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Inelegibilidades

Art. 14, §§ 4° ao 9°, CRFB.


 Inelegibilidades: são restrições temporárias ao
direito de ser votado, ou seja, à capacidade eleitoral
passiva. Sua função é proteger a normalidade e
legitimidade das eleições contra influência do poder
econômico ou do abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.
 Espécies de inelegibilidades:
1) Absoluta;
2) Relativa.
 Espécies de inelegibilidades:
1) Absoluta:
a) Estrangeiros; e
b) Analfabetos.
 Espécies de inelegibilidades:
2) Relativa:
a) Por motivos funcionais;
b) Inelegibilidade reflexa;
c) Militares; e
d) Inelegibilidades legais ou infraconstitucionais.
 Espécies de inelegibilidades:
1) Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer cargo
eletivo, em qualquer eleição e em qualquer circunscrição
(inalistáveis e analfabetos).
a) Inalistáveis: estrangeiros e conscritos (Art. 14, §2º).
b) Analfabetos
Art. 14, § 4º, CRFB. São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
 TSE - A jurisprudência do TSE é pacífica no sentido de que as
restrições que geram as inelegibilidades são de legalidade estrita, sendo
vedada a interpretação extensiva. Essa orientação se aplica, inclusive,
quanto à configuração da inelegibilidade do art. 14, § 4º,
da Constituição Federal, devendo exigir-se do candidato apenas que
ele saiba ler e escrever minimamente, de modo que se possa evidenciar
eventual incapacidade absoluta de incompreensão e expressão da língua.
Não é possível impor restrição de elegibilidade, por meio da utilização de
critérios rigorosos para a aferição de alfabetismo. AgR-Respe nº 10907 -
Laurentino/SC - Acórdão de 18/10/2012
 Espécies de inelegibilidades:
2) Relativas: Constituem restrições para certos pleitos e
determinados mandatos, em razão de situações existentes no
momento da eleição, em relação ao cidadão.
a) Motivos funcionais:
a.1) Para o mesmo cargo (exceção: reeleição)
Art. 14, § 5º, CRFB. O Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente.
a.2) Para outros cargos (exceção: renúncia)
Art. 14, § 6º, CRFB/88. Para concorrerem a outros cargos, o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Art. 1º, § 2°, LC nº 64/90. O Vice-Presidente, o Vice-
Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se
a outros cargos, preservando os seus mandatos
respectivos, desde que, nos últimos 6 meses
anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou
substituído o titular.
b) Inelegibilidade Reflexa: por motivo de casamento, parentesco
ou afinidade;
Art. 14, § 7º, CRFB. São inelegíveis, no território de jurisdição do
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
 Quando da ocorrência do divórcio no curso do
mandato, aplica-se a súmula vinculante abaixo
reproduzida:
Súmula Vinculante - STF Nº 18. A dissolução da
sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º
do artigo 14 da Constituição Federal.
 Quanto à união homossexual ou homoafetiva:
Ac.-TSE no 24.564/2004: “Os sujeitos de uma
relação estável homossexual, à semelhança do que
ocorre com os de relação estável, de concubinato e
de casamento, submetem-se à regra de
inelegibilidade prevista no art. 14, § 7°, da
Constituição Federal”.
 Súmula Nº 6/TSE atualizada com a seguinte
redação:
 São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o
cônjuge e os parentes, indicados no §7º do art. 14 da
Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se
este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se
afastado definitivamente do cargo até seis meses antes
do pleito.
c) Militares;
Art. 14, § 8°, CRFB. O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no
ato da diplomação, para a inatividade.
I) Com menos de 10 anos de serviço deverá afastar-se
(definitivamente) para então poder candidatar-se.
II) Com 10 anos ou mais de serviço deverá pedir agregação ,ou
seja , licença remunerada para que então possa candidatar-se.
Se não for eleito, retornará ao serviço ativo após o fim da licença
(3 meses). Se for eleito, no ato da diplomação, passará
automaticamente para a reserva remunerada, ou seja, será
aposentado.
 Segundo o STF: o militar, com menos de 10 anos de serviço, deve
afastar-se definitivamente da atividade quando concorrer a cargo eletivo, à
luz do que dispõe o art. 14, § 8º, I, da CF. Ressaltou-se que as polícias e
os corpos de bombeiros militares seriam instituições organizadas nos
mesmos princípios e, por texto expresso, forças auxiliares e reserva do
exército (CF, art. 144, caput, § 8º). Nesse sentido, consignou-se que os
destinatários das normas constantes dos incisos do § 8º do art. 14 da
Carta Maior seriam os membros das Forças Armadas, bem assim os das
polícias e dos corpos de bombeiros militares que estivessem em atividade
e quisessem exercer sua capacidade eleitoral passiva. RE 279469/RS,
d) Inelegibilidades Legais ou infraconstitucionais.
Art. 14, § 9° CRFB/88. Lei complementar estabelecerá outros
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim
de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra
a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

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