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PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE_0000202-71.2017.5.14.

0161

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região

RECURSO ORDINÁRIO
RO 0000202-71.2017.5.14.0161
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Relator: MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 05/02/2018


Valor da causa: R$ 167.254,18

Partes:
RECORRENTE: GUASCOR DO BRASIL LTDA - CNPJ: 01.676.897/0001-30
ADVOGADO: FERNANDA BIANCO PIMENTEL - OAB: SP0167810
ADVOGADO: ALEXANDRE DE ALMEIDA CARDOSO - OAB: SP0149394
ADVOGADO: EDILSON ALVES DE HUNGRIA JUNIOR - OAB: RO0005002
RECORRIDO: ANTONIO CARLOS ALVES DE MORAIS - CPF: 688.023.902-15
ADVOGADO: NEILA SILVA FAGUNDES - OAB: RO0007444
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO

PROCESSO: 0000202-71.2017.5.14.0161

CLASSE: RECURSO ORDINÁRIO

ÓRGÃO JULGADOR: 1ª TURMA

ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE MACHADINHO DO OESTE - RO

RECORRENTE(S): GUASCOR DO BRASIL LTDA.

ADVOGADO(S): FERNANDA BIANCO PIMENTEL

EDILSON ALVES DE HUNGRIA JÚNIOR

RECORRIDO(S): ANTÔNIO CARLOS ALVES DE MORAIS

ADVOGADO(S): NEILA SILVA FAGUNDES

RELATORA: DESEMBARGADORA MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA

INTERVALO INTRAJORNADA. NÃO CONCESSÃO OU CONCESSÃO


PARCIAL. De acordo com a jurisprudência consubstanciada na Súmula n.º 437 do
TST, a não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada mínimo implica o
pagamento total do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50%
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, repercutindo no cálculo
de outras parcelas salariais, ante a natureza salarial desse pagamento, além disso o
intervalo intrajornada constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7.º, XXII, da
CF/1988).
REPARAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS DECORRENTES DA
CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO. Malgrado entendimento pessoal da
Relatoria, com arrimo nos artigos 389 e 404 do Código Civil, no sentido de ser
devida a reparação por perdas e danos decorrentes da contratação de advogado,
por não se qualificar como honorários advocatícios, adota-se posicionamento do
TST quanto à inaplicabilidade desta verba no Processo do Trabalho, tendo em
vista o não preenchimento dos requisitos dispostos na Lei n. 5.584/1970
(hipossuficiência econômica e assistência sindical), na forma do disposto nas
Súmulas ns. 219 e 329, ambas do TST.

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Número do documento: 18020513334841200000003266660
Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
1 RELATÓRIO

GUASCOR DO BRASIL LTDA. interpôs recurso ordinário em face da sentença em que o Juízo
"a quo" julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados nesta ação trabalhista movida por
ANTÔNIO CARLOS ALVES DE MORAIS.

Nas razões recursais, a reclamada pugna pela reforma da sentença para excluir da condenação o
pagamento das horas extras e os correlatos reflexos em decorrência da supressão do intervalo
intrajornada. Mantida a decisão, pleiteia, sucessivamente, o pagamento da diferença da hora que,
inequivocadamente, ficar comprovada que foi concedida de forma parcial, bem como postula o
reconhecimento da respectiva natureza indenizatória da verba. Pleiteia, ainda, sua exclusão da condenação
ao pagamento de diferença do aviso-prévio, multa convencional, honorários advocatícios sucumbenciais
por reciprocidade, bem como se insurge contra a concessão dos benefícios da justiça gratuita ao obreiro.

Intimado, o reclamante não apresentou contrarrazões.

Desnecessária a intervenção do Ministério Público do Trabalho nos presentes autos, por força do
art. 89 do Regimento Interno deste Tribunal.

2 FUNDAMENTOS

2.1 CONHECIMENTO
O recurso ordinário é tempestivo.
Representação processual regular, uma vez que o advogado subscritor do recurso anexou
instrumento de procuração e de substabelecimento.
Depósito recursal e custas processuais devidamente recolhidas.
Defere-se o pedido para que todas as intimações e notificações relativas ao presente processo
sejam efetivadas em nome do advogado EDILSON ALVES DE HUNGRIA JUNIOR (OAB/RO 5002),
devendo o feito ser reautuado para constar o nome do referido profissional.
Ressalte-se que com a sistemática do PJe-JT, as publicações são feitas conforme os dados
cadastrados e, não havendo pedido de exclusão da reclamada dos outros advogados constituídos, não há
como deferir o requerimento de exclusividade pretendido.
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, decide-se conhecer do recurso ordinário.
2.1.1 PRELIMINAR DE JULGAMENTO "CITRA PETITA" SUSCITADA DE OFÍCIO
Suscita-se de ofício, no presente recurso, matéria de preliminar de nulidade por julgamento "citra
petita". Destaque-se, desde logo, que "citra petita" éa sentença que não aprecia a totalidade dos pedidos
formulados pelo demandante, ficando configurada negativa de prestação jurisdicional, o que torna
imperiosa a declaração de nulidade do julgado.
Nos presentes autos, verifica-se que o magistrado não enfrentou o pedido de pagamento de
honorários advocatícios contratuais, com base nos artigos 389 e 404 do Código Civil, no importe de 35%

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sobre o valor total da condenação, formulado na petição inicial (ID. c6374c0 - Pág. 6). Logo, inexistiu
pronunciamento acerca do pleito supracitado. Assim, conclui-se que o Juízo originário incorreu em
negativa de prestação jurisdicional ao proferir julgamento "citra petita", o que inviabilizaria a análise da
matéria em grau de recurso, sob pena de caracterizar supressão de instância, caso não houvesse a
possibilidade de se reconhecer a causa madura quanto à matéria.

Ressalte-se, por oportuno, que o magistrado não é obrigado a se posicionar acerca de todas as
teses ventiladas pelas partes, mas é obrigado a decidir sobre todos os pedidos constantes dos autos,
fundamentando sua decisão de forma clara e precisa, conforme preceituam os arts. 141 e 492 do Código
de Processo Civil/2015 e art. 832 da CLT.

Desse modo, tem-se que, no caso em questão, em tese, a sentença se encontra eivada de nulidade
por omissão de análise da matéria alusiva aos danos materiais decorrentes das despesas com a contratação
de advogado, razão pela qual se declara a nulidade do julgado.

Todavia, com o fim de primar pela celeridade processual, tendo em vista também que o processo
encontra-se apto para julgamento e, ainda, considerando o preceito do inciso I do § 3º do art. 1.013 do
CPC, passa-se à análise dos temas veiculados no recurso ordinário patronal e dos danos materiais
decorrentes das despesas com a contratação de advogado, visto que referida matéria encontra-se
pacificada em ambas as Turmas deste Regional, razão porque esta Corte pode apreciá-la, mesmo que o
tema não tenha sido abordado pelo Juízo de primeira instância, pois essa visão já era relativizada desde o
Código de Processo Civil/1973, no artigo 515, e foi mantida no artigo 1.013 do CPC/2015, não havendo
falar em afronta ao princípio do duplo grau de jurisdição.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria


impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as
questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve
decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o
tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação.

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Adequando a norma processual civil ao processo do trabalho, o TST conferiu nova redação à
Súmula nº 393 do TST e determinou a aplicação do efeito devolutivo em profundidade ao âmbito
trabalhista:
Súmula nº 393 do TST - RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM
PROFUNDIDADE. art. 1.013, § 1º, do cpc de 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de
1973. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º
do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao
Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados
pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao
capítulo impugnado.
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário,
deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do
CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um
dos pedidos.

A teoria da causa madura, aplicada ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT,
busca evitar um desnecessário retorno dos autos à origem, mediante uma interpretação moderna e
sistemática do processo.

Ainda sob a égide do Código de Processo Civil/1973, o TST já teve a oportunidade de se


posicionar sobre a teoria da causa madura, conforme se constata nos julgados transcritos a seguir:
RECURSO DE REVISTA. NULIDADE PROCESSUAL. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. TEORIA DA CAUSA MADURA. ART. 515, § 3º, DO CPC 1. A
atual, iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho
reconhece que o § 3º do art. 515 do Código de Processo Civil, ao consagrar a
teoria da causa madura, possibilita o julgamento do mérito pelo colegiado ad
quem sempre que a questão for de direito ou, sendo de direito e de fato, a causa
encontrar-se adequadamente instruída para esse fim. 2. O imediato julgamento do
pleito de horas extras pelo TRT de origem, após afastar a inépcia da petição
inicial, não caracteriza supressão de instância quando devidamente instruída a
causa à luz do art. 515, § 3º, do CPC. 3. Recurso de revista da Reclamada de que
não se conhece, no aspecto. (TST - RR: 414007520085170014, Relator: João
Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 03/06/2015, 4ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 12/06/2015) (grifou-se)
NULIDADE PROCESSUAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Não há falar em
supressão de instância se o Tribunal Regional, ao examinar o recurso ordinário,
reconhece o vínculo empregatício na hipótese e, de pronto, adentra o exame da
pretensão deduzida na petição inicial acerca das verbas rescisórias. A lei
processual em vigor consagra a possibilidade de julgamento imediato da causa ,
quando, afastado o decreto de extinção do processo sem resolução de mérito,
deparar o Tribunal com questão exclusivamente de direito ou estiver em condições
de julgamento imediato, nos termos do § 3º do artigo 515 do Código de Processo
Civil, que adota a denominada teoria da causa madura. Ora, se é dado ao Tribunal
adentrar a pretensão de fundo em tais circunstâncias, em que indiscutivelmente
não houve exame meritório na instância de origem, com maior razão se
reconhecerá tal possibilidade diante de sentença de mérito. Recurso de revista não
conhecido. [...] (TST - RR: 694001620075010063, Relator: Lelio Bentes Corrêa,
Data de Julgamento: 15/04/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT
17/04/2015) (grifou-se)

Assim, tratando-se de matéria pacificada nesta Corte, estando os autos devidamente instruídos e
em condições de imediato julgamento, entende-se correta a apreciação do mérito da causa como um todo,
por força do inciso III do §3º do artigo 1.013 do CPC/2015.

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2.2 MÉRITO
2.2.1 INTERVALO INTRAJORNADA
A recorrente alega que o autor trabalhava em turno ininterrupto de revezamento de 6 horas e
fazia 2 horas extras diárias, perfazendo o total de 8 horas diárias de labor.
Aduz que "não há que se falar em descaracterização do turno ininterrupto ante a prestação
habitual de horas extras, vez que a própria Convenção Coletiva da categoria prevê a possibilidade de
fixação da jornada de trabalho nestes moldes."
Assevera que "as Normas Coletivas foram firmadas com o Sindicato da Categoria e os seus
termos merecem prevalecer, eis (sic) que não constatado qualquer vício que os desabonem, sob pena de
flagrante violação ao artigo 7º, XIII e XXVI da Constituição Federal."
Sustenta que o reclamante impugnou os cartões de ponto apresentados, afirmando que não
usufruiu do intervalo de 15 minutos diários neles consignados, entretanto não produziu provas de suas
alegações, nos termos do art. os 818, I, da CLT, conjugado como o art. 373, I, do CPC/2015, tampouco
que foi impedido de gozar de uma hora para refeição e descanso.
Requer, em caso de manutenção da sentença, que se observe a nova redação dada ao artigo 71,
§4º, da CLT, pela Lei nº 13.467/2017, o qual prevê tão somente o pagamento da diferença da hora
concedida parcialmente, bem como a respectiva natureza indenizatória, considerando, ainda, a
inaplicabilidade da Súmula nº 437 do TST, revogada tacitamente.
Requer, ainda, caso a decisão seja mantida, a aplicabilidade do divisor 220.

Sobre a matéria, tem-se que o intervalo intrajornada encontra-se previsto no art. 71 da


Consolidação das Leis do Trabalho: "Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)
horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de
1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas."

Da leitura do texto legal, depreende-se que o trabalho contínuo superior a 6 (seis) horas enseja a
percepção do repouso para a alimentação, de modo que a não concessão obriga o empregador a remunerar
o período correspondente (art. 71, § 4.º, da CLT).
Analisando-se os autos, verifica-se que a própria recorrente reconhece que havia a prorrogação
da jornada de 2 horas diárias.
Registre-se, ainda, que as provas anexadas nos autos demonstram a existência da estipulação da
prorrogação de jornada, consoante se verifica do Acordo para Prorrogação de Horas de Trabalho (ID.
4ea3e96 - Pág. 2), do Contrato de Experiência e do Termo de Prorrogação de Contrato de Experiência
(ID. 4ea3e96 - Pág. 1).

Por oportuno, transcreve-se trechos dos referidos acordos:


ACORDO PARA PRORROGAÇÃO DE HORAS DE TRABALHO
a) A duração do Trabalho diário, poderá ser prorrogada por mais 02 (duas) horas,
sendo consideradas extraordinárias e pagas com acréscimo de pelo menos 50%
(cinquenta por cento), as horas que excederem as do horário normal de trabalho.

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Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
(...)
c) A jornada de trabalho diária, durante a vigência deste acordo, dependendo do
caso, será de 05 horas diárias, será realizada por escala, previamente divulgada em
cada estabelecimento, nunca ultrapassando o total de 18 (Dez) horas diárias.
O presente acordo será por prazo indeterminado.
CONTRATO DE EXPERIÊNCIA
(...)
b) O EMPREGADO compromete-se a prestar até duas extraordinárias por dia,
sempre que o EMPREGADOR o exigir. Essas horas serão pagas com acréscimo
legal ou compensadas com a correspondente redução em outro dia.

Dessa forma, configurada que a jornada de trabalho do autor era superior a 6 horas diárias,
deveria ter a reclamada concedido a ele um intervalo intrajornada mínimo de uma hora, nos termos do art.
71 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Não obstante a nova redação do § 4.º do art. 71 da CLT, com vigência a partir de 11-11-2017,
segundo o qual "A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora
normal de trabalho", observa-se que o autor reclama direitos adquiridos cujo fato gerador teve início
Pré-Reforma Trabalhista, visto que ele alega que a reclamada não respeitou, tampouco pagou a ele o
equivalente ao intervalo intrajornada que foi suprimido, desde a data da alteração de função em
1º-12-2010 até a dispensa sem justa causa em 9-1-2017.

Assim, tendo em vista que o art. 7º, inciso XIV, da Constituição Federal fixa a jornada de seis
horas diárias para o labor em turno ininterrupto e de revezamento, objetivando a compensação do
desgaste físico do trabalhador, bem assim considerando o que preceitua a Súmula n.º 437 do TST no
sentido de que o intervalo intrajornada constitui "medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988)", entende-se que, no
caso concreto, deve-se aplicar a Lei vigente à época em que o obreiro teve o seu direito violado.

Ressalte-se, ainda, que, antes da Lei da Reforma Trabalhista, o entendimento do TST,


consubstanciado no item III da Súmula nº 437, era no sentido de que o desrespeito ao intervalo mínimo
intrajornada teria como consequências o reconhecimento da natureza salarial à parcela prevista no art. 71,
§ 4º, da CLT, e quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para
repouso e alimentação, repercutia no cálculo de outras parcelas salariais.

Além disso, nos moldes do item IV da referida Súmula, "Ultrapassada habitualmente a jornada
de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o
empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput, e § 4º, da CLT".

Portanto, quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto no mencionado artigo, não for
concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um
acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.

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Decidindo o feito, o Juízo "a quo" entendeu que ficou configurada a habitualidade das horas
extras, razão pela qual o obreiro faz jus à concessão do intervalo intrajornada mínimo de uma hora para
repouso e alimentação, nos termos da Súmula nº 437, IV, do TST.

Conforme decidiu o Juízo, "Da análise da folha de ponto anexada aos autos pela reclamada (ID.
082ebab), observa-se a marcação apenas de um intervalo de 1 5(quinze) minutos, por plantão." No
entanto, a fruição desse intervalo, ou não, pelo obreiro é irrelevante para o presente caso, vez que a
reclamada já reconheceu a concessão de apenas 15 (quinze) minutos, caracterizando, portanto, concessão
parcial do descanso intrajornada, quando obrigatoriamente, dada a prática habitual de horas
extraordinárias, deveria ser de, no mínimo, uma hora."

Extrai-se, portanto, da supracitada Súmula nº 437 do TST que a não concessão total ou parcial do
intervalo intrajornada mínimo implica o pagamento total do período correspondente, com acréscimo de,
no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, repercutindo no cálculo de
outras parcelas salariais, ante a natureza salarial desse pagamento.

Ademais, como dito anteriormente, referido intervalo tem previsão na Constituição Federal e foi
instituído no ordenamento jurídico como forma de propiciar maior higidez física e mental ao empregado,
evitando-se longos períodos de labor sem o devido descanso para repouso ou alimentação.

Infere-se, ainda, da norma supratranscrita que, mesmo estabelecida em instrumento coletivo, a


supressão ou redução do intervalo intrajornada não terá efeitos jurídicos, e, assim, é totalmente
equivocada a tese da recorrente.

Nos termos do artigo 71 da CLT conjugado com a Súmula n.º 437 do TST, se o empregador
deixar de conceder ao trabalhador o período integral de no mínimo 1 (uma) hora de intervalo intrajornada,
concedendo-o apenas parcialmente, deve ser pago ao obreiro indenização que corresponda ao período
total de 1 (uma) hora, com acréscimo de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) do valor da remuneração
da hora normal de trabalho.

Diferentemente do alegado pelo recorrente, o pedido de intervalo intrajornada e de horas extras


tem natureza jurídica e fonte geradoras diversas. Isso porque o valor devido decorrente da não concessão
ou concessão parcial do intervalo intrajornada visa a indenizar o trabalhador pela supressão de um direito,
ao passo que a hora extra tem por finalidade remunerar o empregado pela extrapolação da jornada normal
de trabalho, tendo, portanto, natureza salarial, e, assim, não há falar em "bis in idem".

Destaque, porém, conforme entendeu o Juízo de origem, que "A súmula 473, III, do TST é
taxativa ao atribuir natureza salarial aos pagamento substitutivo. Ademais, o período contratual
(contratação em 9-9-2000 e rescisão contratual em 9-2-2017) antecedeu integralmente o advento da Lei n.
13.457/2017 (11-11-2017), de modo que não há cogitar-se pela aplicabilidade do novel parágrafo quarto
do artigo 71 da CLT, alterado pela Lei 13.457/2017, ao caso em exame."

Pelos fundamentos expostos, mantém-se a decisão em que a magistrada de origem julgou


procedente o pedido do reclamante e condenou a reclamada ao pagamento das seguintes verbas: a) uma
hora extraordinária no tocante ao intervalo intrajornada suprimido excluídos os períodos de suspensão ou

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interrupção do contrato de trabalho, observada a declaração de prescrição já anotada na sentença; b)
adicional de 50% (cinquenta por cento); c) evolução salarial conforme avaliação dos holerites juntados,
incluindo todas as rubricas de natureza salarial, bem como, diante da habitualidade, o Juízo entendeu
devidos os reflexos sobre décimo terceiro, aviso-prévio, férias mais um terço constitucional, Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) mais a respectiva indenização de 40% (quarenta por cento), com
divisor 180 (artigo 65 da CLT), devido duração normal de seis horas diárias.

Ressalte-se, porém, que o Juízo de origem já pronunciou a prescrição quinquenal dos créditos
trabalhistas anteriores a 12-11-2012, conforme estatuído no artigo 7º, inciso, XXIX, da Constituição
Federal de 1988.

2.2.2 DIFERENÇA DO AVISO-PRÉVIO

A recorrente afirma que, conforme o TRCT, o reclamante cumpriu aviso-prévio trabalhado no


período de 10-1-2017 até 9-2-2017 e recebeu o pagamento devido por esses dias, e os 48 dias restantes
foram devidamente indenizados. Postula a reforma da sentença, alegando que o reclamante não se
desincumbiu do ônus da prova, na forma do art. 818 da CLT conjugado com o art. 373, I, do CPC/2015.

Decidindo o feito, a magistrada de origem consignou estes fundamentos:


4 - DIFERENÇA DE AVISO PRÉVIO
O obreiro pediu em sua inicial que lhe fosse deferido o pagamento de diferença de
aviso prévio, dizendo que o cálculo do aviso prévio observou a proporção de três
dias por ano de serviço prestado, havendo em seu favor diferença de R$4.808,94
(quatro mil, oitocentos e oito reais e noventa e quatro centavos).
De outra banda, a empresa diz que o obreiro cumpriu aviso prévio de 10-1-2017 a
9-2-2017, havendo o pagamento de mais 48 (quarenta e oito) dias ao ensejo da
quitação das verbas rescisórias, fazendo menção ao campo 69 do Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho.
Da leitura do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (ID. 8d1db45) deflui
que a ré, para cálculo do aviso prévio, pautou-se pela remuneração de
R$2.892,34(dois mil, oitocentos e noventa e dois reais e trinta e quatro centavos),
o que já evidencia o erro no pagamento descrito no campo 69 do TRCT, de molde
que assiste razão ao autor, sendo-lhe devida a diferença de aviso prévio, conforme
se apurar em liquidação de sentença por meros cálculos.

Nos termos do art. 1º, parágrafo único, da Lei n.º 12.506/2011, o aviso- prévio de que trata a
CLT será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de
serviço na mesma empresa, sendo acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa,
até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Verifica-se, portanto, que o art. 1.º da referida Lei n.º 12.506/2011 estabelece que o aviso-prévio
será acrescido de 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa.

No caso em tela, o obreiro prestou serviço para a reclamada durante 16 anos e 4 meses (9-9-2000
a 9-2-2017), e tendo em vista a projeção do aviso- prévio, realmente ele faz jus a 78 (setenta e oito) dias
de aviso-prévio indenizado, conforme postulado na petição inicial.

Segundo demonstra o TRCT anexo, campo 69, a reclamada pagou apenas 30 (trinta) dias de
aviso-prévio no valor de R$2.711,14 (ID. 8d1db45 - Pág. 1), com base no salário Contribuição do INSS

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Número do documento: 18020513334841200000003266660
Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
no importe de 2.892,34 (ID. 05c5fdb - Pág. 3) havendo, portanto, uma diferença de 48 (quarenta e oito)
dias, cujo valor será apurado em liquidação de sentença, conforme decidiu o Juízo.

À vista do exposto, fica mantida a sentença no aspecto.

2.2.3 MULTA CONVENCIONAL

A recorrente aduz que foi condenada ao pagamento de multa convencional prevista na CCT em
decorrência das supostas irregularidades no tocante ao intervalo intrajornada. Postula a reforma da
sentença, sob pena de ofensa ao artigo 114 do Código Civil e artigo 7º, XIII e XXVI, da Constituição
Federal de 1988.

Decidindo o feito, o Juízo consignou estes fundamentos que ora se pede vênia para
transcrevê-los:
5 - DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE ACORDO COLETIVO
O reclamante, com respaldo na Cláusula Quadragésima sétima do Acordo
Coletivo de 2008/2009, 2010/2011, 2012/2013 e 2014/2015, pugna pela
condenação da ré ao pagamento de multa no importe de R$ 2.896,00 (dois mil
oitocentos e noventa e seis reais), correspondente a 4(quatro) vezes o Piso
Normativo, em virtude do descumprimento da cláusula 30ª do Acordo Coletivo, a
qual prevê a obrigatoriedade de concessão do intervalo intrajornada.
Em outro diapasão, a ré alega que não descumpriu suas obrigações convencionais,
pugnando pela improcedência da pretensão.
Diante do reconhecimento acima alinhavado, de fato a ré descumpriu a norma
constante da cláusula trigésima dos acordos coletivos de trabalho, de modo que
julgo procedente o pedido e condeno a ré a lhe pagar o valor de R$937,00
(novecentos e trinta e sete reais), acolhendo, nesse ponto, a argumentação da ré de
que o piso da categoria equivale a um salário mínimo e de que a penalidade
merece interpretação restritiva (uma pena para uma falta).

Em face da contestação genérica da empresa, bem assim do já decidido no item 2.2.1 deste
acórdão, outro não poderá ser o entendimento senão a manutenção da sentença no particular.

2.2.4 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS POR RECIPROCIDADE

A recorrente assevera que o Juízo "a quo" condenou-a ao pagamento dos honorários
advocatícios, arbitrados em 10% sobre o valor do crédito trabalhista líquido do obreiro, contudo não
deferiu honorários para ela em razão da sucumbência recíproca, por entender que não há falar em
pagamento de honorários recíprocos quando é deferido pedido de forma parcial.

Quanto à temática, com o advento da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), houve a


inserção do art. 791-A na CLT, o qual regulamenta os honorários sucumbenciais na esfera trabalhista,
reivindicação histórica dos advogados desta Especializada.

No entanto, tendo em vista a natureza híbrida das normas que regem os honorários advocatícios,
o disposto no novel artigo somente terá aplicação sobre as ações ajuizadas após a vigência da Lei, em
razão da garantia de não surpresa e do princípio da causalidade, porquanto a expectativa de custos e riscos
é aferida no momento da propositura da reclamatória.

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Entendimento contrário, com criação de ônus processual de forma a prejudicar uma das partes,
sob a ótica da Relatoria, importa em violação às regras do jogo, as quais estavam previamente
estabelecidas no momento da propositura da ação, o que importa em ofensa, também, ao princípio do
devido processo legal, estatuído no art. 5º, LIV, da Constituição Federal.

No presente caso, a ação foi ajuizada em 12-11-2017, na vigência da Lei nº 13.467/2017


(Reforma Trabalhista). Logo, em tese, seria aplicáveis os honorários sucumbenciais na Justiça do
Trabalhista.

Analisando a matéria em foco, o Juízo de origem fundamentou a decisão nestes termos:


8 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O autor requisitou a condenação da acionada no dever de indenizar-lhe os valores
afetos aos honorários advocatícios.
A demandada, igualmente, vindicou a condenação do autor no pagamento de
honorários advocatícios, a teor do artigo 791-A da CLT.
Consoante disposição do artigo 791-A, condeno a reclamada a pagar ao autor
honorários de sucumbenciais, no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença.
São indevidos honorários recíprocos, eis que mesmo quando deferido o pedido de
forma parcial não há sucumbência.
Nesse sentido já declarou o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região,
em seu enunciado n. 05 Enunciado, resultante do Seminário de Formação
Continuada para Magistrados do TRT da 10ª Região, nos seguintes termos:
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. PEDIDO DEFERIDO
PARCIALMENTE. Ainda que não deferido o pedido em toda a sua extensão, não
há sucumbência na pretensão uma vez que a sucumbência deve ser analisada em
relação ao pedido e não ao valor ou à quantidade a ele atribuída.

De fato, conforme consignado na sentença, na petição inicial, ainda que com base no artigo art.
85, § 2.º, do CPC, e na Súmula nº 256 do STF, houve pedido sobre o pagamento dos honorários
advocatícios sucumbenciais, no valor de 20% sobre a condenação da reclamada. Por sua vez, a defesa,
com base no art. 791-A da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/2017, requereu a fixação de
honorários sucumbenciais recíprocos ao presente caso.

A respeito de honorários sucumbenciais recíprocos, para os doutrinadores Antônio Umberto de


Souza Júnior, Fabiano Coelho de Souza, Ney Maranhão, Planton Teixeira de Azevedo Neto, na obra
intitulada "Reforma trabalhista - análise comparativa crítica da Lei nº 13.467/2017 e da Med. Prov. nº
808/2017" (2ª ed., São Paulo: Rideel, 2018, p. 458), na Justiça do Trabalho, se verifica "a sucumbência
não pelo valor individual de cada pedido, mas pelos próprios pedidos formulados, de per si. Em outras
palavras, o reclamante ficará vencido, para efeito de fixação dos honorários advocatícios a seu cargo,
sempre que o pedido ( = o bem da vida) for integralmente indeferido. Nos demais casos, responde
exclusivamente o reclamado. Assim, caso o reclamante postule 20 horas extras mensais, todavia só logre
êxito em provar 10, não será o caso de sucumbência recíproca porque, malgrado não tenha alcançado a
plenitude quantitativa de sua postulação, foi vitorioso quanto ao pedido em si de sobrelabor."

Além disso, conforme supratranscrito no excerto da sentença, o Tribunal Regional do Trabalho


da 10ª Região consubstanciou o entendimento, por meio do Enunciado nº 05, resultante do Seminário de

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Formação Continuada para Magistrados do TRT da 10ª Região, no sentido de que não há falar em
honorários sucumbenciais quando o pedido for deferido parcialmente, visto que a sucumbência deve ser
analisada tendo em vista o pedido em si, e não em referência ao valor fixado ou à quantidade a ele
conferida.

Outrossim, a respeito de do tema sucumbência parcial, transcreve-se abaixo o Enunciado n º 2 da


Comissão 7, aprovado na 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, realizado em
Brasília/DF:
O JUÍZO ARBITRARÁ HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA
(ART. 791-A, PAR. 3º, DA CLT) APENAS EM CASO DE INDEFERIMENTO
TOTAL DO PEDIDO ESPECÍFICO. O ACOLHIMENTO DO PEDIDO, COM
QUANTIFICAÇÃO INFERIOR AO POSTULADO, NÃO CARACTERIZA
SUCUMBÊNCIA PARCIAL, POIS A VERBA POSTULADA RESTOU
ACOLHIDA. QUANDO O LEGISLADOR MENCIONOU "SUCUMBÊNCIA
PARCIAL", REFERIU-SE AO ACOLHIMENTO DE PARTE DOS PEDIDOS
FORMULADOS NA PETIÇÃO INICIAL.

À vista do exposto, nega-se provimento ao recurso no particular.

2.2.5 JUSTIÇA GRATUITA

A recorrente afirma que o obreiro "não preenche os requisitos necessários para concessão do
benefício postulado, consubstanciados no artigo 14 da Lei nº 5.584/1970, a evidenciar a concessão de
assistência judiciária gratuita, notadamente por não estar assistida pelo sindicato de classe", pois, segundo
ela, "os requisitos de concessão de justiça gratuita previsto na Lei são cumulativos."

Sobre a matéria, a Constituição Federal prevê, dentre os princípios fundamentais da República


Federativa do Brasil, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e tem como cláusula pétrea a
prestação da assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (art.
5.º, LXXIV, Constituição Federal).

Por sua vez, na legislação infraconstitucional, consoante disciplina o art. 790, § 3.º, da CLT, com
a alteração dada pela Lei nº 13.467/2017 (Lei da Reforma Trabalhista), "É facultado aos juízes, órgãos
julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de
ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem
salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social."

Outrossim, o § 4º do art. 790 da mesma Lei disciplina que "O benefício da justiça gratuita será
concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo."

A nova redação conferida ao §3º do 790 da CLT altera não só os valores para presunção da
hipossuficiência do obreiro, mas também impossibilita a concessão dos benefícios da justiça gratuita
mediante simples declaração de pobreza a quem recebe salário superior a 40% do teto previdenciário.
Portanto, a hipossuficiência é presumida para quem percebe salário igual ou inferior a 40% do teto da
Previdência, podendo, inclusive, a justiça gratuita ser concedida até mesmo de ofício. Contudo, para quem
percebe remuneração acima de 40% do limite máximo da Previdência, deverá comprovar a insuficiência
de recursos, consoante disposto no §4º do mesmo dispositivo legal.

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Número do processo: RO 0000202-71.2017.5.14.0161 ID. 65e8d5c - Pág. 11
Número do documento: 18020513334841200000003266660
Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
Importante destacar, porém, que a matéria não está pacificada no Justiça Laboral. Há
controvérsias sobre o tema em questão, inclusive é objeto de ADI (5766-DF) em que se discute que
referida exigência fere o princípio da isonomia, tendo em vista que o art. 99, §2º, do CPC/2015, exige
apenas a mera declaração de pobreza.

Por outro lado, existe posicionamento de que a exigência de comprovação da hipossuficiência


prevista no mencionado §4º do art. 790 é constitucional, visto que a própria Constituição Federal (art. 5º,
LXXIV) resolve a celeuma sobre o tema ao prevê que "o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". Cumpre dizer, portanto, que o §4º do art. 790 da
CLT parece ir de encontro ao princípio da proteção trabalhista e aos princípios da isonomia constitucional
e do acesso à justiça (CF, art. 5º, caput, XXXV e LXXIV).

Não obstante isso, há entendimento de que a mera declaração de pobreza continua sendo
suficiente para comprovar a condição de miserabilidade da pessoa natural, consoante disposto no art. 99,
caput, e §3º, do CPC/2015, bem assim diante do entendimento jurisprudencial já consagrado.

O tema remete, ainda, os operadores do direito ao disposto no art. 1º da Lei nº 7.115/1983.


Inclusive, foi objeto do Enunciado nº 03 do Seminário de Formação Continuada para Magistrados do TRT
10ª Região - 2017 abaixo reproduzido:
JUSTIÇA GRATUITA. COMPROVAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA. O benefício da Justiça Gratuita a que se refere o art. 790, §§3º e
4º, da CLT pode ser concedido a qualquer parte e, na hipótese de pessoa natural, a
prova da hipossuficiência econômica pode ser feita por simples declaração do
interessado ou afirmação de seu advogado (art. 1º da Lei nº 7.115/1983 e art. 99,
§3º, do CPC).

Analisando-se os autos, constata-se que o obreiro prestou serviço para a reclamada no período de
9-9-2000 a 9-2-2017, em momento anterior à Reforma Trabalhista, contudo a ação foi ajuizada em
12-11-2017, após a vigência da Lei nº 13.467/2017.

Importante destacar que, a partir de 1º-1-2018, o teto previdenciário passou a ser de R$ 5.645,80
para os segurados da Previdência, valor este ao qual está vinculado aquele que pleiteia o benefício da
justiça gratuita, tendo, ainda, que comprovar que recebe salário igual ou inferior a 40% de tal montante, o
que corresponde a menos R$ 2.258,32 do limite máximo citado.

No caso em tela, de acordo com as cópias dos contracheques anexos, o obreiro recebia salários e
remunerações variáveis, ultrapassando o limite máximo do teto previdenciário, até porque habitualmente
trabalhava em sobrejornada.

Cumpre esclarecer, porém, que para que a parte seja beneficiária da justiça gratuita e se
configurar a referida situação econômica, necessário, ainda, a declaração de hipossuficiência econômica
firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para
esse fim (CPC/ 2015, art. 105), conforme dispõe a Súmula nº 463 da SDI-1 do Tribunal Superior do
Trabalho (TST):

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Número do processo: RO 0000202-71.2017.5.14.0161 ID. 65e8d5c - Pág. 12
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Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
SÚM-463. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1, com alterações
decorrentes do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e
30.06.2017 - republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à
pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes
específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II - No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a
demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do
processo.

Entretanto, deve-se ressaltar, ainda, que o reclamante foi demitido sem justa causa e não há
notícia nos autos de que ele esteja em outro emprego, o que significa dizer que não está percebendo
qualquer valor a título de salário ou remuneração, ficando, pois, cabalmente demonstrada a sua condição
de miserabilidade e de impossibilidade de arcar com as despesas do processo, conforme consta da
declaração de pobreza (ID. ed5faad - Pág. 2) no sentido de que ele está desempregado, não possui outros
rendimentos e a esposa é sua dependente econômica.

Observa-se, portanto, que o reclamante declarou na inicial que não podia pagar as custas do
processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, além disso juntou declaração de pobreza (ID.
ed5faad - Pág. 2) e o advogado dele tem poderes nos autos (ID. ed5faad - Pág. 1), conforme estipula a
mencionada Súmula nº 463 da SDI-1 do TST.

Assim, entendendo-se preservados os princípios da garantia ao devido processo legal e o direito à


ampla defesa historicamente bem definidos na Justiça do Trabalho, e, ainda, tendo em vista o princípio do
amplo acesso ao Judiciário cujo objetivo é permitir ao trabalhador a defesa de seus direitos em juízo,
tem-se que, no caso concreto, o obreiro não tem condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família, razão pela qual ele faz jus aos benefícios da justiça gratuita.

Isso se explica porque o entendimento desta Relatora, mesmo após a Reforma Trabalhista, é no
sentido de que a simples declaração de hipossuficiência econômica firmada pelo obreiro ou por seu
advogado, munido de procuração com poderes específicos para esse fim (CPC/ 2015, art. 105), é
suficiente para embasar a concessão dos benefícios da justiça gratuita.

Diante do exposto, nega-se provimento ao recurso e, por conseguinte, fica mantida a decisão de
primeiro grau no aspecto.

2.2.6 HONORÁRIOS CONTRATUAIS

Na petição inicial, o obreiro pugna pelo pagamento de indenização por danos materiais
decorrentes da contração de advogado no percentual de 35% (trinta por cento) sobre a condenação.
Argumenta que o dano material se constitui como ressarcimento pelas despesas experimentadas pelo
detentor do direito violado. Afirma que se a reclamada tivesse cumprido as suas obrigações legais e
contratuais não precisaria ter sido ajuizada a presente ação e nem ter contratado advogado para tanto.
Fundamenta o pleito nos artigos 389 e 404 do Código Civil.

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http://pje.trt14.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18020513334841200000003266660
Número do processo: RO 0000202-71.2017.5.14.0161 ID. 65e8d5c - Pág. 13
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Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
Sobre a matéria, necessário registrar que, anteriormente, esta Desembargadora entendia ser
devida a indenização compensatória decorrente da contratação de advogado no âmbito desta
Especializada, ainda que decorrente de vínculo de emprego, tendo em vista o disposto nos artigos 389,
395 e 404, todos do Código Civil, os quais albergam o entendimento de que o lesado faz jus à reparação
integral do dano material sofrido em decorrência do inadimplemento da obrigação por parte do devedor.

Ambas as Turmas deste Regional entendiam desta forma, todavia, a Segunda Turma mudou de
posicionamento, perfilhando-se ao que vem sendo decido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
não reconhece a existência do aludido direito previsto nos arts. 389, 395 e 404 do Código Civil, uma vez
que não há lacuna na legislação trabalhista sobre a matéria e deve ser observada a Lei n.º 5.584/1970
condicionada também ao preenchimento dos requisitos indicados na Súmula n.º 219 do TST.
Transcrevem-se ementas de julgados da Corte Superior:
RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS -
DESPESAS COM CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO. Na jurisprudência
predominante nesta Corte Superior não tem sido admitida a aplicação subsidiária,
ao processo do trabalho, da legislação civil que trata de honorários advocatícios
(art. 389, 395 e 404 do CC), pois não há lacuna na legislação trabalhista sobre a
matéria, e deve ser observada a Lei n.º 5.584/70. Nesses, termos, como a
condenação em honorários advocatícios, na Justiça do Trabalho, deve obedecer ao
disposto na Lei n.º 5.584/70, e está condicionada ao preenchimento dos requisitos
indicados na Súmula n.º 219 do TST, é incabível o ressarcimento de honorários
advocatícios contratuais. Precedentes. Recurso de revista a que se dá provimento.
(TST - RR: 101237320135140006, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de
Julgamento: 11/03/2015, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/03/2015)
RECURSO DE REVISTA. SUMARÍSSIMO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. RESSARCIMENTO DE DESPESA
COM ADVOGADO . CONDENAÇÃO EM RAZÃO DA MERA
SUCUMBÊNCIA. Em face de o artigo 791 da CLT conferir às partes capacidade
postulatória para virem a juízo na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios
previstos nos artigos 389 e 404 do Código Civil, ainda que não se confundam com
o encargo decorrente da sucumbência, não podem ser concedidos, pois na Justiça
do Trabalho o deferimento de honorários advocatícios tem regramento próprio,
nos termos da Súmula 219 do TST e da OJ 305 da SBDI-1. No caso, a decisão
recorrida está fundamentada na mera sucumbência e não há nos autos sequer
indícios da assistência sindical, devendo a empresa ser absolvida da condenação
ao pagamento dos honorários advocatícios. Recurso conhecido por contrariedade à
Súmula 219 do TST e provido. (TST - RR: 25401220125030157, Relator:
Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 19/11/2014, 3ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 21/11/2014)
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. NECESSIDADE DE
CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO E CALCULISTA. O TST tem firmado
entendimento no sentido de ser inaplicável ao processo do trabalho o art. 389 do
CC/2002, cuja finalidade seja indenização por perdas e danos decorrente da
necessidade de contratação de advogado, em que pese entendimento pessoal deste
relator. Recurso de revista não conhecido. (Processo: RR -
131200-64.2005.5.09.0654 Data de Julgamento: 17/11/2010, Relator Ministro:
Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
26/11/2010).

Assim, resguardado o entendimento pessoal desta Magistrada, com o fim de se evitar a


interposição de recursos desnecessários, gerando expectativas às partes, que, certamente, não terão seu

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pleito atendido, uma vez que o TST possui sólido entendimento acerca da matéria, esta Relatora altera o
seu posicionamento, passando a decidir pela inexistência de reparação de prejuízos decorrentes da
contratação de advogado.
Ante o exposto, o obreiro não faz jus ao referido pleito.
2.3 CONCLUSÃO
Dessa forma, decide-se conhecer do recurso ordinário e, no mérito, negar-lhe provimento.
Reautuar o feito para constar o nome do advogado EDILSON ALVES DE HUNGRIA JUNIOR
(OAB/RO 5002), determinando que todas as intimações e notificações relativas ao presente processo
sejam efetivadas sem exclusividade em nome do referido profissional

3 DECISÃO

ACORDAM os Magistrados integrantes da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª


Região, à unanimidade, conhecer do recurso ordinário e, no mérito, negar-lhe provimento. Reautuar o
feito para constar o nome do advogado EDILSON ALVES DE HUNGRIA JUNIOR (OAB/RO 5002),
determinando que todas as intimações e notificações relativas ao presente processo sejam efetivadas sem
exclusividade em nome do referido profissional, nos termos do voto da Relatora. Sessão de julgamento
realizada no dia 18 de abril de 2018.

Porto Velho (RO), 18 de abril de 2018.

(Assinado digitalmente)

MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA

DESEMBARGADORA-RELATORA

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA


http://pje.trt14.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18020513334841200000003266660
Número do processo: RO 0000202-71.2017.5.14.0161 ID. 65e8d5c - Pág. 15
Número do documento: 18020513334841200000003266660
Data de Juntada: 19/04/2018 16:00
SUMÁRIO

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Juntada
65e8d5c 19/04/2018 Acórdão Acórdão
16:00

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