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Manufatura de Ferramentas
Gestão de Ferramentarias e
Terceirização de Serviços
Até o início da década de 90, as ferramentarias existentes nas indústrias em atividade no Brasil,
Simultaneamente a essa "descoberta" das ferramentarias pelos responsáveis por cortes de custos
nas empresas, começou também uma queda na necessidade de as ferramentarias manterem, com
elevados salários, seus ferramenteiros.
Fim dos investimentos em máquinas e equipamentos que não seriam dedicados a produzir
o produto fim da empresa. Inclua-se nessa lista de equipamentos os fornos para
tratamento térmico das ferramentas.
Redução nos custos das ferramentas devido aos baixos custos operacionais dos pequenos
fornecedores.
Houve realmente grande redução no quadro de funcionários das ferramentarias, até porque essa
era a mudança mais fácil e de maior impacto aparente a realizar.
Além da redução na folha de despesas com pessoal das empresas, essa mudança não
proporcionou maiores ganhos, uma vez que os profissionais de ferramentaria já tinham consciência
de sua nova condição no mercado de trabalho (substituíveis e até prescindíveis) e da necessidade
de sobrevivência da empresa frente às ameaças das concorrentes de outros países.
A postura dos ferramenteiros dentro as fábricas passou a ser de muito mais moderação e
colaboração com os propósitos da empresas.
A busca da competitividade por parte das empresas gerou grande pressão sobre fornecedores de
matéria-prima e de serviços e esses se tornaram mais flexíveis em relação a prazos de entrega e
tamanhos de lote.
Já não havia mais necessidade de que as empresas mantivessem grandes estoques de aço-
ferramenta, uma vez que os fabricantes e distribuidores passaram a entregar esse material em
pequenos lotes, diariamente e já cortado nas dimensões brutas da ferramenta a ser produzida.
Uma vez que não havia processo claramente definido para a execução das ferramentas e
nem históricos confiáveis de apontamento de mão-de-obra para essas ferramentas, não
havia como questionar as planilhas de tempos de processos dos fornecedores. Eles tinham
seu custo/hora de ferramentaria mais baixo que o das empresas compradoras mas, muitas
vezes, seu tempo de execução das ferramentas podia ser superior ao dessas empresas.
Especialmente porque as pequenas ferramentarias que podiam oferecer melhores taxas
horárias, tinham poucos recursos para investir em equipamentos mais modernos e rápidos
que os existentes nas antigas ferramentarias de seus clientes. Além disso, apesar de pouco
confiáveis, os sistemas de controle das ferramentarias das grandes empresas eram muito
mais precisos que as anotações manuais realizadas nas pequenas ferramentarias.
Essa falta de estrutura dos fornecedores somada ao seu desconhecimento da função das
ferramentas à falta de desenhos e documentação adequada dessas, podia causar inúmeros
problemas de qualidade que geravam atrasos, aumento de custos (quando a documentação
deixava dúvidas, os custos deveriam ser acrescidos à conta do solicitante) e de improvisações.
Terceirizando corretamente:
Avalie seus equipamentos de medição e seu sistema de qualidade : O fornecedor deve ter
equipamentos de medição em condições iguais ou melhores que as de seus clientes e deve
elaborar e divulgar plano de aferição periódica dos mesmos.
As condições do ambiente onde são realizadas as medições devem ser as mesmas no
cliente e no fornecedor.
O fornecedor deve elaborar relatórios de inspeção final e de processo de cada ferramenta
que executa. Esse procedimento não encarece o processo, uma vez que em ferramentarias
as medições do produto ao longo do seu processo de execução são comuns e freqüentes.
Para máquinas e equipamentos delicados e precisos como retificadoras e barramentos de
centros de usinagem devem ser elaborados planos de manutenção preventiva.
NOTAS:
Especialmente nos casos de ferramentas de corte e dobra, nota-se claramente que 20% a 30%
dos tipos de ferramentas consumidas são responsáveis por pelo menos 80% da carga de trabalho
do setor. Essas devem ser consideradas suas ferramentas "A" e é nelas que devem estar
focalizados todos os seus esforços no processo de terceirização.
Revise os desenhos dessas ferramentas e padronize o que for possível.
Revise e padronize também os processos de fabricação de cada uma dessas ferramentas.
Para definir os tempos de execução de cada operação de usinagem, discuta com os funcionários
que as realizam.
Antes dessa discussão, esclareça que os tempos que eles determinarem para essas operações são
os tempos que eles terão de cumprir se a produção dessas ferramentas vier a ser mantida
internamente.
Por isso não vale a pena colocar tempos de execução menores que os possíveis para prejudicar
eventuais concorrentes externos e nem aumentar os tempos, uma vez que os fornecedores
externos de ferramentas podem propor processos mais rápidos e "ganhar" essa concorrência.
Com os processos de suas ferramentas "A" definidos, classifique-as por nível de dificuldade e
importância no processo produtivo de sua empresa para encaminhá-las à avaliação dos
fornecedores conforme sua capacidade (ver item 2.).
Peça aos fornecedores que avaliem os desenhos das ferramentas a eles encaminhados e informem
se é possível fornecer essas ferramentas com tempos de execução menores ou iguais aos definidos
pela sua equipe interna.
No caso de declararem capacidade para executar essas ferramentas em tempo igual ou menor que
o definido pela sua equipe interna, respeitando suas especificações, verifique a consistência dessas
informações utilizando as avaliações realizadas no item 2.
No caso deles alegarem necessidade de tempos maiores em virtude de seus equipamentos e de
seu conhecimento das ferramentas solicitadas, não os descarte até que sejam negociadas as taxas
horárias das suas ferramentarias.
O processo burocrático de compra nas empresas costuma gerar perdas de tempo, desgastes e
elevados custos administrativos.
Avalie seu consumo médio mensal para as ferramentas "A", multiplique esse consumo pelo tempo
de execução dessas ferramentas e com isso você terá as horas mensais necessárias para execução
das ferramentas que sua empresa utiliza.
Procure comprar pacotes mensais ou até semestrais de horas de ferramentarias e que vão sendo
consumidos ao longo do período, sem que seja necessário emitir um pedido de compra para cada
ferramenta solicitada. Além de ganhos administrativos, a relação entre sua empresa e seus
fornecedores de ferramentas será muito mais consistente.
9. Decida
Compare os custos de execução das ferramentas internamente e em terceiros, mas não se baseie
apenas neles. Leve em conta todos os pontos de avaliação de seus fornecedores.
Leve em conta aspectos logísticos como distâncias de sua empresa aos fornecedores e regime de
trabalho dos mesmos.
Considere também as possibilidades de melhoria no processo de execução de ferramentas
internamente. Se todo o processo de estudos visando a terceirização foi realizado de maneira
coerente e transparente, com certeza os funcionários de sua ferramentaria estão buscando meios
de melhorar sua produtividade. Sua ferramentaria pode estar se tornando mais competitiva e
viável.
Lembre-se: A soma dos seus gastos e seus problemas de prazo e qualidade com fabricação de
ferramentas internamente e em terceiros deve ser menor que essa soma no seu processo atual de
produção interna de ferramentas.