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FACULDADE DE DIREITO

DOCENTE

DISCENTE RAIMUNDO SILVANO SILVA DE AMORIM Matrícula 201606140073

DATA: 13 DE SETEMBRO DE 2019 Turma 030 / NOITE

RESUMO DO ARTIGO TERRA INDÍGENAS : A CASA É UM ASILO INVIOLÁVEL DE JOÊNIA


BATISTA DE CARVALHO WAPIXANA.

O presente artigo tem como fim analisar os direitos indígenas e em especial, os


conflitos consequentes da luta sobre a terra compreendendo os direitos
constitucionais indígenas como garantias e direitos fundamentais aos povos indígenas.

Com graduação em direito pela Universidade Federal de Roraima e com


pós-graduação na Universidade do ArizonaUdireitos fundamentais aos povos
indígenas.

Com graduação em direito pela Universidade Federal de Roraima e com pós-


graduação na Universidade do Arizona, Joênia Wapixana argumenta que o
reconhecimento da terra indígena se constituí num passo muito importante. Mas isso
não basta, é necessário uma luta contínua para a aplicação dos direitos dos povos
indígenas prioritários, fundamentais e inegociáveis.

Uma das ideias centrais do artigo é que a autora defende o direito territorial
indígena como algo originário, ou seja, anterior às ocupações não indígenas. Nesse
sentido, o Estado brasileiro tem o dever constitucional de demarcar e de proteger as
terras identificadas em procedimento administrativo e, para tanto, por força do § 6° do
artigo 231 da constituição federal, considera nulo todos e quaisquer atos tendentes ao
domínio, à ocupação e à posse dessas terras, ou dos recursos naturais nelas existentes,
ressalvado o direito à indenização a terceiros por benfeitoria implantadas de boa fé.

Mesmo com os avanços e ganhos advindos da constituição de 1988, a autora


lamenta a dependência da vontade politica para o reconhecimento de fato dos direitos
territoriais indígenas.

Na questão da tensão entre propriedade privada e direito territorial indígena,


Joênia adverte que não é o processo de demarcação que vai criar uma posse
tradicional ou um habitat remanescente. Este apenas delimita a terra indígena,
declarando os seus limites. É preciso desconsiderar a ideia de haver direito adquirido à
propriedades de terras habitadas por indígenas, tendo em vista o que reza o artigo 198
da nossa carta maior. A autora continua sua reflexão afirmando que desde a
colonização até os dias atuais a estratégia de ocupação do território nacional sempre
desprezara os direitos indígenas.

Existe uma crítica robusta no texto quanto à distância entre normatividade e a


efetividade das normas no que trata dos direitos indígenas. Afirma que não é por falta
de um ordenamento jurídico, mas sim da existência de um pleno exercício dos direitos
e, principalmente as reivindicações pela demarcação dos territórios indígenas que
revelam um ambiente de sérias revelações de direitos que os índios vêm sendo alvo
historicamente.

Um ponto destacável no artigo é quando a autora nos provoca para a reflexão


do princípio da casa como um asilo inviolável. Para tal, fundamenta o artigo 5°, inciso
XI que consiste em ser vedada a entrada a quem quer que seja, sem o consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre e para prestar socorro ou,
durante o dia, por determinação judicial. Nesse sentido, de acordo com a autora, as
terras indígenas são o domicílio por direito, a habitação necessária à sobrevivência
física e cultural dos povos indígenas.

Concilia-se assim, a intenção do princípio da casa como asilo inviolável, no


sentido de que o legislador buscou estabelecer o território como o espaço para a
proteção dos índios.

Nesse artigo denominado Terras Indígenas: A Casa é um Asilo Inviolável, Joênia


Wapixana aponta os avanços trazidos pela Constituição de 1988 no que se refere aos
direitos territoriais indígenas ( como o “indigenato”, que reconhece o direito
originário dos povos indígenas nos seus territórios ocupados tradicionalmente e a
inviolabilidade do domicílio, que a autora defende que seja aplicado em relação às
terras indígenas), destaca também a relação dificultosa entre propriedade indígena e
propriedade privada, e afirma a necessidade de luta para que esses direitos sejam
garantidos de fato, com a efetiva proteção do Estado. É leitura provocadora que não
apenas critica , mas fundamenta e apresenta possibilidades de uma sociedade
brasileira que seja capaz de reconhecer e respeitar os direitos originários dos indígenas
a começar pelo reconhecimento de suas terras.

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