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Código: MOT 1 e 2
ÍNDICE
1. Apresentação .................................................................................................................. 03
2. Tipos de Motores............................................................................................................. 04
3. Motores Trifásicos de Indução ........................................................................................ 07
3.1 Considerações Gerais................................................................................................ 07
3.2 Princípio de Funcionamento....................................................................................... 07
3.2.1 Campo Girante .................................................................................................. 07
3.2.2 Velocidade de Sincronismo............................................................................... 12
3.2.3 Princípio de Funcionamento.............................................................................. 14
3.2.4 Escorregamento ................................................................................................ 15
3.3 Detalhes Construtivos ................................................................................................ 17
3.3.1 Introdução.......................................................................................................... 17
3.3.2 Estator ............................................................................................................... 17
3.3.3 Rotor .................................................................................................................. 19
3.4 Tipos de Ligação ........................................................................................................ 22
3.4.1 Considerações Gerais....................................................................................... 23
3.4.2 Identificação dos Terminais dos Motores.......................................................... 23
3.4.3 Ligação de Motores com 12 Terminais Externos.............................................. 25
3.4.4 Motores com 9 Terminais Externos................................................................... 27
3.4.5 Motor com 6 Terminais Externos ...................................................................... 28
3.5 Conjugado em Função de Rotação............................................................................ 29
3.5.1 Considerações Gerais....................................................................................... 29
3.5.2 Conjugado x Rotação ........................................................................................ 29
3.5.3 Análise de Curva de Conjugado........................................................................ 33
3.5.4 Corrente Absorvida da Rede de Alimentação................................................... 39
3.6 Métodos de Partida .................................................................................................... 44
3.6.1 Considerações Gerais....................................................................................... 44
3.6.2 Chave Estrela-Triângulo.................................................................................... 44
3.6.3 Resistores de Partida em Motores com Rotor Bobinado.................................. 47
3.6.4 Redução de Tensão Através de Compensadores ............................................ 49
3.7 Dados de Placa - Valores Nominais e Rendimento ................................................... 50
4. Motores Monofásicos de Corrente Alternada.................................................................. 51
4.1 Considerações Gerais............................................................................................... 51
4.2 Motores Monofásicos “Shaded-Pole ......................................................................... 51
4.3 Motores Universais.................................................................................................... 55
4.3.1 Considerações Gerais...................................................................................... 55
4.3.2 Aspectos Construtivos...................................................................................... 56
4.3.3 Princípio de Funcionamento............................................................................. 57
4.4 Motores Monofásicos com Dois Enrolamentos......................................................... 60
4.4.1 Considerações Gerais...................................................................................... 60
4.4.2 Motor “Split-Phase”........................................................................................... 61
4.4.3 Motor Monofásico com Capacitor de Partida ................................................... 62
4.4.4 Motor Monofásico com Capacitor Permanente................................................ 65
4.4.5 Aplicações ........................................................................................................ 66
2
1. APRESENTAÇÃO
Nesta apostila é dada maior ênfase aos motores trifásicos de indução, pois
representam cerca de 90% da potência de motores fabricados. Para esse
tipo de motor este texto apresenta o princípio de funcionamento, as
principais características técnicas e algumas informações sobre sua
aplicação.
3
2. TIPOS DE MOTORES
4
- motores de C.C. com excitação independente;
- motores de C.C. com enrolamento em série;
- motores de C.C. com enrolamento em paralelo e
- motores de C.C. com enrolamento compostos.
Há uma vasta literatura sobre esse assunto, que poderá ser consultada
pelo leitor que desejar se aperfeiçoar no tema.
5
- motores assíncronos, que cuja rotação é função da carga mecânica
(conjugado resistente) a que é submetido.
Por esta razão, o foco central desta apostila são os motores trifásicos de
indução, cujo princípio de funcionamento, características técnicas e de
aplicação serão abordados com maior detalhe nos capítulos seguintes.
c) Motores Universais
6
3. MOTORES TRIFÁSICOS DE INDUÇÃO
a) princípio de funcionamento;
b) detalhes construtivos;
c) tipos de ligação;
d) conjugado e;
e) métodos de partida.
7
Como sabemos, quando uma corrente i(t) percorre uma dessas espiras,
estabelece-se um campo de indução B, cuja direção e sentido (dados pela
“regra da mão direita”) pode ser representado pelos vetores B1, B2 e B3
cuja intensidade é proporcional a i(t) ou seja B = K i(t). Note que a
figura determina uma convenção de sinais para a corrente e campo B ou
seja, quando a corrente i1 “entra” na espira 1, pelo ramo esquerdo da
bobina, o campo de indução criado B1 “entra” no cilindro, sendo que
esses sentidos são convencionados como positivos. De modo análogo
ocorre com as espiras 2 e 3.
i1 (to) = 0 b1 (to) = 0
8
O campo resultante será a soma vetorial dos campos e terá módulo:
3/2 K Imax
9
b3 b3
b2
b1
30o
b2 b b b1 b2
60o
b
to t1 t2
t3 t4 t5
b
b
b2 b2 b1
b2 b1
b
b3 b3 240 o
t6 t7 t8
10
11
Observamos ainda que o campo produzido pelas bobinas pode ser
assimilado ao existente no entreferro de um imã permanente que gira com
velocidade angular ω (fig. 3.4); podendo se imaginar a existência de um
polo norte e um polo sul localizados sobre a superfície cilíndrica
substituindo as espiras, que se deslocam com velocidade angular ω; daí
advindo a expressão de campo girante com um par de pólos.
60 f
Ns = onde,
P
Observa-se que:
12
a) um “par de pólos” é obtido pela montagem de 3 bobinas no estator,
dispostas a 120o no espaço e, alimentados por um sistema trifásico,
como exposto anteriormente;
Motor de 2 Polos
a c
N
S
b
Motor de 4 Polos
c2
Ia
a1 b2 N1
S1 S2
b1
Ia N2
a2
c1
N Fn
I F
F
ws
B
F I F
ws
d
Fn
S
14
A força longitudinal não nos interessa do ponto de vista do
funcionamento do motor, de vez que somente dará esforço de deformação
da espira. A primeira, será responsável pelo conjugado motor (FN x d).
Sob a ação deste conjugado, a espira começa girar no mesmo sentido de
rotação do campo girante.
Cmotor = Cresistente
3.2.4 ESCORREGAMENTO
ωS − ω N −N
s= 100 = S 100
ωS NS
60 f 60 x 60
Ns = = = 1. 800 rpm
P 2
2. Determinação de s
Ns − N 1800 − 1720
s= 100 = x100 = 4 , 45%
Ns 1800
b) Determinação do escorregamento
Ns − N 1000 − 995
s= 100 = 100 = 0, 5%
Ns 1000
3.3.2 ESTATOR
a) Núcleo de Ferro
b) Enrolamento
Nas bobinas devemos destacar a parte ativa - aquela que está no interior
do núcleo de ferro - e a “cabeça”, parte externa ao núcleo, que perfaz a
interligação entre os dois lados ativos (fig. 3.9).
18
bobina
cabeça
lado ativo
dente
cabeça
canal
coroa
3.3.3 ROTOR
ℑ=ℜ.φ
ℑ = NI = ℜ φ
20
Figura 3.11 - Rotor em Gaiola
21
3.4 TIPOS DE LIGAÇÃO
22
Em resumo, as bobinas dos motores são dimensionadas para operarem
sob tensões especificadas e conforme seja a tensão da fonte disponível,
devemos proceder as convenientes ligações para que as bobinas fiquem
submetidas a tensão adequada e o motor forneça a potencia especificada.
Note que o número de terminais acessíveis das bobinas não tem relação
alguma com o número de pares de polos tratados em uma seção anterior
neste texto, ou seja podem existir motores com 2 ou 4 polos com 6, 9 ou
12 terminais acessíveis. A figura a seguir ilustra esse fato.
23
6 terminais 6 terminais
2 polos 4 polos
c2
a1 b2
a c
b1 a2
c1
b
12 terminais 12 terminais
2 polos 4 polos
c2
a1 b2
b c2
a a’ a1’
b’ b2’
b1 a2’
c’ c1
b1 a2
c c1
a - a’
b - b’ ! Esm série ou em paralelo a1 - a2
a1’ - a2’ Em série (ligações in-
c - c’
… ternas não acessíveis)
c1’ - c2’
a) Ligação ∆ b) Ligação ∆∆
Tensão de linha 2V(440V) Tensão de linha V(220V)
25
c) Ligação λ d) Ligação λλ
Tensão de linha 2√3 V(760V) Tensão de linha √3 V(380V)
26
a) Ligação triângulo/duplo-triângulo (∆/∆∆)
27
a) Ligação λ (Vlinha=2 V=440V) b) Ligação λλ (Vlinha=220V)
6 1 1
4
6
3
4 5
5 2 2
3
28
3.5 CONJUGADO EM FUNÇÃO DE ROTAÇÃO
Colocando-se nesse espaço uma espira em curto circuito que pode girar
livremente, em torno de seu eixo longitudinal, coincidente com o eixo de
revolução do cilindro, o campo girante produzirá um fluxo concatenado
com a bobina, constituída por N espiras. Se a bobina girar com
velocidade angular ωr, a figura 3.19 apresenta a situação relativa do
campo girante e da bobina, em nos instantes t = 0 e t = t, sendo que:
onde:
N é o número de espiras da bobina
S é a área associada à bobinam por onde o fluxo de B se concatena
BMAX é o valor máximo do campo de indução
φMAX é NS BMAX, ou seja,o valor máximo de fluxo que pode ser
concatenado
29
b) Se ωs ≠ ωr, φ é variável no tempo havendo portanto uma f.e.m.
induzida na espira dada pela Lei de Lenz, expressa por (II);
Wst+θ
θ w rt
S F Fl
S
B
n
Fl
Fn
N Fn F
N
90°[(ws-wr)t +θ
t =0 t=t
Figura 3.19 - Posição relativa do campo girante e bobina
e( t ) ( ωs − ωr ) φmax
(III) i(t) = = sen [(ωs - ωr) t + θ’]
Z Z
onde: θ’ = θ - ϕ
ϕ é a defasagem entre tensão e corrente da bobina ou a “fase da
impedância Z”.
→
d) Ora, uma corrente i(t) imersa em um campo de indução B está sujeita a
uma força, cuja direção e sentido são dados pela “regra da mão
esquerda”) e, expressa por (IV).
30
(IV) F = B i(t) l, onde l é o comprimento da bobina
( ωs − ωr ) φmax
F = B. l sen [(ωs - ωr) t + θ’]
Z
__________________________________________________________
NOTA (1):
Num circuito de corrente alternada as correntes e tensões são expressas por funções senoidais do tipo
v(t) = VMAX (sen wt + α)
i(t) = IMAX (sen wt + α - ϕ)
onde a velocidade angular ω é propocional a freqüência (ω = 2πf) da rede, sendo no caso brasileiro
igual a 377 rd/s (ou seja, 2 x 3,1416 x 60 Hz) e, α é a fase inicial da tensão e ϕ é a defasagem entre
tensão e corrente. A figura abaixo ilustra a tensão e a corrente de um circuito indutivo, onde a corrente
esta atrasada em relação a tensão, ou seja, primeiro ocorre o máximo de tensão e depois de ϕ/ω
segundos ocorre o máximo de corrente. Diz-se nessas condições que a corrente está atrasada de um
ângulo de ϕ radianos em relação à tensão.
e
e
i
i
ϕ t
ϕ t
No caso que estamos analisando, a fase da tensão induzida na bobina é: (ωs - ωr)t + θ, pois a
freqüência de tensão induzida é a diferença entre freqüência síncrona (do estator) e a freqüência
(rotação) do rotor. (Para visualizar este fato, basta considerar o caso onde a espira está parada em
relação ao estator (a freqüência seria ωs ou está a girando com rotação igual ao do campo girante que é
a freqüência síncrona (a freqüência séria 0).
Lembramos que a impedância Z de um circuito de uma bobina real (ou seja, que alem da indutância
também encerra a resistência do condutor que a constitui) é dada por Z = R + j ω L, cujo módulo é
•
Z = R 2 + ( ωL ) 2 e a defasagem ϕ entre a tensão e a corrente nesse bipolo é a fase do vetor Z , ou
seja, tg ϕ = ωL / R.
sR
então: C = ωs φ2max
R + s2 X 2
2
___________________________________________________
NOTA (2):
Considere uma bobina com N espiras, sujeita a um fluxo concatenado φ, que varia com o tempo.
A tensão induzida será: V = N (dφ/dt) ou φ = 1/N ∫vdt = 1/N∫ VMAX cos ωt dt
φ = 1/ωN ∫ VMAX cos ωt d (ωt) φ = -1/ωN VMAX sen ωt = φMAX sen ωt
onde φMAX = 1/ωN VMAX ou φMAX = K VMAX
32
3.5.3 ANÁLISE DE CURVA DE CONJUGADO
a) Conjugado x Rotação
Cmotor = Cresistente
33
R
C = kV 2
R + X2
2
dC
d) o conjugado máximo se obtém fazendo =0
ds
dc R 2 RS 2 X 2
ou seja: = kV 2 2 2 2 − 2
ds R +s X ( R + S 2 X 2 )2
dC
como kV2 ≠ 0 então para = 0 , necessariamente:
ds
R 2 Rs 2 X 2
− = 0 ou
R 2 s2 X 2 ( R 2 + S 2 X 2 ) 2
R kV 2
sc = e Cmax =
X 2X
sR kV 2 R 1
C = kV 2 = .
s2 X 2 X s
34
KV 2 R KV 2
.s
x 2s R
0 s
N(rpm) Ns
0
sR kV 2
C = kV 2 = s
R2 R
que é uma reta em s, conforme mostra a figura 3.20. Note que para s =
sc, C = kV2/X, portanto o mesmo valor da assíntota do item anterior.
35
b) Regime de Operação Estável e Instável
36
região estável
região instável
N (rpm)
Nc
R=3r R=r
Nc1 Nc2
AUMENTO DE
R Ns
37
Note que em motores com rotor do tipo “gaiola”, não é possível alterar a
resistência do rotor (a menos, evidentemente quando está sendo projetado
e construído). Porém, os motores do tipo “rotor bobinado” oferecem
acesso aos enrolamentos do rotor, através de anéis que giram solidários
ao eixo, acoplados a escovas fixas na carcaça. Nestes motores é possível
inserir resistores no circuito do rotor, permitindo deslocamentos da
rotação onde o conjugado máximo ocorre.
d) Influência de Tensão
KV 2 INFLUÊNCIA DA
X TENSÃO
V V 2
K[ ]
3 KV 2
3 =
X 3X
38
Em cargas de ventilação, o conjugado resistente é proporcional ao
quadrado da velocidade enquanto que em guindastes, talhas e pontes
rolantes, o conjugado resistente é praticamente constante, havendo apenas
um pequeno sobretorque na região próxima do repouso. A figura 3.24
ilustra esse fato.
Conjugado
acelerante
Pto de
operação
N(rpm)
a) Corrente no rotor
39
onde: emax = φmax (ωs-ωr) = φmax . s ωs e s ωs = ωs - ωr
Note que (I) expressa o valor da corrente do rotor,em função do tempo,
mas como se trata de uma grandeza senoidal podemos exprimi-la através
de seu valor eficaz (lembre que Veficaz = Vpico/√2). Assim:
φmaxs. ω s 1
(II) irotor(eficaz) = .
2 R + s2 X 2
2
2 V eficaz s. ωs 1
irotor(eficaz) = ou
N estator ωs 2 R 2 + s2 X 2
V estator ( eficaz) s
irotor(eficaz) =
N estator R + s2 X 2
2
40
irotor
E2 R/s
irotor E 2s s. E 2 / N
Iabs = = =
N N R +s X
2 2 2
N R 2 + s2 X 2
sV
ou Iabs = K
R + s2 X 2
2
Consideremos que N espiras do estator criam um fluxo concatenado com 1 espira do rotor com
freqüência ω. Conforme a Lei de Lenz, a tensão v(t) do estator será:
dφ( t ) 1
v(t) = N então φ ( t ) = V max cos ωtd ( ωt )
dt ωN
1 V max
φ(t) = Vmax sen ωt com φmax =
ωsN ωN
2V eficaz
φ(t) = φmax sen ωt ou φmax =
ωN
____________________________________________________
41
I rotor
Iabsorvida
X
V E2 R/s
V
I= K
R2 + X 2
I (x Inom) I (x Inom)
V1=V R1= r
V2=0.6V
R2 > r
43
3.6 MÉTODOS DE PARTIDA
Como foi visto em item anterior, a corrente absorvida da rede pelo motor
de indução trifásico durante a partida é bastante elevada, podendo atingir
mais de 10 vezes a corrente de funcionamento em regime permanente de
operação. Isto constitui um fato indesejável, uma vez que a corrente
absorvida pelo motor percorre toda a rede de alimentação que deverá ser
dimensionada para suportá-la, resultando em necessidade de condutores
com maior diametro, que serão plenamente requisitados apenas durante o
pequeno intervalo de tempo em que o motor está partindo (alguns
segundos), onerando o custo da instalação. Essas elevadas correntes de
partida também provocam problemas no ajuste da proteção, pois o
sistema de proteção deverá , de algum modo, “reconhecer” que a corrente
de partida não é uma sobrecarga que deve provocar o desligamento do
motor.
44
A tensão aplicada no motor durante a partida tem o valor reduzido em
relação a tensão de operação em regimen permanente. O valor da tensão
durante a partida é igual a tensão de fase do sistema trifásico de
alimentação e, depois de transcorrido o periodo de partida é aplicada a
tensão plena, que é a tensão de linha do sistema trifásico de alimentação.
portanto:
46
Figura 3.30 - Curva de Conjugado e Corrente Absorvida da Rede
Utilizando-se Chave Estrela-Triângulo
47
Figura 3.31 - Introdução de Resistência no Rotor
de um Motor de Rotor Bobinado
48
Figura 3.32 - Curva de Conjugado com Resistências no Rotor
49
Os motores de indução trifásicos são dimensionados para operarem
segundo determinadas condições de alimentação e aplicação.
50
- rendimento nominal (por ex.: 92%) que é a relação entre a potência
mecânica que o motor cede à carga e, a potência elétrica que absorve
da rede absorve da rede, quando operando em condição nominal;
51
Para introduzir os aspectos importantes deste fenômeno, vamos de início
analisar o circuito magnético simples mostrado na Figura 4.1, que é muito
utilizado na confecção dos eletroimãs de corrente alternada.
i1(t ) = I 1 cos wt
i 2(t ) = I 2 cos( wt − α )
i 2(t ) = corrente induzida
52
Sendo φ2 um fluxo variável senoidalmente no tempo, teremos como
resultado a indução de uma corrente alternada na bobina 2, cujo sentido é
obtido pela lei de Lenz. Pelo fato das bobinas 1 e 2 não serem idênticas,
as correntes que nelas circulam estão defasadas no tempo. A defasagem
no tempo entre estas correntes, produz também uma defasagem no tempo
entre os fluxos φ2 (que se concatena com a bobina 2) e o fluxo φ 3, que é
parte do fluxo φ1. Esta defasagem entre φ2 e φ3, que são fluxos variáveis
senoidalmente no tempo, produz um campo magnético de translação no
entreferro, que é caracterizado pela constante troca de polos Norte e Sul
nas duas partes da face polar, Figura 4.2.
53
A parte fixa, denominada estator, é constituida de chapas de aço
magnético empilhadas as quais alojam duas bobinas em cada polo (no
caso 4 polos): a bobina 1, com um número elevado de espiras, alimentada
pela fonte de tensão alternada monofásica e a bobina 2 que é um anel de
cobre em curto-circuito, também denominado de bobina de sombra.
54
Figura 4.4 - Distribuição de campo magnético - Motor “Shaded-
Pole”
55
4.3.2 ASPECTOS CONSTRUTIVOS
57
Devido as características do enrolamento da armadura, quando a corrente,
que entra por uma escova e sai pela outra, se distribui nas ranhuras de
modo que na metade superior o sentido das correntes em todas as
ranhuras é concordante e na metade inferior também, porém em sentido
oposto as correntes da metade superior.
58
A Figura 4.8 mostra a distribuição de campo magnético, quando as duas
correntes circulam simultaneamente nos enrolamentos do estator e da
armadura.
Uma vantagem deste tipo de motor é o elevado torque que ele possui na
partida. Este fato muitas vezes é o fator determinante para a escolha desta
máquina para determinados acionamentos.
60
O rotor, por outro lado, é um rotor a gaiola de esquilo, idêntico portanto
ao do motor trifásico a gaiola.
61
O motor monofásico com capacitor de partida diferencia-se do “split-
phase” através da utilização de um capacitor que é colocado em série com
o enrolamento auxiliar, como mostra a Figura 4.11. A função deste
capacitor consiste, através de uma combinação entre a sua impedância e a
impedância do enrolamento auxiliar, de defasar em (aproximadamente)
90 graus a corrente do enrolamento principal da corrente do enrolamento
auxiliar na partida, produzindo um campo girante (praticamente) ideal
para produção de torque elevado.
62
Um enrolamento alimentado por corrente alternada senoidal, produz um
campo magnético pulsante e não rotativo, portanto a princípio não haveria
razões para o seu funcionamento.
torque
63
rotação
CAMPO DIRETO
CAMPO RESULTANTE
CAMPO INVERSO
torque
64
rotação
n1
Sem capacitor
Com capacitor
resultante
Observação : o capacitor é desconectado quando atinge a rotação n1
Este motor é mais eficiente que o anterior, visto que o campo magnético
produzido é rotativo e não pulsante, como naquele caso, pois os campos
magnéticos rotativos implicam em melhor rendimento das máquinas de
corrente alternada.
65
torque
rotação
4.4.5. APLICAÇÕES
66