• Lógica “programável”: programa de instruções

• Processamento elevado a custo baixo

• Surgimento de tecnologias programáveis em automação:


• CLP • Veículos guiados
automaticamente
• Robótica
• Sistemas supervisórios
• Máquinas CNC

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CLP
• Controlador Lógico Programável

• Surgimento: final da década de 1960

• Tipo de computador industrial

• Múltiplas entradas / saídas

• Custo x Processamento

• Equipamento industrial padrão

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Robótica Industrial
• Robótica de manipulação
• Graus de liberdade: movimento, manipulação, transporte

• Introduzido na indústria na década de 1960

• Grande utilização a partir da década de 1980

• Interface de programação (linguagens proprietárias)

• Integração com sistemas CAD/CAM

• Conexão com redes de comunicação e demais sistemas


industriais

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Máquinas CNC
• CNC: controle numérico computadorizado.

• Máquinas-ferramentas cujo movimento (peças e/ou


ferramentas) e operações são controladas por um programa
contendo dados alfanuméricos codificados em execução em
um computador.

• Programação em um CNC: contém informações de operações


básicas de manufatura – furar, cortar, retirar material, soldar,
etc.

65
Máquinas CNC

66
AGV
• Veículos guiados
automaticamente (inglês –
Automated Guided Vehicles)
• Diferentes dos robôs móveis
autônomos, pois seguem
caminhos pré-estabelecidos
(linhas)
• Geralmente movido a bateria
• Usado na automação da
movimentação de materiais,
peças e ferramentas no chão de
fábrica

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Sistemas Supervisórios
• Sistemas digitais de monitoramento e operação de planta e que
gerenciam variáveis de processo.
• Dois tipos:
• Interface Homem-Máquina
• Hardware industrial com tela informativa e teclas com funções básicas de
operação de pequenas quantidades de variáveis do processo
• Local ao processo
• SCADA (supervisory control and data acquisition)
• Grande quantidades de variáveis de processo
• Integração de diversos elementos de medição, comando e atuação,
unidades remotas e estações centrais de armazenamento e
processamento de informação.

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Sistemas Supervisórios - IHM

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Sistemas Supervisórios - SCADA

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Automação Residencial - Domótica
• Conjunto de serviços oferecidos por sistemas tecnológicos
integrados para atender necessidades de segurança,
comunicação, gestão energética e conforto de uma
habitação.

• Aplicação de automação e controle em uma residência.

• Home automation – casas inteligentes

• Domus – casa em francês

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Automação Residencial - Domótica
• Exemplo de sistemas que podem ser automatizados em
uma residência:
• Instalação elétrica
• Iluminação
• Segurança
• Multimídia e TV
• Comunicação
• Climatização: temperatura, humidade

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Tecnologias da Indústria 4.0
• Quais são as tecnologias emergentes em automação?

• Fábricas inteligentes
• Integração do volume massivo de dados (Internet of Things – IOT –
e Big Data) com capacidade de análise e cognição da IA.
• Novas formas de manufatura: aditiva, robótica colaborativa,
realidade aumentada, exoesqueletos.
• Máquinas com autoaprendizado (IA): machine learning.
• Logística: drones e veículos autônomos.
• Computação em nuvem.
• Cybersegurança.

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Bibliografia
1. Bolton, W. Mecatrônica: Uma Abordagem
Multidisciplinar. 4ª Ed. 2010.
2. Cassandras, C. G.; Lafortune, S. Introduction
to Discrete Event Systems. 2ª Ed. 2008.
3. Groover, M. P. Automação Industrial e
Sistemas de Manufatura. 3ª Ed. 2011.
4. Moraes, C. C.; Castrucci, P. L. Engenharia de
Automação Industrial. 2ª Ed. 2018.

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