Você está na página 1de 17

UNIFG

ENGENHARIA CIVIL

LUIS HENRIQUE DE CARVALHO SOARES


MAGDA REIJANE DA VEIGA MONTALVÃO
DANILO CARDOSO PINHEIRO
RAFAEL VILASBOAS LIMA

MONOTRILHO

Guanambi – BA
2019
LUIS HENRIQUE DE CARVALHO SOARES
MAGDA REIJANE DA VEIGA MONTALVÃO
DANILO CARDOSO PINHEIRO
RAFAEL VILASBOAS LIMA

MONOTRILHO

Trabalho apresentado ao curso de


Engenharia Civil da UNIFG, como um
dos pré-requisitos para avaliação da
disciplina Planejamento de
Transporte Urbano e Regionais.

Professor: Marco Antônio Rodrigues


Silva.

Guanambi – BA
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÂO ...............................................................................................01

2 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................02

2.1 Características Técnicas ...................................................................02

2.2 Vantagens e Desvantagens do Monotrilho ........................................05


2.3 Monotrilho no Mundo .........................................................................07

2.4 Monotrilho no Brasil ..........................................................................09

3 CONCLUSÂO ................................................................................................11

REFERÊNCIAS ................................................................................................12
MONOTRILHO

Luis Henrique de Carvalho Soares¹, Magda Reijane da Veiga Montalvão1,Danilo


Cardoso Pinheiro¹, Rafael Vilasboas Lima¹, Marco Antônio Rodrigues Silva²

¹Graduandos do curso de Engenharia Civil, Centro Universitário UNIFG


²Docente do curso de Engenharia Civil, Centro Universitário UNIFG

RESUMO: Este artigo visa apresentar o monotrilho como alternativa aos demais
sistemas de transporte, salientando sua importância como sendo um sistema
ágil, eficaz auxiliando na redução da superlotação dos meios públicos, etc.
Destaca-se as vantagens e desvantagens, características técnicas, monotrilhos
no mundo, monotrilhos no Brasil.

Daí sua importância sobre os demais transportes públicos no mundo


sendo um dos meios de transportar pessoas mais viáveis em relação aos
demais.

PALAVRA-CHAVE: Monotrilho, Transporte Urbano, Meio de Transporte.


1

INTRODUÇÃO

Em todas as sociedades do mundo o transporte de pessoas é um serviço


presente, sendo ele uma peça fundamental no ramo da logística pois é por meio
deste que o produto ou pessoa sai do ponto inicial até o destino.

Embora não haja uma definição especifica para transporte de


passageiros BORGES,2006 define, “o transporte como aquele não individual,
realizado em áreas urbanas, com característica de deslocamento diário de
cidadãos”. Em relação ao transporte de pessoas utiliza-se vários meios como:
trem, metrô, ônibus, monotrilho, entre outros.

Conforme a Monorail (2010), o monotrilho é definido como um tipo de


veículo leve sobre trilhos que ao invés de circular em um par de trilhos como as
ferrovias tradicionais, circulam em um único trilho que pode ser metálico ou em
concreto armado e que podem usar rodas metálicas, rodas com pneus de
borracha ou levitação magnética e são movidos a energia elétrica. Além disso,
os sistemas monotrilhos são quase que exclusivamente elevados o que reduz
os custos e o tempo de implantação além de minimizar os impactos sob o transito
das vias já existentes.

Dessa forma é importante ressaltar os pontos positivos e negativos do


monotrilho, suas características bem como demais aspectos acerca do mesmo.
2

DESENVOLVIMENTO

O primeiro monotrilho criado foi em 1820 na Rússia sendo chamado de


monocarril também em datas próximas surgiram no Reino Unido como transporte
de passageiro, mas apenas em 1964, na cidade de Toquio no Japão que criou a
primeira aplicação urbana de monotrilhos nos tempos recentes, do aeroporto de
Haneda ao sistema de metro da Cidade, criado para servir de meio de transporte
durante a olimpíada que vira acontecer no pais aquele ano. O projeto foi muito
controverso uma vez que os custos extrapolaram bastante as iniciativas iniciais
e os sistemas geraram custos operacionais maiores que os previstos.

A Monorail Society (2010) define monotrilho como um tipo de veículo leve


sobre trilho (VLT) que possui como principal característica a circulação por um
único trilho ao contrário dos sistemas ferroviários tradicionais que circulam por
dois trilhos.

Este sistema de transporte público já é consolidado no mundo e é


implantado em diversos países, com variadas extensões de linha, composições
de carros e capacidades de passageiros, de acordo com a necessidade de cada
local. Os principais fornecedores para este tipo de sistema são Bombardier,
Scomi e Hitachi, com atuação nos 5 continentes (HAHNER, 2017).

Características Técnicas

O monotrilho constitui-se de um Veículo Leve Sobre Trilhos – VLT ou


Veículo Leve Sobre Pneus (VLP), cuja característica básica, no que se refere ao
deslocamento, é a movimentação sobre um único trilho, em oposição às ferrovias
tradicionais que possuem dois carris paralelos, superposta ou sobreposta em
casos específicos a uma viga metálica ou de concreto armado, abraçada pelo
sistema de rolagem do trem. (PASQUALETO; SOUZA, 2014).

Esta característica facilita o processo de intervenção na malha urbana,


uma vez que reduz a ocupação do espaço viário, quando esta se apresenta
segundo a modelagem suspensa do solo. Apesar das aplicações terrestres ou
subterrâneas, este sistema é mais conhecido pelos exemplos suspensos, devido
3

a sua característica de liberação do solo. Este sistema transpassa barreiras


físicas mais facilmente pela facilidade de elevação e estrutura delgada. Outro
atributo fundamental é que as composições não cruzam com outros modais de
transportes, evitando acidentes e podendo integrar-se aos outros modais de
forma objetiva. Há ainda exemplos de integração em edificações elevadas, o que
também rompe com barreiras impostas pelo uso e a ocupação do solo urbano
(PASQUALETO; SOUZA, 2014).

Segundo Zanotelli e Guedes (2007), no que diz respeito aos benefícios


ambientais, em sua grande maioria, os monotrilhos implantados usam como
recurso energético a energia elétrica evitando assim a queima de combustíveis
fósseis, o que contribui para a redução da emissão de gás carbônico no meio
ambiente.

As características técnicas pertinentes aos monotrilhos diferem um pouco


dependendo do fornecedor. A velocidade é superior apenas no Monotrilho
fabricado pela Scomi, chegando a 90 km/h, que coincidentemente também
transporta menos passageiros por vagão em relação aos dos outros dois
fabricantes. Os sistemas oferecem a possibilidade similar de vencer
greides/rampas de até 6% de inclinação. A estrutura de postes de apoio são
similares nos projetos das três companhias iniciando com 0,8m de largura e
podendo atingir a 1,5m, sem dúvida menos impactante que a infraestrutura muito
mais pesada requerida pelo sistema Metroviário. Finalmente a altura da via pode
variar de 6 a 12 metros em relação ao solo conforme as especificações dos
fabricantes e de acordo com as particularidades de cada projeto. (FREITAS;
ARAUJO, 2015).

Tabela 01 - Características técnicas do monotrilho conforme montadoras


4

Fonte: OLIVEIRA: 2009 p 25.

Figura 1: Esboço dos vagões produzidos pela Bombardier e pela Hitachi.

Fonte: São Paulo: 2010.


5

Vantagens e Desvantagens do Monotrilho

Além das características técnicas listadas anteriormente o monotrilho


oferece a particularidade de um custo menor em relação a outros sistemas de
transporte público. Mais barato que o Metrô e com capacidade para até 50.000
passageiros/hora por sentido, não sofre interferência do tráfego de veículos,
semáforos e cruzamentos chegando à velocidade de até 90 Km/h, boa relação
capacidade/custo/tempo e finalmente, o ruído é baixo pelo uso do motor elétrico
e pneus ao invés dos tradicionais trilhos metálicos. (OLIVEIRA: 2009).

O sistema já foi testado e aprovado em grandes cidades como Mumbai,


Kuala Lumpur e Las Vegas. Com projetos específicos que levem em conta as
projeções de demanda é possível utilizar o sistema como protagonista do
transporte público em determinada região em consonância com os outros
sistemas de transporte através de integração física e tarifária. Abaixo temos um
comparativo de capacidade de transporte entre os sistemas de ônibus, bonde,
VLT (veículo leve sobre trilhos), monotrilhos e Metrô (FREITAS; ARAUJO, 2015).

Figura 2: Comparação da capacidade dos diferentes tipos de sistema.

Fonte: GARCIA: 2008 p 8.


6

Como pode ser observado no gráfico acima o monotrilho supera a


capacidade de transporte do Ônibus e do VLT chegando muito próximo à
capacidade do sistema de Metrô com a vantagem de ter menor custo e sua
infraestrutura ser construída mais rapidamente.

Kennedy (2007) define como principais vantagens dos sistemas


monotrilho:

1. Adaptabilidade aos espaços urbanos,


2. Reduzida interferência nos sistemas viários existentes por usar em
grande parte os espaços de canteiros centrais das avenidas e calçadas;
3. Baixo nível de ruído (aproximadamente 65 db);
4. Maior capacidade de subir e descer rampas com gradientes de até 15%;
5. Maior capacidade de curva do que os sistemas ferroviários tradicionais
com raios de curva que variam entre 60 a 100m;
6. Menor risco de descarrilamento do que os sistemas tradicionais de dois
trilhos em função dos carros “abraçarem” as vias circulantes;
7. Menor impacto sobre a paisagem urbana do que elevados tradicionais
rodoviários ou ferroviários;
8. Tempo de implantação reduzido se comparado a VLT e metrô;
9. Reduzida emissão de carbono por serem normalmente elétricos;
10. Baixo risco de acidentes por não terem como sofrerem impactos com
veículos automotores e pessoas;
11. Vida média dos carros e via circulante (com manutenção apropriada)
maior do que de ônibus (30 anos contra 10 anos dos ônibus);
12. Os custos de implantação de sistema monotrilho são em média 50%
inferiores a implantação de metrô e podem se tornar equiparados à
implantação de sistemas VLT e corredores de ônibus em função da baixa
necessidade de desapropriações.

Ide (2008) informa como principais desvantagens:

1. O maior impacto sobre a paisagem urbana se comparado a sistemas de


metrô; subterrâneos, VLT/BRT de superfície;
7

2. Normalmente possuem um maior custo inicial de implantação e das


instalações se comparado aos sistemas VLT e BRT;
3. Menor velocidade final se comparado ao metrô;
4. Maiores dificuldades quanto à evacuação dos veículos;
5. Maiores dificuldades para troca de linhas do que os sistemas tradicionais.

A Monorail Society (2010) também ressalta o menor impacto na paisagem


visual das cidades e os menores custos construtivos das vias elevadas do que
de sistemas ferroviários tradicionais ou elevados rodoviários.

Monotrilho no Mundo

No mundo encontra-se vários exemplos de monotrilhos muitos que se


encontram em atividade até hoje como por exemplo o da cidade de Wuppertal
na Alemanha que foi inaugurado em 1901, o mais antigo ainda em atividade
atualmente. Capaz de transportar 75 mil passageiros por dia (praticamente 25
milhões deles a cada ano). O trem suspenso da Alemanha percorre um trajeto
de 13,3 km a uma velocidade média de 60 km/h, fazendo 20 paradas em duas
dezenas de estações.

Figura 3: Monotrilho na cidade Wuppertal na Alemanha.

FONTE: ALOUCHE, 2009.


8

Em Tóquio a linha do monotrilho é de 17,8 km, que chega a atravessar a


Baía de Tóquio, liga o aeroporto internacional de Haneda, no bairro de Ota, à
estação de trem de Hamamatsucho, no bairro de Minato.

Figura 4: Monotrilho na cidade de Tóquio no Japão.

FONTE: LOBO, 2014.

A maior linha de sistemas de monotrilho da atualidade se encontra na


china. Ele fica em Chongqing, na região centro-oeste do país. Duas linhas
operam em Chongqing – uma delas com 39,1 km, sendo a maior do mundo, e
outra com 16,5 km.

Figura 5: Monotrilho na China.


9

FONTE: LOBO, 2014.

Monotrilho no Brasil

No Brasil o primeiro monotrilho instalado foi o da cidade de Poços de


Caldas no ano de 1981 no estado de Minas Gerais o mesmo conectava o
terminal rodoviário a área central da cidade a linha tinha 6 km de extensão e foi
desativado no ano de 2000. A prefeitura está realizando um estudo de viabilidade
para reutilizar o mesmo.

Figura 6: Monotrilho na cidade de Poços de Caldas no estado de Minas


Gerais.
10

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2019/07/03/pocos-de-
caldas-assina-parceira-com-empresa-alema-para-estudar-viabilidade-do-
monotrilho.ghtml.

O Shopping Barra Shop tinha um monotrilho com linha de extensão 1,6 km para
ligar as partes do shopping que foi inaugurado 1996 e desativado no ano de 2000. Tinha
capacidade de 60 pessoas por viagem e Tarifa de R$ 1,50, chegando a Velocidade de
até 18 km/h.

Figura 6: Monotrilho na cidade do Rio de Janeiro dentro do Shopping Barra


Shop.

FONTE: https://viatrolebus.com.br/2018/11/rio-de-janeiro-ja-teve-monotrilho-
dentro-de-shopping/.
11

CONCLUSÃO

Sabemos que o transporte público não é apenas um meio de locomoção,


para satisfazermos necessidades, mas também é o principal meio que a pessoas
utilizam para ter acesso aos serviços essenciais, como educação, saúde, lazer,
trabalho entre outros. Daí a importância de qualificar o transporte público, com
conforto. O Monotrilho é um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e pode
auxiliar nesse sentido além de contribuir para a redução de veículos nas ruas e
atrair mais usuários devido ao seu aumento da capacidade de circulação,
segurança e velocidade.
12

REFERENCIAS

MONORAIL SOCIETY.2010. Disponível em http://www.monorails.org. Acesso


em: 15 de setembro, 2019.

JUNIOR, M. F.; ARAUJO, A. M. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO SISTEMA


DE MONOTRILHO: Características técnicas, vantagens & desvantagens e
projetos em andamento FATEC. 2008.

HAHNER, Cristiane. Projeto de veículo de monotrilho para Porto Alegre. 2017.

PASQUALETTO, Antônio; DE SOUZA, Fábio. A Tecnologia de Monotrilho para


o Transporte de Passageiros. Revista EVS-Revista de Ciências Ambientais e
Saúde, v. 41, n. 1, p. 43-55, 2014.

FREITAS JUNIOR, M.; ARAÚJO, A. M. Considerações a respeito do sistema de


monotrilho: características técnicas, vantagens & desvantagens e projetos em
andamento. Disponível em:
http://www.fatecguaratingueta.edu.br/fateclog/artigos/Artigo_50.PDF. Acesso
em: 15 de setembro de 2019.
ZATONELLI, T. P; GUEDES, N. L. S. Integração dos Meios de Transporte
com Inserção de Monotrilho na Cidade de Vitória. Concurso de monografias
CBTU, São Paulo, 2007.

Kennedy, R. R. onsiderando o trânsito rápido do monotrilho para cidades da


América do Norte. The Monorail Society, 41 p, 2007.

Ide, A. A alternativa do monotrilho. New Australian, 18 p, 2008.

Monorail Society. Disponível em <http://www.monorails.org>. Acesso em: 15 de


setembro de 2019.

LOBO, R. Disponível em <https://viatrolebus.com.br/2014/01/conheca-8-


cidades-que-operam-sistemas-de-monotrilho/>. Acesso em: 15 de setembro de
2019.

SÃO PAULO. Monotrilho Jardim Ângela – Santo Amaro: um novo sistema de


média capacidade em São Paulo. São Paulo: SPTRANS, 2010. 238p.
13

OLIVEIRA, Uarlem José de Faria Proposta de Implantação de Sistema de


Transporte de Passageiros do Tipo Monotrilho na Região Metropolitana de
Vitória. Espírito Santo: IFES - Instituto Federal do Espírito Santo, 2009.

ALOUCHE, P. Disponível em
http://www.aeamesp.org.br/biblioteca/stm/15SMTF090927T05.pdf. Acesso em:
15 de setembro de 2009.

Você também pode gostar