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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Estudo do espectro visível do átomo de hidrogênio

Trabalho apresentado no curso de


Física da Universidade Estadual de
Santa Cruz; Departamento de
Ciências Exatas e Tecnológica da
disciplina Laboratório de Física
Moderna, ao professor Fernando
Luna, por Leila Santos Freitas e
Marcos Santos Alves.

ILHÉUS
2012
INTRODUÇÃO

Em 1910, J.J. Thompson estabeleceu o primeiro modelo atômico no qual ele


assumiu que os elétrons carregados com carga negativa estariam no interior de uma
distribuição continua de cargas positivas. Já em1911, Ernest Rutherford fez um
experimento onde ele lançava um feixe de partículas 𝛼 sobre uma fina folha de ouro
com a intenção de comprovar experimentalmente o modelo de Thompson. Para
Thompson a probabilidade de feixe sofrer uma deflexão em um ângulo muito grande era
muito pequena.

Rutherford estabeleceu um novo modelo no qual todas as cargas positivas


estavam concentradas em um ponto ínfimo do átomo na qual recebeu o nome de núcleo,
e os elétrons circundam este núcleo como em orbitas. Este modelo possuía problemas,
pois se os elétrons estivessem realmente em orbita em torno do núcleo, eles então
estariam emitindo radiação eletromagnética que levariam estes elétrons a colapsarem
com o núcleo.

Em 1913, Niels Bohr estabeleceu um modelo para tentar resolver o problema


em que os elétrons estariam realmente em orbitas circulares. O problema da
instabilidade atômica do modelo de Rutherford. Então Bohr estabeleceu que os elétrons
orbitassem o núcleo em um estado de energia estacionário, de onde não poderiam nem
emitir nem absorver radiação eletromagnética. Como o átomo de hidrogênio é bem
simples por conter apenas um elétron, muitos optaram em estudar o espectro emitido
por este átomo.

Em 1885 que Balmer obteve uma equação que descrevia o espectro do átomo de
hidrogênio no ultravioleta próximo e no visível dado pela equação em angstrom:

𝑛2
𝜆 = 3646 .
𝑛2 −4
Objetivos Gerais

 Medições dos comprimentos de onda na região do visível emitidos pelo átomo


de hidrogênio;
 Verificação da validade da série de Balmer.

Materiais utilizados

 Nivelador;
 Fonte de luz monocromática de hidrogênio.
 Espectrômetro – Goniômetro.

Figura 1
Figura 2

Procedimentos

Para montagem do experimento, tomamos alguns cuidados como:

1. Posicionar o espectrômetro sobre uma superfície plana;


2. Nivelar a mesa do espectrômetro ajustando-se os três parafusos de nivelamento
da plataforma da porta-grade;
3. Verificar se a bolha de ar do nível se mantém imóvel;
4. Com telescópio, deslizou-se a ocular até a posição em que a cruz fio de cabelo
esteja focalizada, ou seja, caso não estivesse alinhada, alguns ajustes eram feitos
com a ajuda do prisma;
5. Verificou-se a abertura da fenda, isto é, se a fenda se encontra parcialmente
aberta;
6. Alinhou-se o telescópio ajustando com o tubo colimador do espectrômetro;
7. Obteve-se a leitura na escala Vernier do feixe alinhando com o braço vertical da
cruz fio de cabelo com a imagem da borda fixa da fenda do colimador e depois
se anotou o valor do ângulo de referência Ɵ0;
8. Girou-se o telescópio até alinhar o braço vertical da cruz fio de cabelo com a
borda da imagem da fenda difratada, ou seja, imagem vista na cor de um dos
comprimentos de onda da radiação emitida pelo átomo de hidrogênio;
9. Anotaram-se os ângulos para a segunda leitura, foram efetuadas medidas
angulares à direita e a esquerda da origem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela dos valores dos ângulos encontrados:

Lado esquerdo
𝑵 Vermelho Verde Azul Violeta
1 54,25 34,00 33,00 31,00
2 52,17 39,15 33,00 32,11
3 51,15 37,08 32,50 31,17
Media (μ) 52,52 36,74 32,83 31,43
Desvio padrão 1,57 2,59 0,28 0,59
Des. da media 0,91 1,49 0,16 0,34
Incerteza padrão 0,91 1,49 0,16 0,34

Lado direito
N Vermelho Verde Azul Violeta
1 327,13 338,08 340,17 342,23
2 326,87 340 341,25 342,41
3 324,13 335,57 340,13 342,53
Media (μ) 326,04 337,88 340,52 342,39
Desvio padrão 1,66 2,22 0,63 0,15
Des. da media 0,95 1,28 0,36 0,08
Incerteza padrão 0,95 1,28 0,36 0,08

Para obter o comprimento de onda de cada linha espectral utilizou-se a equação da


rede de difração dada por

𝜆 = 𝑑 𝑠𝑒𝑛 𝜃,

Onde 𝑑 é a distância entre as fendas da rede e 𝜃 é o ângulo formado entre a


normal da rede e a posição da linha espectral. O valor de 𝑑 da rede utilizada neste
experimento foi:

𝑑 = 1 𝑋 10−6 𝑚.

Como é difícil dizer se a rede estava exatamente perpendicular com relação à


objetiva, para medir o ângulo do espectro com relação a normal foram medidos os
ângulos do lado direito e esquerdo para a mesma cor espectral e tomado o valor médio
entre esses ângulos, pois teoricamente existe uma simetria entre estes lados com relação
a normal da rede de difração. Pode-se concluir que o valor de 𝜃 é:
𝜃1 + 𝜃2
𝜃= .
2
A precisão do goniômetro era na escala de minutos e para facilitar a leitura esta
parte dos ângulos foi convertida para graus.

A incerteza padrão foi calculada com base na Incerteza residual (𝜎𝑟 ), definida
𝐿
como a menor divisão da escala que é 2. A menor divisão do equipamento era de 1°.
Como a definição de lado direito e esquerdo, com base na normal da rede de
difração e considerando que o goniômetro girava no sentido horário, temos então que o
lado esquerdo representa o ângulo direto em relação a normal, enquanto que o ângulo
em relação a normal do lado direito é dado por:

𝜃2 = 360° − 𝛼

Onde 𝛼 é o ângulo médio medido no lado direito para cada linha espectral.

Tabela resultados experimentais

Cor Vermelho Verde (𝑯𝜷 ) Azul (𝑯𝜸 ) Violeta (𝑯𝜹 )


(𝑯𝜶 )
Ângulo (𝜽 ± 43,24 ± 1,9 29,43 ± 2,8 26,16 ± 0,5 24,52 ± 0,4
𝝈𝜽 )
Comprimento 6850,6 ± 0,7 4913,6 ± 0,9 4408,5 ± 0,9 4149,8 ± 0,9
de onda (𝝀 ±
𝝈𝝀 ) Å
𝒏 de serie de 3 4 5 6
Balmer
Erro em 𝝀𝒆𝒙𝒑 4,38 1,08 1,57 1,17
(%)

Para os cálculos das médias, desvio padrão e incerteza utilizaram-se as seguintes


equações:

1. Para a média dos ângulos (𝜃̅):


𝑛
1
𝜃̅ = ∑ 𝜃𝑖
𝑛
𝑖=1

2. Para o desvio padrão (𝜎):


𝑛
1
𝜎2 = ∑(𝜃𝑖 − 𝜃̅)²
𝑛−1
𝑖=1
3. Para o desvio padrão da média (𝜎𝑚 ):
𝜎
𝜎𝑚 =
√𝑛

4. Para a incerteza residual (𝜎𝑟 ):

𝐿
𝜎𝑟 =
2

5. Para a incerteza padrão (𝜎𝑝 ):

𝜎𝑝 2 = 𝜎𝑚 2 + 𝜎𝑟 2

6. Para a propagação de incerteza no comprimento de onda (𝜎𝜆 ):


𝜕𝜆
𝜎𝜆 = | | 𝜎𝜃
𝜕𝜃
CONCLUSÃO

Observou-se a partir do experimento das linhas de emissão do Hidrogênio que a


ciência é tida como uma linguagem universal. As fundamentações teóricas da ciência
dão uma base sólida para uma real compreensão dos fenômenos envolvidos e o
desenvolvimento de novas teorias.

Através dos resultados experimentais comprovou-se que a serie de Balmer está


de acordo com experimento.
REFERÊNCIAS

R. EISBERG; R. RESNICK, Física Quântica. Rio de Janeiro: Editora Campos, 1979.

A. C. Melisinos, Experiments in Modern Physics, Academic Press, New York, 1966.

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