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Das questões que se colocam perante o desafio de ressocialização dos detentos, a mais
pujante, certamente, é aquela que se relaciona com a noção mesma de liberdade. Sem adentrar no
mérito das discussões que tal termo é capaz de suscitar, enxergamos a necessidade de questionar
a real efetividade dos processos que, em suma, procuram a emancipação dos indivíduos em
outras palavras: a educação carcerária poderia ser efetivamente desvencilhada de uma pedagogia
estimular nos sujeitos a capacidade de julgamento (citar Kant, Crítica do Juízo), do senso-crítico,
desde atos simples, como a deposição dos objetos pessoais, até atos mais radicais, como a
detentos à uniformização das tramas burocráticas (tanto aquelas instituídas tanto pelo Estado
personalidade, da imagem do mundo etc., tornando-o alheio aos processos que podem engendrar
de aprendizado deve ser visto não enquanto algo secundário, meramente subjacente, mas como
campo de uma certa imanência, a partir do qual se estabelecem as diretrizes do agir, das relações,
dos posicionamentos. De um ponto de vista taxonômico, pode-se dizer que o território prisional,
constitui-se enquanto espaço heterotópico, espaço desviante, “no qual se localiza os indivíduos
cujo comportamento desvia em relação à média ou à norma exigida”. (FOUCAULT, 1984:416).
disciplinar. Ademais, é espaço estratificado, hierárquico, rugoso, em suma, espaço de poder, que
pretende barrar justamente a potência-de-ser. Exercer o poder é impedir que alguém realize a sua
potência. (Tal espaço, como se sabe, é ainda penetrado por outras formas de poder ou
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pesquisa?)