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PERGUNtE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
- •
Ensino religioso aconfessional?
•
Qual o sentido do casamento civil
•
o segredo de Fátima
•
Fenômenos mediúnicos
•
PERGUNTE E RESPONDEREMOS Ano XXII - set. • OUt. - 1981 -
Publicação bimestral NQ258
SUMARIO
Diretor· Redator ~esp on.'".I :
D. Estevio Benencourt OSO ..• AT~ o FIM ! . , •••• , , , , , , , ••••• 289
• • •
-290 -
ANALISE MARXISTA E CRISTIANISMO 3
I. O TEXTO DA CARTA
c OI . No ano pauado chegou-me o vosso pedido pora que
vos Cljudosse a aprofundClr o problema da canálise marxista », so-
bro a qual os 80ispas do Am6ric;:a latino a<abavom de dar Impor-
'Clntes instruções (Documento de Puebla, n' 54-4-5"5). Após ter rea-
lizado amplo wnsui,o sobre o tema, respondo agora o eSla pOli-
cao. Proponho-me, lambém, o en ...Ior <ópios des'o corto 001 demais
Pro...Inoals do Companhia, poli o mesma poderó ser igualmente util
o ...ários deles.
02 . Não me referirei aqui a todo o problema dai relações
enlr. marxismo e Cristianismo, que é muito mais ",olta e que lem
sido tralado em numerolOS doc:umenfas pontificias e de di ...ersas
Conferências Epi5<apois. O ouunla de que se traio agora é mais
espedfiClO e limitado : pode um cristão, um jesuita, ulilizor a c ano-
lise marxista », distinguindo· a da filosofia ou ideologia marxista. e
tombém do práxis ou, pelo menOl, da perspedivo global que essa
análise implica?
03. Diante desta pergunta, devo ,euollor, em primeiro lugar,
que nem lados dao O mesmo sentido às pala ... ras «análise m<lr-
.iste ». FrequentementO', poli, é nec.enÓrio pedir à pena0 que as
empreGa, uma explicol;clo sobre o signilicado pr.dso que lhos atri-
bui. Por aul10 loda, oste prablema en ...ol...e ospedos sociológicos e
filosóficos, que não sõo diretamente do minha campetênciCl (amo
Superior Geral. Na entonto, I....ondo em cansiderotãa o modo cama
geralmente se caloc:a hoje a pergunta. a(ho conveniente dar orgu.
mas orientocões e indicações necenáriol para o bom governo do
corpo opostóli(o da Companhia.
04 . Tenho cansdênda de que nem tod05 a s iesultas verão
refletidas IU"'I inquiela~es nesla pergunto, pode um crl,,80 fozer
sua o can61ise marxista>? f certo, porém, que to1 pergunto pode
ler ouvida com frequ8ncia em VOltOS Pro-vincias. Há o&guns _ 10ro-
mente no América latino, wm mais heqüincia em pabes da Eu-
rap<l - que se a(ham submer.os, por seu apostolodo, em um
ambiente de canvtcc;õa e, lu vezes, de longo tradilôão marxista. Hó,
pOl' exemplo, 5acerdoles op.rOriol que, por lnculluracõo e por
solidariedade, senlem que não podem deixor de camportilhar ponlos
de ...ista que sêia comuns enlre leu. comp<lnheiros de trabalho. 56
d.po~. de " deparar (()m .110 lilu.ocão ~mecam a fazer um dis-
cernimento de fé, que consideram, por outro lado, muito imporlanle.
Notam também que o comparlamenla concreto dos trabalhadores
marxistas está freqDentemente muilo distonte do marxifmo teóriça,
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4 cPERGUNr'E E RESPONDEREMOS, 258/1981
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ANALlSE MARXISTA E CRISTIANISMO 5
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6 ePERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 258/1981
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ANÁLlSE MARXISTA E CRISTIANlSMO 7
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8 .:PERGUNTE: E RESPONDEREMOSS 528/1981
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ANALISE MARXISTA E CRISTIANISMO 9
I
ICf. Mate, e'M-al.tra. IV (A.A,S, UII, 1951 , PP. 4S&-457).
Cf. JOÃO XXIII pace,n, In Ten", n9 160 (AAS, LV, 1963, pp. 298-300),
-297 _
10 . PERGUN'fE E RESPONDEREMOS. 2S8/l981
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12 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 258/1981
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ANA USE MARXISTA E CRISTIANISMO 13
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14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 258/1981
3 .2 . No plano '"rico
Aqueles que em suas elucubraçães teóricas tentam elimI-
nar da análise marxista os elementos que a poderiam tornar
incompatível com a mensagem cristã, propõem distinções alta-
mente sutis, em conseqüência das quais se pode perguntar se
ainda têm em mira a autêntica anã1ise marxista. Como quer
que seja, tais distinções não são praticadas por bom número
de estudiosos. Os próprios marxlstas, com poucas exceções,
rejeitam a separação entre análise da sociedade e visão do
mundo ou principios de ação marxistas. Disto tudo se de-
preende mais uma vez que se faz neçessárla a opção entre
marxismo e Cristianismo, visto que as tentativas de aliança
teórica ou prAtica redundam em desvirtuar ou o ma rxismo ou
O Cristianismo. Cf. n f 115.
3 ,3 . 1, Um problema esp.cicd
3 . 3 . 2. Os ca prlo';. ou dogmallsmos
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ANAUSE MARXISTA E CRISTIANISMO 15
4. Diretrizes finais
Fina1mcnte a carta em foco propõe quatro perspectivas
referentes ao tema abordado.
4. I • Pracurar compreender
Faz·se mister procurar compreender' por que a anáUse
marxista e a filosofia que a acompanha, tanto atraem os
intelectuais e as massas hoje em dia. A resposta não parece
diflcll: os cristãos e, em geral, as pessoas honestas são, com
razão, sensíveis ao ideal de pôr fim às dominaCóes e opres.
sões Injustas. Ê preciso, poré~ que a demanda deste ideal
não recorra a meios que lhe são contrários, como são os melos
marxistas desrespeitadores da pessoa humana; o projeto cris-
tão de promoção do homem está Indissoluvelmente associado
à caridade, . . . carIdade para com todas as criaturas. Cf. n' 17.
-303-
16 <:: PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 258/1981
a igreja e a ma~onaria
• • •
ComentfLrio: Em PR 179/ 1974, pp. 415-426 foi publicado
um artigo que comentava importante decisão da Santa Sé a
respeito da atitude da Igreja Católica frente à Maçonaria_
Ainda em PR 245/ 1981, pp. 78-96 a nossa revista publicou.
relativamente à Maconarla. uma Dedara~ão dos Bispos da
Alemanha. O presente número volta ao assunto publicando e
comentafldo uma Nota da Congregação para a Doutrina da Fé
referente à decisão teimada pela mesma Congregação em 1974_
Eis o teldo datado de 17/ 02/81, 80 qual se segulré. breve
comentário.
I. O TEXTO DA NOTA
cAos 19 de 1"lho do 1974, a Sagrada Congregação ptlrQ a
Doutrina dCl Fé escreveu a algumas Conferindo, Epbcopah uma
eorto privada a respeito da Inlarprelaç60 do dinon 2.335 do C6-
digo de Diraito Can6nleo. Este proibe oos cat6licos, sob pena de
excomunhão, inscrever-se nas lolos ela Franco-maçonaria.
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18 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 258/1981
li. COMENTÁRIO
Examinaremos sucintamente a Declaração de 1974 e a
Nota de 1981.
1. A Declaração de 1974
Como se vê, as Declarações da Santa Sé. datadas de 1974
e 1981, versam sobre o texto do cAnan 2.335. que assim reza:
"Aquela Que dia a I8U nome l sella maçônica e a aoc]edad lll &e-
ml/llante! qua conspiram 0)1111• • IgreJa. as legitimas autar!dad" cf-
vis,... Incorram .em mata na ellCCllllunh80 simplesmente reservada à
Santa Si",
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IGREJA E MAçONARIA 19
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20 cPERGUNTE E RFSPONDEREMQS, 258/1981
3. Ulterior reflexão
1 . Como se vê, a Nota de 1981 tem em vista interpre-
tações demasiado amplas da carta de 1974. Houve quem enten-
desse este documento como sinal de aprovação à Maçonaria,
aprovação que não levaria em conta a rea.Uàade multo diver-
sificada das correntes macOnJcas hoje existentes. A Declara-
ção de 1974 não modificou a legislação da Igreja referente à
Maconarla, apenas explicitou-a, recorrendo a wn princl.plo tra-
dicional de hennenêutica juridica. Com outras palavras: a
construção relativa _que conspira .. .• poderia ter sentido me-
ramente expUcatlvo como poderia ter sentido restritivo; ora a
S. Congregação para a Doutrina da Fé quis explicitar que tal
frase tinha sentido restritivo, o que deconia do fato de estar
Inserida em uma lei penal.
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22 rPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 258/1981
l!: sábia esta atitude da Santa Sé; atende aos dois aspec-
tos do problema:
- na medida em que haja Lojas antlcrlstãs, «!s;tas ficam
vedadas, sob pena de excomunhão, 80s fiéis católicos;
- na medida. porém, em qUe haja (e há) Lojas inócuas.
não se aplica aos seus membros urna pena que no caso não
teria sentido.
2. As duas DecJaraÇ'Ões da Santa Sé em foco supõem
que a Maçonaria não seja sempre hostil à fé e à Igreja ...
Ora esta suposição resulta de atento exame das diversas Lo-
jas macÕnicas e de sua atua~o no mundo cont~mporãneo.
Com ereito, está averiguado que há Lojas que conservam não
somente a profissão de fé no Grande Arquiteto do Universo.
mas também a veneração da Biblia Sagrada; interessam-se
tão somente por assuntos profissionais e promocionais. sem
Interferir em política ou religião. lt em vl~ta de tais Lojas
que a Santa Sé deseja que o cãnon 2 .335 seja interpretado
estritamente.
Perguntará, porém, o leitor: como reconhecer se tal ou
tal Loja hoje é ou não antlcristã, visto que 1l Maçonaria
guarda o segredo de suas doutrinas e seus planos?
- Em resposta , só se pode apontar O método emplrico:
procure o fiel católico Interessado saber que pessoas compõem
a Loja a que se candidata; ninguém entra em alguma socie~
dade ou associação sem primeiramente se esclarecer a pro-
pósito do que ela é ou pOde vir a ser. Deve ser respeitado o
direito que toca a todo cidadão, de não assumir às cegas com·
promlssos que poderiam afetar a sua personalidade.
Enquanto o fiel católico puder dizer sinceramente Que na
Loja nada se «!ncontra em oposlcão à sua qualidade de cató·
lico, ser.lhe-é licito pennanecer na mesma. Todavia, desde
que verifique o contrário, compete-lhe retirar.se imediatamente
da Lojaj a coerência e a honestidade o ex.lgem.
Os outros fiéis católicos e os sacerdotes poderão ajudar o
candidato católico a formar um juizo a respeito da Loja,
observando o teor de vida. e as atividades dos membros com-
ponentes da mesma; numa cidade pequena esta tarefa é, como
se <:ompreende, bem mais fécll do que em grandes centros
urbanos.
Deve·se também levar em consideracão que as Lojas ma-
çônicas. embora contem em seus registros de matricula nume-
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IGREJA E MAçoNARIA 23
4. Repercussão
A Nota de 1981, embora nada tenha acrescentado de
novo à de 19'14. contrlburu para provocar pronunciamentos de
pessoas surpresas com essa. atitude da S. Igreja. Assim, por
exemplo, entre as cartas dos leitores publicadas pelo J~mal
do BrasU aos 31/ 03/81, p. 10. lê-se uma missiva que afirma
ft fidelidade dos mal:QDS a um _Deus Supremo, Regente Maian;
ao que o autor acrescenta o texto de uma oração atribuída
ao Papa João x:xm ... : nessa ora Cão, o Pontífice teria afh··
mado que «haviamos impensadamente acreditado que um sinal
da cruz pudesse ser superior a três pontos fonnando uma pirâ·
mide:t, além de outros vários despropósitos.
A tal missiva convém fazer as seguintes duas observa.
ÇÕ<!S:
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IGREJA E MACONARIA 25
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Ecumenismo 1
• • •
Comentário: Em alguns Estados do Brasil pratica-se ou
tenciona-se praticar, nas escolas da rede oficial, um tipo de
ensino religioso que enão divida os alunos:t, mas atenda a
todos, qualquer que seja a Sua prof'tSSão de fé. Em conse·
qüêncla, mlnlstrar-sc-Ia (ou ministra-se)
- ou uma doutrina Que csatisrat a :t 8 católicos e protes-
tantes, inspirada pelo o:ecunrenismo :t (ecwnenlsmo mal enten·
dfdo) :
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ENSINO REUGIOSO ACONFESSIONAL? 29
2. A palavra do Papa
Aos 16 de outubro de 1979, o S. Padre João P aulo II
assinou a ~ortação Apostólica cCatechesi Trd.dendae» (Ca-
tequese hoje), em que aborda. os principais problemas da cate-
quese em nossos dias.
1) Insiste na necessidade de se transmitir na integra o
depósito da fé, como se depreende, entre outros, do tópico
abaixo transcrito:
"Para Sêr perfeita a oblaçlo da aua flt. aqueles que le tomam di...
clpulos de Cristo lêm o dlreilo de t1K:ebO'r a palavra da fê nlo mulllada.
falsificada ou dlminulda. mas alm plena e Integral, com lodo o MU rigor
e com lodo o seu vigor. Atraiçoar em qualquer ponto a Integridade da
rnensegem , esvaziar perigosamente a pr6prla catequese e eompfól1'leler
OI frutos qua CrlSlo e a comunidade eeleslat têm 10 dlrollo de esperar
dala. NIo ó certamente por acaso que o mandato final de Jes us no
Evangelho de Slo Mateus tem e marca de uma certa totalidade : 'Todo
poder me foi dado, .• Enalnal toda 11$ genles ... enslnando-al I ob!arv8r
tudo o que vos mandei ... Eu estou convosco todos os dia. a'6 o fim
do mundo'. . . . Que seria de uma calequ8H qua não desse todo o MU
df'llclo lugar" crlaçio do homem e 1.0 peeado deste, 80 de81gnlo de
redançao do nosso Deus • 1\ longa e amorosa preparaçlo • l1IaJluçlo do
mesmo de.lgnlo, • EncarnaçJo do Alho da DeU8, • Marta - • Imaculada.
a Uh de Deus, sempre Virgem, .Ievada ao clIu em corpo • alma - e
ao 18U papel no mbt6rlo da r.IIYIÇIo, 10 mistério da Iniqüidade, que
canllnu. a operar em nossas vidas, e .. pot6ncla de Deul que noa liberta
dela, fi. necessidade da panllencla e da ascese, aos ge.IOI .acramentais
e IIIQrglcOl, li. realidade da presença euearlsllca de Cristo, li. partlclpaçlo
na vida divina Jê aqui &obre a larra e para além da morte, ele.? Aulm
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30 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 258/1981
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Perante a Igreja
• • •
Com.entzUio: Em nossos dias o casamento meramente
civil vai-se tomando algo de tão natural aos olhos de fiéis
cat61loos que muitos se unem apenas no foro civil, e não pro-
curam o sacramento do matrimônio como se este fosse apenas
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SENTJDO 00 CASAMENTO CIVIL 33
1. Traços de história
Proporemos três etapas: 1) . . . até o século XVI; 2) Nos
séculos XVI/XVIDi 3) Desde o século XVIll aos nossos dias.
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SENTIDO DO CASAMENTO CIVIL
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38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS,~.-,258"",
/,"l98",,-l_ _ __
_os,
sofo Immanuel Kant em 1797: «O matrimônio é a unlão de
duas pessoas de sexo diferente que entre si outorgam direito
reciproco sobre o seu corpo para o resto da vida» (AIeta.fisiea
aos I 24).
Neste texto. Kant ainda conserva a cláusula cpara o resto
da vida_o Todavia a noção de contrato acarretaria natural-
mente a de resclndibilidade ou dissolubilldade do matrimônio.
Em suma, a tendência secularizante foi·se difundindo cada
vez mais, encontrando eco nas Constituições de vários povos.
Nos países em que, no século XIX, foi declarada a sepa-
raCáo da Igreja e do Estado (como no Brasn. por exemplo),
a situação constrangedora tornou·se menos Penosa para a
Igreja. Com eleito, o Govemo, estabelecendo o matrimônio
ctvD e suas modalidades, passou a ignorar o matrimOnio sacra-
mental, em vez de pretender subordinar os bispos e as cele-
brações da Igreja à leglslação dI) Estado. Em tais palses,
desde que ai reine a liberdade religiosa, a Igreja propõe aos
fl~1.s a sua doutrina e a sua legislação sobre o matrimônio e
atende aos fiéis que a pl'OCW'am, sem sofrer entraves por parte
do Govemo.
Importa agora considerar
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SENTIOO 00 CASAMENTO CIVIL 39
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40 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 258/1981
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SENTIDO 00 CASAMENTO CIVIL 41
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De novo em relevo
o segredo de fátima
• • •
Comea.tá.rlo: O atentado contra o S. Padre João Paulo n
suscitou imediatamente a recordal;ão do famoso . «segredo de
FAtima.; certos órgãos da imprensa julgaram estar-se cum-
prindo então terrivels predlCóes contidas em tal segredo comu-
meado por Nossa Senhora à vidente Lúcia, Em conseqüência,
a população brasilell"8 tem-se mostrado Interessada em saber,
atinai de contas, qual seria precisamente o conteúdo de tal
revelaçlo guardada em segredo_
No. verdade, hã muitos rumores sobre o teor do segredo.
Mas poucas pessoas conhecem exatamente os acontecimentos
de FAtima e o seu significado. Eis por que abaixo nos volta-
remos para tal temãtlca.
1. As aparições em fátima
De maio a outubro de 1917 a Virgem Maria apareceu seis
vezes a três pastore:zlnh05, chamados respectivamente Lúcia.
J aclnta e Francisco.
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o SEGREDO DE FATIMA
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44 cPERGU!\"TE E R ESPONDEREMOS~ 258/1981
2. A atitude da Igreja
Diante dos acontecimentos da COva da Iria, as autorida-
des eclesiásticas foram, a principio, muito cautelosas. A dio-
cese de Lelria, à Qual pertence Q Cova da bia, estava sem
Bispo em 1917. O novo tluIar da sede, D. José da Silva, tomou
posse em 5 de agosto de 1920; o prelado mandou abrir um
inquérito sobre OS aeontecimentos em 1922, ou seja, cinco
anos depois das ocorrências; wna corrWsão de sete peritos
dedJcou·se a examinar os fatos e, finalmente. aos 14/04/1929
apresentou seu relatório ao BIspo diocesano; este, tendo levado
ao Papa a noticia das conclus6es obtidas, declarou aos 13 de
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o SEGREDO DE FATIJ.fA 45
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46 t:PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 258/19B1
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o SEGREDO DE FÁTIMA 41
Aos 31 de outubro de 1942. ou seja, pouco depois de
publicada a mensagem de Fãtima, o S. Padre Pio Xll, fazendo
eco aos dizeres da mesma, consagrou O rnlUldo ao Coracão
Imaculado de Maria. Note·se que não consagrou apenas a
Rússia, mas o mundo inteiro .. . - o que se deve ao desejo
de náo provocar-duras reações da parte do Governo soviético;
os Padres Moresco e Fonseca, como se julga. terão cootri-
buldo para que Pio xn proferisse um ato de consagração do
mundo inteiro, com discreta menção da Rússia soviética.
Aos 7 de julho de 1952, Pio xn quis consagrar o povo
russo ao Coração Imaculado de Maria. Aos 21 de novembro
de 1964, Paulo VI renovou a consagração do mundo ao COra-
ção Imaculado de Maria ... Aos 13 de outubro de 1956, em
nome do Papa Pio XII, o Cardeal Eugênia Tisserant benzeu
em Fátima o Centro Internacional do .. Exército Azul,., socie-
dade que se encarregava de levar a devocão mariana ao
mundo inteiro. Estes e outros fatos mostram que a Igreja,
embora não se tenha pronunciado solenemente sobre a auten·
ticldade da mensagem de Fátima. não deixou de levar em con·
slderação os fatos aí ocorridos em 1917.
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48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 258/ 1981
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o SEGREOO DE FÁTlMA '9
tica se registra um surto de mIstlca e de senso religioso que
se opõem ao materialismo ateu do Estado soviético.
As observações do Cardeal Ottaviani pennltem crer que
o «segredo de Fátlma;p, longe de ser sinistro ou trágico, se
refere à crise do ateJsmo, perceptlvel em 1937 através de cindi·
cios nebulosos». Esta interpretação explica por que Lúcia afir·
mou que a mensagem seri.a «mais clara» em 1960; explica
outrossim a discrição dos Papas a propOslto; o assunto era
delicado demais para ser objeto de comentários públicos.
Julga·se, porém, que o segredo de Fátima continha ainda
algo mais. Com efeito, o Cardeal Ottavianl acrescentou no
fim da sua conferência:
"Há outros , ln.l, manifestos que nos Incitam .. conllança. Os e,for·
ços do Pepa em prol da paz em certos setor" I' "lo alo totalmente vios,
como eram outros·'.
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00 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 258/1981
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o SEGREDO DE FÁTIMA 51
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52 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 258/ 1981
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Uma série de livros que p6em
., .
a dupla personalidade, a hlperestesla Indireta do pensamento, o hor6scopo.
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54 , PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 25811981
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FENOMENOS MEDIúNICOS 55
1 . 1. T.lergla
1 .2 . O a pol1e
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FENOMENOS MEDluNICOS 57
2. Edoplasrnia
O tema é estudado nq fascículo V: . Um espirlto me tocou••
Acontece que certas pessoas, em sessão espírita, dizem
ter visto a imagem de um defunto (gcralmente parente), Que
aparece aos vivos. Dão-se por consolados porque ctomam
consciência. de que o defunto ainda vive e acompanha os
seus entes queridos sobre a terra.
Ora na verdade não há aparições corporais de espiritos
desencarnados. . Uma consideração serena e clenUnca do
fenômeno leva a dizer que se trata do fenômeno subjetivo da
ectoplasmia.
EctoplasrnJa compõe-se dos vocábulos gregos ekt6s = fora,
e plasma. = objeto modelado ou formado. Ora acontcce que
certas pessoas, parapslcologicamentc dotadas, emitem uma
massa mais ou menos Infanne, gelatinosa. esbranquiçada ...
Essa massa pode tomar a fonna de um rosto, de wn busto, de
uma mão, de acordo com a idéia que o sujeito tenha em fiua
mente e queira projetar.
O fenômeno de emitir um ectoplasma chama-se ed:oplas--
mia. Quando esse ectoplasma toma a fonna correspondente à
imagem mental concebida pelo sujeito, chama-se ideoplalôma
(o fenômeno correspondente é a ldeoplastia); trata-se de uma
Idéia. configurada ou materializada.
O ectoplasma vem a ser uma modalidade de energia (teler-
gia) condensada. Ê capaz de se adaptar aos desejos do incons-
ciente ou do consciente do sujeito, tomando a configuração
que lhe queira dar. Ê como que uma prolongação do corpo
ou da sensibllfdade da pessoa em questão. Uma vez projetado,
o ectoplasma é reabsorvido pelo corpo do sujeito que o e~itill.
Quando o ectoplasma toma a forma de um membro de
pessoa 00 de animal, é dito cectocoloplama:t; koron. no caso,
significa «membro ••
A ectoplasmla pode produzir um fantasma (imagem da-
tada de cabeça, tronco, bracos e pernas). Neste caso, toma
o nome de fantasmogênese.
O fundamento cientifico da ectoplasmia é o fato, com-
provado pela FWca moderna de Elnste1n. Plank. Ostwatd e
outros, Ile que praticamente não há fronteiras entre a energm
material e e. matéria. Hoje em dia os fislcos afinnam que
toda matéria libera energlaj reconhecem outrossim que a
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FENO).1ENOS MEDIÚNICOS 59
3. Dupla personolidade
Ver fascículo m: "O esplrito baixou».
Hã quem pareça ter duas personalidades: uma consciente.
oficial, que todos reconhecem; e outra inconsciente, oculta, que
de vez em quando vem à baila; tem-se entã(l a impressão de
que o sujeito tol «incorporada» por um espirito do além, o qua1
fala, escreve e gesticula por 1ntennédio do seu . cavalo» ou
do médium.
Tal fenômeno também tem sua explicação clentifica, dis.
pensando qualquer recurso ao além. Com efeito, o cé~bro
humano consta de aproxImadamente 70 bilhões de células:
destas apenas 10% são uti1izadas por um individuo normal;
dáo fundamento ao que se chama «O consciente_; os 60 bilhões
de células restantes correspondem ao inconsciente; neste são
guardadas todas as impressões, Imagens e sensações adquiri-
das desde a infância do sujeito; principalmente o que nós
reprimimos ou abominamos fica no nosso incOnsciente. Ora
basta que a pessoa entre em estado de sugestão ou de hipnose
para perder o controle que exerce habitualmente sobre I) seu
inconsciente; afloram então ao consciente impressões latentes
no incon.9Ciente que, combinadas entre si, podem çonstituir
como que uma nova personalIdade do suJeito_ O fato de que
este geralmente não reconhece a sua realidade inconsciente
como sendo sua, leva-o a crer que estâ possuido por um ser
estranho, proveniente do além. Se o SUjeito acredita que «um
espírito baixa nele» e esse sujeito se entrega voluntariamente
a tal sugestão, concorre para «fabricar. e consolidar a perso-
nalidade própria do seu inconsciente.
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60 ePERGlTh.'1'E E RESPONDEREMOS) 258/1981
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FENOMENOS MEDIONICOS 61
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62 cPERGUNI'E E RESPONDEREMOS, 258/1981
5. Hor6....po
Fascicu10 I (.Meu horóscopo dá certo!»).
Quem estuda, distingue astronomia e DStrologia( donde se
deriva o horóscopo). A primeira é ciêncIa baseada na obser_
vação dos astros mediante telescópiOS e aparelhagem moderna.
A segunda não é ciência, mas um conjunto de crendices sub-
jetivas baseadas sobre a COnfiguração geocêntrica de Ptolo-
meu, segundo a qual a Terra seria o centro do nosso sistema
solar; em torno dela estariam sete cplanetas~:
O Sol, a Lua, Júpiter e :Vênus (planetas benéficos) i
Saturno, Mercúrio e Marte (planetas maléficos).
Dos planetas alguns seriam. quentes, outros trios; alguns
secos, outros úmidos; alguns masculinos, outros femininos;
cada qual exerceria sobre os homens uma detenninada influên-
cia flslca, fisJológlca ou mesmo pslcológtoa. Além disto, a
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FENOMENOS MEDIúNICOS 63
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livros em estante
o Espfrlto do Amor, por Jean Galol, S. J. - Traduçlo da Lult Joi.o
Galo. Ed. Loyola. 510 Paulo 1981, 137 X 218 mm, 171 pp.
Numa 4ipoca em que multo (m •• nem sempre .<:erl~.mente) 81 fata
da açlo do &pIrita Santo na Igreja a dos carismas, vem multo a propó-
sito o estlJela de um grande mestra d, Univ8f$ldada Gregoriana (Roma)
que aborda a 160109111 rJo Esp(,jlo Santo. O aulor nlo considera as ques-
168$ históricas relativa. lO E'plrlto Santo., pertinentes ao plano acad'mlco
propriamente dllo. mas propee a fundamenlaçlo blbllca ti a .Iaboraçlo
teológica desles dados, como ocorrem nQS melhores .scolas cat6l1ca :
o Esplrllo Santo é, para os homens, o Dom Supremo do Pai li do Salva-
dor. é o Amor em peuoa, lIulor da noua sanliticaçlo, meeira da vida
Interior e alma do Corpo Místico de Crllto. Percebe-se que o PI. Galol
tem em vista especialmente 1 Iplicaçlo das proposlçOes te ol6gicas li vida
espiritual dos leitores. Nlo considera explicitamente o chamado "Movi-
mento C3rismiltlco" de nossos dias. mas olerece aos fl61 s da Renovaçlo
Carlsmállta lodos os elementos doutrinais nacé$sários • uma genulna
...lv6ncll cristA, dlsl1nlos das eventuais flcçOftl de Imeglnaçilo desorientada.
O livro se presta nlo somente ao esludo acadêmico, mas também A
lellura .splritual e li medlJaçio.
InlcllÇlo li Ieltu'. di Bibll~ por Dom Amaury Castanho. V.lença
1980. 145 li: 2tO mm, ISO pp.
Este livro olerece uma sérIe de Quarenta e sele IIC&es sobre OI di-
versos escritos blblleos, redigidas em ••1110 simples p8r. O grande pllbllcOi
aio, anu, o eco de um curso de S. Escritura por corrupondêncla que
o alual Sr. Bispo de Valença elaborou par. os fiéis de Sorocaba ($p)
quando Ir.bllhava naquela diocese. Merecem e5pec/.1 118nçlo, pela fir-
meza de lua doutrina, o capitulo aobre o primeIro pecado (pp. 28-30)
bem como o.s que se relerem à origem do mundo e do homem (PP. 16-27).
- A obra é clara, sucinta e úIIll. No IIn.1 apresenta um questlOl'lárlo (qua
contribui pat. que o IClltor repasse a matéria), além de um 0lclon4rlo
BIbJico. O livro merece ampla OIlu!llo.
exen:lcfo ~ li crI,lh di paternidade I'elpCJflÁvel Plusej ....nlO
famlllu, por Ma,la José Torres. - Ed. Loyola, Slo Paulo 1981, HOx218mm,
122 pp.
Ella lIvro é pUblicado oportunamente, quando no Braall se dlscut. o
planejamento familiar e se apregoam m'lodOI conlrtrioa .. natureza e 11.
dignidade do ser humano. Madre Meria JOSlI Torres, Religiosa Dorol61a, é
formada em medlcln. a altamanle capacitada para discorrer sobre o p~
blema. TOfIlOU-&e. no Brull. a apóstata do planejamento familiar (que cer-
tamenle A necessário) execulado segundo o ""'todo Bllltng•• que 6 o
mais recante e preciso doa métodos nalurals; este reçUI'I!IO nlo prejudica a
..Clda da mulher nem acarrela despesas, como oa anllconcepclonals pre-
Judicam. O livro foi esc,lto para a dlvulgaç&o; acompanha uma 16rla de
145 allda que elucidam cabalmente o H.unlo, apresenlando a anatomia
"'umana. OI métodOl artificiais de controle da natalidade e 08 m"odOl
natuntl., entre 0$ qual, sobresset o d'e 81111"'gl. O livro pode aer usado
Independentemente dOSllldel, pois traz da ..nhoe e grAncOI que os . uprem.
Também' de nol8r, fIO final da obra, uma relaçlo de endereços Citeis a
(Continua na pág. 319)
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ECI ÇOES LUMEN CHRISTI
Rua Dom Gerardo, 40 · 5~ andar - sala 501
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SAL TJ:.RIO (formato 21)( 14) , contendo os 150 salmos, 53 Cânticos do Anti?>
Testamento e 22 do Novo Testamento.
Edição bilingue (latim-Português) e só em português, par i uso llOS mostei ros
beneditinos. O textO latino l da novlssima vulgat' 125.04. 1979), aprovada por
Joio Paulo 11 . Os 150 salmos em tradução ofieial d. CNBB. ilp!"OVllda pela Co·
missão Epi$CO~' de EXIme e Aprovaçk) dos Textos Litúrgicos (CEEATlI. Os
75 Cânticos b(blicos lio tr.aduzidos por Dom Marcos Barbosa, Pau U$O cor.1 ou
individual, tipos bem leg(veis. incluldos (em itálico) OS verslculos e salmos impre-
Clt6riosl.
COMENTÁRIO AO CREDO
DO POVO DE DEUS
,
2!l- Edição Revista e Ampliada
\;
PARA SEMINARIOS,
, CURSOS TEOLOGICOS
E ESTUDIOSOS
DA DOUTRINA CRISTÃ