Inelegibilidades: são restrições temporárias ao direito de ser votado, ou seja, à capacidade eleitoral passiva. Sua função é proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra influência do poder econômico ou do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Espécies de inelegibilidades: 1) Absoluta; 2) Relativa. Espécies de inelegibilidades: 1) Absoluta: a) Estrangeiros; e b) Analfabetos. Espécies de inelegibilidades: 2) Relativa: a) Por motivos funcionais; b) Inelegibilidade reflexa; c) Militares; e d) Inelegibilidades legais ou infraconstitucionais. Espécies de inelegibilidades: 1) Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo, em qualquer eleição e em qualquer circunscrição (inalistáveis e analfabetos). a) Inalistáveis: estrangeiros e conscritos (Art. 14, §2º). b) Analfabetos Art. 14, § 4º, CRFB. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. TSE - A jurisprudência do TSE é pacífica no sentido de que as restrições que geram as inelegibilidades são de legalidade estrita, sendo vedada a interpretação extensiva. Essa orientação se aplica, inclusive, quanto à configuração da inelegibilidade do art. 14, § 4º, da Constituição Federal, devendo exigir-se do candidato apenas que ele saiba ler e escrever minimamente, de modo que se possa evidenciar eventual incapacidade absoluta de incompreensão e expressão da língua. Não é possível impor restrição de elegibilidade, por meio da utilização de critérios rigorosos para a aferição de alfabetismo. AgR-Respe nº 10907 - Laurentino/SC - Acórdão de 18/10/2012 Espécies de inelegibilidades: 2) Relativas: Constituem restrições para certos pleitos e determinados mandatos, em razão de situações existentes no momento da eleição, em relação ao cidadão. a) Motivos funcionais: a.1) Para o mesmo cargo (exceção: reeleição) Art. 14, § 5º, CRFB. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. a.2) Para outros cargos (exceção: renúncia) Art. 14, § 6º, CRFB/88. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Art. 1º, § 2°, LC nº 64/90. O Vice-Presidente, o Vice- Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular. b) Inelegibilidade Reflexa: por motivo de casamento, parentesco ou afinidade; Art. 14, § 7º, CRFB. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Quando da ocorrência do divórcio no curso do mandato, aplica-se a súmula vinculante abaixo reproduzida: Súmula Vinculante - STF Nº 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Quanto à união homossexual ou homoafetiva: Ac.-TSE no 24.564/2004: “Os sujeitos de uma relação estável homossexual, à semelhança do que ocorre com os de relação estável, de concubinato e de casamento, submetem-se à regra de inelegibilidade prevista no art. 14, § 7°, da Constituição Federal”. Súmula Nº 6/TSE atualizada com a seguinte redação: São inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indicados no §7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses antes do pleito. c) Militares; Art. 14, § 8°, CRFB. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. I) Com menos de 10 anos de serviço deverá afastar-se (definitivamente) para então poder candidatar-se. II) Com 10 anos ou mais de serviço deverá pedir agregação ,ou seja , licença remunerada para que então possa candidatar-se. Se não for eleito, retornará ao serviço ativo após o fim da licença (3 meses). Se for eleito, no ato da diplomação, passará automaticamente para a reserva remunerada, ou seja, será aposentado. Segundo o STF: o militar, com menos de 10 anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade quando concorrer a cargo eletivo, à luz do que dispõe o art. 14, § 8º, I, da CF. Ressaltou-se que as polícias e os corpos de bombeiros militares seriam instituições organizadas nos mesmos princípios e, por texto expresso, forças auxiliares e reserva do exército (CF, art. 144, caput, § 8º). Nesse sentido, consignou-se que os destinatários das normas constantes dos incisos do § 8º do art. 14 da Carta Maior seriam os membros das Forças Armadas, bem assim os das polícias e dos corpos de bombeiros militares que estivessem em atividade e quisessem exercer sua capacidade eleitoral passiva. RE 279469/RS, d) Inelegibilidades Legais ou infraconstitucionais. Art. 14, § 9° CRFB/88. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.