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Joaçaba
2018
GESIEL WILLIAN FINGER
Joaçaba
2018
F497i Finger, Gesiel Willian.
Integração entre Simulink® e o microcontrolador
STM32F103C8T6 para aplicação de controle PID discreto
/ Gesiel Willian Finger. – 2018.
76 f. ; 30 cm.
CDD 621.3
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Márcia Dorini Dal Zotto CRB 14/742
Ao meu pai Vilson (in memoriam), exemplo de ca-
ráter e dignidade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me ajudar a superar as dificuldades. A Ele devo minha gratidão.
À minha família, fonte de minha força.
Em especial ao meu pai, que me incentivou no início desta jornada, confiou no meu
potencial quando nem eu mesmo acreditei que daria certo. Partiu antes de ver eu chegar ao fim
desta etapa, mas permanece eternamente em meu coração.
Ao professor Kleyton Hoffmann que, com boa vontade, compartilhou seus conhecimen-
tos, orientou e possibilitou o desenvolvimento de cada etapa deste trabalho. Agradeço pelo
apoio e pelos ensinamentos.
Aos professores Marconi Januário e Renato Gregolon Scortegagna, por todo conhe-
cimento repassado durante a graduação acerca dos sistemas de controle, tornando possível a
realização deste trabalho.
Aos meus colegas João Vitor e Murilo Boiani, pelo companheirismo no caminho desta
jornada. Ao demais colegas e amigos por estarem presentes e auxiliarem nos diversos momentos
da graduação.
“Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...”
(Fernando Pessoa)
RESUMO
A/D Analógico-Digital
ASCII American Standard Code for Information Interchange (Código Padrão Ame-
ricano para o Intercâmbio de Informação)
C Linguagem de programação
D/A Digital-Analógico
F Farad
H Henry
Hz Hertz
IN Input (Entrada)
P Proporcional
PD Proporcional-Derivativo
PI Proporcional-Integral
PID Proporcional-Integral-Derivativo
RLC Resistor-Indutor-Capacitor
%𝑈 𝑃 Ultrapassagem percentual
𝜁 Coeficiente de amortecimento
𝐶 Capacitância
𝑘 Ganho do sistema
𝐾𝑝 Ganho proporcional
𝐿 Indutância
𝑅 Resistência
rad Radianos
𝑇 Período de amostragem
𝑈𝑃 Overshoot (Ultrapassagem)
𝑍𝑐 Zero compensador
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1 MOTIVAÇÃO E PROPOSIÇÃO DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.1 Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1 MODELOS MATEMÁTICOS DE SISTEMAS . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1.1 Função de Transferência de Sistemas Lineares . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1.1 Diagramas de blocos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 SISTEMAS DE CONTROLE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.1 Tipos de Respostas de Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2.1.1 Índices de desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2.2 Controle em Malha Aberta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.3 Controle em Malha Fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.3.1 Controle PID e o Método do Lugar das Raízes . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.2.3.2 Controle PID Discreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3 MICROCONTROLADOR ARM STM32F103C8T6 . . . . . . . . . . . . . 42
2.4 INTERFACE SERIAL ENTRE SIMULINK○
R
E MICROCONTROLADOR 45
2.4.1 Comunicação Serial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.4.2 Software Matlab○
R
Simulink○
R
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.4.2.1 Interface serial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.1 INTERFACE MICROCONTROLADOR-SIMULINK○
R
. . . . . . . . . . . 50
3.1.1 Configuração de Recebimento e Envio de Dados no Simulink○
R
. . . . . 50
3.1.2 Configuração de Envio e Recebimento de Dados no Microcontrolador . 53
3.2 MODELAGEM DA PLANTA EM MALHA ABERTA . . . . . . . . . . . . 54
3.3 PROJETO DO CONTROLADOR PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.3.1 Controlador PID Discreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.4 IMPLEMENTAÇÃO DO CONTROLADOR PID DISCRETO . . . . . . . . 65
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.1 VALIDAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA COM CONTRO-
LADOR PI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.2 RESULTADOS DO SISTEMA COM O CONTROLADOR PID PROPOSTO 70
4.3 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.1 PROPOSTAS FUTURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
18
1 INTRODUÇÃO
cia) do sistema e o valor da resposta da planta em malha fechada. Além disso, para que sejam
alterados em tempo real os ganhos do controlador implementado na rotina destes dispositivos, é
necessário que seja desenvolvida uma interface para interação com o usuário, como um teclado,
por exemplo. Caso contrário, é necessário que o algoritmo do microcontrolador ou micropro-
cessador seja alterado e gravado novamente no dispositivo toda vez que algum ajuste necessite
ser efetuado nos ganhos do controlador.
Em vista disso, a aplicação de controladores através de uma interface gráfica, que é o
caso dos blocos do Simulink○
R
, visa permitir a análise em tempo real de qualquer sinal relativo
ao controlador e à resposta do sistema. Além disso, permite a comparação simultânea com
sinais que podem ser simulados na mesma interface de interação gráfica. Este ambiente baseado
em computação reconfigurável flexibiliza o método de implementação, possibilitando que o
controlador seja configurado facilmente conforme a necessidade através desta interface, tendo
em vista que as únicas funções do microcontrolador passam a ser as conversões A/D e D/A dos
sinais e o intercâmbio de dados, pois o controle PID passa a ser calculado pelo processador do
computador em que o Simulink○
R
está sendo executado.
1.2 OBJETIVOS
∙ Desenvolver uma interface que facilite a alteração dos parâmetros do controlador PID,
sem a necessidade de alterações no algoritmo do microcontrolador.
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 20
curvas analíticas.
O último capítulo, o Capítulo 5, apresenta o fechamento deste trabalho com uma análise
crítica do projeto desenvolvido, reúne as principais ideias e faz sugestões para trabalhos futuros.
22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sobre modelagem matemática de sistemas ou fenômenos reais, Silva (2008, p. 23) ex-
plica que é possível a representação matemática a partir de algumas características observadas
em tal sistema (fenômeno). Contudo, um modelo matemático é apenas uma representação apro-
ximada, uma vez que não existe o modelo do sistema, e sim uma família de modelos com
características ou desempenhos particulares. Ogata (2010, p. 5) complementa que “na reali-
dade, qualquer modelo de uma planta que quisermos controlar incluirá um erro no processo de
modelagem. Ou seja, a planta real será diferente do modelo a ser usado no projeto do sistema
de controle”.
Para Franklin, Powell e Emami-Naeini (2013, p. 53), “a modelagem matemática de um
sistema a ser controlado é o primeiro passo necessário para analisar e projetar sistemas de
controle”. Dorf e Bishop (2015, p. 36) afirmam que, para que seja possível entender o funcio-
namento ou controlar sistemas físicos, deve-se obter modelos matemáticos quantitativos destes
sistemas. Para os autores, a abordagem para a modelagem de sistemas dinâmicos pode ser lis-
tada como a seguir:
Existem várias razões para o uso de dados experimentais para obter um mo-
delo do sistema dinâmico a ser controlado. [...] Às vezes, como no caso de uma
nave espacial muito rígida, o modelo teórico é extremamente bom. Outras ve-
zes, como em muitos processos químicos tal como a fabricação de papel, o
modelo teórico é muito aproximado. Em todo caso, antes do projeto de con-
trole final ser feito, é importante e prudente testar o modelo teórico com dados
experimentais
𝑎𝑛 𝑠𝑛 𝐶(𝑠) + 𝑎𝑛−1 𝑠𝑛−1 𝐶(𝑠) + ... + 𝑎0 𝐶(𝑠) + termos de condição inicial envolvendo 𝑐(𝑡)
= 𝑏𝑚 𝑠𝑚 𝑅(𝑠) + 𝑏𝑚−1 𝑠𝑚−1 𝑅(𝑠) + ... + 𝑏0 𝑅(𝑠) + termos de condição inicial envolvendo 𝑟(𝑡)
(2.2)
(𝑎𝑛 𝑠𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑠𝑛−1 + ... + 𝑎0 )𝐶(𝑠) = (𝑏𝑚 𝑠𝑚 + 𝑏𝑚−1 𝑠𝑚−1 + ... + 𝑏0 )𝑅(𝑠) (2.3)
Ogata (2010, p. 12) explica que, através da função de transferência, torna-se possível
representar a dinâmica de um sistema por meio de uma equação algébrica em s. Se a maior
potência de s na função de transferência for igual a n, o sistema será denominado sistema de
ordem n. O autor ainda faz algumas considerações e comentários sobre funções de transferência:
4. Se a função de transferência do sistema não for conhecida, ela pode ser determinada
experimentalmente com o auxílio de entradas conhecidas e do estudo das respectivas
respostas do sistema.
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 25
5. Uma vez determinada, a função de transferência fornece uma descrição completa das
características dinâmicas do sistema, independentemente de sua descrição física.
𝑑2 𝑞(𝑡)
∫︀ 1
Indutor 𝑣(𝑡) = 𝐿 𝑑𝑖(𝑡)
𝑑𝑡
𝑖(𝑡) = 1
𝐿 0
𝑣(𝜏 ) 𝑑𝜏 𝑣(𝑡) = 𝑑𝑡2
𝐿𝑠 1
𝐿𝑠
Um sistema de controle pode ser simples, ou ter um certo nível de complexidade, com
vários componentes. “Para mostrar as funções que são executadas em cada um desses compo-
nentes, na engenharia de controle, normalmente utilizamos um diagrama chamado diagrama de
blocos” (OGATA, 2010, p. 14).
Segundo Younkin (2003 apud SILVA, 2008, p. 26), ao contrário de uma representação
matemática abstrata, o diagrama tem a vantagem de indicar mais realisticamente os fluxos de
sinal do sistema real e trata-se de um método potente para a análise de sistemas. Franklin,
Powell e Emami-Naeini (2013, p. 88) explicam que
Sinais Sistem a
(a) (b)
R(s)
Nise (2012) cita as principais topologias para interconectar subsistemas, que formam a
R(s) G1(s) G1(s) C(s) = G3(s)G2(s)G1(s)
base para a redução G1(s)
de sistemas complexos a um único bloco, conforme apresentado a seguir.
∙ Topologia em cascata
Cada sinal é obtido pelo produto da entrada pela função de transferência, conforme ilus-
trado no diagrama da Figura 2. A função de transferência equivalente, 𝐺𝑒 (s), é apresen-
G1(s)
tada na Equação 2.5.
±
±
R(s) G1(s)
𝐺𝑒 (𝑠)
G1(s) = 𝐺3 (𝑠)𝐺2 (𝑠)𝐺1 (𝑠) (2.5)
±
±
∙ Topologia
R(s) paralela G21(s) C(s) = ±G1(s)±G2(s)±G3(s)
Os subsistemas em paralelo possuem ±uma entrada comum e uma saída formada pela
G31(s)
soma algébrica das saídas de todos os subsistemas, multiplicadas pela entrada, conforme
ilustrado na Figura 3. A função de transferência equivalente, 𝐺𝑒 (s), é apresentada na
Equação 2.6. + E(s)
R(s) G(s) C(s) = R(s)G(s)?
± 1 ± G(s)H(s)
H(s)
R(s)
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA G21(s)
G1(s) G31(s) C(s) = G3(s)G2(s)G1(s) 27
G1(s)
±
±
R(s) G21(s) C(s) = ±G1(s)±G2(s)±G3(s)
±
G31(s)
+ E(s)
R(s) ±𝐺1 (𝑠) ± 𝐺2 (𝑠)C(s)
𝐺𝑒 (𝑠) =G(s) ± =𝐺3R(s)G(s)
(𝑠) ? (2.6)
± 1 ± G(s)H(s)
H(s)
±
𝐺𝑒 (𝑠), apresentada na Equação 2.7.
G31(s)
+ E(s)
R(s) G(s) C(s) = R(s)G(s)?
± 1 ± G(s)H(s)
H(s)
𝐺(𝑠)
𝐺𝑒 (𝑠) = (2.7)
1 ± 𝐺(𝑠)𝐻(𝑠)
As três topologias apresentadas podem ser usadas em conjunto para resolver qualquer
função de transferência representada por diagrama de blocos. No entanto, Franklin, Powell e
Emami-Naeini (2013, p. 90) antecipam que as manipulações podem ser tediosas e estão sujeitas
a erros quando a topologia do diagrama é complicada.
Por fim, Dorf e Bishop (2015, p. 62) afirmam que,
[...] o processo de fazer com que uma variável do sistema assuma um deter-
minado valor, chamado de valor de referência. Um sistema concebido para
acompanhar uma referência é chamado de controle de rastreamento ou servo.
Um sistema projetado para manter uma saída fixa, independentemente dos dis-
túrbios presentes, é chamado de regulação ou controle de regulação.
Um sistema de controle pode ser de primeira ordem, segunda ou até de ordens supe-
riores. A função de transferência de um sistema pode sofrer algumas mudanças até alcançar
sua forma padrão. No caso dos sistemas de segunda ordem, a resposta do sistema vai estar
em função do coeficiente de amortecimento (𝜁) e da frequência natural não amortecida (𝜔𝑛 )
(LIMA et al., 2017, p. 102). Na Equação 2.8 é apresentada a equação característica (função de
transferência) padrão de um sistema de segunda ordem.
𝐶(𝑠) 𝜔𝑛2
𝐺(𝑠) = = 2 (2.8)
𝑅(𝑠) 𝑠 + 2𝜁𝜔𝑛 𝑠 + 𝜔𝑛2
Figura 5 – Respostas
Respostascaracterísticas
de sistemas de sistemas
0.45
0.4
0.35
0.3
Amplitude
0.25
0.2
0.15
Subamortecido
Criticamente amortecido
0.1
Superamortecido
Marginalmente estável
0.05
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
t (seconds)
(segundos)
Fonte: o autor.
Além dos tipos de respostas apresentados, os sistemas podem apresentar uma resposta
instável. “Esse tipo de resposta tem por característica a saída de seu estado de equilíbrio, ten-
dendo a realizar oscilações com amplitudes diferentes” (REACH E BELTRAME, 2012 apud
LIMA et al., 2017, p. 106).
Na Figura 6, é relacionado o coeficiente de amortecimento e a disposição dos polos no
plano complexo, com a respectiva resposta ao degrau do sistema.
Sistemas de Segunda Ordem
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 31
plano s
Não-amortecido
plano s
Subamortecido
plano s
Criticamente amortecido
plano s
Superamortecido
Fonte: Maia (2014, p. 14).
Trofino (1995, p. 62) explica que “como a resposta transitória a um degrau normalmente
apresenta oscilações antes de atingir o regime permanente, torna-se imperativo a criação de
índices de desempenho que permitam quantificar tamanho de oscilações, tempo de duração do
transitório, etc.”
Frequentemente, os índices de desempenho de um sistema de controle são especificados
em termos de resposta transitória a uma entrada em degrau unitário, porque se trata de uma
entrada suficientemente brusca e gerada com facilidade (OGATA, 2010, p. 154).
No gráfico da Figura 7 são apresentados os índices que são comumente especificados
em respostas transitórias de sistemas de segunda ordem.
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 32
0.8 c(ts,2%) c( )
c(tr,90%)
0.6
0.4
0.2
c(tr,10%)
0
0 tr 2 tp 4 6 ts 8 10 12
tt(segundos)
(seconds)
Fonte: o autor.
Os requisitos de desempenho para uma resposta ao degrau são expressos em termos das
grandezas apresentadas a seguir (FRANKLIN; POWELL; EMAMI-NAEINI, 2013; OGATA,
2010; TROFINO, 1995, p. 100, p. 154, p. 62).
∙ Tempo de subida (rise time) 𝑡𝑟 : tempo necessário para o sistema atingir valor aproxi-
mado de sua referência, ou o tempo requerido para que a resposta passe de 10 a 90% do
valor final.
1, 8
𝑡𝑟 ≈ (s) (2.9)
𝜔𝑛
A Equação 2.9 é precisa apenas para sistemas de segunda ordem sem zeros; para todos os
outros sistemas, é uma aproximação grosseira para a relação entre 𝑡𝑟 e 𝜔𝑛 .
∙ Sobressinal (overshoot) 𝑈 𝑃 : o valor máximo que o sistema supera seu valor final
dividido pelo seu valor final. Muitas vezes é expresso em porcentagem.
(︀ %𝑈 𝑃 )︀
−ln
𝜁 = √︁ 100
(2.11)
𝜋 2 + ln %𝑈
2
(︀ 𝑃 )︀
100
∙ Tempo de pico (peak time) 𝑡𝑝 : tempo necessário para o sistema alcançar seu ponto
máximo. O instante de pico pode ser caracterizado como sendo o primeiro instante de
tempo (exceto a origem) para o qual a derivada temporal da resposta é nula.
𝜋
𝑡𝑝 = √︀ (s) (2.12)
𝜔𝑛 1 − 𝜁 2
√︀
−ln(0, 02 1 − 𝜁 2 ) 4
𝑡𝑠 = ≈ (s) (2.13)
𝜁𝜔𝑛 𝜁𝜔𝑛
∙ Erro de estado estacionário (Steady-state error) 𝑒𝑠𝑠 ou 𝑒(∞): diferença entre o valor
de referência do sistema e o valor após a resposta alcançar estabilidade, ou assentamento.
𝑠 · 𝑅(𝑠)
𝑒(∞) = lim (2.14)
𝑠→0 1 + 𝑘 · 𝐺(𝑠) · 𝐻(𝑠)
Ogata (1985 apud MOURA, 2009, p. 10) esclarece que os sistemas de controle em malha
aberta, ou simplesmente sistemas em malha aberta, são aqueles em que a saída não é medida e
nem realimentada para ser comparada com a entrada do sistema, ou seja, não tem efeito na ação
de controle.
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 34
+ + Saída ou
Entr ada ou Tr ansdutor + Pr ocesso ou +
Contr olador Var iável
Refer ência de Entr ada Planta
Contr olada
Junção de Junção de
soma soma
Fonte: Nise (2012).
Acerca deste tipo de sistema de controle, Prado (2009, p.19) esclarece que “[...] consiste,
basicamente, em analisar o sinal de erro (diferença entre “valor de saída” e “valor desejado”) e
aplicar uma correção no sinal de entrada da planta (ou sistema a ser controlado)”. Na Figura 9, é
possível verificar o diagrama de blocos genérico para este tipo de sistema, que difere do sistema
em malha aberta unicamente por possuir uma realimentação que torna possível comparar a
variável de saída com a variável de entrada, gerando um sinal de erro que é utilizado para
realizar o controle da planta conforme a necessidade de aplicação.
Schmitz (2016, p. 38) explica que “o controle em malha fechada monitora continua-
mente o valor de saída e o compara com um valor de referência. Essa estrutura estabelece um
fluxo de informação tal que, qualquer diferença detectada é utilizada para introduzir uma ação
corretiva ao processo.”
Para que o sistema cumpra com seu objetivo, é necessário conhecer como a variável ma-
nipulada afeta a variável de processo. Tipicamente, a relação entre essas variáveis é dinâmica,
Per tur bação 1 Per tur bação 2
+ + Saída ou
Entr ada ou Tr ansdutor + Pr ocesso ou +
Contr olador Var iável
Refer ência de Entr ada Planta
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Junção de Junção de
Contr olada 35
soma soma
+ + Saída ou
Entr ada ou Tr ansdutor + Er r o + Pr ocesso ou +
Contr olador Var iável
Refer ência de Entr ada Planta
- Contr olada
Junção de Junção de
soma soma
Tr ansdutor
de Saída ou
Sensor
ou seja, o valor da variável de processo em dado instante depende não apenas do valor da va-
riável manipulada naquele instante, como também de valores passados de uma ou de ambas as
variáveis (LATHI, 2008). Então, para que seja possível representar o comportamento dinâmico
do sistema a ser controlado, são utilizadas as funções de transferências.
Tais fatos são confirmados por Moura (2009, p. 28), onde afirma que, apesar do sur-
gimento de novas técnicas de controle como as baseadas em redes neurais, lógica fuzzy, entre
outras, o controlador do tipo PID ainda é o mais utilizado.
Contudo, Schmitz (2016, p. 40) faz uma observação interessante: “[...] diversos proces-
sos industriais são controlados por algoritmos PI somente. Tipicamente, a ação derivativa pode
ser desprezada em situações nas quais a dinâmica dominante é de primeira ordem.”
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 36
Bennett (2000, p. 8) afirma que, atualmente, as estruturas do controle PID vêm sofrendo
modificações com relação às estruturas analógicas originais. O desempenho dos controladores
vem sendo melhorado devido a possibilidade de implementações baseadas em projetos digitais,
permitindo a aplicação de algoritmos para melhorar o desempenho, tais como: anti windup,
auto ajuste, adaptativo, preditivo e inteligente. Contudo, o autor afirma que estes controladores
mantém as mesmas ações básicas dos controladores analógicos. Um controlador típico PID
paralelo, contínuo e de malha fechada é apresentado na Figura 10.
Pr opor cional
+
C(s) + + R(s)
Integr al Planta
_
+
Der ivativo
De acordo com Rossi (2011, p. 78) e Ibrahim (2002, p. 185), a lei de controle do con-
trolador PID é definida em termos de 3 parâmetros, o ganho proporcional 𝐾𝑐 , o tempo integral
𝑇𝑖 e o tempo derivativo 𝑇𝑑 . No domínio do tempo, o controlador PID pode ser escrito como a
relação entre o sinal de controle e os sinais de erro, conforme mostra a Equação 2.15.
∫︁ 𝑡
𝐾𝑝 𝑑
𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 𝑒(𝑡) + 𝑒(𝑡) 𝑑𝑡 + 𝐾𝑝 𝑇𝑑 𝑒(𝑡) (2.15)
𝑇𝑖 0 𝑑𝑡
No domínio da frequência (𝑠), o controlador PID pode ser escrito conforme a Equação
2.16 (IBRAHIM, 2002, p. 185).
[︂ ]︂
1
𝑈 (𝑠) = 𝐾𝑝 1 + + 𝑇𝑑 · 𝑠 𝐸(𝑠) (2.16)
𝑇𝑖 · 𝑠
Uma técnica bastante utilizada para analisar quanto a modificação de algum dos parâ-
metros (𝐾𝑝 , 𝑇𝑖 e 𝑇𝑑 ) irá modificar as raízes do sistema e a resposta dinâmica do sistema é o
método do lugar das raízes. Segundo Franklin, Powell e Emami-Naeini (2013, p. 189), o mé-
todo foi desenvolvido por W. R. Evans em 1948 propondo regras para traçar a localização das
raízes, um gráfico chamado por ele de lugar das raízes. Com o desenvolvimento de softwares
de simulação, as regras antes utilizadas não são mais necessárias para se obter um gráfico pre-
ciso, mas é essencial para um engenheiro projetista de controle entender como o controlador
dinâmico proposto irá influenciar a localização dos polos, a fim de realizar checagens sobre os
resultados do computador.
Conforme explica Dorf e Bishop (2015, p. 340), “o método do lugar das raízes for-
nece informação gráfica e, por essa razão, um esboço aproximado pode ser usado para se obter
informação qualitativa referente à estabilidade e ao desempenho do sistema”. Em resumo, o
lugar das raízes mostra a mudança na resposta transitória resultante da variação de um ganho 𝑘
adicionado ao sistema.
Para que seja possível o projeto de controladores através do método do lugar das raízes,
é necessário compreender o comportamento dinâmico do sistema quando são realizadas altera-
ções na localização dos polos do mesmo. Na Figura 11, é possível fazer algumas análises: no
caso (a), os polos se deslocam na vertical, a frequência e a ultrapassagem aumentam, a exponen-
cial envoltória e o tempo de assentamento permanecem constantes, enquanto o tempo de subida
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 38
A mesma envoltória
plano s
Movimentação
do pólo
A mesma freqüência
plano s
Movimentação
do pólo
A mesma ultrapassagem
plano s
Movimentação
do pólo
6/09/2014 Controle de
Para desenvolver Sistemas
o projeto – Professor
do controlador Renato
através Dourado
do método Maiadas raízes, é ne-
do lugar 2
cessário determinar o ponto de operação objetivo (𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 ) em função dos índices de desempenho
requeridos. A expressão do 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 é apresentada na Equação 2.17, onde 𝜎𝑑 é a parte real do ponto
de operação objetivo e 𝜔𝑑 é a parte imaginária deste.
Onde:
𝜋
𝜔𝑑 = (2.18)
𝑡𝑝
𝜔𝑑 4
𝜎𝑑 = = (2.20)
tan(𝛽) 𝑡𝑠
Para que o sistema opere no ponto especificado (𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 ), é necessário fazer com que o
lugar das raízes passe por esse ponto no plano cartesiano complexo e para que isso ocorra, um
zero deve ser adicionado ao sistema, de forma que a contribuição angular total do ponto de ope-
ração seja zero. Para satisfazer esta condição, através da Equação 2.21 define-se a contribuição
angular necessária do zero compensador (𝛼𝑍𝑐 ).
𝜔𝑑
𝑍𝑐 = 𝜎𝑑 + (2.22)
tan(𝛼𝑍𝑐 )
Já o ganho 𝑘 que deve ser adicionado ao sistema para se chegar a 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 , é determinado
pela Equação 2.23.
−1
𝑘= (2.23)
𝐺(𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 )
Dorf e Bishop (2015, p. 744) apontam que a utilização de controladores digitais cresceu
significativamente durante as duas últimas três décadas conforme o preço e a confiabilidade dos
computadores digitais melhoraram drasticamente.
As vantagens de sistemas de controle digitais com relação aos analógicos citadas por
Nise (2012) são:
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 40
1. Custo reduzido.
3. Imunidade a ruídos.
Figura 12 – (a) Posicionamento do computador digital dentro da malha; (b) diagrama de blocos
detalhado mostrando o posicionamento de conversores A/D e D/A
r + e Com putador f c
Planta
Digital
_
(a)
r + Com putador c
A/D D/A Planta
_
Digital
(b)
Fonte: Nise (2012).
(1 − 𝑧 −1 )
[︂ ]︂
𝑇
𝑈 (𝑧) = 𝐾𝑝 1 + + 𝑇𝑑 𝐸(𝑧) (2.24)
𝑇𝑖 (1 − 𝑧 −1 ) 𝑇
Figura 27 – 2.
Capítulo Diagrama de blocos
FUNDAMENTAÇÃO da representação da implementação de um controlador41 PID
TEÓRICA
discreto.
Figura 13 – Forma paralela do controlador PID
p(kT)
b
T
e(kT) u(kT)
a
c
q(kT)
T
Fonte: Ibrahim
Fonte: Ibrahim (2002,(2002).
p. 195).
Reescrevendo
na Figura 28 que a rotinaa Equação 2.24, obtém-se
a ser implementada a função
está dentroapresentada
de um laçona que
Equação 2.25. realizar a
possibilita
aquisição dos dados sempre que𝑈o(𝑧)
microcontrolador
𝑏
for inicializado.
=𝑎+ + 𝑐(1 − 𝑧 −1 ) (2.25)
𝐸(𝑧) 1 − 𝑧 −1
Figura 28 – Algoritmo para implementação do controle PID discreto em um microprocessador
digital.
Onde os parâmetros 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são dados por:
𝑎BEGIN
= 𝐾𝑝
𝑏= 𝐾𝑝 𝑇 DO FOREVER
𝑇𝑖
Get set point: r(kT)
𝐾𝑝 𝑇𝑑
𝑐= 𝑇 Get system output: y(kT)
Calculate error: e(kT) = r(kT) - y(kT)
Calculate I term: p(kT) = be(kT) + p(kT-T)
As variáveis 𝑝(𝑘𝑇 ) Calculate D term:
e 𝑞(𝑘𝑇 ) do q(kT)
diagrama da Figura 13=são
ce(kT)
dadas- ce(kT-T)
pelas Equações 2.26 e
Calculate PID output: u(kT) = p(kT) + ae(kT) + q(kT)
2.27, respectivamente. Send control to actuator
Save variables: p(kT-T) = p(kT)
e(kT-T) = e(kT)
Wait for next sample
𝑝(𝑘𝑇 ) = 𝑏 · 𝑒(𝑘𝑇 ) + 𝑝(𝑘𝑇 − 𝑇 ) (2.26)
ENDDO
END
𝑞(𝑘𝑇 ) = 𝑐 · 𝑒(𝑘𝑇
Fonte: ) − (2002).
Ibrahim 𝑐 · 𝑒(𝑘𝑇 − 𝑇 ) (2.27)
Enquanto que a expressão da variável de saída do controlador 𝑢(𝑘𝑇 ) pode ser escrita conforme
Então, conforme a Figura 28, após a execução da linha de instrução DO FOREVER, pri-
a Equação 2.28.
meiramente executa-se a leitura do setpoint. Em seguida, é executada a instrução para leitura do
valor de saída do sistema (realimentação),
𝑢(𝑘𝑇 ) = 𝑝(𝑘𝑇onde
) + 𝑎calcula-se o valor
· 𝑒(𝑘𝑇 ) + 𝑞(𝑘𝑇 ) do erro de estado estacioná-
(2.28)
rio. Posterior, é calculado o termo do integrador, derivador e, em seguida, da saída de controle
PID, sendoOque
algoritmo
o valor que pode PID
da saída ser implementado,
é enviado pararespectivo ao diagrama
um atuador. Por fim, da Figura 13,
realiza-se é o se-
a atualização
guinte: de integração e erro e, caso for necessário, espera-se um determinado tempo para
das variáveis
realizar a aquisição de novos dados amostrados pelo microprocessador (ROVEA; JANUÁRIO;
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 42
ICode
DCode
System
Cortex-M3
The STM32, illustrated in Figure 2.3 connects the three buses defined
De acordo
by com Brown (2012,
the Cortex-M3 p. 32),
through o núcleo do processador
a micro-controller level bus tem umaInarquitetura
matrix. the STM32,Har-
the ICode
vard, o que significa que bus
ele connects the CM3
usa interfaces instruction
separadas para interface to Flash Memory,
buscar instruções the a
e isso ajuda
DCode bus connects to Flash memory for data fetch and the System bus pro-
garantir que o processador não fique
vides read/write accesssem memória,
to SRAM and já
theque permite
STM32 acessar dados
peripherals. e instruções
The peripheral
sub-system is supported by the AHB bus which is further divided into two
de memória simultaneamente. Do ponto de vista do Cortex-M3○
R
, tudo parece memória, pois
sub-bus regions AHB1 and AHB2. The STM32 provides a sophisticated di-
só diferencia entre
rectbuscas
memoryde instruções e acessos
access (DMA) de dados.
controller that supports direct transfer of data
between peripherals and memory.
Scandelari (2015, p. 13) lista as principais vantagens do ARM Cortex-M3 , segundo a
○R
ARM:
∙ O ARM Cortex-M3○
R
conta com a arquitetura ARMv7-M que foi desenvolvida para
sistemas embarcados eficientes, a maioria das aplicações podem ser programadas em C.
A placa “Sistema Mínimo” apresentada na Figura 15 não tem periférico nenhum aco-
plado, daí o seu nome Sistema Mínimo. Segundo o fabricante, a placa apenas dispõe de um LED
no pino PC13 e um RTC (Real-Time Clock), todo o resto que a placa incorpora é o necessário
para o perfeito funcionamento do microcontrolador (TRIGÓ, 2017, p. 37).
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 45
0!
0!
0"
0"
0"
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0"
0"
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6"!4 6$$?
0#
4!-0%2
24 # 633?
0#
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.234 0!
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0!
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0!
0!
0!
0"
0"
0"
0"
0"
633?
AIB
Fonte: STMicroelectronics (20–, p. 11)
0"
0"
0"
0"
0"
Brito (2014) expõe que existem
6"!4 soluções
0#
4!-0%2
24#
comerciais de
sistemas
633? operacionais de tempo
6$$?
Florencio (201-, p. 3) explica que, atualmente, a maioria dos sistemas embarcados con-
tém uma ou mais interfaces para comunicação interna ou externa e que tais interfaces são de
diferentes protocolos de comunicação, que pode ser paralela ou serial. Com relação a esta úl-
tima, o autor cita que, além de ser mais barata, permite altas taxas de transmissão para longas
distâncias. Contudo, afirma que possui maior custo computacional para controlar o envio de
pacotes, montar e desmontar quadros (frame) de dados.
A transmissão serial consiste em apenas dois fios, um para enviar dados e outro para
receber. Como tal, os dispositivos seriais devem ter dois pinos seriais: o receptor, Rx, e o trans-
missor, Tx, conforme ilustrado na Figura 17.
Rx Rx
Tx Tx
GND GND
Interfaces seriais realizam a transmissão de dados bit a bit, como ocorre no protocolo
de transmissão serial UART, onde o pino de transmissão (Tx) envia um pacote de bits que é
interpretado bit a bit pelo pino receptor. Cada pacote enviado contém 1 start bit que indica o
início da mensagem, 1 ou 2 stop bits para indicar o final da mensagem, 5 a 9 bits de informação
e 1 bit de paridade para evitar a recepção de erros (SERIAL. . . , 201-). A Figura 18 ilustra a
transmissão de dados bit a bit.
O software Simulink○
R
Simulation and Model-Based Design é um ambiente de diagrama
de blocos para simulação multidomínio e projeto baseado em modelo. Ele possibilita desenho,
simulação, geração automática de código e teste e verificação contínua de sistemas embarcados.
Além disso, o Simulink○
R
fornece um editor gráfico, bibliotecas de blocos personalizáveis e
soluções para modelar e simular sistemas dinâmicos. Ele é integrado ao MATLAB○
R
, permitindo
incorporar algoritmos do MATLAB○
R
dentro dos modelos e exportar os resultados da simulação
para o MATLAB○
R
para análise posterior (MATHWORKS, 2015 a 2018).
Simulink (201-, p. 3) descreve o Simulink○
R
como sendo um software associado ao
Matlab○
R
usado para modelagem, simulação e análise de sistemas dinâmicos. Permite traba-
lhar com sistemas lineares e não lineares, contínuos ou discretos. O autor explica ainda que o
Simulink○
R
apresenta uma interface gráfica com o usuário (graphical user interface GUI) para
construção de modelos usando diagramas de blocos. Estes blocos estão distribuídos em diversas
bibliotecas, permitindo a construção de modelos complexos com o mínimo de trabalho.
Quando utilizado para aplicações de sistemas de controle, o Simulink○
R
possibilita mo-
delar a dinâmica e o design da planta, ajustando os ganhos de realimentação e os parâmetros do
controlador. Sua ampla adoção entre engenheiros de controle em todo o mundo vem da flexibili-
dade das ferramentas para acomodar diferentes tipos de problemas de controle (MATHWORKS,
2015 a 2018).
O software Simulink○
R
contém em suas bibliotecas alguns blocos que permitem realizar
a configuração de envio e recebimento serial de dados, como os blocos query instrument (Figura
19.a) e to instrument (Figura 19.b).
Query To
Instrument Instrument
Consultar Dispositivo Enviar para Dispositivo
(a) Fonte: o autor. (b)
O bloco query instrument (consultar instrumento) “[...] configura e abre uma interface
para um instrumento, inicializa o instrumento e consulta o instrumento em busca de dados.
Capítulo 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 48
3 DESENVOLVIMENTO
c(t)
Fonte: o autor.
A primeira etapa do projeto, representada por (1), é composta pelo conjunto de software
e hardware responsáveis por receber do microcontrolador (3) o valor tensão da planta RLC
(5), através de comunicação serial (2), aplicar o controle PID discreto e, simultaneamente, en-
viar o valor do PWM para o microcontrolador. A segunda etapa, representada por (2), consiste
em converter os dados enviados do computador via USB em sinal serial de nível TTL para o
microcontrolador, e vice-versa.
Já a terceira etapa, representada por (3), é compreendida pelo microcontrolador ARM
STM32F103C8T6. Sua função é realizar a conversão A/D (analógico-digital) da resposta da
planta (circuito RLC) e enviar este valor para o computador (através da comunicação USART)
com uma velocidade de transmissão predefina. Simultaneamente, o microcontrolador recebe do
computador o valor do PWM e gera através de uma saída digital o sinal modulado a partir deste
valor recebido. Antes de ser aplicado à planta, o sinal PWM passa por um filtro passivo RC
passivo associado a um amplificador de potência (4).
A etapa representada por (5) consiste em um circuito RLC de segunda ordem utilizado
como planta a ser controlada, onde a entrada é o sinal PWM gerado pelo microcontrolador
amplificado e filtrado e a saída, ou sinal de realimentação, é a tensão no capacitor.
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 50
Constante
Mux Scope
Fonte: o autor.
onde o valor enviado pelo microcontrolador (um número fracionário) é recebido pelo bloco
query instrument, convertido em um inteiro positivo e enviado novamente para o dispositivo,
através do bloco to instrument.
O valor acrescentado ao dado a ser enviado (representado pelo bloco constante “10000”)
faz com que, quando o dado a ser enviado contenha menos de 5 caracteres, os dígitos em branco
sejam preenchidos pelo resultado da soma efetuada pelo bloco. Isso faz com que o dado a ser
enviado tenha sempre a mesma quantidade de caracteres (neste caso 5), preenchendo adequada-
mente o buffer do microcontrolador que vai receber os dados e evitando sobreposição no buffer
de entrada.
Para possibilitar o recebimento de dados no Simulink○
R
, foi utilizado o bloco query
instrument, ou “consultar instrumento”. A configuração dos parâmetros do bloco é apresentada
na Figura 22.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Para este bloco, o sample time (período de amostragem) foi definido com o valor padrão
“-1”, que configura o bloco para herdar a temporização. Um valor positivo também poderia ter
sido usado como período de amostragem. Demais configurações deste bloco são apresentadas
na Tabela 5.
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 53
Na linha 4 a execução do algoritmo entra em loop infinito. Se o dado recebido for igual
à string “dado” (linha 5), que foi comando de solicitação de dados configurado no bloco query
instrument, uma função matemática gera um sinal senoidal utilizado para testes e armazena o
valor em “g” (linha 6), que é então convertido para o formato char ponteiro de 10 caracteres
(linha 8), armazenado em “Buffer[10]” e, então, enviado para a comunicação serial (linha 9).
Caso o segundo caractere armazenado na variável “Rx_data” seja diferente de “a” (linha
11), significa que o software não solicitou dados e o valor armazenado nesta variável é o valor
enviado pelo software, que é então convertido para o formato float (linha 12) e armazenado
na variável “recebido” para ser utilizado posteriormente, sendo subtraído “10000” deste valor
pois, conforme explicado, este valor foi adicionado pelo software para que a variável contenha
sempre a mesma quantidade de caracteres.
Com o auxílio do scope do Simulink, apresentado na Figura 21, é possível verificar o
sinal enviado pelo microcontrolador e recebido pelo bloco query instrument e o sinal convertido
para valores inteiros e enviado novamente para o microcontrolador através do bloco to instru-
ment, conforme ilustrado no gráfico da Figura 24. A curva em azul representa o sinal senoidal
gerado pela linha 7 do algoritmo e recebido pelo software e a curva em vermelho representa o
sinal enviado para o microcontrolador.
20
15
10
5
Amplitude
-5
-10
-15 To Instrument
Query Instrument
-20
-25
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Offset=0 Tempo (s)
Fonte: o autor.
ser facilmente obtido é um circuito RLC, que foi usado como planta de controle neste trabalho
e é apresentado na Figura 25.
r(t) C c(t)
Fonte: o autor.
1 1
𝐶(𝑠) 1
= 𝐶𝑠
1 = = 2 𝑅𝐿𝐶
1
(3.1)
𝑅(𝑠) 𝐿𝑠 + 𝑅 + 𝐶𝑠
𝐿𝐶𝑠2 + 𝑅𝐶𝑠 + 1 𝑠 + 𝐿𝑠 + 𝐿𝐶
1
𝜔𝑛2
𝐺(𝑠) = 𝐿𝐶
𝑅 1
= (3.2)
𝑠2 + 𝐿
𝑠 + 𝐿𝐶 𝑠2 + 2𝜁𝜔𝑛 𝑠 + 𝜔𝑛2
2.5
Amplitude (V)
2
c(∞) = 2,05 V
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
Tempo (s)
Fonte: o autor.
3,046 − 2,05
%𝑈 𝑃 = · 100 = 48,585% (3.3)
2,05
A frequência natural do sistema foi determinada através do tempo de pico (𝑡𝑝 ), utilizando
a Equação 2.12. O resultado é apresentado na Equação 3.5.
𝜋 rad
𝜔𝑛 = √︀ = 17,146 (3.5)
0,188 1 − 0,22392 s
293,987
𝐺(𝑠) = (3.6)
𝑠2 + 7,679𝑠 + 293,987
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 57
2.5
System: Resposta analítica
Settling time (seconds): 0.986
Amplitude (V)
2
System: Resposta analítica
Final value: 2.05
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
Tempo (s) (seconds)
Fonte: o autor.
𝜋
𝜔𝑑 = = ±𝑗62,832 (3.7)
0,05
Sabendo que o tempo de pico 𝑡𝑝 está relacionado unicamente à localização dos polos
dominantes no eixo imaginário 𝑗𝜔 (conforme Figura 11(a)) e que a posição destes em relação
ao eixo real não interfere no tempo de pico, 𝜎𝑑 foi mantido constante a fim de evitar o desvio
dos polos em relação ao lugar geométrico das raízes. Tendo em vista que os polos do sistema
em malha aberta estão localizados em -3,848 ± j16,708, o ponto de interesse 𝑠𝑖 para o sistema
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 58
A localização dos polos complexos no lugar das raízes para este ponto de interesse é
ilustrada na Figura 28.
40
30
0.16
20
20
10
0
10
-20
20
0.16
30
-40
40
50
-60 0.08
60
70
-80 0.05 0.034 0.024 0.017 0.01 0.005 80
90
-5 -4.5 -4 -3.5 -3 -2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0
Eixo Real (σ )
Fonte: o autor.
Para levar o sistema a este ponto de operação, o ganho adicionado ao sistema com rea-
limentação unitária foi de k = 12,479. A resposta do sistema para este ganho é apresentada na
Figura 29, onde comprova-se que foi alcançado o objetivo especificado com relação ao tempo
de pico 𝑡𝑝 .
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 59
1.5
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
Tempo (s)
(seconds)
Fonte: o autor.
Apesar de ter sido obtido o tempo de pico 𝑡𝑝 especificado através do ajuste de ganho,
o overshoot (ultrapassagem) atingiu o valor de 82,5%, que difere do especificado para o pro-
jeto. Para levar o sistema a responder com a ultrapassagem especificada de 30%, foi necessário
acrescentar ao sistema um zero compensador (𝑍𝑐 ), calculado para atender as especificações do
projeto. Iniciou-se o projeto do compensador derivativo pelo cálculo do coeficiente de amorte-
cimento 𝜁 para %UP = 30%, através da Equação 2.11. Os cálculos são apresentados na Equação
3.9.
(︀ 30 )︀
−ln
𝜁 = √︁ 100
(︀ 30 )︀ = 0,3578 (3.9)
𝜋 2 + ln2 100
Mantendo fixo o valor de 𝜔𝑑 = ±j62,832 para não alterar o índice 𝑡𝑝 e sabendo que 𝛽 =
69,03o , a localização dos polos complexos no eixo real 𝜎 foi determinada através da Equação
2.20. Os cálculos são apresentados na Equação 3.11.
62,832
𝜎𝑑 = = 24,079 (3.11)
tan(69,03o )
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 60
40 n
)
20
Zc
0
Zc d = -24,08
20
40
60
80
Fonte: o autor.
62,832
Zc 0
X 24,079
Zc
Fonte: o autor.
62,832
𝑍𝑐 = + 24,079 = 104,636 (3.14)
tan(37,953o )
A fim de verificar se o ponto de interesse objetivo 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 pertence ao lugar das raízes após
a adição do zero compensador 𝑍𝑐 , substituiu-se 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 em 𝐺(𝑠) · 𝐺𝑃 𝐷 (𝑆), obtendo-se 𝐺(𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 )
= 7,266̸ 180o . Como ̸ 𝐺(𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 ) = 180o , comprovou-se que o zero compensador adicionado ao
sistema possibilitou ao lugar das raízes passar por 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 .
Além disso, o ganho a ser adicionado ao sistema para se obter a resposta desejada foi
recalculado através da Equação 2.23, conforme mostrado na Equação 3.16.
−1
𝑘= ∴ 𝑘 = 0,1376 (3.16)
7,266̸ 180o
este caso, foi calculado conforme apresentado na Equação 3.17, através da Equação 2.14.
2 1
𝑒(∞) = lim 𝑠 · · (︁ )︁ = 0,13 V (3.17)
𝑠→0 𝑠 1 + 0,1376 · 293,987
· (𝑠 + 104,636)
2
𝑠 +7,679𝑠+293,987
8
Amplitude (V)
1.5
0.5
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Tempo (s)
Fonte: o autor.
A Figura 33 mostra o lugar das raízes com zero compensador adicionado ao sistema,
onde é possível comprovar a localização dos polos no ponto de interesse 𝑠𝑖𝑜𝑏𝑗 especificado.
0.89
100
σ: -24.07
ω: j62.83
Siobj
Eixo Imaginário (jω)
50 0.97
-50 0.97
-100
0.89
Para anular o erro de estado estacionário 𝑒(∞) oriundo do compensador PD, foi neces-
sário adicionar ao sistema de controle o termo integrador relativo ao controlador PI. Para isso,
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 63
foi adicionado um polo à origem do sistema e um zero próximo a ele, a fim de evitar o desloca-
mento do lugar das raízes; ou seja, o zero anula a contribuição angular do polo adicionado ao
sistema. Geralmente, o zero é definido como dez vezes menor que o o(s) polo(s) dominante(s)
do sistema. Neste caso, o zero foi posicionado no eixo real em 𝜎 = −1. Com isso, a função do
compensador PI é apresentada na Equação 3.18.
𝑠+1
𝐺𝑃 𝐼 (𝑠) = (3.18)
𝑠
Fonte: o autor.
2
Amplitude (V)
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Tempo (s)
(seconds)
Fonte: o autor.
14,398
𝐺𝑃 𝐼𝐷 (𝑠) = 0,1376𝑠 + 14,536 + (3.19)
𝑠
𝐾𝑝 = 14,536
𝑇𝑖 = 0,128
𝑇𝑑 = 15,816
0,128
b
15,816
c
Fonte: o autor.
representa 3,3 V.
To
Referência Saturador 1 Multip 2 Instrument
PID Conversão de Soma
Enviar para
3.3/4096 Variáveis Dispositivo
Constante 1 4095/3.3
10000
Constante 2
Query Constante 3
Instrument
Multip 1
Consultar Dispositivo
Fonte: o autor.
c
O micrococontrolador STM32F103C8T6 foi configurado com o software STM32CubeMX○
para gerar um sinal PWM com frequência de 1 kHz e largura de pulso de acordo com o valor re-
passado para “TIM1 -> CCR1” (linha 13 do Algoritmo 3), valor este enviado pelo computador
através do Simulink○
R
.
Levando em consideração que a máxima corrente fornecida pela saída digital do micro-
controlador a gerar o PWM é de 𝐼𝐼𝑂 = 25 mA e que a corrente de pico do circuito RLC (quando
ocorre o transitório) é de 𝐼𝑅𝐿𝐶 = 3,3V/1,7Ω = 1,94 A, foi necessário utilizar um circuito am-
plificador de potência constituído por um filtro RC para transformar o sinal PWM em um sinal
Capítulo 3. DESENVOLVIMENTO 67
8 LM358N
PWM 1
3 BC337
2 4
TIP31
Planta RLC
Vo
Fonte: o autor.
Desenvolvidas todas as etapas necessárias para o objetivo proposto, deu-se início aos
testes e à obtenção de resultados para comparação com os parâmetros calculados e simulados,
a fim de validar todos os conceitos, teorias, cálculos e análises abordados.
68
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
1.5
Amplitude (V)
Degrau 2 V
Resposta simulada
1 Resposta experimental
0.5
0
0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
Fonte: o autor.
analítica não descreve com precisão o circuito RLC utilizado, conforme apresentado na Figura
27 da Seção 3.2. Contudo, observa-se que após as oscilações da resposta transitória, a resposta
experimental do sistema é igual à resposta simulada, o que valida o funcionamento do sistema
de controle implementado.
O comportamento do sistema quando alterado o valor de referência de tensão é mostrado
na Figura 41. O resultado foi obtido usando três blocos de referência conforme mostrando na
Figura 40, sendo “Referência 1” configurado para degrau de 2,0 V no instante 2 s, “Referência
2” configurado para degrau de 0,5 V no instante 30 s e “Referência 3” configurado para degrau
de 1 V no instante 50 s. Com o bloco de junção soma, o valor de referência resultante é de 2 V
no instante 2 s, 1,5 V no instante 30 s e 2,5 V no instante 50 s.
Figura 40 – Controlador PI implementado no Simulink○
R
para comparação de resultados
3.3/4096
Constante 1
Query
Instrument To
Multip 1 Saturador 1 Instrument
Consultar Multip 2
PI Conversão de Soma
Dispositivo Enviar para
Variáveis Dispositivo
4095/3.3
10000
Constante 2
Constante 3
Referência 1 Scope
s+1 293.987 Mux
0.2
s s2+7.697s+293.987
Referência 2 k G(PI) G(s)
Referência 3
Fonte: o autor.
Resposta simulada
1.5
Referência = 1,5 V Resposta experimental
1 Erro simulado
Erro experimental
0.5
-0.5
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo (s)
Fonte: o autor.
Capítulo 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 70
2.5
c(tp) = 2,529 V
em 0,056 s
2
Amplitude (V)
Degrau 2 V
1.5 Resposta simulada
Resposta experimental
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
(seconds)
Tempo (s)
Fonte: o autor.
2,529 − 2
%𝑈 𝑃 = = 26,45% (4.1)
2
Com o objetivo de realizar uma análise sobre o resultado obtido, comparou-se os índices
de desempenho especificados com os calculados e obtidos experimentalmente após a aplicação
do controle PID discreto no sistema. Os resultados são apresentados na Tabela 6.
∙ O tempo de pico experimental 𝑡𝑝 teve um erro relativo de 12% com relação ao especi-
ficado.
∙ O erro em regime permanente 𝑒(∞) foi anulado pelo termo integrador do sistema de
controle, tanto na resposta simulada quanto na experimental.
Dado o exposto, presume-se que alguns fatores foram responsáveis pela discrepância
nos índices apresentados, dentre eles:
∙ A função de transferência analítica do sistema a malha aberta (𝐺(𝑠), Equação 3.6) não
descreve com precisão a planta em estudo, o que conduz a pequenas divergências nos
cálculos dos compensadores.
5 CONCLUSÃO
A ideia apresentada neste trabalho abre espaço para diversos trabalhos futuros comple-
mentares, seja para facilitar ou para aprimorar seu funcionamento. Algumas das propostas são:
ordem ou superior, modelando o sistema a partir de técnicas de sintonia como, por exem-
plo, o método de Ziegler-Nichols.
REFERÊNCIAS
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